APL e a ACIPI lançam obra de Jonathas Nunes neste sábado

A Academia Piauiense de Letras em conjunto com a Academia De Ciências do Piauí (ACIPI), lançarão, neste sábado (22), às 10h, o livro “Uespi: entradas e bandeiras”, de autoria do acadêmico Jonathas de Barros Nunes, que pertence às duas academias.

A solenidade vai acontecer no auditório da Academia de Ciências do Piauí.

A obra conta a história da Universidade Estadual do Piauí durante os 7 anos em que Jonathas Nunes assumiu a reitoria da instituição.

SOBRE O AUTOR: É PhD em Física Relativística pela University of London King’s College, England. Professor titular aposentado da UFPI; Coronel da reserva do Exército Brasileiro; Titular vitalício da centenária Academia Piauiense de Letras – APL; Titular Vitalício da Academia de Ciências do Piauí-ACIPI e Titular Vitalício da Academia Luso-Brasileira de Letras – ALBL.

APL lança duas obras neste sábado

Neste sábado (25), a partir das 10h, a Academia Piauiense de Letras vai lançar duas obras sobre história do Piauí: “Memórias dos Confins – a saga de vaqueiros, heróis e jagunços nos ermos sertões onde começou o Piauí”, do acadêmico Jesualdo Cavalcanti Barros (1940-2019), com apresentação da juíza federal Marina Rocha Cavalcante Mendes; e “Os Jesuítas no sertão do Piauí – 50 anos entre fazendas e rebanhos (1711-1760)”, de Maria Betânia Guerra Negreiros Furtado, com apresentação do professor Dr. Viriato Campelo.

A obra “Memórias dos Confins” trata do começo do Piauí, do povoamento das terras do Gurgueia e de sua gente. O livro apresenta, segundo o autor, uma verdade inconteste: de lá veio a colonização do Piagohy (como inicialmente se chamou essas terras), pois ali foram assentadas as primeiras sesmarias (1676), enquanto, somente em 1684 foi concedida a primeira sesmaria do Vale do Piauí /Canindé. A cultura de criação do gado, que mais tarde representou a economia da região, portanto, veio da Bahia, se assentou inicialmente nas terras de Parnaguá, onde se encontram traços de uma época de opulência e riqueza, que marcou a história do Império.

No livro “Os Jesuítas no sertão do Piauí – 50 anos entre fazendas e rebanhos (1711-1760)”, a autora faz o recorte temporal que se inicia em 1711 – começo do século XVIII e ano da chegada dos inacianos à região sudeste do Piauí – e finda em 1760, com a expulsão dos padres da Companhia da região. É sobre este período, os 50 anos em que residiram no Piauí, mais criando gado do que exercendo a missão evangelizadora, que discorre o trabalho.

Acadêmico Pe. Tony Batista lança livro com concerto

Com repertório encantador, em um concerto de piano e canto erudito, foi lançada a obra Pontes, Diálogos e Partilha, de autoria do Acadêmico Antônio Soares Batista (Pe.Tony), sábado (27), às 10h, na Academia Piauiense de Letras.

A abertura do evento contou com a apresentação da 5ª Sinfonia – Opus 64, 2º movimento de Tchaikovsky, compositor russo, pelo pianista Rodrigo Melo. Ele também tocou Noturno em Dó Menor – Opus Póstumo, de Frédéric Chopin, compositor e pianista polonês. As peças intercalaram a cerimônia.

A jornalista Cláudia Brandão fez a apresentação do livro e explicou que a obra é uma coletânea de textos do padre sobre diferentes assuntos, mas sempre com o mesmo viés, a ligação do ser humano com o Divino, e não só pelo ponto de vista teológico, mas também pelo social, onde ele fortemente atua.

Na ocasião, a soprano e performer Késsia Lopes apresentou a peça lírica “Se tu m’ ami, se sospiri”, de Pergolesi, compositor italiano barroco. Késsia também dramatizou a peça “O mio babbino caro”, de Giacomo Puccini, compositor de óperas italiano.

A médica e escritora Fernandina Maria Fonseca fez a leitura do artigo “Reorganizando valores a partir da solidão da quarentena”.

As participações encerraram com a leitura de um artigo do livro “São José lá de casa”, pelo radiojornalista Joel Silva, da Rádio Pioneira de Teresina.

Padre Tony agradeceu a oportunidade de lançar seu livro na Academia Piauiense de Letras.

