Abertura do Salipi 21, no Espaço Cultural Rosa dos Ventos/UFPI.
A solenidade de abertura do Salão do Livro do Piauí 2021 foi realizada ontem (13/12) à noite, no Espaço Cultural Rosa dos Ventos, da Universidade Federal do Piauí.
A Academia Piauiense de Letras se fez presente à cerimônia através de seu presidente, Zózimo Tavares.
Após a abertura oficial, houve lançamento do livro “Os gatos quando os dias passam”, do poeta Thiago E.
A outra atividade da noite de abertura foi o show da banda Validuaté, no Palco Marcos Peixoto (montado no estacionamento do Espaço Rosa dos Ventos).
A edição deste ano do Salipi é dupla e homenageia os poetas piauienses Graça Vilhena e Climério Ferreira.
O evento prossegue até domingo, com vasta programação.
Formato híbrido reduzido
Esse ano o Salipi adotou o formato híbrido por conta da pandemia da Covid-19.
Por isso, no momento da inscrição para palestras e seminários no site oficial do evento (www.salipi.com.br), o público poderá optar em participar dos espaços presencialmente ou de forma virtual. Outra mudança é com relação aos livreiros. “Estamos em formato reduzido, com poucos livreiros participando esse ano”, explica Edilva Barbosa, uma das coordenadoras do Salipi.
Saiu de cena hoje (28/11/ ) Francisco de ASSIS Almeida BRASIL ( 92 anos de idade), um dos grandes nomes da moderna literatura brasileira. Certa feita Assis afirmou: “Eu não vivi; tive apenas vida literária”. Não era força de expressão: o autor de Beira Rio Beira Vida escreveu mais de cem obras, de literatura infanto-juvenil a ensaios filosóficos.
Piauiense, de Parnaíba, Assis Brasil viveu quase sempre distante do Piauí. Jornalista, professor, ficcionista e crítico literário, tornou-se conhecido a partir de 1965 quando publicou Beira rio beira vida, romance que lhe rendeu o Prêmio WALMAP, obra integra a Tetralogia Piauiense, que se completa com A Filha do meio quilo, O salto do cavalo cobridor e Pacamão. Dez anos depois, voltaria a ganhar o mesmo prêmio com Os que bebem como os cães.
Quando H. Dobal foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras (2002), na companhia de alguns amigos, fui ao Rio de Janeiro com o poeta. Já no final da homenagem, apareceu Assis Brasil escorando-se nas paredes do auditório. Com voz sumida, explicou: “Estou saindo de uma depressão terrível” e mais não disse. Cumprimentou o Dobal e desapareceu.
Em 2006, os organizadores do SALIPI resolvemos homenageá-lo. Coube a mim a incumbência de convidá-lo. Assis Brasil agradeceu a homenagem, mas afirmou que, por problemas de saúde, não poderia vir a Teresina. Recorremos à professora Francigelda Ribeiro, amiga do escritor, para tentar convencê-lo a vir. Depois de demorada negociação, Assis afirmou que viria, mas, em hipótese alguma, falaria ao público. Contrafeito, veio.
Às 19 h, Assis Brasil adentrou o auditório do Centro de Convenções de Teresina para a abertura da 4ª edição do SALIPI. Ao ser anunciado, as 700 pessoas que lotavam o espaço levantaram-se e o aplaudiram por mais de dez minutos. Aturdido, emocionado e feliz, Assis agarrou o microfone e falou mais de 40 minutos. Afável e cordial, respondeu às perguntas, distribuiu autógrafos, ressuscitou… Emocionado, não me contive e repeti G. García Márquez:” O que a felicidade não curar nada cura”. No ano seguinte, Assis Brasil mudou-se de mala e cuia para Teresina onde, festejado pelo público e sob o guarda-chuva do afeto de Leonardo Dias, escreveu mais uns dez livros.
