Academia faz doação de livros para o SESC Cajuína

A Academia Piauiense de Letras fez ontem (07/02) a doação de livros para a Biblioteca M. Paulo Nunes, do Centro Cultural do SESC Cajuína.

A entrega dos livros foi feita pelo presidente da APL, Zózimo Tavares, pela secretária geral, Fides Angélica Ommati, e pelo 1º secretário, Fonseca Neto.

Os livros entregues ao SESC Cajuína pertenciam à biblioteca particular do professor, escritor e acadêmico M. Paulo Nunes e foram doados à APL pela sua família.

Os livros foram recebidos pela gerente do SESC Cajuína, Iara Victor, para catalogação e incorporação ao acervo da Biblioteca M. Paulo Nunes.

O SESC Piauí é um dos parceiros da Academia Piauiense de Letras em várias ações culturais.

Mais dois livros são lançados na APL

Mais dois livros foram lançados ontem (04/02) na Academia Piauiense de Letras: A Esperança, de autoria do padre José Anchieta Arrais de Carvalho, e Por entre córregos e faxinas – a recriação do universo sertanejo em “Curral de Serras”, de autoria da professora Elenice Nery.

O primeiro foi apresentado pelo acadêmico José Itamar Abreu Costa e o segundo, pela acadêmica Maria do Socorro Rios Magalhães, em sessão conduzida pelo presidente da APL, Zózimo Tavares.

A Esperança é um livro de meditação e nasceu no contexto da pandemia da Covid-19, que explodiu no mundo como uma profunda ameaça à vida.

Em meio a momentos desafiadores, o autor se deteve na meditação para levar uma palavra de esperança e alento a tantas pessoas que passavam por dificuldades diante do avanço da pandemia.

Por entre córregos e faxinas, publicado pela APL, é um estudo sobre o romance Curral de Serras, da piauiense Alvina Gameiro, que integrou a Academia Piauiense de Letras.

Padre Anchieta fala sobre o seu livro.

Acadêmico Itamar Costa apresenta livro “A Esperança”.
Acadêmicos acompanham lançamentos.
Acadêmica Socorro Rios Magalhães apresenta livro.
Professora Elenice Nery: estudo sobre romance de Alvira Gameiro.

Da Serra da Capivara ao Sertão de Cabrobó

Da Serra da Capivara ao Sertão de Cabrobó

Elmar Carvalho (*)

1

Neste sábado, dia 28/01/2023, aconteceu a primeira reunião de nossa APL, após o recesso do final/começo de ano. Todos os acadêmicos que foram ao passeio turístico-cultural a São Raimundo Nonato, Parque Nacional de Serra da Capivara (situado em partes dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias) e Oeiras foram unânimes em dizer que a viagem foi excelente e proveitosa.

Em minha breve fala, enalteci o passeio, fixando os pontos que achei mais importantes, seja por achá-los mais interessantes, curiosos ou surpreendentes. Na empolgação do discurso, disse que me sagraria o Pero Vaz de Caminha dessa expedição, e escreveria uma crônica sobre ela. É o que tento fazer agora, sem nenhuma consulta a anotações, já que não as fiz.

No sábado, dia 21, seguimos em nossa viagem, cujo ponto de partida foi o estacionamento da Ponte Estaiada Mestre Izidoro França. Procurei uma poltrona perto da janela, através da qual fui olhando a paisagem e as pequenas cidades e povoações, que tantas vezes vi, à límpida luz do sol ou à penumbrosa luz do luar, quando mourejei por vários anos em longínquas comarcas do sul do Piauí. 

Conduziu o ônibus o excelente e prestativo motorista Valdenir José da Costa e foi responsável pela viagem a educada e solícita Jaqueline Nobre, que prestou impecável assistência aos expedicionários, quase todos legalmente idosos, mas, na prática, jovens acima dos sessenta anos. Fizemos uma parada estratégica e logística na progressista Água Branca, cidade do coração, quase diria natal, do presidente Zózimo Tavares, comandante em chefe da expedição. O local da parada não poderia ser mais apropriado: era a lanchonete dos irmãos Sales, frequentadíssima, onde se pode degustar um delicioso e legítimo bolo frito ou um requeijão de primeira qualidade, além de outros quitutes.

Seguindo o plano e o roteiro da viagem, almoçamos em Floriano, e sem mais delongas marchamos rumo a São Raimundo Nonato, em plena caatinga. A viagem transcorreu sem nenhum acidente ou incidente digno de reparo, exceto um que poderia ter sido trágico, mas que a graça de Deus o mitigou. Dona Mécia, esposa do poeta Francisco Miguel de Moura, meu amigo há várias décadas, quando já estávamos nos aproximando de nosso destino, ao se levantar, com o ônibus em movimento, caiu sobre a escada do veículo, mas felizmente só teve dois pequenos ferimentos e hematomas, na região da cabeça. Logo chegamos a SRN e ela recebeu os necessários cuidados médicos, sem constatação de que houvesse algo de maior gravidade. O confrade Plínio Macedo e sua tia Socorro Macedo, por serem naturais da cidade, prestaram todo o apoio a Mécia, que no dia seguinte já estava em plena vitalidade, tanto que lhe disse, brincando, em analogia a um filme de ação, que ela era “dura na queda”.   

Nos instalamos no Real Hotel, no centro da cidade, e seguimos para o prédio do SENAC, em cujo auditório ocorreria a solenidade de nossa Academia. Foi exibido o documentário sobre a história da APL, dirigido e editado por Luciano Klaus, com roteiro do presidente Zózimo Tavares. Foi também projetado o vídeo (clipoema) Miragens de Serra da Capivara, com poema de Elmar Carvalho, fotografias do médico Valdeci Ribeiro de Carvalho, e editado por Claucio Ciarlini. Ambos os audiovisuais foram bastante aplaudidos pelos presentes. O professor universitário Gênesis Naum Farias me solicitou cópia do poema, para publicação em sítio internético.

Após, a mesa foi composta por Zózimo Tavares, presidente da APL, Carmelita de Castro Silva, prefeita municipal, Magno Pires, vice-presidente da APL, Fonseca Neto, palestrante e 1º secretário, além de outras autoridades. A cerimonialista foi a jornalista Vanize Lemos, que exerceu com maestria o seu mister. Houve ainda o lançamento do livro/álbum Piauí – terra querida, filha do sol do equador, com textos e esplêndidas fotografias de André Pessoa.

Fonseca Neto, em sua brilhante palestra, em seu estilo próprio, inimitável, falou da importância do trabalho da confreira Niede Guidon, das descobertas, estudos e análises do apurado labor arqueológico, bem como do notável significado das pinturas rupestres, e da importância disso tudo para a história do Piauí, do Brasil e do mundo.

