Poeta retorna ao Vale do Riachão

O escritor e acadêmico Francisco Miguel de Moura participou do lançamento da Antologia da ALVAR – Academia de Letras do Vale do Riachão.

O evento aconteceu no município de Santo Antônio de Lisboa, no último dia 28 de dezembro, quando o acadêmico esteve em sua cidade natal, Francisco Santos, antigo Jenipapeiro, e também em Santo Antônio de Lisboa, na região de Picos.

O poeta Francisco Miguel de Moura ocupa a Cadeira 8 da Academia Piauiense de Letras integra também os quadros da Academia de Letras do Vale do Riachão.

Ele levou livros de sua autoria para autografar nos dois municípios visitados.

Poeta comemora os 55 anos de seu livro de estreia

Francisco Miguel de Moura autografa exemplar de “Areias”

 

O poeta e acadêmico Francisco Miguel de Moura fez o lançamento da 2ª edição de seu livro “Areias” nos municípios de Francisco Santos, sua terra natal, Santo Antônio de Lisboa e Bocaina, na Grande Picos.

Em Bocaína, o poeta, acompanhado de sua esposa Mécia, participou de uma festa na Casa da Barra, propriedade da professora e escritora Deolinda Marques.

A festa reuniu parte dos membros da Academia de Letras do Vale do Riachão (ALVAR).

A parada seguinte foi em Francisco Santos, antigo Jenipapeiro, onde se deu o lançamento de “Areias”, tal como estava marcado para o dia 20 de dezembro.

Compareceram cerca de 40 pessoas, entre as quais estavam o prefeito do município, Dr. José Luiz de Barros, também o ex-prefeito Edson Carvalho e várias professoras, mais a diretora da Biblioteca “Miguel Guarani”.

Foi registrada ainda a presença do escritor Nilvon Batista, da ALVAR.

O autor foi apresentado na solenidade pela sua prima professora Rosa Maria Araújo.

O lançamento seguinte foi em Santo Antônio de Lisboa, em ato também bastante prestigiado.

Entre outras pessoas que falaram na ocasião, louvando o autor e sua obra, destacam-se os escritores Ozildo Batista de Barros, Deolinda Marques e Jailson Klain, este residente em São Paulo.

No lançamento estavam convidados dos municípios vizinhos Riachão, Alagoinhas, Santo Antônio de Lisboa e Bocaina.

A 2ª edição de “Areias”, um livro de poemas, está sendo publicada 55 anos depois de seu lançamento, que marcou a estreia de Francisco Miguel de Moura na literatura.

 

ARTIGO: Modernismo & Vanguarda

Imagens: APL

                                        Por Francisco Miguel de Moura*

Desde o primeiro ao último estudo do livro de Paulo Nunes, cujo título encima este trabalho, é um repositório de comentários sobre temas e livros que devem ser lidos, meditados, discutidos e, como ele próprio fez, comentados na rua, nas instituições literárias, no jornal, ou onde mais haja tempo e condição. Creio que é esta a razão do livro.

Antes de entrar nalguns detalhes, quero dizer que Paulo Nunes escreve bem, correntemente bem, coerentemente bem. Portanto, dá gosto lê-lo, mesmo que não o aprovemos em algum ponto, em algum ponto ou ponto vírgula. Seria elogio dizer que um professor escreve bem, sabe escrever? Talvez não, se com isto quiséssemos apenas referir à gramática. Mas nós falamos aqui de estilo. E aí já é literatura, crítica literária. M. Paulo Nunes é realmente um crítico de verdade, de peso, de confiança, desde quando se refere aos clássicos da nossa ou de outras literaturas até quando comenta os piauienses.

Dito o geral, agora passemos às miudezas.

Gostei de encontrar um capítulo de “Autores e Temas Piauienses”, o penúltimo do livro, com os seguintes artigos: “Lucídio Freitas”, “A Poesia Popular de João Ferry”, “Uma Página Esquecida de Da Costa e Silva”, “Ginásio Frei Henrique”, “Memória da Faculdade de Filosofia”, “Poetas Piauienses”, “História da Educação no Piauí”, “Clodoaldo Freitas”, “A Literatura Piauiense e a Crítica Nacional” e “Despedidas”. São 10 artigos que o absolvem da pecha de não tentar familiarizar-se com a juventude escritora de sua terra.

No sexto artigo da série, cita H. Dobal e Hardi Filho entre os poetas consagrados e, entre os novos, Carvalho Neto, Cinéas Santos, Graça Vilhena e Marleide Lins. Eu, apesar de não vir em nenhum dos grupos, considero um balanço razoável e uma crítica importante ao livro “Baião de Todos”, de cuja antologia participei com alguns poemas, por convite do editor. A falta de citação, “não importando em nenhum desapreço”, conforme referiu M. Paulo Nunes, claramente representa a escolha de gosto do crítico e sua independência, o que é, sem dúvida, louvável.

Com relação a outro artigo, “A Literatura Piauiense e a Crítica Nacional”, quando essa matéria saiu no jornal tive a oportunidade de referenciá-la, mas não fui bem entendido ou não me fiz entender, razão por que seria extemporâneo estender-me aqui, exceto que o considero uma grande peça crítica.

