Nelson Nery relata andanças ao redor do mundo em ‘Contos de Viagem’

A Academia Piauiense de Letras dedica este sábado (20) para o lançamento de quatro obras, sendo três pertencentes à Coleção Século XXI: Contos de Viagem, de Nelson Nery Costa; Mediquês – “O falar nordestino, na consulta médica”, de Gisleno Feitosa; Histórias de Évora, de Elmar Carvalho, todos da Coleção Século XXI.

 Em Contos de Viagem, o presidente da Academia, Nelson Nery costa, relata suas descobertas, histórias e roteiros desbravados em vários países por onde passou, motivado pela experiência que teve ao escrever para a revista De Repente.

“Voltei a escrever literatura na maturidade, pois me concentrei no estudo do Direito e da História do Piauí e, quando retornei à ficção, não superei minha fase anterior, mas me diverti muito. O Pedro Costa, que gosta de aboiar as pessoas, acabou me convencendo a escrever contos para a Revista De Repente, uma das publicações mais longevas e com maior sucesso na cultura piauiense. No retorno de uma viagem a Croácia, escrevi o conto Casamento em Zagreb, como uma brincadeira, mas acabei gostando do texto. Com o convite, passei a fazer os contos para a revista acima, durante vinte meses ininterruptos, escrevendo quase profissionalmente, de 2009 a 2011”, explica.

Ele explica que se valeu do conto e da crônica para relatar seus passeios ao redor do mundo. “Não são propriamente contos, pois também são crônicas ao descreverem vários roteiros turísticos. Para mim, trata-se de contos-crônicas, juntando informações, descrições e reflexões típicas das crônicas, com uma breve e simples narrativa, matéria do conto. As informações e os dados históricos foram pesquisados, mas os lugares mencionados foram efetivamente visitados, apesar de algumas informaões poderem estar equivocadas ou desatualizadas”, comenta.

Também será lançado neste sábado o livro Cordéis Gonzaguianos e A festa da Asa Branca – Uma História com pássaros cantados por Luís Gonzaga, escrito por Wilson Seraine, um verdadeiro apaixonado pela vida e pela obra do Rei do Baião.

A solenidade de lançamento acontecerá neste sábado (20), no auditório da Academia Piauiense de Letras, a partir das 10h.

Festa literária irá celebrar os 100 anos da Academia Piauiense de Letras

Para comemorar o centenário da Academia Piauiense de Letras, que acontece neste ano, seus integrantes estão irmanados em torno de atividades visando registrar esse momento significativo na cultura piauiense. A trajetória secular está registrada em diversas publicações, principalmente em recentes coleções lançadas, na Revista da Academia, e na memória dos acadêmicos que já passaram por lá.

A data começou a ser lembrada com a publicação de duas coleções: a Coleção Centenário, que a partir de reedição de algumas obras do passado de enorme carga cultural, vem fazendo um resgate dessa história da literatura piauiense; e a Coleção Século XXI, que tem por objetivo oportunizar a publicação de autores novos, títulos inéditos, revelar nomes e, assim, enriquecer a literatura piauiense.
A Coleção Centenário vem sendo editada em forma de força-tarefa literária. Em todas as etapas até o lançamento, a iniciativa conta com a colaboração de vários acadêmicos, desde a coleta do material, até a revisão final. O início dos trabalhos se deu sob a coordenação do então presidente da APL, Reginaldo Miranda, e teve sequência pelo atual presidente, Nelson Nery Costa.

“Acho que ela faz um caleidoscópio da cultura, da literatura, da história e da geografia do Piauí dos últimos duzentos anos. Estão presentes obras como do Leonardo Castelo Branco, do início do século XIX, já com dois livros, até autores atuais, como Oton Lustosa, com o romance Meia-Vida. Além disso, tem autores como Lucídio de Freitas, Clodoaldo Freitas, Higino Cunha, Martins Napoleão, João Pinheiro, e muitas obras, com Da Costa e Silva, H. Dobal e Alvina Gameiro. Tem autores clássicos e autores ainda vivos, como Assis Brasil, Reginaldo Miranda e Paulo Nunes “, destaca Nelson Nery Costa.
Já a Coleção Centenário Século XXI é uma coleção inédita, com autores diversificados e diferentes fontes de financiamento. “É uma Coleção que está em formação e ainda com um perfil a ser definido com o tempo. Alguns autores são consagrados, como Celso Barros Coelho, com “Perfis Jurídicos Paralelos”, e artistas, como Lázaro do Piauí. Aposto muito na coleção que já está se aproximando de vinte números”, afirma o presidente.
Além dessas publicações, ao longo deste ano, a Academia está se preparando para receber eventos comemorativos. A expectativa é que a instituição receba o público em geral além de nomes da literatura piauiense, para festividade sem comemoração ao seu centenário. O calendário de atividades prevê que a casa se transformará em palco de lançamentos literários, bate-papos e discussões importantes acerca do Estado, de sua cultura, de sua gente.
Revista da Academia 
 