Ao ouvi-lo fiquei imaginando as labutas, as lutas, as agruras que esses nossos ancestrais, esses “capivarões de Guidon”, no dizer fonsequiano, tiveram que enfrentar, ao relento ou em furnas esconsas, sofrendo picadas de insetos e as chicotadas do frio noturno, das chuvas e das tempestades.

No dia seguinte, domingo, fomos conhecer os cantos e encantos do Parque Nacional de Serra da Capivara. Os cantos porque conhecemos vários sítios e pontos turísticos e os cantos maviosos de aves álacres e belas, como corrupiões, bem-te-vis, galos-de-campina, sabiás e chico-pretos. E encantos porque o parque é todo cheio de encantos, que nos proporcionam sua floresta bem preservada, seus paredões rochosos, e as serranias ao longe. A famosa pedra-furada acaso não seria um portal para uma outra dimensão, talvez ainda mais bela? Alguém já a teria atravessado, em tempos imemoriais, que se perdem na voragem do próprio tempo? Jamais teremos resposta para esse mistério.

Ao fim do périplo, um dos guias, ao saber que eu tinha um poema sobre Serra da Capivara, me disse também ter feito versos, em que louvava essas louçanias, e me conduziu até um tipo de mandacaru, de espinhos pequenos e bem flexíveis. Num gesto quase ritualístico ou de prestidigitação, pôs as pontas dos dedos no topo de um dos “galhos” do cacto e os moveu de cima para baixo, na forma e na velocidade adequadas, e fez surgir o rumor de água, como a escorrer por um córrego, que imaginei ornado por belos seixos. Que mistério encerraria essa singular sonoplastia, nascida de uma planta típica das caatingas secas, adustas, de poucas chuvas, que imitava o som de água corrente, tão cara aos ouvidos dos sertanejos? 

Após o almoço em restaurante do parque, fomos conhecer o Museu da Natureza, concebido em avançada tecnologia, que nos proporcionou diversas experiências sonoras, táteis e visuais, e no campo eletromagnético. Vimos projetados enormes paquidermes, com seus rugidos assustadores, além de imagens panorâmicas e aéreas de todo o parque.

Tive a nítida sensação de sobrevoar os imensos paredões e desfiladeiros, quando usei o simulador de asa delta, que proporciona imagens cinematográficas em 3 dimensões. Me senti um anjo, sem peso e sem pecado, a voar sobre um abismo vertiginoso de beleza, que um dia sobrevoarei de verdade, quando eu partir para a outra dimensão de uma das casas do Pai, como prometeu Jesus Cristo, de que eu tive a prefiguração nesse voo de mentirinha. 

Fomos em seguida visitar o Museu do Homem Americano, na cidade de São Raimundo Nonato. É um misto de museu convencional, com a formação de ambientes e de exposição de diversos objetos, oriundos das escavações nos diversos sítios arqueológicos do Parque de Serra da Capivara, como utensílios diversos, vasilhas, vasos, armas, pontas de flecha, facas rudimentares, urnas funerárias, esqueletos de animais e de antigos habitantes da caatinga capivarense, e de museu tecnológico, em que imagens são projetadas, sobretudo as das pinturas rupestres, em que se veem animais e as antiquíssimas pessoas da região, em situações que sugerem danças, rituais e outras atividades, inclusive amorosas, como a afamada cena do beijo pré-histórico.

Antes do retorno ao hotel, prestamos singela homenagem ao Dr. Raul Macedo, pai do confrade Plínio Macedo e do Des. Pedro Macedo, ao pé do monumento que tem o seu busto. Foi o primeiro médico do município. Por seu espírito solidário e humanitário, prestou relevantes serviços à região sanraimundense.

À noite, fomos jantar em uma churrascaria perto do nosso hotel. Fizemos breve e alegre libação comemorativa. Ao voltarmos ao hotel, conversamos sobre poesia e poetas. Instigado pelo jornalista e documentarista Luciano Klaus, terminei falando da velha Zona Planetária, mítico cabaré campomaiorense, cujos casarões foram destruídos num forte inverno implacável, de chuvas constantes e torrenciais, mas que ainda remanescem num poema de minha autoria, de igual título, cujos versos iniciais recitei na noite sanraimundense: “Anfion percorre os sulcos / dos discos das vitrolas e as / emoções são alinhadas pedra a pedra. / Apolo é qualquer moço feio / que nos vitrais Narciso se julga. / De repente, Átropos corta o fio da vida / que era tecido pelas Parcas lentamente / pelos golpes de facas, adagas ou estiletes / nas mãos de um velho Pã embriagado.” E a câmara indiscreta de Klaus tudo viu e tudo registrou para os arquivos implacáveis de Luciano.

Na manhã do dia seguinte, cedo, logo após o café, arribamos para a velha Oeiras. Seguimos pela estrada que passa por São João do Piauí, que me fez lembrar do padre Solon Aragão e do poeta Adail Coelho Maia, e pela cidade de Simplício Mendes, na qual foi juiz por alguns anos o confrade e Des. Oton Lustosa. Por essa urbe passei algumas vezes, no início de minha carreira de julgador, em demanda de minha longínqua Comarca de Socorro do Piauí. No entorno do monumento ao médico Isaías Coelho, Oton Lustosa fez breve pronunciamento em que relembrou a sua atuação magistratural na cidade e um pouco de sua vida civil e familiar, ainda com escasso tempo de casado. Foi cumprimentado por velho servidor da Justiça, que dele guardava boas recordações.

Ao rever a estátua do célebre médico Isaías Coelho, me lembrei de histórias que li ou ouvi contar a seu respeito. Numa época em que não havia praticamente exames médicos, mormente na região, tinha grande clientela. Muitos vinham de longínquas paragens para se consultar com esse esculápio do sertão. Pelos seus diagnósticos e medicamentos certeiros, ganhou fama de ter dotes mediúnicos, quase um taumaturgo, senão mesmo um demiurgo. Morreu celibatário, talvez porque tenha desejado dedicar o maior e o melhor esforço de sua vida exclusivamente ao exercício da medicina.

2

À colonial e episcopal Oeiras chegamos um pouco depois do meio-dia.

Nos hospedamos no Hotel do SESC, cujo nome homenageia o nosso estimado confrade Moisés Reis. Já o Carlos Rubem, guardião dos vetustos solares e da cultura de Oeiras, Promotor de Justiça (e de cultura, como já disse alhures), nos esperava com a sua lhaneza de sempre.