“Estou sentindo muita alegria e muito orgulho, porque a APL é uma luta permanente pela arte, pelo conhecimento, pela beleza e pela literatura. Estou muito feliz de estar junto aos meus amigos e confrades deste especial sodalício”, enfatizou Tony Baptista.

Wilson Martins apresenta e autografa livros aos acadêmicos

O ex-governador e escritor Wilson Martins participou hoje (13), da sessão ordinária da Academia Piauiense de Letras, onde apresentou e autografou sua obra Bacia do Canindé aos acadêmicos.

A presidente da APL, Fides Angélica Ommati, comemorou e ressaltou ser bastante oportuno o momento, uma vez que a Academia está empenhada, não só na implantação da literatura piauiense nas escolas públicas e particulares, como também na difusão de uma campanha de conhecimentos históricos e geográficos do estado.

“Este importante livro, que traz dados, não só geográficos, como também históricos, é precioso para todos nós. Vem enriquecer o acervo sobre os dados referentes ao nosso estado e também fortificar esta campanha que a APL se cerca, desde a gestão passada, e que continua lutando pela divulgação ampla e pela implantação dos conhecimentos sobre o Piauí nas escolas”, destacou a presidente.

Wilson Martins agradeceu a oportunidade e celebrou a amizade dos acadêmicos.

“Estar na Academia, numa manhã de sábado, cercado de amigos e imortais, é motivo de muito prazer e muita alegria. Sou grato e aprendo muito com estas mentes privilegiadas e experientes que me enchem de orgulho”, afirmou o escritor.

Sobre o livro

O livro Bacia do Canindé descreve e analisa a maior das nove sub-bacias que compõem a Bacia do Rio Parnaíba. Como mostra a obra, a Bacia do Canindé é composta por 15 rios e 418 riachos, cobrindo 89 municípios do Sul do Piauí, entre eles Oeiras, todos relacionados no livro. A obra é ilustrada por imagens, mapas e infográficos e se baseia em vasta bibliografia sobre o tema, bem como em pesquisas de campo realizadas pelo autor ao longo de vários anos de estudo. O livro sai pela Bienal Editora, com prefácio do senador e ministro Wellington Dias e apresentação do jornalista Zózimo Tavares, ambos da Academia Piauiense de Letras.

O autor

Wilson Nunes Martins nasceu em Santa Cruz do Piauí, no Vale do Canindé, em 1953. É médico e professor aposentado de neurologia na Universidade Federal do Piauí. Foi também neurocirurgião do Hospital Getúlio Vargas e presidiu a Associação Piauiense de Medicina, no período de 1991 a 1993. Exerceu os cargos de presidente da Fundação Municipal de Saúde e secretário municipal de Saúde de Teresina. Elegeu-se deputado estadual em 1994, reelegendo-se nas legislaturas seguintes, até ser eleito vice-governador, em 2006. Exerceu dois mandatos de governador do Piauí, entre 2010 e 2014.

Fides Angélica inspira jovens no III Salipo com palestra

A presidente da Academia Piauiense de Letras, Fides Angélica Ommati, fez uma palestra, hoje (21), às 10h, no III Salão do Livros da Escola Pro Campus (Salipo).

A apresentação, centrada no tema “Vida e obra e sua história na APL”, reuniu adolescentes participantes da Academia Juvenil de Letras, projeto que conta com 25 cadeiras ocupadas por discentes selecionados através de um concurso interno.

Fides Angélica foi recepcionada pela coordenadora pedagógica Vera Abreu e a palestra teve a mediação da professora Jasmine Malta.

A presidente, com sua notável trajetória profissional e paixão pelos livros, conseguiu captar a atenção dos jovens através de uma linguagem acessível e envolvente.

Ela compartilhou experiências pessoais, falou de suas obras no campo jurídico, e o mais importante, destacou os inúmeros benefícios da leitura na formação pessoal e profissional dos indivíduos.

Na oportunidade, as estudantes do 9º ano, Ana Gabrielle e Camila, fizeram uma apresentação musical, cantando a música “Pela luz dos olhos teus”, de Tom Jobim.

A APL distribuiu à biblioteca da escola, exemplares da obras de Fides Angélica.

Segundo a presidente, o Salipo é uma iniciativa notável para fomentar o amor pela leitura e o fazer literário entre os jovens.

Após a apresentação, a presidente da APL foi presenteada com um buquê de flores e conheceu a sala onde funciona a Academia Juvenil de Letras.

Fides Angélica e Clementino Siqueira, diretor geral do Pro Campus.