Seu silêncio deixa-nos mais pobres e mais tristes. De qualquer forma, sua obra permanecerá viva.
(*) Professor, escritor, editor e membro do Conselho Estadual de Cultura.
Dom Jacinto preside o ato de lançamento do livro sobre Dom Severino/Imagens: Renato Bezerra
A Arquidiocese de Teresina e a editora Nova Aliança lançaram neste domingo (21/11), no Palácio Episcopal, o terceiro volume da Coleção “Sucessores dos Apóstolos em Teresina”.
A obra traz a biografia e a ação pastoral de Dom Severino Vieira de Melo, o terceiro bispo do Piauí.
Ele governou a Diocese entre 1924 a 1955. Foi também o primeiro arcebispo de Teresina.
O ato de lançamento foi presidido pelo arcebispo metropolitano de Teresina, Dom Jacinto Brito, e contou com a presença de convidados.
Duas sobrinhas-netas do biografado, ambas residentes em Teresina, participaram do evento.
A Academia Piauiense de Letras se fez representar pelo seu presidente, Zózimo Tavares, e ainda pelos acadêmicos Itamar Costa, Plínio Macedo e Fonseca Neto, este autor da obra, juntamente com o professor Paulo Libório.
Membros do clero na capital, como o vigário-geral de Teresina, Tony Batista, e padres de paróquias dos municípios também participaram do lançamento.
Estiveram ainda no evento o senador Elmano Férrer, o deputado federal Flávio Nogueira e a deputada estadual Teresa Brito.
A obra é dedicada à memória de Dona Socorro Claudino. Seus filhos Cláudia e João Vicente agradeceram a homenagem.
A Coleção “Sucessores dos Apóstolos em Teresina”, idealizada por Dom Jacinto, já lançou também os volumes sobre Dom Joaquim e Dom Otaviano, os primeiros dois bispos do Piauí.
A Academia Piauiense de Letras divulgou nota de pesar pelo falecimento do arquiteto e empresário Raimundo Dias, ocorrido hoje (20/11), em São Paulo, onde estava hospitalizado para tratamento contra a Covid-19.
Raimundo Dias era irmão do engenheiro, professor e acadêmico Cid de Castro Dias.
A nota da APL destaca também a contribuição de Raimundo Dias ao Piauí e enumera grandes obras que foram projetadas por ele.
Solenidade de certificação de mestres da cultura popular e grupos folclóricos/Imagens: CCOM
A passagem do Dia Nacional da Cultura foi comemorada hoje (5/11) no Piauí com a entrega de certificados do Registro no Patrimônio Vivo a mestres da cultura popular e grupos folclóricos piauienses.
Os beneficiados passarão a contar com um auxílio financeiro vitalício e mensal do Estado como compromisso de manter vivas as tradições da cultura piauiense.
O Governo Estadual beneficia, este ano, 30 mestres ou grupos da cultura popular.
O evento foi realizado no Palácio de Karnak e presidido pelo governador Wellington Dias.
Regulamentação
Em fevereiro deste ano, o Governo do Estado regulamentou, por meio de decreto, a Lei do Patrimônio Vivo do Estado do Piauí (nº 5.816/2008).
O edital que selecionou os mestres e grupos recebeu o nome do professor Cineas Santos.
Com isso, mestres e grupos que atuam em ofícios tradicionais piauienses reconhecidos no Brasil e no mundo – tais como arte santeira, renda de bilro – ou manifestações culturais ligadas à dança, música e literatura de cordel passam receber aporte financeiro para transmitir seus conhecimentos e experiências.
A vice-governadora Regina Sousa, os secretários de Cultura, Fábio Novo, e de Fazenda, Rafael Fonteles, participaram do ato, que contou ainda com a presença dos presidentes do Conselho Estadual de Cultura, Nelson Nery, e da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares, entre outros convidados.