Fez questão de mostrar aos expedicionários uma bela placa metálica, que estampa, no hall do hotel, o meu poema Noturno de Oeiras. Inclusive, no dia seguinte, ele terminou por transformar o jovem governador Rafael Fonteles numa espécie de garoto propaganda do meu poema, ao lhe fotografar ao lado da placa e ao gravar rápido vídeo, com o gestor se referindo ao Noturno.

Após breve descanso, fomos fazer um pequeno passeio turístico. Visitamos o sobrado Major Selemérico, que foi na Oeiras colonial e imperial o Palácio dos Governadores. Vimos os retratos dos presidentes da Província e os governadores do Piauí no período republicano. Vimos a mesa grande, rústica, em que Manuel de Sousa Martins, depois Visconde da Parnaíba, decidiu a adesão do Piauí ao movimento em prol da Independência do Brasil.  É um prédio simples, despojado, sem ostentação de objetos luxuosos, mas em que a história de um tempo antigo parece nos espreitar dos beirais, dos velhos assoalhos, das enrugadas paredes, das frestas dos velhos móveis, da escadaria de pedra.

Estivemos no Solar do Major Doca Nunes, ancestral do ex-governador Wilson Martins. Nesse museu vimos muitos móveis antigos e muitos objetos artísticos, entre os quais belas pinturas e esculturas. Nosso guia exemplar foi o poeta e economista Olavo Braz Barbosa Nunes Filho, que com sua forte e clara voz tudo nos explicava, tudo nos esclarecia, inclusive sobre alguns aspectos da vida familiar de Doca. Muito fiquei honrado quando ele, após elogiar o meu Noturno, me entregou o seu lindo livro/álbum Pedaços de Mim, em que são exibidos textos em prosa e em versos de sua autoria, além de excelentes fotografias autorais de paisagens, plantas, igrejas e obras de arte sacra, sobretudo de Oeiras. 

                Tivemos o prazer de olhar vários compartimentos da vetusta catedral de Nossa Senhora da Vitória. Percorremos sua nave. Vimos velhas imagens de santos. Contemplamos seu retábulo principal, tão bem retratado pelo escritor oeirense Dagoberto de Carvalho Jr., em seu estilo castiço e clássico, em páginas admiráveis, inclusive na sua excelente magna obra Passeio a Oeiras, de cuja sexta edição tive a honra de ser o prefaciador. Visitamos as capelas. Vimos algumas lápides e perguntamos pela do Visconde da Parnaíba, o homem que por maior lapso de tempo governou o Piauí. Uma das pessoas que nos acompanhavam nos informou que o corpo do ilustre oeirense fora enterrado debaixo do altar-mor, mas sem nenhum sinal ou marca, que pudesse indicar o seu jazigo. Seu nome, que não consta em nenhuma lápide, que não encima nenhum epitáfio, contudo está grafado em letras imortais em todos os livros da História Piauiense.

Com a ajuda de guia experiente, devassamos todos os meandros e recônditos do Museu de Arte Sacra, instalado no antigo Palácio dos Bispos. Vimos a Galeria dos Bispos, inclusive do primeiro, Dom Expedito Lopes, que se encontra em processo de beatificação. Fundou o Ginásio Municipal de Oeiras, do qual foi diretor e professor. Sua vida foi tragicamente ceifada, quando servia na Diocese de Garanhuns, pelo padre Hosana de Siqueira e Silva, que se rebelou contra sua admoestação. Seu algoz veio também a ser assassinado algumas décadas depois.

Vimos muitos utensílios sacros, pinturas, esculturas, móveis, além de paramentos de antigos bispos e fotografias. Entretanto, não pudemos ver a famosa e valiosíssima custódia de ouro maciço, cravejada de pedras preciosas, trabalho da mais refinada ourivesaria portuguesa, que, segundo o historiador Pe. Cláudio Melo, fora doada à matriz de Oeiras, no tempo de Tomé de Carvalho, pelo mestre-de-campo Bernardo de Carvalho e Aguiar. Fica guardada em um cofre, em recinto hermeticamente fechado. Essa custódia, que já fora roubada em tempos antigos, só é exibida uma vez por ano, por ocasião da procissão e da missa de Corpus Christie. Segundo Carlos Rubem, quando esse ostensório é levantado na procissão ou na missa, como que um frêmito parece comover os fiéis, numa quase epifania, ousaria dizer. 

À noite, no Cine-Teatro Oeiras, uma das obras marcantes do coronel Orlando Carvalho, foi realizada a sessão especial da Academia Piauiense de Letras e do Instituto Histórico de Oeiras – IHO, de que sou sócio correspondente. Além de membros das duas instituições e pessoas da sociedade oeirense, compareceram várias autoridades, entre as quais o governador, o prefeito municipal, deputados e vereadores. Compuseram a mesa o presidente da APL Zózimo Tavares, o governador Rafael Fonteles, o presidente da Assembleia Legislativa, Franzé Silva, o prefeito José Raimundo de Sá Lopes, o presidente da Câmara Municipal, Espedito Martins, o ex-governador Wilson Martins, a presidente do IHO, Inácia Rodrigues Ferreira, o bispo diocesano Dom Edilson Soares Nobre,  o 1º secretário da APL, Fonseca Neto, e os conferencistas Moisés Reis e Reginaldo Miranda.

Foram exibidos o documentário sobre a História da APL (direção e edição de Luciano Klaus, e roteiro de Zózimo Tavares) e o clipoema Noturno de Oeiras, poema de Elmar Carvalho, com produção, fotografias e edição de Inamorato Reis, interpretado por Claucio Gonçalves de Carvalho. Ambos os vídeos foram entusiasticamente aplaudidos.

Moisés Reis, advogado de notável competência e ética,  em nome do IHO, pronunciou um magnífico discurso de recepção, com sua voz pausada, de límpida e bela entonação. Traçou breve panorama da história da Academia, da qual é destacado integrante, e fez a exímia louvação de alguns de seus patronos e membros. Não sou tão humilde a ponto de deixar de transcrever o trecho com que ele me distinguiu:

“E foi assim que o amigo e confrade Elmar Carvalho, filho de Oeiras pelos laços formais de merecido título de cidadania, que já havia se tornado oeirense por coração, vocação, predestinação e devoção, como afirma em seu opúsculo “Oeiras na Alma e no Coração” foi assim, repito, que o prezado confrade, alimentado pelo espírito secular e modelador da alma, interpretou muito bem a característica peculiar, idiossincrásica, do cidadão oeirense, através de seus poemas, crônicas, textos literários e discursos. Quem, desta cidade, não já recitou o seu célebre poema Noturno de Oeiras, ‘navegando na noite de um tempo que não termina?’”