Já “Uma Página Esquecida de Da Costa e Silva” tem sabor todo especial. É através de M. Paulo Nunes que a Academia Piauiense de Letras toma conhecimento e adquire o texto do discurso de Da Costa e Silva ao assumir sua cadeira na “Casa de Lucídio Freitas“, em janeiro de 1923, no qual faz o elogio de seu patrono, o Pe. Leopoldo Damasceno Ferreira. Embora o escritor Cristino Castelo Branco houvesse escrito que o discurso de Da Costa e Silva tinha sido publicado na “Revista da Academia”, no ano seguinte, na verdade houve uma suposição da parte do informante, pois ali nem alhures a peça oratória foi encontrada. Por isto vinha causando espécie aos pesquisadores, historiadores e acadêmicos em geral. A crítica é também para essas descobertas, esses achados bibliográficos.

Na verdade, não sinto nenhuma melancolia em falar da literatura do Piauí, do Brasil ou de qualquer lugar. Na literatura, o que importa é a obra, como ela é (se boa, forte, vigorosa, segura, nova, inovadora, etc. etc.). Não importa o lugar onde ela foi produzida. Isto de chamar literatura daqui ou dali é apenas uma forma didática de arrumar umas coisas para distinguir outras. Literatura é literatura, é a obra bem escrita, criativa, transmissora de emoções, conhecimentos expressivos e qualidade linguística. Portanto, também boa para ser lida. Agora, para nós outros que não somos críticos alinhados ao estruturalismo, que somos críticos ainda considerados impressionistas – que eu teimo, porém, em denominar de expressionistas – penso que a vida do autor deve ter algum interesse porque ela se reflete inelutavelmente na obra. Aí a crítica se completa. É ler e sentir a obra, escolher e tentar decifrá-la, encaminhando o leitor para sua leitura produtiva. E como encaminhá-lo? Entregando-lhe alguns trechos considerados mais expressivos, indicando caminhos de leitura, ou seja, o texto. Primeiramente o texto, é claro. Mas também o contexto (dentre o qual a vida do autor é o mais importante). E só a integração texto-contexto pode ajudar o crítico a resolver como escreverá seu metatexto, seu “intertexto”, seu “intratexto”.  Registre-se que estas duas últimas palavras são novas na crítica.

Manoel Paulo Nunes faz interessante a crítica didática, em texto vivo, apaixonado, cheio de observações e notas (que podem ser biográficas ou não). Para mim, uma crítica expressionista.  Por isto mesmo desperta o gosto da leitura. E não seria este o primeiro dever do crítico?

Por todas essas razões, “MODERNISMO & VANGUARDA”, de M. Paulo Nunes, é um livro que deveria estar em todas as bibliotecas do Estado e do país.

(*) Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador, ocupa a Cadeira 8 da APL.Publicado originalmente no jornal “Meio Norte”, 3-11-2000.

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Paulo Nunes, autor de “Modernismo & Vanguarda”, na APL.

Nova Academia empossa seus membros

Os membros da ALVAR na solenidade de posse.

A Academia de Letras do Vale do Riachão (ALVAR) realizou na terça-feira (21/12) a solenidade de posse oficial dos acadêmicos da instituição.
O evento aconteceu no Bistrô Campeiro, no município de Santo Antônio de Lisboa.
A Alvar foi criada em 2020, durante assembleia realizada no dia 17 de agosto. Ao todo, 31 acadêmicos tomaram posse, entre eles o poeta Francisco Miguel de Moura, filho do município de Francisco Santos e titular Cadeira 8 da Academia Piauiense de Letras.
A primeira diretoria da ALVAR é assim composta: Nilvon Batista (presidente): Samuel Nascimento (vice-presidente); Felipe Valentim e Marli Veloso (primeiro e segundo secretários); Geovane Leal e Francisco de Assis de Sousa (primeiro e segundo tesoureiros).
A nova academia abriga intelectuais e produtores culturais de Francisco Santos, Santo Antônio de Lisboa, São Julião, Vila Nova do Piauí e de outros municípios da região do Vale do Riachão, na Grande Picos.

Francisco Miguel de Moura recebe seu diploma da ALVAR.

CD traz poemas musicados de Francisco Miguel de Moura

Acaba de ser lançado o CD “Eternidade”, com poemas do escritor e acadêmico Francisco Miguel de Moura musicados por artistas piauienses.

O CD traz dez poemas, dois deles declamados pelo autor e os demais musicados e interpretados pelos cantores Francy Monte, Lázaro do Piauí e Odorico Carvalho.

Francisco Miguel de Moura, ocupante da Cadeira 8 da Academia Piauiense de Letras, declama o poema “Amor novo amor”, na primeira faixa, e “Amor sempre amor”, na última faixa do CD.

As demais faixas são as músicas-poemas “Eternidade” (Francy Monte); “Poeta fui” (Lázaro do Piauí); “Plenitude”, “O que é saudade?” e “Sombras sensuais” (Francy Monte); “Das coisas simples”, “Experiências vivas” e “Homem boi berro” (Odorico Carvalho).

O poeta Francisco Miguel de Moura dedica à sua esposa Mécia o CD com poemas seus cantados por artistas conterrâneos. A obra poético-musical vem obtendo grande aceitação do público.