Francisco Miguel de Moura autografa exemplar de “Areias”
O poeta e acadêmico Francisco Miguel de Moura fez o lançamento da 2ª edição de seu livro “Areias” nos municípios de Francisco Santos, sua terra natal, Santo Antônio de Lisboa e Bocaina, na Grande Picos.
Em Bocaína, o poeta, acompanhado de sua esposa Mécia, participou de uma festa na Casa da Barra, propriedade da professora e escritora Deolinda Marques.
A festa reuniu parte dos membros da Academia de Letras do Vale do Riachão (ALVAR).
A parada seguinte foi em Francisco Santos, antigo Jenipapeiro, onde se deu o lançamento de “Areias”, tal como estava marcado para o dia 20 de dezembro.
Compareceram cerca de 40 pessoas, entre as quais estavam o prefeito do município, Dr. José Luiz de Barros, também o ex-prefeito Edson Carvalho e várias professoras, mais a diretora da Biblioteca “Miguel Guarani”.
Foi registrada ainda a presença do escritor Nilvon Batista, da ALVAR.
O autor foi apresentado na solenidade pela sua prima professora Rosa Maria Araújo.
O lançamento seguinte foi em Santo Antônio de Lisboa, em ato também bastante prestigiado.
Entre outras pessoas que falaram na ocasião, louvando o autor e sua obra, destacam-se os escritores Ozildo Batista de Barros, Deolinda Marques e Jailson Klain, este residente em São Paulo.
No lançamento estavam convidados dos municípios vizinhos Riachão, Alagoinhas, Santo Antônio de Lisboa e Bocaina.
A 2ª edição de “Areias”, um livro de poemas, está sendo publicada 55 anos depois de seu lançamento, que marcou a estreia de Francisco Miguel de Moura na literatura.
Desde o primeiro ao último estudo do livro de Paulo Nunes, cujo título encima este trabalho, é um repositório de comentários sobre temas e livros que devem ser lidos, meditados, discutidos e, como ele próprio fez, comentados na rua, nas instituições literárias, no jornal, ou onde mais haja tempo e condição. Creio que é esta a razão do livro.
Antes de entrar nalguns detalhes, quero dizer que Paulo Nunes escreve bem, correntemente bem, coerentemente bem. Portanto, dá gosto lê-lo, mesmo que não o aprovemos em algum ponto, em algum ponto ou ponto vírgula. Seria elogio dizer que um professor escreve bem, sabe escrever? Talvez não, se com isto quiséssemos apenas referir à gramática. Mas nós falamos aqui de estilo. E aí já é literatura, crítica literária. M. Paulo Nunes é realmente um crítico de verdade, de peso, de confiança, desde quando se refere aos clássicos da nossa ou de outras literaturas até quando comenta os piauienses.
Dito o geral, agora passemos às miudezas.
Gostei de encontrar um capítulo de “Autores e Temas Piauienses”, o penúltimo do livro, com os seguintes artigos: “Lucídio Freitas”, “A Poesia Popular de João Ferry”, “Uma Página Esquecida de Da Costa e Silva”, “Ginásio Frei Henrique”, “Memória da Faculdade de Filosofia”, “Poetas Piauienses”, “História da Educação no Piauí”, “Clodoaldo Freitas”, “A Literatura Piauiense e a Crítica Nacional” e “Despedidas”. São 10 artigos que o absolvem da pecha de não tentar familiarizar-se com a juventude escritora de sua terra.
No sexto artigo da série, cita H. Dobal e Hardi Filho entre os poetas consagrados e, entre os novos, Carvalho Neto, Cinéas Santos, Graça Vilhena e Marleide Lins. Eu, apesar de não vir em nenhum dos grupos, considero um balanço razoável e uma crítica importante ao livro “Baião de Todos”, de cuja antologia participei com alguns poemas, por convite do editor. A falta de citação, “não importando em nenhum desapreço”, conforme referiu M. Paulo Nunes, claramente representa a escolha de gosto do crítico e sua independência, o que é, sem dúvida, louvável.
Com relação a outro artigo, “A Literatura Piauiense e a Crítica Nacional”, quando essa matéria saiu no jornal tive a oportunidade de referenciá-la, mas não fui bem entendido ou não me fiz entender, razão por que seria extemporâneo estender-me aqui, exceto que o considero uma grande peça crítica.