O outro orador da noite foi o grande historiador Reginaldo Miranda, que se houve com não menos brilhantismo, ao pronunciar esplêndida conferência sobre a data magna de 24 de Janeiro, em seu bicentenário. Falou sobre a importância e significado dessa efeméride, quando o brigadeiro Manuel de Sousa Martins encabeçou o movimento que marcou a adesão do Piauí à Independência do Brasil e ao império instituído por D. Pedro I, com a instituição de uma junta governativa, da qual ele era o presidente. Fez vibrante elogio ao inolvidável fato histórico e arrancou entusiasmados aplausos de todos os oeirenses.    

No dia 24, data em que se celebra a adesão do governo do Piauí à Independência do Brasil, os acadêmicos da APL fomos participar da solenidade comemorativa dessa efeméride no Memorial do 24 de Janeiro, em que, além do ato de levantamento das bandeiras do Brasil, pelo governador Rafael Fonteles, do Piauí, pelo ex-governador Wilson Martins (em cujo governo foi erigido o Memorial, com exceção da estátua de bronze do Visconde da Parnaíba) e de Oeiras, pelo prefeito José Raimundo, o governador do Estado depositou uma corbélia de flores aos pés da estátua do brigadeiro Manuel de Sousa Martins.

Após essa cerimônia, fomos ao centro, no carro que conduzia Wilson Martins e o caro José Augusto Nunes, seu primo, antigo caçador (de conversa) na Furna da Onça, dileto amigo, que considero o último Fidalgo da Velha Mocha, onde visitamos a Galeria do Divino, que Olavo Braz criou e instalou, sem ajuda do poder público, em casa de sua propriedade, no entorno da Praça das Vitórias. Todos os objetos de arte sacra exibidos nesse espaço cultural foram por ele adquiridos. Creio tenha ele se inspirado no Museu do Divino de Amarante, criado às expensas do professor Marcelino Leal Barroso de Carvalho, e por este mantido em casa sua, igualmente sem ajuda oficial. Nessa galeria ele também expõe, em chapas de vidro, variados poemas de oeirenses ou sobre a velha cap, entre os quais, para gáudio meu, o Noturno de Oeiras.

Nos dirigimos, guiados pelo incansável e intimorato Carlos Rubem, à Casa de Pólvora, localizada nas cercanias da igreja do Rosário, no bairro de igual nome. É um edifício rústico, com uma única porta de madeira maciça, feito em pedra de cantaria.

Consta que no dia 13 de dezembro de 1822, vários oeirenses encapuzados renderam os guardas, subordinados ao comandante das armas, o português João José da Cunha Fidié, que já se encontrava em Parnaíba, e levaram as armas e munições que encontraram nesse paiol. Deram uma boa surra nos guardas e desapareceram no vão da história, sem que nunca se lhes descobrissem as identidades, pelo que ficaram como heróis anônimos.

3

À tarde, após o almoço e breve repouso, iniciamos a viagem de retorno a Teresina, via Regeneração, em que se se contemplam deslumbrantes paisagens, do alto de serras, e se percorre longo trecho da Chapada Grande. Também se veem extensas plantações de soja, que se perdem na linha do horizonte.

Fizemos breve parada turística, afetiva e sentimental em Regeneração, em virtude de que o Des. Oton e eu exercemos por vários anos a magistratura nessa histórica Comarca e de que nela, há várias décadas, o ex-presidente Reginaldo Miranda exerce a advocacia com proficiência, zelo e ética, e também pelo fato de que nós três temos o Título de Cidadãos Honorários dessa cidade e município, outrora vila e aldeamento nos tempos coloniais e imperiais. Reginaldo e o advogado Márcio Freitas, que participou da excursão com o seu filho João Gabriel, jovem bem informado e já um erudito, são casados com regenerenses. O Luciano Klaus gravou breves depoimentos, no entorno da imponente igreja de São Gonçalo, dos confrades Oton, Reginaldo e deste escrevinhador metido a escrivão.

Os acadêmicos Oton Lustosa e Reginaldo Miranda discorreram sobre suas ligações telúricas, afetivas e sentimentais com a cidade, assim como a respeito de suas experiências pessoais e laborais.

Em meu depoimento, recordando os velhos tempos do aldeamento indígena, falei que por ela e nas suas imediações passaram índios alegres, que gostavam de música e de dança; que o próprio padroeiro São Gonçalo fora um santo alegre e festeiro, a tocar sua viola; que os folguedos de São Gonçalo deveriam ser incentivados; que nela passara três a quatro dias, no começo dos anos 70, no apogeu de minha adolescência, tão estuante de vida e entusiasmo, quando nela dançara e namorara; que me batizara regenerense, na ocasião em que na companhia do soldado Raimundinho ou Pereira visitara as nascentes efervescentes do Mulato, a molhar a cabeça com uma cuia e quando recebi o meu Título de Cidadania, proposto pelo vereador Neto Leal. Falei ainda do meu esforço em movimentar com a possível celeridade os inúmeros processos. 

Sugeri ao Klaus fosse feito um documentário da viagem. Notei pela sua evasiva e sorriso maroto que isso já estava planejado por ele e pelo roteirista Zózimo Tavares. Nada mais lhe foi perguntado e nada mais ele disse.

Fizemos nova parada na indefectível Lanchonete Sales, na amorável e aprazível Água Branca do presidente Zózimo.

Em algum ponto da viagem, já nos aproximando de Teresina, de microfone em punho, a Jaqueline Nobre nos convocou a dizermos algumas palavras sobre a viagem. Os que falamos fomos unânimes em dizer que a expedição fora excelente e sem nenhum percalço digno de nota, exceto aquele a que já me referi.

Julgo importante acrescentar que, durante a viagem, se formaram várias rodas de conversas, entre os passageiros que se encontravam em cadeiras vizinhas. Participei de uma roda formada por Reginaldo Miranda, Fonseca Neto e a professora Socorro Barros, da qual vez ou outra participavam Márcio Freitas e João Gabriel Freitas. A conversava girava sobre assuntos diversos e aleatórios, mas com predominância de temas culturais e históricos. Aprendi muito com todos eles.

Encerrando o meu mister de escrivão da viagem, afirmo que não seguirei o exemplo de Pero Vaz de Caminha, que em sua magnífica carta a El-Rei, verdadeira certidão de nascimento do Brasil colonial, fez um pedido de ordem pessoal e aludiu, de maneira insólita, a certas vergonhas. Assim, nada pedirei e terei vergonha suficiente para não falar na vergonha de quem quer que seja.

Ao anoitecer, no estacionamento da Ponte Estaiada, ponto inicial e final da viagem, encontramos a nos esperar os nossos familiares e entes queridos. Como nos velhos filmes: The end.  