Novo livro de Homero aborda o humor

“Humor também fala sério”, o novo livro do acadêmico Homero Castelo Branco, foi distribuído na sessão deste sábado (24/02) da Academia Piauiense de Letras.

O autor distinguiu os confrades da APL com um exemplar da obra, que faz uma abordagem bem-humorada da vida.
Nela figuram diversas personalidades da história universal, do Brasil e do Piauí, em narrativas com pitadas de humor, sobre as mais variadas temáticas.

A reunião de sábado da APL foi conduzida pela presidente Fides Angélica Ommati, com a presença de vários acadêmicos.

O novo livro do acadêmico Homero Castelo Branco faz uma abordagem bem-humorada da vida.

Novo livro de Magno Pires mostra oportunidades de investimentos no Piauí

O novo livro do escritor e acadêmico Magno Pires, “Piauí: Oportunidades de Investimentos”, é um guia sobre as potencialidades econômicas e naturais do Estado.

O prefácio da obra é do historiador e acadêmico Fonseca Neto, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí.

Ele destaca que Magno Pires é um propositor insone. “Em muito do que escreve manifesta a aspiração de querer o Piauí economicamente mudado. Há bastante gente que também quer, mas ele vai à forra. E tem na caneta uma aliada que não deixa por menos”, enfatiza.

Fonseca Neto afirma ainda que, o novo livro, em particular, tem um objetivo formalmente anunciado pelo autor, quando afirma seu propósito de ofertar aos agentes operosos do Piauí um “levantamento da infraestrutura física e social existente nas regiões e municípios mais ricos, que possibilitam aos empreendedores optar e/ou decidir o melhor local para implantar o seu projeto”.

O lançamento do livro será anunciado em breve.

Reforma tributária assegura imunidade fiscal para o livro

Foi promulgada como Emenda Constitucional (EC) 132/23 a Reforma Tributária do Consumo (PEC 45).

Fruto de mais de 30 anos de discussão, a Emenda Constitucional transforma 5 tributos de consumo (PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS) em 2 (IVA Dual).

A Câmara Brasileira do Livro (CBL), Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) foram fundamentais nesse processo, atuando junto ao Congresso Nacional para destacar aos parlamentares e técnicos do governo, a importância da manutenção da imunidade já que o livro é essencial na educação e cultura do país.

Em defesa do livro, foram realizados diversos encontros com parlamentares e com membros do Grupo de Trabalho da Reforma Tributária, como por exemplo, o deputado Reginaldo Lopes, e com a equipe técnica do secretário extraordinário da Reforma Tributária, do Ministério da Fazenda, Bernard Appy.

As entidades participaram ainda de audiências públicas da Comissão de Educação do Congresso, em que todos tiveram uma receptividade muito favorável, demonstrando a importância do livro para a sociedade.

No que diz respeito ao livro, foi incluído o art. 149-B, que reforça a imunidade para o setor. Este artigo assegura que os tributos nos artigos 156-A e 195 respeitem a imunidade já estabelecida no art. 150, VI, “d” da Constituição Federal.

Este avanço garante ao setor a imunidade ampla do livro aos impostos e às contribuições.

(Com informações da CBL)

Homero lança novo livro de memórias

“A Casa dos 80” é o título do novo livro do economista e acadêmico Homero Castelo Branco.

Trata-se de uma obra de memórias, editado pela Nova Aliança, com lembranças, reflexões e tiradas de humor sobre a vida do autor.

O livro é ilustrado com fotografias de seu 80º aniversário de vida, comemorado em Teresina em abril deste ano.

Homero Castelo Branco nasceu em 1943, em Amarante. Viveu sua infância em Teresina, Altos e Luzilândia. Passou a juventude em Campos Sales, Quixadá e Fortaleza, no Ceará.

Formado em Economia, pela Universidade Federal do Ceará, retornou para Teresina no final da década de 1960 e passou a trabalhar na Coordenação de Desenvolvimento Econômico do Piauí (Codese), precursora da Secretaria Estadual de Planejamento.

Trabalhou ainda como professor da Escola Técnica Federal do Piauí (hoje IFPI) e do Colégio Leão XIII.

Foi secretário de Planejamento de Teresina e, daí, entrou para a política, no início da década de 1970, vindo a exercer oito mandatos de deputado estadual.

Também exerceu os cargos de secretário de Estado em três oportunidades, em diferentes pastas e governos.

É membro da Academia Piauiense de Letras, onde ocupa a Cadeira 31, e do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí, entre outras instituições literárias.

