TJ do Maranhão homenageia Celso Barros

O falecimento do jurista e acadêmico Celso Barros Coelho, no último dia 10, aos 101 anos de idade, foi registrado e lamentado no Tribunal de Justiça do Maranhão e na Academia Maranhense de Letras.

O comunicado foi feito aos acadêmicos Zózimo Tavares, presidente da Academia Piauiense de Letras; Fonseca Neto, 1º secretário, e Felipe Mendes, pelo presidente da AML, Lourival Serejo.

O presidente da Academia Maranhense de Letras é também desembargador e presidiu o Tribunal de Justiça do Maranhão até dezembro do ano passado.

Ele informou que as homenagens à memória de Celso Barros foram prestadas a partir de manifestação do desembargador Vicente Gomes de Castro, ex-vice-presidente da Corte.

A memória de Celso Barros foi reverenciada também pelos acadêmicos presentes à sessão da AML realizada no último dia 13, com a presença dos representantes da APL.

Celso Barros era maranhense de Pastos Bons. Veio morar em Teresina ainda adolescente, para estudar no seminário.

Formou-se em Direito, foi professor e destacou-se no magistério, na advocacia e na política.

Presidiu a OAB-PI, foi deputado estadual (cassado pelo regime militar de 1964) , elegeu-se deputado federal e presidiu a Academia Piauiense de Letras.

Folha de S. Paulo destaca trajetória de Celso Barros

O jornal Folha de S. Paulo destaca, em sua edição de hoje (18/07) a trajetória de vida e profissional do jurista, professor e acadêmico Celso Barros Coelho, falecido no último dia 10, aos 101 anos de idade.

Na seção obituário, relativa a julho, o jornal apresenta Celso Barros como “Cassado na ditadura” e “o mais respeitado jurista do Piauí”.

Conforme ainda a Folha, “Celso Barros Coelho saiu adolescente do sertão do Maranhão, na década de 1930, para se tornar uma referência no direito brasileiro”.

Eis o texto na íntegra, assinado pelo jornalista Tulio Kruse:

SÃO PAULO – A travessia pelo rio Parnaíba, aos 16 anos, mudou tudo na vida de Celso Barros Coelho. O ano era 1938 e ele viajava da pequena Pastos Bons, no interior do Maranhão, para Teresina, no Piauí, seguindo o curso do rio que separa os dois estados.

Não fosse aquela viagem, não se tornaria seminarista na capital nem seria professor na Escola Normal Antonino Freire, provavelmente não estudaria na Faculdade de Direito do Piauí e, talvez, não se transformasse no jurista mais ilustre do estado.

Àquela altura, o mais velho de cinco irmãos já era órfão de pai. O convite para estudar em Teresina partiu de uma amiga da família, que quando visitava Pastos Bons encontrava o menino sempre lendo no balcão do comércio em que trabalhava.

Sete anos depois, ao fim do curso no seminário, veio um convite do Vaticano para continuar os estudos religiosos em Roma. Profundamente dividido, acabou recusando a oportunidade. Ele seguiria como professor e advogado, se casaria com a filha do dono da escola e abandonaria a batina.

Nas décadas de 1950 e 1960, os tribunais de júri comoviam a população das cidades e eram transmitidos ao vivo pelo rádio. Barros tornou-se célebre por casos em que atuou como advogado e elegeu-se deputado estadual em 1962.

Quando veio o golpe militar de 1964, a tendência era que ele fosse poupado da cassação. O comandante do Exército em Teresina era seu vizinho, e ele era um bem relacionado presidente da seção estadual da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Amigos aconselharam manter silêncio e o mandato.

Barros foi à tribuna e fez um discurso irritado contra os militares. Ele e outros colegas acabaram cassados com um adendo à lista original.

Ele ainda seria deputado federal por dois mandatos no início da abertura política, nas legislaturas de 1974 e 1983. Em 1978, foi o candidato mais votado do Piauí, mas não foi eleito por falta de coeficiente eleitoral. As oito vagas do estado ficaram com o Arena, que dava sustentação ao regime militar.