Governador dá posse à Comissão nas comemorações do Dia do Piauí. Imagem/CCom
A Comissão Piauí 200 anos, que vai trabalhar as atividades das comemorações do bicentenário da Independência, foi empossada no Dia do Piauí, em cerimônia realizada no Theatro 4 de Setembro.
Ao dar posse à Comissão, o governador Wellington Dias afirmou que ela vai trabalhar até 2023.
“É um conselho composto por intelectuais, cientistas, pessoas dos setores público e privado que vão ter a responsabilidade de trabalhar um cronograma com filmes, livros, homenagens para resgatar conhecimentos e reviver a memória para ter um planejamento futuro”, comentou.
Quatro membros da Academia Piauiense de Letras integram a Comissão Piauí 200 anos: Felipe Mendes, que representa a APL, tendo Elmar Carvalho como suplente; Fonseca Neto, representando o Instituto Histórico e Geográfico do Piauí; e Nelson Nery Costa, suplente do Conselho Estadual de Cultura.
O presidente da APL, Zózimo Tavares, informou que a Academia, através de seus representantes na Comissão, já começou a coletar subsídios para as celebrações dos 200 anos da Independência.
Academia Maçônica faz seu primeiro encontro presencial após a pandemia
A Academia Maçônica de Letras do Piauí (AMALPI) retomou ontem (11/10) a sua agenda de eventos presenciais.
Depois de discutir a pauta de sua primeira sessão depois da pandemia da Covid-19, que trouxe o isolamento social, a AMALPI ofereceu almoço de confraternização aos acadêmicos.
O evento foi realizado em sua sede seguindo os protocolos sanitários e levando em conta também que todos os acadêmicos já estão vacinados.
A sessão foi presidida pelo acadêmico Valdeci Cavalcante, que anunciou para breve a publicação de uma nova edição da revista da entidade.
Todos os acadêmicos presentes deram seu testemunho da falta que sentiram dos encontros presenciais durante a prolongada pandemia.
O presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares, participou da sessão da AMALPI a convite de seu presidente.
Três membros da APL integram também a Academia Maçônica de Letras do Piauí: Elmar Carvalho, Oton Lustosa e Valdeci Cavalcante.
Fachada da Biblioteca Patativa do Assaré, de Vila Nova do Piauí
Imagine uma cidade de 3 mil habitantes, dos quais 900 visitam a biblioteca municipal todo mês. Esta cidade existe e fica no semiárido nordestino. Trata-se de Vila Nova do Piauí, na microrregião de Picos.
Fundado em 1996, cinco anos depois o novo município criava a Biblioteca Pública Municipal Patativa do Assaré, inaugurada no dia 28 de setembro de 2001.
A biblioteca comemora os seus 20 anos com a conquista do primeiro lugar no programa Recode Bibliotecas, pelo desenvolvimento de práticas de inovação, sustentabilidade e transformação social e digital.
É um prêmio nacional, no qual a Biblioteca de Vila Nova do Piauí garantiu a medalha de ouro e ficou no topo das premiadas, destacando-se como a primeira do ranking geral e da Região Nordeste na fase 2020.
Em segundo lugar ficou a Biblioteca Municipal Prof. Alencar Assis – São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais.
A 3ª colocação foi para a Biblioteca Pública Municipal Viveiro das Letras, de Porto Velho em Rondônia.
A 4ª colocação foi alcançada pela Biblioteca Beatriz Schwab de Brasília/DF e, a Biblioteca Pública Municipal de Pojuca, na cidade Pojuca, Bahia, em 5º lugar.
As cinco primeiras colocadas de cada fase ganham equipamentos para apoiar o uso de tecnologia em seus espaços, como notebooks (1º e 2º lugar), TV de 32? (3º lugar), data show (4º lugar) e impressora multifuncional (5º lugar).
O Prêmio
O Recode Bibliotecas é um programa nacional de estímulo à transformação social e digital de comunidades através do protagonismo dos espaços de leitura.
