Acadêmico lança novo livro no sábado

 

O escritor e acadêmico Oton Lustosa lança, no próximo sábado (14/05), o seu mais novo livro, “Em busca de uma rede na varada”.

O lançamento está marcado para as 10 horas, no auditório da Academia Piauiense de Letras.

A apresentação da obra será feita pela professora e acadêmica Socorro Rios Magalhães.

Contos

Em seu novo livro, Oton Lustosa, romancista e contista consagrado, retorna à narrativa curta.

A obra reúne 12 contos sobre temática variada. Em alguns deles, opera-se a metaliteratura.

Outros são construídos com singularidades inusitadas, sempre inspirados na vida e suas circunstâncias.

O autor

Oton Lustosa nasceu em Parnaguá, no Extremo-Sul do Piauí. Bacharelou-se em Direito pela Universidade Federal do Piauí.

É magistrado e membro da Academia Piauiense de Letras.

Estreou na literatura com o romance “Meia-Vida”, publicado em 1999 e com segunda edição lançada em 2016.

Publicou seu primeiro livro de contos, “O pescador de personagens”, em 2000.

“Vozes da Ribanceira”, seu segundo romance, foi lançado em 2003.

Capa do livro livro de Oton Lustosa

O menino que foi dado como morto aos 2 anos chega aos 100

Zózimo Tavares

Presidente da APL

Ele nasceu em Pastos Bons, verdejante município do Sul do Maranhão, e criou-se às margens do Rio Parnaíba.

Com dez anos de idade, seu pai, Francisco Coelho de Sousa, chegava com a família a Benedito Leite, cidade maranhense localizada na foz do Rio Balsas, defronte à próspera cidade de Uruçuí, no Sul do Piauí.

A família se mudava da cidade natal a convite de uma irmã paterna, Maria Rocha Leal (Arica), casada com Manoel Mendes Leal, pais de Sebastião da Rocha Leal e Raimundo da Rocha Leal, que fizeram carreira política no Piauí e no Maranhão, respectivamente.

Os dois irmãos chegaram à presidência das Assembleias Legislativas dos dois Estados. Sebastião Leal foi também vice-governador do Piauí.

Orfandade

Francisco Coelho viria a morrer dois anos depois da chegada a Benedito Leite, aos 34 de idade.

Com seu precoce falecimento, coube à viúva, Alcina Barros Coelho, a criação dos sete filhos que deixara.

Passaram os filhos, então, aos cuidados e à educação dos parentes, dado o estado de pobreza em que ficara a viúva, entregando-se ao trabalho doméstico e de costureira.

Celso passou a viver na companhia da tia Arica, como ajudante do estabelecimento comercial do marido dela.

Mas o menino de 12 anos não sentia atração pelo trabalho, embora tenha a ele se entregado com dedicação, de tal sorte que granjeou confiança e amizade filial, naquele convívio.

O que o garoto gostava mesmo era de ler. Ora estava com um jornal ora com um livro em mãos. De modo que, quando um freguês entrava na loja para fazer compra, ele estava quase sempre distraído, lendo.

Seminário

E foi aí que uma parenta notou que a queda do menino era para outra coisa, e sugeriu que o mandassem para o seminário, em Teresina.

Com as providências tomadas pela família, Celso desceu o Rio Parnaíba de balsa, no começo de 1938, e entrou para o seminário na capital piauiense.

Estava a pouco tempo de ser ordenado padre quando chegou para o bispo, Dom Severino Vieira de Melo, e disse-lhe que não dava para o sacerdócio, pois não suportaria o celibato.

Foi dispensado, porém o prestígio de seu saber era tanto que imediatamente foi contratado como professor do seminário.

Começava ali a sua intensa atividade no magistério, que se prolongou por décadas a fio, até à aposentadoria.

Direito e política

Em 1953, bacharelou-se em Direito e logo tornou-se professor do mesmo curso.