No Congresso, Barros legislou sobre temas que marcaram transformações no cotidiano brasileiro, como relator das regras do direito de sucessão no Código Civil, a Lei de Execuções Penais e contribuindo para a redação da Lei do Inquilinato e a regulamentação do divórcio.

Permaneceu um leitor compulsivo por toda a vida, acompanhado de livros e jornais enquanto assistia a jogos de futebol na TV ou à mesa durante o almoço.

Nos últimos meses, pensava no pai que morreu aos 34 anos. “Nas nossas últimas conversas ele questionava por que a vida é assim, que alguns duram tanto e outros duram tão pouco. Foi uma pergunta que meu avô não conseguiu responder”, contou Celso Barros Coelho Neto, hoje presidente da OAB-PI.Barros morreu aos 101 anos, no último dia 10, e deixou quatro filhos e 12 netos.”

Reprodução Folha de S. Paulo.

Valdeci Cavalcante lança livro na ExpoCorrente

O advogado, empresário e acadêmico Valdeci Cavalcante lançou seu livro Marquês de Paranaguá na ExpoCorrente, a maior feira agropecuária do Sul do Piauí, realizada no final de semana, no município de Corrente, a 900 quilômetros de Teresina.

O lançamento da obra foi feito no Espaço do Sebrae e do Senar. Estiveram presentes os diretores executivos do Sebrae no Piauí, Júlio César Lima Filho e Delano Rocha, o presidente do da Faepi/Senar e deputado federal, Júlio Cesar; o prefeito de Corrente, Murilo Mascarenhas, o superintendente do Senar, Diego Paz, entre outras autoridades e lideranças locais.

Ministro do Império

O livro mostra a trajetória do piauiense João Lustosa da Cunha Paranaguá – o Marquês de Paranaguá, que se destacou na política nacional no período imperial.

Colaborador do governo de Pedro II, o piauiense foi ministro de Estado da Justiça e presidente do Conselho de Ministérios, realizando grandiosas contribuições à nação brasileira.

“Essa obra é um reconhecimento ao nobre Marques de Paranaguá exemplo de trajetória de êxito e feitos importantes para o país, especialmente no período do Segundo Reinado do Brasil. João Lustosa da Cunha Paranaguá foi um estadista honrado e brilhante durante toda sua vida”, destacou Valdeci Cavalcante.

O presidente do da Faepi/Senar, deputado federal Júlio Cesar, parabenizou Valdeci Cavalcante pela obra.

“É um momento de alegria para todos. O livro retrata a história de uma pessoa importante para o Brasil e todos deveriam prestigiar essa obra. Essa solenidade abrilhantou ainda mais a programação da Expocorrente”, destacou.

(Com informações e imagens da Agência Sebrae de Notícias)

Lançamento da biografia do Marquês de Paranaguá em Corrente

Fonseca Neto lança livro sobre São Luís na AML

O historiador, professor e acadêmico Fonseca Neto lançou na Academia Maranhense de Letras seu livro Pátina do tempo.

A obra foi publicada pelas Universidades Federais do Maranhão e do Piauí, em coedição com a EDUFPI e a editora Nova Aliança.

A sessão lançamento foi conduzida pelo presidente da AML, Lourival Serejo.

A apresentação do autor foi feita pelo acadêmico Elsior de Sousa Coutinho.

Ele destacou que Fonseca Neto é maranhense de Passagem Franca, professor da Universidade Federal do Piauí, lotado no Departamento de História, mestre em Gestão Pública, membro pleno do Mestrado em Gestão Pública da UFPI e advogado.

Também titular da cadeira 1 da Academia Piauiense de Letras e das Academias de Letras de Pastos Bons e de Passagem Franca, além de presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí.

Seus livros mais recentes: Memória das Passagens; Sertanias; Sucessores dos Apóstolos: história episcopal do Piauí (3 vol.); Terras, domínio e servidão; Vasco de Sousa Coelho, chefe liberal do sertão antigo dos Pastos Bons.