(*) Participaram da viagem: Valdenir José da Costa, Jaqueline Nobre, Zózimo Tavares e Regina, Jasmine Malta, Des. Oton Lustosa e Lindaura, Márcio Freitas, João Gabriel, Cremísia, Luciano Klaus, Jairo Moura, Maykon Douglas, Vanize Lemos, Plínio Macedo, Francisco Miguel de Moura e Mécia, Reginaldo Miranda e Maira, Fonseca Neto, Socorro Barros e Elmar Carvalho. Obs.: os acadêmicos Magno Pires, padre Tony Batista e Moisés Reis foram em transporte próprio.  

(*) Poeta e membro da APL.

SENAC de São Raimundo Nonato já formou mais de 25 mil alunos

O SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) de São Raimundo Nonato, onde a Academia Piauiense de Letras realizou sua primeira sessão fora de sua sede, em Teresina, é uma das 49 unidades do Sistema SESC/SENAC/Fecomércio no Piauí.

A unidade do SENAC de São Raimundo Nonato foi inaugurada em 1º de outubro de 1998, como Centro de Formação Profissional “Gasparino Ferreira dos Santos”.

Desde a sua criação, este Centro já atendeu cerca de 25 mil alunos/pessoas e diversas empresas em diversos cursos e áreas.

Possui sede própria composta pelos seguintes ambientes: duas salas de aula convencionais, um laboratório de informática, um laboratório de saúde, um laboratório de moda, um laboratório de beleza, um auditório com capacidade para 80 pessoas e salas administrativas e uma cozinha didática – pedagógica, além de biblioteca.

A APL reuniu-se solenemente em 21 de janeiro no auditório Herculano Moraes, que homenageia um dos membros da instituição.

Herculano nasceu em São Raimundo Nonato e foi um dos principais nomes da Literatura Piauiense, destacando-se como incentivador da cultura nos municípios.

Educação profissional

Além dos cursos oferecidos na programação o Senac, a Unidade de São Raimundo Nonato beneficia também a comunidade em atendimentos gratuitos e ações sociais, como: Banco de Oportunidade de Empregos, Rede de cursos à distância (técnicos, de graduação e pós-graduação), Programa Senac Gratuidade, atendimento no Salão de Beleza, Palestras e concessão do auditório para eventos.

Segundo Aloana de Araújo Gomes Negreiro, diretora local do SENAC, desde a sua inauguração, a Unidade do Senac de SRNonato tem demonstrado sua efetiva participação no desenvolvimento tanto das pessoas como de empresas de toda macrorregião, traduzidas em horas de trabalho, seriedade, dinamismo e comprometimento para com a instituição e seus clientes, sempre focados na melhoria dos serviços e, principalmente, na qualidade da educação profissional dos sanraimundenses.

“Ao  assumir  o compromisso de oferecer formação profissional de qualidade, proposta pedagógica eficiente, organizada e unificada nacionalmente, com ambientes pedagógicos modernos, material didático de qualidade, corpo docente e equipe técnica competentes, o Centro de Educação Profissional de São Raimundo Nonato garante há mais de 20 anos a entrega de qualificação profissional sólida, pautada na excelência  para  fortalecer o mercado, fortalecendo igualmente as organizações e o comércio de todo o entorno”, afirmou.

Expansão

Ao todo, o Sistema Sesc/Senac e Fecomércio no Piauí tem 48 unidades fixas no Piauí: Parnaíba e Luís Correia com 10 Unidades; Floriano com 4 Unidades – uma delas de cinco andares em construção; Picos com 4 unidades; SRNonato 2 unidades; São João do Piauí uma unidade; Guaribas uma unidade; Acauã uma unidade; Piripiri duas unidades; Bom Jesus uma unidade; Campo Maior uma unidade; Barras uma unidade; Oeiras uma unidade; Piracuruca, uma unidade; Teresina nove unidades e iniciando a unidade 10; Esperantina – uma unidade em implantação.

A Fecomércio ocupa três prédios – dois em Parnaíba e um em Teresina. Houve um salto na expansão física das instalações da Federação, que, antes da gestão Valdeci Cavalcante (hoje membro da APL) tinha apenas dois prédios do Sesc em Teresina e dois prédios do Sesc em Parnaíba.

O sistema possuía um prédio do Senac em Teresina e outro em Parnaíba. A Fecomércio não possuía sede. Funcionava numa garagem para automóvel de um diretor. Agora são 46 unidades para abrigar todo o Sistema, pois está sendo construído um edifício garagem de 4 andares na Rua Simplício Mendes-N.

Boa formação

Os cursos oferecidos nessas unidades são nas áreas de Gestão, Comércio, Turismo e Hospitalidade, Conservação e zeladoria, Imagem Pessoal, Informática, Comunicação, Design, Artes, Tecnologia Educacional, Idiomas, Educação Ambiental e Saúde.

O SENAC é bastante procurado por empresas para encaminhamento de ex-alunos a emprego. Esta procura deve-se à boa formação profissional recebida pelo aluno, atendendo ao projeto pedagógico da instituição que qualifica o profissional conforme o perfil exigido pelo mercado de trabalho.

Curso de Design Interior no Senac SRN (2021).
Aloana Negreiro, gerente do Senac SRN.
Acadêmicos Fonseca Neto, Plínio Macêdo, Zózimo Tavares e Elmar Carvalho à entrada do auditório.
APL reunida no auditório Herculano Moraes, no Senac SRN.
Fachada do Senac SRN, no centro da cidade.

Niède Guidon recebe diploma da APL

A arqueóloga e cientista Niéde Guidon recebeu o diploma de membro da Academia Piauiense de Letras durante a visita oficial da instituição ao município de São Raimundo Nonato, dias 21 e 22 passados.

O documento foi entregue no escritório da residência da acadêmica, situada na área do Museu do Homem Americano, tendo em vista que ela, por motivo de saúde, não pôde participar da sessão realizada no auditório do Senac de São Raimundo Nonato.

A cientista tomou posse na Cadeira 24 da Academia Piauiense de Letras em 27 de novembro de 2020.

A sessão para sua posse foi realizada no formato virtual, em função da pandemia da Covid-19, daí porque o diploma não foi entregue na ocasião.

Niéde Guidon recebeu seu diploma das mãos do presidente da APL, Zózimo Tavares, que estava acompanhado dos acadêmicos Fonseca Neto (1º secretário), Oton Lustosa e Plínio da Silva Macêdo.

Além do diploma, ela recebeu também a veste acadêmica, em cerimônia reservada da qual participaram ainda a professora Rosa Trakalo, da Fundação Museu do Homem Americano, e a empresária Socorro Macedo.