Já “Uma Página Esquecida de Da Costa e Silva” tem sabor todo especial. É através de M. Paulo Nunes que a Academia Piauiense de Letras toma conhecimento e adquire o texto do discurso de Da Costa e Silva ao assumir sua cadeira na “Casa de Lucídio Freitas“, em janeiro de 1923, no qual faz o elogio de seu patrono, o Pe. Leopoldo Damasceno Ferreira. Embora o escritor Cristino Castelo Branco houvesse escrito que o discurso de Da Costa e Silva tinha sido publicado na “Revista da Academia”, no ano seguinte, na verdade houve uma suposição da parte do informante, pois ali nem alhures a peça oratória foi encontrada. Por isto vinha causando espécie aos pesquisadores, historiadores e acadêmicos em geral. A crítica é também para essas descobertas, esses achados bibliográficos.
Na verdade, não sinto nenhuma melancolia em falar da literatura do Piauí, do Brasil ou de qualquer lugar. Na literatura, o que importa é a obra, como ela é (se boa, forte, vigorosa, segura, nova, inovadora, etc. etc.). Não importa o lugar onde ela foi produzida. Isto de chamar literatura daqui ou dali é apenas uma forma didática de arrumar umas coisas para distinguir outras. Literatura é literatura, é a obra bem escrita, criativa, transmissora de emoções, conhecimentos expressivos e qualidade linguística. Portanto, também boa para ser lida. Agora, para nós outros que não somos críticos alinhados ao estruturalismo, que somos críticos ainda considerados impressionistas – que eu teimo, porém, em denominar de expressionistas – penso que a vida do autor deve ter algum interesse porque ela se reflete inelutavelmente na obra. Aí a crítica se completa. É ler e sentir a obra, escolher e tentar decifrá-la, encaminhando o leitor para sua leitura produtiva. E como encaminhá-lo? Entregando-lhe alguns trechos considerados mais expressivos, indicando caminhos de leitura, ou seja, o texto. Primeiramente o texto, é claro. Mas também o contexto (dentre o qual a vida do autor é o mais importante). E só a integração texto-contexto pode ajudar o crítico a resolver como escreverá seu metatexto, seu “intertexto”, seu “intratexto”. Registre-se que estas duas últimas palavras são novas na crítica.
Manoel Paulo Nunes faz interessante a crítica didática, em texto vivo, apaixonado, cheio de observações e notas (que podem ser biográficas ou não). Para mim, uma crítica expressionista. Por isto mesmo desperta o gosto da leitura. E não seria este o primeiro dever do crítico?
Por todas essas razões, “MODERNISMO & VANGUARDA”, de M. Paulo Nunes, é um livro que deveria estar em todas as bibliotecas do Estado e do país.
(*) Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador, ocupa a Cadeira 8 da APL.Publicado originalmente no jornal “Meio Norte”, 3-11-2000.
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Paulo Nunes, autor de “Modernismo & Vanguarda”, na APL.
A Academia de Letras do Vale do Riachão (ALVAR) realizou na terça-feira (21/12) a solenidade de posse oficial dos acadêmicos da instituição.
O evento aconteceu no Bistrô Campeiro, no município de Santo Antônio de Lisboa.
A Alvar foi criada em 2020, durante assembleia realizada no dia 17 de agosto. Ao todo, 31 acadêmicos tomaram posse, entre eles o poeta Francisco Miguel de Moura, filho do município de Francisco Santos e titular Cadeira 8 da Academia Piauiense de Letras.
A primeira diretoria da ALVAR é assim composta: Nilvon Batista (presidente): Samuel Nascimento (vice-presidente); Felipe Valentim e Marli Veloso (primeiro e segundo secretários); Geovane Leal e Francisco de Assis de Sousa (primeiro e segundo tesoureiros).
A nova academia abriga intelectuais e produtores culturais de Francisco Santos, Santo Antônio de Lisboa, São Julião, Vila Nova do Piauí e de outros municípios da região do Vale do Riachão, na Grande Picos.
Francisco Miguel de Moura recebe seu diploma da ALVAR.
Acaba de ser lançado o CD “Eternidade”, com poemas do escritor e acadêmico Francisco Miguel de Moura musicados por artistas piauienses.
O CD traz dez poemas, dois deles declamados pelo autor e os demais musicados e interpretados pelos cantores Francy Monte, Lázaro do Piauí e Odorico Carvalho.
Francisco Miguel de Moura, ocupante da Cadeira 8 da Academia Piauiense de Letras, declama o poema “Amor novo amor”, na primeira faixa, e “Amor sempre amor”, na última faixa do CD.
As demais faixas são as músicas-poemas “Eternidade” (Francy Monte); “Poeta fui” (Lázaro do Piauí); “Plenitude”, “O que é saudade?” e “Sombras sensuais” (Francy Monte); “Das coisas simples”, “Experiências vivas” e “Homem boi berro” (Odorico Carvalho).
O poeta Francisco Miguel de Moura dedica à sua esposa Mécia o CD com poemas seus cantados por artistas conterrâneos. A obra poético-musical vem obtendo grande aceitação do público.