Patrimônio da humanidade

Na apresentação do livro, o presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares, afirmou que se trata de estudo concentrado no campo das Políticas Públicas, da História e da Urbanidade.

A obra aborda a inscrição de São Luís entre as cidades protegidas pelo Patrimônio Histórico-Cultural do Brasil e da Humanidade (Unesco): concepções e práticas nos projetos implantados nas três décadas desde os anos 1980 ao começo do século XXI. Diálogos com a ilustração de Melo e Póvoas e a inspiração de Phelipe Andrès.

O autor explicou que a busca da compreensão do porquê seu gigantesco Patrimônio Histórico deve ser protegido em quatro níveis institucionais (municipal, estadual, federal e mundial) faz-se articulando respostas à formulação do poeta-economista Bandeira Tribuzi: “São Luís foi salva pelo atraso!”

Ou: de como a taba dos maranhanguaras, e a cidade colonial-mercantil, navegando nas camadas do tempo social e cultural de sua formação, tornou-se, na dinâmica do mundo presente, um ativo disponível num virtuoso mercado de Cidades Históricas.

“A Pátina do tempo são os sinais vivos – patrimônio – que o passado deixou gravados no corpo e rosto da cidade-filha do Equinócio”, afirmou Fonseca Neto.

Tese de doutorado

O livro é a tese doutoral do autor, realizada junto ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Maranhão.    

A sessão de lançamento foi prestigiada também pelo reitor da Universidade Federal do Maranhão, Natalino Salgado; e membros da AML – Lino Raposo Moreira, Laura Amélia Damous, José Neres, José Ewerton Neto, Benedito Buzar, Mont’Alverne Frota, Alex Brasil e José Carlos Sousa.

Também se fizeram presentes o acadêmico Felipe Mendes; membros da Academia de Letras, História e Memória da Região Integrada de Pastos Bons e da Academia de Letras de Passagem Franca; e o deputado federal Márcio Jerry, além de professores, amigos do autor e outros convidados.

Garcia lança novo romance

O escritor e acadêmico José Ribamar Garcia lançou ontem (14/07) seu novo livro, Caminho dos ventos, ambientado no coração da Amazônia.

O lançamento da obra reuniu acadêmicos, escritores, professores, amigos do autor e outros convidados na Livraria Entrelivros.

O livro foi publicado pela Litteris Editora, do Rio de Janeiro. Trata-se de mais um romance de José Ribamar Garcia escrito no seu estilo econômico, objetivo e, sobretudo, atraente.

Retratar a vida com seus altos e baixos e com sua realidade visceral são marcas registradas do autor.

Em suas 230 páginas, Caminhos do vento narra uma história incrível, pontuada pela realidade cruel do dia a dia.

Transitando entre a solidariedade, a fraternidade e o amor, a obra passeia por um momento singular – quando o Brasil perdeu o trem da prosperidade por não haver dominado a tecnologia.

O autor

José Ribamar Garcia nasceu em Teresina e mora no Rio de Janeiro há mais de 50 anos.

É advogado militante, escritor e membro da Academia Piauiense de Letras.

Autor de mais de uma dezena de livros, muitos deles com várias edições e adotados em escolas do ensino básico e cursos de graduação.

Academias se unem para homenagens a Clodoaldo Freitas

A Academia Maranhense de Letras e a Academia Piauiense de Letras firmaram Termo de Cooperação para as homenagens que serão prestadas à memória do acadêmico Clodoaldo Freitas pelos 100 anos de seu silêncio.

O termo foi assinado pelos presidentes da AML, desembargador Lourival Serejo, e da APL, jornalista Zózimo Tavares, durante sessão da Academia Maranhense de Letras, realizada ontem (12/07), em São Luís.

As homenagens póstumas a Clodoaldo Freitas serão prestadas ao longo de 2024, mas a programação começa a ser definida agora.

Os presidentes das duas Academias designarão Comissão para cuidar da efeméride.

Clodoaldo Freitas foi um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras, em 1908, e da Academia Piauiense de Letras, em 1917, sendo o primeiro presidente da APL.