Para isso, oferece apoio e formação por meio de um percurso formativo que percurso visa o desenvolvimento de uma nova programação nas bibliotecas, em sintonia com as demandas locais, tendo a inovação e a tecnologia como aliadas.
O Recode atua em parceria com o Movimento Bem Maior, que tem como objetivo fortalecer uma rede de bibliotecas públicas, comunitárias, escolares e universitárias em todo o país.
Biblioteca Patativa do Assaré: livros, xadrez, música e dança no mesmo local.
‘Chá das 5‘
A coordenadora da Biblioteca Patativa do Assaré, professora Marli Veloso, foi a entrevistada do “Chá das 5” de quinta-feira passada (9/11).
O programa é apresentado semanalmente pela Academia Piauiense de Letras na TV Nestante (YouTube).
A professora contou a história da biblioteca, as atividades desenvolvidas e as conquistas alcançadas, sendo a principal delas a motivação dos jovens pela leitura.
Ela disse que a missão da biblioteca é a de contribuir para a formação de leitores críticos e sujeitos de sua própria história e de ser instrumento de democratização do acesso ao livro, à leitura e à literatura.
O nome da Biblioteca é uma homenagem a uma das vozes mais contundentes da poesia popular brasileira, Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré.
Acompanhe a entrevista ao “Chá das 5” no link abaixo:
O antigo centro social do município de Currais, que estava desativado, abriga agora o Centro Cultural Júlia Rodrigues.
O espaço conta com auditório, salas para oficinas de canto, dança, música e pintura, além sala de administração, cozinha e alojamento para os professores.
Foram investidos R$ 245 mil na reforma, executada pelo Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Cultura – Secult.
“Toda cidade do Piauí merece ter um espaço de cultura. Currais é uma cidade que tem a tradição de rabecas e um forte festival junino, o que movimenta culturalmente o município. A partir de agora, Currais conta com um espaço para que possamos dinamizar a cultura e profissionalizar com cursos permanentes”, disse o secretário de Cultura, Fábio Novo, durante a inauguração da nova casa.
O prédio tem uma área de quase 245 metros quadrados e está situado no centro da cidade.
O local ganhou uma decoração especial, com elementos da cultura nordestina e das tradições presentes em Currais.
As salas que receberão as oficinas de música estão equipadas com cadeiras, mesas, além de instrumentos musicais como violão, teclado, tambor, zabumba, tamborim, pandeiro e outros.
Uma ampla sala de dança também vai abrigar oficinas e ensaios de grupos juninos, uma forte tradição na cidade.
A Academia Piauiense de Letras tem procurado uma maior aproximação com os polos culturais do interior do Piauí, através do programa “Chá das 5”, apresentado toda quinta-feira, às 17h, na TV Nestante (YouTube).
Intelectuais e produtores culturais de várias regiões do Piauí já foram entrevistados no programa. Com isso, a APL busca promover uma conexão com os polos regionais e locais de cultura.
Já foram entrevistados, entre outros, os professores e escritores Claucio Ciarlini; da Academia Parnaibana de Letras; Ernâni Getirana, da Academia de Letras e Artes de Pedro II; e Ozildo Batista de Barros, que influenciou uma geração de autores na região de Picos.
O presidente da APL, Zózimo Tavares, disse que é fundamental esse contato da Academia com os escritores e produtores culturais que vivem praticamente isolados no interior e afastados da cena cultural de Teresina.
Ele adiantou que a Academia promoverá outros eventos para estreitar e intensificar essa relação, de modo a dar voz e visibilidade também aos que fazem cultura nos municípios.
O acadêmico observou que a APL trouxe também para o seu programa nomes nacionais das letras, como os escritores Aldo Rebelo e Carlos Castelo, de São Paulo; e Edmilson Caminha Júnior e Paulo Castelo Branco, de Brasília.
“Chá das 5” recebe Ozildo Batista de Barros, de Picos.