Publicou livros com variada temática, percorrendo vários gêneros literários – crônica, conto, história e memória.

Capa do novo livro de Homero Castelo Branco.

Acadêmico lança livro sobre Literatura de Barras

O advogado, professor e acadêmico Nelson Nery Costa lançou, nesta quinta-feira (9/11) o livro “A literatura de Barras de Marataoan: a escrita dos filhos de Barras e de seus descendentes”.

A obra foi apresentada pelo escritor, professor e acadêmico Dilson Lages Monteiro, autor do prefácio.

O lançamento foi realizado no final da tarde, na Câmara Municipal de Barras, com transmissão pelo seu canal no Facebook.

O ato contou com a presença de membros da Academia Piauiense de Letras (APL), da Academia de Letras do Vale do Longá (ALVAL), vereadores, professores, estudantes, escritores barrenses e outros convidados.

Os presidentes da APL, Zózimo Tavares; da ALVAL, Viriato Campelo, e da Câmara Municipal de Barras, vereadora Jovelina Furtado, discursaram destacando a importância da obra e a contribuição de seu autor para a cultura.

Também estiveram presentes a diretora do Hospital Leônidas Melo, Celene Fontenele; o professor Raimundo Dutra, ex-presidente da ALVAL e ouvidor geral do Estado; o vereador Antônio José; o presidente da subseção da OAB em Barras, Kerlon Feitosa; o poeta e acadêmico Elmar Carvalho, alunos e professores dos Colégios Olga Fernandes e Praticus, de Barras.

Nelson Nery é escritor com várias obras publicadas nos campos jurídico e da ficção. Presidiu a Academia Piauiense de Letras. É presidente do Conselho Estadual de Cultura. Tem estreitas ligações com Barras. Seu avô Gervásio Costa foi prefeito do município duas vezes.

(Com imagens do portal   www.ibarras24horas.com.br)

“Parábolas do Reino de Deus” – de  FMM

Carlos Evandro M. Eulálio

Na obra “Ofício de Escrever”, do renomado Frei Beto, há um capítulo em que o autor afirma o seguinte: “Já não faço prefácios de livros. Nem apresentações.” E justifica: “[…] Deixar de lado meu trabalho literário para ler obra alheia fora de meu campo de interesse, fazia-me perder o fio da meada.” (BETO, FREI, 2017, p.11). De minha parte, eu confesso: apresentar a obra de um escritor como Chico Miguel, mesmo que o seu conteúdo esteja fora do meu campo de interesse, longe de causar-me desconforto, constitui um privilégio e ao mesmo tempo a oportunidade de muito aprender com sua versada e profícua história de vida literária.

Início a apresentação das Parábolas do Reino de Deus, falando um pouco do autor. Francisco Miguel de Moura nasceu no lugar Jenipapeiro, município de Picos, atual cidade Francisco Santos, no dia 16 de junho de 1933.  Conta hoje com 90 anos de idade. Literariamente conhecido por Chico Miguel, é poeta, ensaísta, cronista, romancista, jornalista e crítico literário. Formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí, é pós-graduado na Universidade Federal da Bahia. Sua estreia como poeta aconteceu em 1966 com a obra Areias. Esse livro retornou ao leitor em primorosa 2ª edição pela Editora Life, São Paulo, 2021. Além dessa clássica obra literária, suas demais poesias estão reunidas na obra “Poesia (in) Completa”, edição de 2016 da Academia Piauiense de Letras, na coleção Centenário, sob o nº 56. Em prosa, entre outras obras, é autor do romance Os Estigmas. Como ensaísta e crítico literário escreveu “Literatura do Piauí, de Ovídio Saraiva aos nossos dias”, livro da maior importância para a historiografia literária piauiense. Atualmente, como funcionário aposentado do Banco do Brasil, diz que se dedica exclusivamente a ler e a escrever. É o 5º e atual ocupante da cadeira nº 8 da Academia Piauiense de Letras. Não poderia omitir nesta resumida biografia do autor que ele é casado com D. Maria Mécia Morais Moura.  

Meu primeiro contato com a produção literária de Chico Miguel deu-se por meio da obra Linguagem e Comunicação em O. G. Rego de Carvalho, quando eu cursava Letras na antiga Faculdade de Filosofia do Piauí, no início dos anos 1970. Considero um dos estudos mais completos de crítica literária sobre O. G. Rego.   