Intercâmbio

O presidente da APL participou da sessão da Academia Maranhense de Letras em companhia dos acadêmicos Fonseca Neto (1º secretário) e Felipe Mendes.

Eles conheceram as instalações da AML e trocaram informações com os acadêmicos maranhenses sobre o funcionamento das duas instituições.

Zózimo Tavares e Lourival Serejo manifestaram disposição de retomar o intercâmbio cultural entre as duas academias.

Imagens: Luciano Klaus

Sessão da Academia Maranhense de Letras

Presidentes da AML e da APL assinam termo de cooperação.

A foto de Clodoaldo Freitas na AML.

Visita à FAESF encerra agenda da APL em Floriano

Uma visita à Faculdade de Ensino Superior de Floriano – FAESF marcou o encerramento do programa oficial de instalação da Academia Piauiense de Letras em Floriano, nos dias 16 e 17 de junho.

A FAESF é uma instituição de ensino referência no Piauí, Maranhão e estados vizinhos, que tem o valor educacional transmitido a partir da disciplina, das habilidades técnicas e experiências de pessoas que acreditam na educação como transformação social.

Tem localização de fácil acesso, numa área de Floriano que possui infraestrutura de serviços como: farmácias, restaurantes, lanchonetes e pizzaria, estacionamentos, transporte coletivo, supermercado e padarias e outros serviços também relevantes.

As novas instalações da FAESF, inauguradas em 2016, permitiram a reorganização da IES numa ampla estrutura de apoio e serviços, tais como, área de convivência ampla, livrarias, lojas de conveniência, salão de beleza, restaurante, ampliação dos serviços de reprografia, dentre outros. A FAESF é credenciada para oferta de cursos presenciais e EaD, contando hoje com 11 cinco cursos de graduação presencial e 05 cursos de graduação modalidade à distância, além de cum catálogo com mais de 50 cursos de pós-graduação.

Durante a visita, foi exibido nos telões do auditório um videopoema do poeta e acadêmico Elmar Carvalho, que recebeu muitos aplausos dos presentes.

“É um prazer muito grande em receber essa comitiva da Academia Piauiense de Letras, porque além da parte cultural, temos que demonstrar que a FAESF é uma faculdade que pode crescer cada vez mais, no que diz respeito a valorizar nossos escritores e intelectuais piauienses”, afirmou a professora Elda Bucar, vice-diretora geral da FAESF.

FAESF recebe certificado da APL com registro da visita.

Prefeito de Floriano faz saudação à comitiva da APL.

CELSO BARROS – SAPIÊNCIA E CARÁTER

 

                                                                              Francisco Miguel de Moura*

          Outrora só se chamava de doutor aquele que fosse formado em Medicina ou em Direito (leis).  Não há discutir a competência de Celso Barros no campo do Direito. Nem me atrevo citar tantas obras suas, nesta matéria, para não cometer esquecimentos ou pedir desculpas por falta de espaço visto que não tenho competência para tanto. Quem quiser saber em profundidade da sua bibliografia tem que ler o livro “Academia Piauiense de Letras – um pouco da história, um pouco das ideias”, editado pela própria Academia, em 2018, na Coleção Centenário.          

           Na verdade, sinto-me bem pequeno para falar sobre Celso Barros Coelho, creio que pela segunda vez, em artigo para o jornal, mostrando sua competência e seu caráter. Da primeira, enalteci o grande orador que é, colocando-o na mesma altura e grandeza de um D. Avelar Brandão Vilela, os dois maiores na arte do discurso que eu já ouvi. 

          Porém, Celso Barros é muito mais do que orador. Historiador e filósofo, sob cujos aspectos me sinto com algum conhecimento para tal, invoco-o, neste momento, mais sob o ponto de vista de cidadão de caráter sem jaça e do ilustríssimo Acadêmico da “Casa de Lucídio Freitas”.  Como Presidente da APL, fez profícua administração. Antes, quando me dispus a disputar uma vaga na APL, ele foi um dos primeiros a me incentivar. Para mim, bastante honrosa tal atitude. Muito me satisfaz e me envaidece dizer que ele é meu confrade, meu irmão de letras, por causa da magnitude de sua sapiência e do seu caráter, itens que escolhi para esta crônica jornalística. Quando penso no grande representante que tivemos na Câmara Federal por duas legislaturas e na sua eficiente atuação, vejo-me como um simples eleitor seu, que fui em todas as eleições em que ele concorreu a cargo público, depois que me estabeleci em Teresina.