APL sobe aos sertões

Fonseca Neto (*)

Um fato sem similar na existência secular da Academia Piauiense de Letras: uma sessão fora da cidade de Teresina, sua sede e capital do Piauí. Aconteceu, em dose dupla. A APL foi a São Raimundo Nonato e Oeiras, sertão de dentro do Estado.

Excursão, mesmo expedição, planejada ainda no começo de 2020, antes do ataque covidiano. Agora, sim. E foi um prodígio.

As academias em geral são forjadas para os compartilhamentos e mesuras amenas da vida urbana, naquele sentido de ajuntamento distinto da ruralidade. São elas associadas a centros de estudo e a universidades, também estas chamadas de Academia.

Mais remotamente, devem ter existido nas antiquíssimas Índia e China, no Egito multimilenar, no arquipélago que os helenos cobriram de exercícios de pensar e disseminaram narrativas a mancheias. Alexandria, ali por perto, e as ágoras gregas, são uma referência mais próxima dessas organizações, tudo antes da refundação cristianista. Todos conhecemos o que viria depois; o que veio.

Pois a APL, reduto virtuoso de escritores destacados, puxa tais linhas longas dessas tradições. Emprega-se em escrevinhar o Brasil a partir do Piauí, sendo a instituição cultural local com maior índice de publicação de livros e revistas. Ressalvo a Editora Nova Aliança, que é comercial mas se orienta por notável vocação em dá vazão a bons títulos lavrados aqui.

Em São Raimundo, a APL foi ver, e viu, a extraordinária experiência que ali acontece, no campo da investigação científica e interdisciplinar sobre a “origem do homem americano”, elaborando um conhecimento apurado e que põe o Piauí num ponto de visibilização muito oportuno em face da inteligência aprimorada. E não somente do “homem”, ali se remexe os acúmulos de milhões de anos de fauna, vegetais e pedras.        

Foram diversos momentos de contato com essas experiências – incluindo um encontro com sua líder – que o grupo expedicionário realizou. Sessão formal com palestras, recitações, jantares… Idas a museus e, melhor, visita ao Parque Nacional da Serra da Capivara, inscrito pela Unesco como patrimônio mundial, cultural e ambiental da Humanidade.

O autor destas linhas integrando a expedição, todos estivemos diante da icônica pedra furada, contemplando-a, de seu terreiro, que lembra um átrio de majestoso templo, esculpido pela natureza em transe, isto é, no tempo e o vento quando ali confluem e transam sob a injunção do Cosmos.

Estivemos sob a imensa concha talhada em que foram gravadas as “pinturas rupestres” mais conhecidas do sítio.

Em Oeiras, cidade-patrimônio nacional, o segundo ponto dessa viagem da APL, para integrar a celebração da lembrança dos acontecimentos de 24 de janeiro de 1823, que levaram à adesão do Piauí ao Império sustentado por D. Pedro I, desde o ano anterior.

Ali, a APL, em solenidade cultural-cívica pujante, juntamente o Instituto Histórico de Oeiras e o Governo do Estado, inaugurou-se o Ano Acadêmico de 2023, com ardentes cantatas de hinos ufanos, solenes falas sobre a cidade-mãe do Piauí e, nos sentidos da localidade, alusões sobre a força do protagonismo da antiga capital na construção do separatismo do Norte em relação a Portugal.

Acadêmicos também visitaram museus, monumentos, além da catedral concluída em 1733, erguida com e sobre os imensos lajedos que forram em pedra a cidade fundada pelos padres Miguel e Tomé de Carvalho, em 1697, cumprindo uma missão pastoral de 1696 em nome do bispo.

Inesquecível para os visitantes de longe, a audição e visão do referido hino de Oeiras, cujo estribilho aclama a antiga póvoa do Mocha como cidade Invicta! Que luta, reluta. Cidade cujos pagos sustentam a existência de um povo crente, laborioso, reverente a seu passado.

A APL contemplou nesses dias diferentes de sua própria história, uma Oeiras-relicário das tranqueiras longamente dadas. Também de uma Oeiras já expandida fisicamente e cada vez mais envolvida num esforço de se deixar caminhar sob os impulsos virtuosos das engrenagens da indústria do turismo, atividade contemporânea mais que vital na economia das trocas reais, tangíveis e simbólicas.

Conhecer mais e melhor o Piauí para além de Teresina é uma urgência. Há cidades vibrantes, bonitas, com cantos e recantos e com iniciativas que lhes permitem organizar um rumo de futuro mais auspicioso.  A APL voltou mais piauiense que nunca.

(*) Professor, historiador e membro da APL.

APL se instala em Oeiras

A Academia Piauiense de Letras se instalou oficialmente em Oeiras, onde abriu o Ano Acadêmico de 2023.

A sessão solene com este objetivo foi realizada ontem (23/01) à noite com o Cine Teatro Oeiras lotado.

A cerimônia se realizou nas comemorações do bicentenário da Independência do Brasil no Piauí e dos 50 anos de fundação do Instituto Histórico de Oeiras.

A sessão se compôs de duas partes. Na primeira, foi exibido documentário O sonho que saiu do papel, filme sobre a história da APL, com direção do documentarista Luciano Klaus.

A seguir, houve a exibição do videopoema Noturno de Oeiras, do poeta e acadêmico Elmar Carvalho.

Oeiras na Independência

Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente da APL, Zózimo Tavares, e contaram com a presença do governador Rafael Fonteles; do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Franzé Silva; e do bispo diocesano de Oeiras, Dom Edilson Soares Nobre.

A aclamação das efemérides foi feita pelo 1° secretário da Academia, Fonseca Neto, também presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí.

A presidente do Instituto Histórico de Oeiras, professora Inácia Rodrigues Ferreira, se pronunciou destacando a importância do evento.

O acadêmico Moisés Reis, sócio do Instituto Histórico de Oeiras, fez o discurso de recepção à Academia.

O acadêmico e historiador Reginaldo Miranda fez palestra sobre Oeiras na Independência do Brasil, com ênfase na participação do Visconde da Parnaíba no movimento.

O governador Rafael Fonteles destacou a importância da iniciativa da Academia em buscar a sua interiorização, começando pela Primeira Capital.

Ele frisou que a Academia faz história ao realizar sessão fora de sua sede, prestigiando os polos de cultura do interior do Piauí.

Outras presenças

Participaram da sessão os acadêmicos Elmar Carvalho, Francisco Miguel de Moura, Fonseca Neto, Magno Pires (vice-presidente da APL), Moisés Reis, Oton Lustosa, Plínio da Silva Macêdo, Reginaldo Miranda e Tony Batista.