Hoje temos a oportunidade de conhecer uma outra vertente da criação literária do escritor Chico Miguel, ao trabalhar com o gênero ou discurso bíblico-religioso nas “Parábolas do Reino de Deus”. Como o próprio título anuncia, essa obra reúne as parábolas mais conhecidas de Jesus Cristo, aquelas que revelam verdades profundas e que tocaram a sensibilidade de Chico Miguel.

Ao narrar as Parábolas do Reino de Deus, Chico Miguel não se atém à simples tarefa de reescrevê-las, mas de interpretá-las do ponto de vista de alguém que vivencia com entusiasmo a palavra de Deus. Na apresentação do livro, ele expõe os motivos que o levaram a escrever a obra: “Quando comecei a reescrever ‘Parábolas do Reino de Deus’, contadas por Jesus Cristo, sem afastar-me do conteúdo que foi escrito originalmente pelos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, disse comigo mesmo que gostaria de fazer um trabalho que me agradasse, mas desejando, ardentemente, em primeiro lugar agradar a Deus” (MOURA, 2023, p.13).

Eis como Chico Miguel organiza o seu livro: nas páginas iniciais, escreve a biografia de Jesus em duas partes. Na primeira, fundamentado nos escritos dos evangelistas e numa vasta bibliografia, apresenta-nos o Cristo educador, na figura do mestre dos mestres que, aos 12 anos, já era muito admirado, “até causando espanto àqueles que interpretavam os textos sagrados, ali repetidos por Jesus.” Na segunda parte, intitulada “Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro”, o autor descreve o perfil de Jesus Cristo, a partir de suas ações, comportamentos e propostas.

Após a descrição biográfica de Jesus Cristo, inicia-se a narração das parábolas. Para tanto, o poeta recorre à paráfrase, recurso definido pelos linguistas e teóricos da linguagem como reescrita de um texto sem distanciamento de seu conteúdo temático, sendo uma espécie de tradução dentro da própria língua. Conforme Samir Meserani, são conhecidos dois tipos de paráfrases que se diferenciam pela forma como o texto original é recondicionado. O primeiro é apenas reprodutivo, reescreve quase literalmente o texto base. O segundo, desenvolvido por Chico Miguel nas Parábolas do Reino de Deus, é aquele de natureza criativa, porque “ultrapassa os limites da simples reafirmação ou resumo do texto original”, indo além da transcrição literal. Essa ultrapassagem do texto original, sem afastar-se da ideia central, decorre da sua dimensão intertextual, que reforça a heterogeneidade do texto parafrástico. Nessa modalidade, a paráfrase remete a outro texto que passa a constituir um novo discurso. Aludindo a outros textos, deles se aproxima em extensão. Nas palavras de Affonso Romano de Sant’Anna: “falar de paráfrase é falar de intertextualidade das semelhanças” (Sant’Anna (1985, p.28). Esse entendimento indica que a paráfrase é um mecanismo dialógico com novos sentidos, sempre acrescentando algo ao que já existe. Daí, ao reescrever as Parábolas do Reino de Deus, Chico Miguel constrói um novo discurso que, para efetivar-se, exigiu de si um exercício exaustivo de criatividade e reflexão.

Na reescritura das “Parábolas do reino de Deus” fica evidente o propósito didático de Chico Miguel, ao interagir com o leitor, chamando-lhe a atenção para que as fábulas “sejam lidas com cuidado, com amor e com fé” (MOURA, 2023, p.19). Nas várias passagens do livro, como na paráfrase da parábola “A figueira amaldiçoada”, o poeta nos dá esse testemunho de fé cristã, “como forma de merecer as graças de Deus.” Essa convicção é compartilhada com o leitor, como incentivo de afirmação dessa virtude teologal, com estas palavras: “Creio que a leitura deste trabalho sobre as ‘Parábolas do Reino de Deus’, reescritas para serem distribuídas aos que disponham reler aquilo que está na Bíblia, seja mais um incentivo de afirmação de nossa fé em Deus para sermos dignos de receber suas graças” (MOURA, 2023, p. 71).

Essa intenção didática de Chico Miguel é explícita no final de cada narrativa, quando ele esclarece o leitor sobre o sentido do texto que acabou de ler, além de contextualizá-lo em nosso tempo histórico e cultural. Para exemplificar, eis como reescreve o final da Parábola do Grão de Mostarda, uma das menores parábolas de Jesus que nos traz um grande ensinamento sobre a fé e o reino de Deus: “Como vimos, esta parábola é um claríssimo convite de Jesus aos homens para que sintam o espírito germinar (como a semente de mostarda), em verdade, beleza e bondade, nos seus corações, em busca da glória de Deus, e evitem entregar-se à ilusória potência do mal, aqui representada pelo tamanho das folhas da mostardeira (MOURA, 2023, p. 40). Esse método facilitador de leitura auxilia o leitor a compreender o aspecto simbólico ou alegórico de cada parábola. Este o grande mérito da obra Parábolas do Reino de Deus.   