          Celso Barros é uma daquelas pessoas ímpares, considerá-lo um gênio não é um exagero, pois elevados são os seus conhecimentos, quer do Direito, da Filosofia, do Latim, tanto quanto da Língua Portuguesa e de História. Outros temas podem ser indicados, por exemplo a crítica literária, amante que é das musas e disto tem dado bastante exemplo em livros e artigos. Sua obra é muito grande. Limito-me a colocar, neste momento, sua história da “Academia Piauiense de Letras: Um Pouco da História, Um Pouco das Ideias”, Teresina-PI, 2018, reeditada, onde coloca de pórtico os versos do poeta Jônatas Batista, como se fossem sua própria voz ao falar em literatura:                                     

                    “Caminho sem parar, sem curva, sem receio,

                     Sem fraqueza ou pavor, sem cobarde receio,

                     Meu destino a seguir, sem encontros temer.

                     A batalha me tenta, a guerra me alucina…

                    O movimento é a vida, a vida me ilumina…

                     Nasci para lutar, na ambição de vencer”.

          É realmente um livro para quem quer conhecer a entidade centenária e seus membros, sendo Celso Barros um dos mais elevados e estimados.

          Não posso aqui esquecer que logo abaixo dos versos do poeta e acadêmico Jônatas Batista, vêm as dedicatórias aos historiados da casa, por ordem e em seguida: João Pinheiro (in memoriam), Francisco Miguel de Moura e Herculano Morais. Esse reconhecimento me cativa. 

          Outro livro que desejo evidenciar, de sua autoria, é “Tempo e Memória” (2009), – uma joia de alto valor pelo sentimento e grandeza com que coloca sua infância e juventude.

          Celso Barros é uma daquelas pessoas que chamamos de genial, quer no sentir e no fazer, quer no viver e no tratar com o outro. Na ciência do Direito o é, com toda certeza, pois reconhecido por todos os piauienses e brasileiros de modo geral que privam de sua lhaneza em algum momento da vida.  Educação esmerada, caráter sem jaça. Muito humano: Como advogado, se volta à defesa de causas justas e honrosas. Mas sua bondade e generosidade vai além: Jamais deixou à mingua um pobre, sem condição pagar honorários. Tudo isto falo não só por minha parte, desde que o conheci ao aportar em Teresina, vindo do interior da Bahia. Ele já era, àquela altura, uma celebridade: Professor exímio da Universidade Federal, Tive-o como mestre na cadeira de “Linguística” quando a Faculdade Católica de Filosofia do Piauí ainda não se integrara à Universidade.

          Nascido aos 11 de maio de 1922, filho de Francisco Coelho de Sousa e Alcina Barros Coelho, em Pastos Bons (MA), mas ninguém é mais piauiense do que ele, pois a maior parte de sua vida devotou ao Piauí, especialmente Teresina, como se fosse aqui nascido. Porém jamais esqueceu sua terrinha no Maranhão, a região de Pastos Bons, onde foi fundar a necessária e importante Academia de Letras, História e Ecologia da Região, entidade que desde o seu nascimento vem publicando o simpático e oportuno jornal “Pastos Bons”, cujo órgão é por ele dirigido. A Academia de Pastos Bons completou, no dia 15 de março de 2019, 15 anos de profícuo trabalho em favor da literatura, da arte, da cultura e da ecologia da região.