Também se fizeram presentes à cerimônia o prefeito de Oeiras, José Raimundo Sá Lopes; o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Francisco Expedito Nunes Martins; e o ex-governador Wilson Martins, além de secretários de Estado, deputados, intelectuais, professores, estudantes e outros convidados.

Sessão conjunta da APL/IHO na Primeira Capital.
Acadêmico Fonseca Neto na aclamação das efemérides.
Acadêmico Moisés Reis faz saudação à APL e convidados.
Acadêmico Moisés Reis saúda a APL e convidados.
Acadêmico Reginaldo Miranda fala sobre a Independência do Brasil no Piauí.
Governador Rafael Fonteles destaca iniciativa histórica da Academia.

APL faz sessão no berço do homem americano

Três momentos marcaram a sessão solene especial da Academia Piauiense de Letras realizada ontem (21/01) à noite em São Raimundo Nonato.

Na primeira parte, foi exibido o documentário O sonho que saiu do papel, filme sobre a história da APL, com duração de 22 minutos e direção do documentarista Luciano Klaus.

Em seguida, houve a exibição do videopoema Miragens da Serra da Capivara, do poeta e acadêmico Elmar Carvalho, com declamação do autor.

Na segunda, foi proferida palestra do historiador e acadêmico Fonseca Neto sobre a contribuição de São Raimundo Nonato à história da humanidade.

Por fim, houve o lançamento do livro Piauí – Terra Querida, Filha do Sol do Equador, do jornalista André Pessoa.

Interiorização da APL

A sessão da APL foi realizada no auditório Herculano Moraes, no SENAC de São Raimundo Nonato, sob a presidência do acadêmico Zózimo Tavares.

Participaram da sessão, ainda, os acadêmicos Elmar Carvalho, Francisco Miguel de Moura, Magno Pires (vice-presidente da APL), Oton Lustosa, Plínio da Silva Macêdo e Reginaldo Miranda.

O evento contou com a participação da prefeita de São Raimundo Nonato, Carmelita Castro; da vereadora Katiúscia, representando a Câmara Municipal; da diretora local do SENAC, Aloana de Araújo Gomes Negreiro; e do representante da OAB-PI, Alexandre Cerqueira da Silva, além de outros convidados.

O presidente da APL informou que se tratava de uma sessão histórica, a primeira que a Academia realizava fora de sua sede, em Teresina, dando início ao programa de interiorização de suas atividades.

Acadêmicos Plínio Macêdo, Magno Pir4es, Zózimo Tavares, Reginaldo Miranda, Oton Lustosa, Fonseca Neto e Elmar Carvalho com André Pessoa.

APL se reúne em São Raimundo Nonato

A Academia Piauiense de Letras faz, neste sábado (21/01), a sua primeira sessão solene fora de sua sede, localizada em Teresina.

Os acadêmicos estarão reunidos a partir das 19h30 no auditório do Senac de São Raimundo Nonato.

Durante a solenidade, será exibido o filme “O Sonho que saiu do papel“, sobre a história da APL, dirigido pelo documentarista Luciano Klaus.

O ponto principal da cerimônia será a palestra “São Raimundo Nonato na história da humanidade”, a ser proferida pelo historiador e acadêmico Fonseca Neto.

No encerramento haverá o lançamento do livro “Piauí – Terra Querida, Filha do Sol do Equador”, do jornalista André Pessoa, e exibição do vídeopoema “Miragens da Serra da Capivara”, de Elmar Carvalho.

Os acadêmicos visitarão os Museus do Homem Americano e da Natureza, além do Parque Nacional Serra da Capivara.

O presidente da APL, Zózimo Tavares, destacou que o evento assinala o início do programa de interiorização da Academia.

Outros municípios serão visitados oficialmente pelos membros da Academia Piauiense de Letras ao longo deste ano.

Três intelectuais da São Raimundo Nonato integram os quadros da APL: Cid de Castro Dias, Plínio da Silva Macêdo e Niéde Guidon.

José WELLINGTON Barroso de Araújo DIAS

Perfil do Acadêmico

Sexto ocupante da Cadeira 12, que tem como patrono Antônio Coelho Rodrigues. Eleito em 12 de fevereiro de 2022, na sucessão de Wilson Carvalho Gonçalves, e recebido em 19 de março do mesmo ano pelo acadêmico Zózimo Tavares Mendes. Autor do livro Macambira, premiado em 1980 no Concurso de Contos João Pinheiro, da Secretaria Estadual de Cultura.

Cadeira:  12
Posição: Atual
Antecedido por: Wilson Carvalho Gonçalves
Data de nascimento: 5 de março de 1962
Naturalidade: Oeiras – PI
Data de eleição:  12 de fevereiro de 2022
Data de posse: 19 de março de 2022
Acadêmico que o recebeu: Zózimo Tavares Mendes

Biografia:

José Wellington Barroso de Araújo Dias nasceu em Oeiras, Piauí, em 5 de março de 1962, e foi criado no município de Paes Landim, no Vale do Fidalgo. Bancário, radialista e escritor. Estudou Letras na Universidade Federal do Piauí (1982). Cursou Políticas Públicas e Governo, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998) e tem especializações no exterior.

Trabalhou no Banco do Nordeste do Brasil, Banco do Estado do Piauí e Caixa Econômica Federal, da qual é funcionário aposentado de carreira. Trabalhou ainda na Rádio Difusora de Teresina.

Outras atividades:

Em 1985, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores e iniciou suas atividades sindicais como integrante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e presidente da Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef), entre 1986 e 1989. Foi presidente do Sindicato dos Bancários do Estado do Piauí, de 1989 a 1992.

Iniciou sua carreira na política em 1992, como vereador de Teresina. Em 1994, elegeu-se deputado estadual. Em 1998, foi o primeiro deputado federal eleito pelo PT no Piauí. Em 2002, foi eleito, em primeiro turno, para o cargo de governador do Piauí, sendo reeleito em 2006. Elegeu-se senador em 2010. Em 2014, foi eleito mais uma vez, em primeiro turno, governador do Estado, sendo reeleito em 2018, também em primeiro turno. Foi um dos articuladores do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste), vindo a presidi-lo a partir de setembro de 2020.

Em 2022, Wellington Dias foi coordenador nacional do Fórum dos Governadores do Brasil. No mesmo ano foi eleito para o Senado, mais uma vez, licenciando-se do mandato para assumir em 2023 o cargo de ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome no Governo do Presidente Lula.