Chico Miguel é um polígrafo da literatura piauiense. Se ele não vive dos ganhos da atividade literária, sempre teve a intenção de viver exclusivamente dela. Nos diversos escritos que põe em prática mostra domínio em tudo que escreve. O livro que hoje publica pela Entrelivros constitui excelente exercício de hermenêutica bíblica das Parábolas do Reino de Deus. Certamente, nos ajudará a compreender o que é essencial e profundo em suas passagens, com mais precisão e aplicabilidade à vida diária. Seus benefícios vão além do autoconhecimento, podendo estender-se também à convivência cristã em comunidade.   

                                  Capa do novo livro de Francisco Miguel de Moura/Reprodução

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* Carlos Evandro M. Eulálio, professor e crítico literário. É membro efetivo da Academia Piauiense de Letras, segundo ocupante da Cadeira 38, tendo como patrono o poeta popular João Francisco Ferry.

REFERÊNCIAS 

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem, 5ª ed. São Paulo: Hucitec, 1990. 

BETO, Frei. Ofício de escrever. Rio de Janeiro: Anfiteatro, 2017.

 MESERANI, Samir. O intertexto escolar. 4.ed. São Paulo: Cortez, 1995.

MOURA, Francisco Miguel de. Parábolas do Reino de Deus. Teresina: Livraria Nova Aliança, 2023.

SANT´ANNA, A. F. Paródia, paráfrase & Cia. 3.ed. São Paulo: Ática, 1985.

Educador recebe título e lança livro em Teresina

O professor Danilo de Melo Souza, parnaibano e ex-secretário de Educação do Tocantins e da Bahia, recebeu hoje (13/09), na Câmara Municipal, o título de Cidadão Teresinense e lançou o seu novo livro, “Educação Integral – Vivências no Tocantins”.

A sessão de entrega do título foi presidida pela vereadora Poliana Rocha e contou com a presença de familiares, educadores, gestores públicos, intelectuais, artistas e outros convidados do homenageado.

A honraria foi aprovada na Câmara Municipal de Teresina por proposição dos vereadores Luís André e Renato Berger.

A apresentação do livro foi feita pelo presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares.

A obra destaca questões referentes à implantação da educação integral e retrata aspectos da criação do Estado do Tocantins e das políticas educacionais entre 2004 e 2018.

Além do presidente da APL, participaram da cerimônia os acadêmicos Fonseca Neto e Elmar Carvalho.

Entre as autoridades, estiveram presentes os vereadores Edson Melo, Renato Berger, Luís André e Lavino de Jesus; o secretário municipal de Educação, Nouga Cardoso; o professor Rodrigo Torres, representando o secretário de Educação do Estado, Washington Bandeira; e o ouvidor-geral do Estado, Raimundo Dutra.

O homenageado

Danilo de Melo Souza nasceu em Parnaíba. É mestre em Educação: Políticas e Gestão da Educação – UnB e professor da Universidade Federal do Tocantins – UFT.

Foi secretário de Educação do Estado da Bahia (2022); secretário de Educação de Palmas – (2005 a 2010 e 2014 a 2018); e secretário de Estado da Educação do Tocantins (2011 a 2013).

Também foi presidente da Fundação Cultural do Tocantins (2013/14); Presidente do Conselho Nacional do FUNDEB (2012/14); Presidente da UNDIME da Região Norte do Brasil (2005/06) e secretário de Cultura de Parnaíba – PI (1993/1996).

É poeta e membro da Academia Parnaibana de Letras desde 1991.

Referência nacional

A experiência do autor em gestão educacional tem forte interface na área de cultura e em projetos inovadores de Educação Integral, que colocaram Palmas e o Estado do Tocantins como referência nacional em educação de qualidade na última década.

A formação acadêmica do professor Danilo de Melo Souza iniciou-se no curso de Pedagogia da Universidade Federal do Piauí, no Campus Ministro Reis Veloso, em Parnaíba, sua cidade natal.

Atualmente cursa doutorado pela Universidade Federal Fluminense e atua como consultor da Fundação Getúlio Vargas – FGV.