          Pois bem, o senhor Doutor Celso Barros, na comemoração dos 15 anos de existência da dita Academia, estava lá, justo quando completava 97 anos vida bem vivida e bem amada.  Estava em Pastos Bons, a terrinha do seu berço. E assim, em reunião da Academia Piauiense Letras, seus membros proclamaram a data e prestaram a homenagem ao aniversariante.  Bem que muito mais valia a proeza de 97 anos de vida integral em corpo e espírito. Nada mais que justo, para um homem de tamanha envergadura, dentro de tal idade e que auguramos que vá muito longe e com saúde, íntegro como está, fazendo, sentindo e opinando, nos jornais, revistas e onde quer que que publique seus artigos. Respeitadíssimo sempre, pois seus atos e opiniões dão o exemplo, de homem competente e sábio.

          Mas, repito, não estou fazendo sua biografia, visto que a biografia dos homens de ação, corajosos, sapientes como Celso Barros Coelho não pode ser feita em vida. E que ele ainda tem muito o que dar, gozando de boa saúde física e mental. Meu proposto ao render-lhe esta homenagem, em primeiro lugar foi mostrar alguns dos momentos que com ele privamos e testemunhá-los aos meus leitores. Nem é bem um artigo, é uma crônica que vem de dentro do meu coração.

_____________

*Francisco Miguel de Moura, membro da APL, cadeira nº 8, que tem como Patrono o poeta J. Coriolano (José Coriolano de Sousa Lima). Texto publicado originalmente em http://franciscomigueldemoura.blogspot.com/

Sai de cena um homem que amava a vida

Cineas Santos (*)

Pastos Bons (MA), início da década de 1920. Numa casa humilde, um menino pequeno agoniza no leito de morte. Sem ter a quem recorrer, entre lágrimas e preces, a mãe da criança enferma prepara-lhe a mortalha. De repente, saído não se sabe de onde, aparece um mascate. Ao ver a criança, agonizando, o bufarinheiro aproxima-se do moribundo, toma-lhe o pulso e declara: “Ainda está vivo”. Em seguida, com autorização da mãe, ministra-lhe dose cavalar de um vermífugo eficiente. Reza a lenda que, antes de partir, teria afirmado: “Se não morrer até amanhã, vai viver cem anos”. Errou por muito pouco: Celso Barros Coelho viveu 101 anos.
Essa história, que me impressionou muito, me foi contada pelo professor Celso Barros há mais de 10 dez anos quando o entrevistei no seu local de trabalho. Sabendo do meu apreço por literatura, fez questão de me mostrar sua ampla biblioteca onde, entre milhares de livros de direito, figuravam os clássicos da literatura universal.
Tive a felicidade de ter sido aluno dele na antiga FADI, onde pontificava ao lado de Clemente Fortes. Comentava-se que os dois mestres disputavam, civilizadamente, o título de magister dixit da instituição. Celso era mais eloquente; Clemente, mais didático. Sorte de quem conviveu com os dois.
O que o ambulante de Pastos Bons não poderia imaginar é que aquele menino que ele furtara dos braços da morte viveria o bastante para tornar-se um dos intelectuais mais brilhantes de sua geração. Professor, advogado, jurista e político, Celso Barros Coelho foi, acima de tudo, um entusiasmado, na acepção original do termo. Hoje (10/07/23), a “indesejada das gentes” o calou, mas o seu legado permanecerá iluminando gerações. Assim seja.

(*) Professor e escritor.

Acadêmicos se despendem de Celso Barros

Membros da Academia Piauiense de Letras se despediram do professor, jurista e acadêmico Celso Barros Coelho através de mensagens postadas no Grupo de WhatsApp da APL.

Celso Barros faleceu hoje (10/07), aos 101 anos, em Teresina. Eis as mensagens de seus confrades na APL:

Hugo Napoleão

Meu profundo pesar aos familiares pelo falecimento do grande jurista Celso Barros, de quem tive a honra de ser colega na Câmara dos Deputados na legislatura de 1975 a 1979. Também fui seu Confrade na Academia Piauiense de Letras. Lá ele recebeu meu pai, terminando o discurso se referindo a ele e a mim: “Um o poder da glória; outro a glória do poder!” Iniciei meu discurso na Academia Brasiliense de Letras dizendo isso! Comecei com ele. Deus o abençoe e agasalhe para sempre!