Bibliografia:

Tem atuação também na literatura. É contista e cronista, autor do livro Macambira, premiado em 1980 no Concurso de Contos João Pinheiro, da Secretaria Estadual de Cultura. O livro foi publicado em 1995. Teve vários outros contos premiados: Maria Valei-me (1984) – que recebeu menção honrosa pelo “Concurso de Contos João Pinheiro”. Escreveu as peças Reisados da Minha Terra e Estamos Todos Inocentes. Foi incluído nas coletâneas O Conto na Literatura Piauiense (1981) e Novos Contos Piauienses (1984). Lançou pela editora Quimera os livros As Tiradas de Tio Sinhô (2007) e A Melancia do Presidente (2018), ambos de crônicas de humor político.

(Atualizado em janeiro de 2024).

Discurso de Posse: em breve

Discurso de Recepção: em breve

LUIZ AYRTON Santos Júnior

Perfil do Acadêmico

Oitavo ocupante da Cadeira 16, que tem como patrono Taumaturgo Sotero Vaz. Eleito em 13 de fevereiro de 2021, na sucessão de Eustachio Portella Nunes Filho, e recebido em 13 de abril do mesmo ano pelo acadêmico Nelson Nery Costa. Autor do livro Mxxxx.

Cadeira: 16
Posição: Atual
Antecedido por: Eustachio Portella Nunes Filho
Data de nascimento: 10 de julho de 1961
Naturalidade: Teresina – PI
Data de eleição: 13 de fevereiro de 2021
Data de posse: 13 de abril de 2021
Acadêmico que o recebeu: Nelson Nery Costa

Biografia:

Luiz Ayrton Santos Júnior nasceu em Teresina, Piauí, a 10 de julho de 1961. É médico, professor universitário e escritor. Formado pela Universidade de Pernambuco. Mestre em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) e Doutor em Cirurgia pela UFPE.

Mastologista pela Sociedade Brasileira de Mastologia. Bioeticista. Professor de Bioética do Departamento de Medicina Especializada da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Fundador e professor da Faculdade de Medicina (FACIME) da Universidade Estadual do Piauí (UESPI).

Outras atividades:

Presidiu a Academia de Medicina do Piauí. Membro da Academia de Ciências do Piauí e da Academia Brasileira de Médicos Escritores. Membro fundador da Academia Brasileira de Mastologia. Presidente da Sociedade Brasileira de Bioética (PI). Presidente da Sociedade Piauiense de História da Medicina. Vice-Presidente da Sociedade Piauiense de Médicos Escritores. Presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Cirurgia (PI).

Empreendedor social. Fundou 8 instituições médicas e 6 culturais. Organizou em 1998 a Fundação Maria Carvalho Santos, que cuida da problemática do câncer de mama. Coordena dezenas de projetos sociais em educação, saúde, promoção do diagnóstico precoce do câncer de mama, adaptação social da pessoa com câncer e práticas de advocacy. Coordenador da Brigada Mandu Ladino e membro da Associação dos Amigos das Serra da Capivara.

Bibliografia:

É autor da Editora Atheneu (Rio de Janeiro), tendo 62 capítulos de livros de medicina escritos, editado três revistas médicas e 15 livros, sendo dois de poesia (O branco da maçã e outros lapsos e Objeto Presença) e um de literatura infantil. Também participou de várias antologias.

(Atualizado em janeiro de 2024).

Discurso de Posse: em breve

Discurso de Recepção: em breve

CLIMÉRIO de Sousa FERREIRA

Perfil do Acadêmico

Quinto ocupante da Cadeira 36, que tem como patrono Vicente de Paulo Fontenele Araújo. Eleito em 9 de abril de 2022, na sucessão de Francisco de Assis Almeida Brasil, e recebido em 11 de junho do mesmo ano pelo acadêmico Dilson Lages Monteiro. Autor de 15 livros de poesia. Compositor. Gravou discos com os irmãos Clodo e Clésio. Um deles, “São Piauí”, é considerado pela crítica como um álbum antológico da MPB.

Cadeira: 36
Posição: Atual
Antecedido por: Assis Brasil
Data de nascimento: 27 de março de 1943
Naturalidade: Angical do Piauí – PI
Data de eleição: 9 de abril de 2022
Data de posse: 11 de junho de 2022
Acadêmico que o recebeu: Dilson Lages Monteiro

Biografia:

Climério de Sousa Ferreira nasceu em Angical do Piauí, a 27 de março de 1943. É jornalista, professor e poeta. Formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília, na qual tornou-se depois professor.

Durante cinco anos, foi pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, São Paulo, onde cursou mestrado em Tecnologia da Educação. Fez estudos de pós-graduação também no Canadá. Aposentou-se em 1992 como professor da Faculdade de Comunicação da UnB.

Outras atividades:

Compositor, desde a juventude, tem forte presença no cenário cultural de Brasília, para onde se transferiu no início da década de 1960, e da Música Popular Brasileira. Tem mais de 100 composições gravadas por diferentes intérpretes como Ednardo, Fagner, Belchior, Dominguinhos, Elba Ramalho, Amelinha, Milton Nascimento e Fernanda Takai.

Produção musical: LP São Piauí (Clodo, Climério e Clésio, RCA Victor, 1977); LP Chapada do Corisco (Clodo, Climério e Clésio, CBS, 1979); LP Ferreira (Clodo, Climério e Clésio, RCA Victor, 1981); LP A Profissão do Sonho (Clodo, Climério e Clésio, Disco Independente); LP Clodo, Climério e Clésio (Disco Independente, 1991); LP Afinidades (Som da Terra, 1993); CD Tiro Certeiro (Clodo, Climério e Clésio, Trombone Cultural); CD Canção do Amor Tranquilo (1995) e Climério Ferreira (Discoteca, 2001).

A Sessão Solene de posse do acadêmico foi realizada no Cine Teatro da Universidade Federal do Piauí, no Espaço Cultural Rosa dos Ventos, como parte da programação oficial do 20º SaLiPi – Salão do Livro do Piauí. Climério fora homenageado no ano anterior com o nome do Salão, realizado de forma virtual, em função da Pandemia da Covid-19. Após a sua posse, houve show com repertório de suas canções e de seus irmãos, interpretadas pelas bandas Os Lucas e as Fulô do Sertão.

Bibliografia:

Memórias do Bar do Pedro e outras canções (1975); Canto do Retiro (1977); A Gente e a Pantasma da Gente (1978); Alguns Pensames (1979); Essa Gente (1980); Artesanato Existencial (1998); Pretéritas Canções (2006); Memorial de Mim (2007); Da Poética Candanga (2010); Poesia Mínima & Frases Amenas (2011); Poesia de Quinta (2017); O Destino Azul das Estrelas (2018); Poesia Sem Anestesia (2019) Canções de Amor & Desespero (2021) e A Música Imóvel do Tempo (2022).

(Atualizado em janeiro de 2024).

Discurso de Posse:

Discurso de Recepção: