APL lembra centenário de seu fundador

O centenário da morte do poeta Lucídio Freitas, fundador da Academia Piauiense de Letras, está entre as efemérides registradas este mês pela instituição.

Lucídio Freitas nasceu em Teresina, em 5 de abril de 1894, e faleceu precocemente na mesma cidade, em 21 de maio de 1921, aos 27 anos.

Ele viveu parte da adolescência em São Luís do Maranhão e, após concluir os preparatórios no Liceu Piauiense, seguiu para o Recife, para matricular-se no curso de Direito.

Em 1912, prosseguiu com os estudos em São Paulo, vindo a concluir o curso de Direito no ano seguinte, no Rio de Janeiro, aos 19 anos. Aos 20 anos, foi morar em Belém do Pará.

Por onde andou, buscou aproximação das rodas literárias. No Rio, ele foi apresentado aos intelectuais pelo jurista Clóvis Bevilácqua e pela poetisa Amélia Bevilácqua, sua esposa.

Assim, o jovem poeta piauiense de fez presente às rodas mais famosas de seu tempo, frequentadas pelos escritores Coelho Neto, Félix Pacheco, José Veríssimo e Hermes Fontes, entre outros.

Fundador da APL

Aclamado como um dos intelectuais mais brilhantes de sua geração, liderou, aos 23 anos, o movimento pela fundação da Academia Piauiense de Letras, em 1917.

Publicou três livros. O primeiro, “Alexandrinos”, saiu quando ele tinha apenas 18 anos. O segundo livro, “Vida Obscura”, fou publicado em 1917. Já o terceiro e último, “Minha terra”, foi editado em 1921, quando o poeta já guardava o leito da morte.

“Lucídio Freitas, em sua jornada constante e continuada da escrita, abordou não séculos, mas milênios de cultura”, afirma a professora e historiadora Teresinha Queiroz, ocupante da Cadeira 23 da APL, que tem o poeta como patrono.

Em homenagem ao seu fundador, a sede da Academia Piauiense de Letras foi denominada de “Casa de Lucídio Freitas”.

 

Teresina apagou-se

 Teresina apagou-se na distância,
Ficou longe de mim, adormecida,
Guardando a alma de sol da minha infância
E o minuto melhor da minha vida.

E eu sigo, e eu vou para a perpétua lida.
Espera-me, distante, uma outra estância…
É a parada da luta indefinida,
É a minha febre, minha dor, minha ânsia…

Como são infinitos os caminhos!
E como agora estou tão diferente,
Carregado de angústias e de espinhos!…

Tudo me desconhece. Ingrata é a terra.
O céu é feio. E eu sigo para a frente
Como quem vai seguindo para a guerra…

 

(Lucídio Freitas, “Minha Terra”, 1921)

CD traz poemas musicados de Francisco Miguel de Moura

Acaba de ser lançado o CD “Eternidade”, com poemas do escritor e acadêmico Francisco Miguel de Moura musicados por artistas piauienses.

O CD traz dez poemas, dois deles declamados pelo autor e os demais musicados e interpretados pelos cantores Francy Monte, Lázaro do Piauí e Odorico Carvalho.

Francisco Miguel de Moura, ocupante da Cadeira 8 da Academia Piauiense de Letras, declama o poema “Amor novo amor”, na primeira faixa, e “Amor sempre amor”, na última faixa do CD.

As demais faixas são as músicas-poemas “Eternidade” (Francy Monte); “Poeta fui” (Lázaro do Piauí); “Plenitude”, “O que é saudade?” e “Sombras sensuais” (Francy Monte); “Das coisas simples”, “Experiências vivas” e “Homem boi berro” (Odorico Carvalho).

O poeta Francisco Miguel de Moura dedica à sua esposa Mécia o CD com poemas seus cantados por artistas conterrâneos. A obra poético-musical vem obtendo grande aceitação do público.

Sai o edital do Patrimônio Vivo

O Edital do Patrimônio Vivo do Piauí será lançado na próxima segunda-feira, dia 24, beneficiando, este ano, 30 mestres da cultura popular.

Todos eles passarão a receber uma ajuda financeira do Estado a fim de que possam continuar ensinado o que sabem fazer às novas gerações.

O projeto foi apresentado na Assembleia Legislativa pela deputada Flora Isabel, sendo aprovado e transformado em lei após a sanção do governador Wellington Dias (Lei nº 5.816/2008).

O decreto que regulamenta a matéria foi assinado em fevereiro passado pela governadora em exercício, Regina Sousa.

O documento faz com que mestres e grupos que atuam em ofícios tradicionais piauienses reconhecidos no Brasil e no mundo – tais como arte santeira, renda de bilro – ou manifestações culturais ligadas à dança, música e literatura de cordel, possam receber aporte financeiro para transmitir seus conhecimentos e experiências e, assim, perpetuar estes ofícios.

A luta em defesa do patrimônio vivo foi encampada desde o início pelo Conselho Estadual de Cultura, presidido atualmente pelo acadêmico Nelson Nery Costa. O edital recebe o nome do conselheiro e professor Cineas Santos.

Dilson Lages lança novo livro para crianças

“O Pássaro Amarelo de Sol e o Agasalho do Vento” é o título do novo livro do professor, escritor e acadêmico Dilson Lages Monteiro, ocupante da Cadeira 21 da Academia Piauiense de Letras.

O livro foi publicado pela Editora Nova Aliança, com lançamento virtual na Livraria Entrelivros. Tem ilustrações de Julyane Ventura. Traz um pássaro curioso e um prédio observador. Em comum, entre eles, principalmente, o gosto de fazer perguntas e o interesse por charadas.

O que acontece quando os dois se encontram para falar sobre a vida? Um diálogo entre filosofia e poesia. A cidade ganha muitos significados e o movimento da imaginação e das ruas embarca numa pergunta de todos os tempos: quem sou eu?

Nova série 

Embora escreva novelas, poemas, ensaios e crônicas voltados para o público adulto, Dilson Lages desenvolve um consistente projeto de escritura de livros infanto-juvenis.

Em 2013, publicou “O rato da roupa de ouro” (conto infantil), livro que alcançou repercussão nacional, e em 2015 lançou “Meus Olhinhos de Brinquedo” (poema infantil), ambos publicados pela Nova Aliança Editora.

Agora, começa a dar visibilidade a um conjunto de novas narrativas para crianças. “O Pássaro Amarelo de Sol” é o primeiro da série que compõe esse novo projeto de literatura para crianças.

APL doa livros para a Biblioteca Assis Brasil

A Academia Piauiense de Letras dou mais de 200 livros para o acervo da Biblioteca Assis Brasil, que está sendo instalada no Museu do Mar, em Parnaíba.

As obras foram selecionadas das Coleções Centenário e Século 21. Entre elas, está o romance “O Prestígio do Diabo”, do próprio Assis Brasil, homenageado com o nome da biblioteca.

Os romances “Teodoro Bicanca” e “A Civilização do Couro”, do parnaibano Renato Castelo Branco, também constam da relação dos livros doados pela APL.

A inauguração do novo espaço cultural está prevista para este semestre, conforme a Secretaria de Cultura.

Projeto de Leitura

A APL participou, no ano passado, do Projeto Te Aquieta e Lê, lançado e executado pela Secretaria Estadual de Cultura para incentivar a leitura durante o isolamento social da pandemia da Covid-19.

Ao longo do ano, foram distribuídos gratuitamente mais de 7 mil livros para leitores de mais de 100 municípios piauienses.

A Academia sugeriu à Secretaria de Cultura que esse projeto seja executado de forma permanente.