Magno Pires

Meus sinceros pêsames pelo falecimento ilustre acadêmico, jurista, literato e humanista Celso Barros Coelho.

Que Deus o tenha no melhor lugar entre os mortos e fique, para sempre, na paz celestial

Reginaldo Miranda

Notícia triste!

Que Deus o receba em seu reino de glória!

O mundo jurídico piauiense fica mais pobre. E a APL perde um de seus principais quadros.

Carlos Evandro

Lamento. Meu ex-professor de Teoria Literária na antiga FAFI e um grande amigo.

Nelson Nery

Brava vida. 101 anos foi uma dádiva para ele e para o Piauí

Dilson Lages

Ícone do pensamento cultural do Piauí! Um iluminado no magistério, na literatura jurídica, na política! Uma figura humana extraordinária, com a vocação de transformar e servir! Que Deus o tenha! Viverá sempre na memória e na saudade de seus admiradores!

Fonseca Neto

Um mestre no sentido pleno da expressão. No dia em que falei com ele pela primeira vez, na década de 1970, disse-me seria feliz se chegasse aos 100 anos. Meu professor de Direito Civil. E se civilidade.  Feliz + 1 ano de lições que viveu. Adeus, mestre amigo.

Oton Lustosa

Partiu para eternidade CELSO BARROS COELHO, exemplo de advogado, jurista de renome, valoroso e eloquente tribuno, professor, literato, integrante dos quadros de nossa Academia Piauiense de Letras. Deixa o bom exemplo e uma inolvidável obra.

Luiz Ayrton

Morre um mito. Inicia-se o silêncio eterno do grande Professor Celso Barros.

Francisco Miguel de Moura

Envio meus pêsames a toda a família de Celso Barros. Ele está sendo recebido nos céus.

Fides Angélica

O professor e acadêmico Celso Barros Coelho jamais será substituído, porque único em sua multiplicidade intelectual de excelência! Sempre o saudava Celso Excelso, porque excelente em tudo que realizava.

Existirá pessoa que a ele se igualará? Dificilmente!

Vida longa e produtiva em toda a sua existência!

Felizmente, recebeu as homenagens a que fez jus pela inteligência e pelo cultivo dela.

Ideias e ideais que logrou realizar, em ser humano inexcedível na arte de viver com otimismo, bom humor, e muita atividade intelectual!

Zózimo Tavares

Celso Barros foi meu mestre, sempre, desde meus primeiros passos no jornalismo. Não fui seu aluno nos bancos escolares, mas com ele muito aprendi, fora da sala de aula, sobre política, literatura e, principalmente, sobre a vida. Uma presença sempre iluminada, solidária e alegre. Que sua alma seja acolhida na morada do Senhor!

APL divulga Nota de Pesar por Celso Barros

A Academia Piauiense de Letras divulgou Nota de Pesar pelo falecimento do acadêmico Celso Barros Coelho, ocorrido no início da tarde de hoje (10/07), em Teresina.

Na nota, a APL destaca a contribuição de Celso Barros ao magistério, à advocacia, à política e à cultura.

Ele faleceu aos 101 anos.

UFPI faz projeto de reforma do auditório da APL

O projeto arquitetônico de reforma e readequação do auditório da Academia Piauiense de Letras foi apresentado, em sua versão preliminar, à diretoria da instituição.

O projeto foi doado à APL pela Universidade Federal do Piauí, através do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, atendendo solicitação da diretoria feita através do vice-reitor Viriato Campelo.

A produção do projeto esteve a cargo do arquiteto e professor Paulo Vasconcelos e sua equipe, responsáveis pelos projetos de restauro de vários espaços culturais no Piauí.

Acompanharam a apresentação o presidente da Academia, Zózimo Tavares; a secretária geral, Fides Angélica, e o 1º secretário, Fonseca Neto, além dos acadêmicos Francisco Miguel de Moura e Felipe Mendes.

A reforma do auditório da APL será executada com recursos de emenda orçamentária do deputado Wilson Brandão.

O arquiteto Paulo Vasconcelos sugeriu outras intervenções no prédio da Academia, de modo a otimizar as suas atividades.