A trajetória da Academia Piauiense de Letras também está documentada na Revista da Academia, que terá mais uma edição lançada durante as comemorações do centenário. Trata-se da publicação mais antiga da APL. Data de janeiro de 1918, logo após a funda- ção da instituição, a primeira publicação, que ocorreu normalmente até 1929, com exce- ção do ano de 1920. Depois de seis anos sem circular, A revista volta a ser publicada em 1936 com a edição n.º 15, seguindo regularmente até o ano de 1939, com uma edição anual. Entre 1942 e 1943 são lançadas as edições n.º 19 e 20, respectivamente. A 21.ª edição só sai em 1962. A partir de 1972, sob a presidência de José de Arimathéa Tito Filho, a revista teve publicação regular.

Por: Yuri Ribeiro

Jonathas Nunes lança livro neste sábado

O ex-reitor da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) e membro da Academia Piauiense de Letras, Jonathas de Barros Nunes, lança, neste sábado (11), a obra “A moça da igreja e o homem da rosa vermelha”, um resgate da história de vida de seus pais Maria Baldoíno de Barros (dona Cota Nunes) e Aurino da Rocha Nunes, que se confunde com o resgate histórico sobre a macro-região de Picos. A relação de amor familiar é contada por Jonathas Nunes movido pela saudade e pelas lembranças, porém de forma contextualizada, permeando a história da cidade.

“Meus pais nasceram na última década da década de 1800. Famílias inteiras, fugindo das intempéries do sertão, encontraram ali a topografia do vale estuante de vida, cercado e protegido pelos picos picoenses. Duas famílias estão nesse meio. Dois de seus integrantes, nascidos na última década do século dezenove merecem aqui destaque. Um deles exibe na linhagem a presença dos Nunes, Rocha, Pereira e Araújo. O outro abre os olhos para a vida e chega aos Picos em plena noite de Natal de 1899; traz na fisionomia a eugenia dos Baldoínos, Barros, Leal e Borges. São movidos pelo fervor religioso, herdado do laço ibérico”, descreve o autor.

A obra é apresentada pela professora Maria Oneide Fialho Rocha, também ex-reitora da Uespi e integrante dessa linhagem familiar. Segundo Oneide, Jonathas, “no seu afã de pesquisador, adentrou nos caminhos da saga familiar, bebendo nas fontes da história oral e escrita. Nessa dinâmica, consultou arquivos, jornais, livros e sites em busca de pedras preciosas da história de sua família”.

Cid de Castro Dias toma posse na Academia Piauiense de Letras

Tomou posse na cadeira número 15 da Academia Piauiense de Letras o engenheiro Cid de Castro Dias na manhã deste sábado (30) na sede da APL. Cid de Castro, ao discursar, falou de sua satisfação em ocupar a cadeira de imortal da Academia por se tratar de um cargo ocupado por pessoas renomadas e importantes para o Piauí.

Cid de Castro já tem quatro obras publicadas, dentre elas uma sobre a historiografia do Piauí. Com a posse, agora ele ocupa a cadeira deixada por Deoclécio Dantas. Em sua profissão como engenheiro, ele participou da construção de obras importantes como as  do estádio Albertão, da Universidade Federal do Piauí e do Porto de Luís Correia.

O novo imortal agradeceu à oportunidade e à família. “Para mim não tem satisfação maior do que poder ocupar um lugar que os melhores nomes da intelectualidade do Estado ocupam. Agradeço à Academia Piauiense de Letras pela oportunidade e a minha família pelo apoio”.

Ele destacou que fica contente pelos acadêmicos acharem que ele já pode fazer parte da Academia como imortal. “O sonho de todo escritor é vir para a Academia, que na verdade não é o fim, mas o início de um outro trabalho e eu quero intensificar mais ainda a minha luta pela preservação ambiental”.

O presidente da APL, Nelson Nery Costa, disse que Cid é um poeta sensível e  gabaritado para ocupar a vaga “Não foi fácil escolher alguém para ocupar a vaga de Delclécio, mas escolhemos um que no momento achamos que fosse mais adequado que foi o Cid. Então, é uma pessoa que tem uma literatura diferente, voltada para a engenharia, mas que representa um resgate da própria história do Piauí”.