Brilhante em ambas as carreiras – advocacia e magistério – Celso Barros Coelho já se fazia uma legenda, ingressou na política e foi eleito deputado estadual em 1962, sendo cassado um ano depois da posse, quando irrompeu o movimento de 64.

Voltou à política na década de 1970, dez anos depois da cassação, como deputado federal, pelo MDB, o partido de oposição ao regime autoritário.

Exerceu o último mandato na Câmara dos Deputados no início da década de 1980.

Nas duas legislaturas na Câmara Federal, exerceu as funções de vice-líder e conviveu com os principais líderes de seu tempo, como Petrônio Portella, Ulysses Guimarães e Tancredo Neves.

Nos dois mandatos, atuou como relator e autor de importantes projetos, como o Código Civil Brasileiro (relator do Livro V – Direito das Sucessões).

De volta à terra-berço

Já fora da atividade pública e da sala de aula, mas com intensa atividade em seu Escritório de Advocacia, aos 85 anos fundou a Academia de Letras, História e Ecologia da Região Integrada de Pastos Bons.

Na verdade, um pretexto para voltar à terra-berço pelo menos duas vezes ao ano (em julho, nos festejos de São Bento, e em janeiro), na companhia de pessoas queridas, como o professor e acadêmico Fonseca Neto e o acadêmico Pedro da Silva Ribeiro.

Essa rotina só foi interrompida com a explosão da Pandemia da Covid-19. Mas ele continuou reunindo a Academia virtualmente.

A última sessão da instituição foi realizada na segunda-feira passada, com sua presença.

(A propósito, Celso foi infectado pelo coronavírus, no começo deste ano, mas só soube disso semanas depois, em exame de rotina. Nada sentiu).

A mortalha

Uma curiosidade da infância de Celso: aos 2 anos, o menino caiu doente. Os dias passavam e ninguém descobria qual era seu mal. A criança definhava a cada dia.

Já sem esperanças, os pais encomendaram a mortalha e fizeram o seu batismo às pressas, para que não morresse pagã.

Um caixeiro-viajante que passava por Pastos Bons, vendo aquela aflição da família, prescreveu um remédio para verme.

A criança tomou a beberagem e ficou boa em poucos dias. Sua mortalha foi dada para outro “anjinho”, naquela época em que a mortalidade infantil era assombrosa no sertão nordestino.

Pois bem! Aquele menino que foi dado como morto aos 2 anos chega hoje (11/05) aos 100 anos de idade, lúcido e com vontade de viver.

O centenário

Estas e outras histórias sobre ele serão lembradas a partir de agora, nas celebrações que a Academia Piauiense de Letras e a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, juntamente com outras instituições, farão em sua homenagem.

Não é para menos. Como enfatiza, apropriadamente, a professora e acadêmica Fides Angélica, ex-presidente da OAB-PI e presidente da Academia Piauiense de Letras Jurídicas, Celso Barros é um patrimônio vivo do Piauí, do Maranhão e do Brasil.

Glória dos dois Estados, ele presidiu tanto a OAB-PI como a Academia Piauiense de Letras.

No caso da Academia, o regozijo é ímpar, pois é a primeira celebração do centenário de um acadêmico com ele vivo.

Ou vivinho da Silva, como diria o poeta e acadêmico Elmar Carvalho.

Parabéns, mestre Celso!

Celso Barros Coelho

Reginaldo Miranda[1]

Quando nasceu Celso Barros Coelho, em 11 de maio de 1922, o Brasil vivia o agitado clima político da disputa eleitoral pela presidência da República. Disputavam o comando da Nação Artur Bernardes, ex-governador de Minas Gerais e Nilo Peçanha, ex-governador do Rio e ex-presidente da República. O primeiro foi apoiado pelas oligarquias de São Paulo e Minas, seguindo a rígida cartilha da política café com leite. A ele, atribuíram-se cartas falsas que atacavam o marechal e ex-presidente da República Hermes da Fonseca, fato que desgastou o relacionamento deste com os militares. O segundo possuía o apoio das oligarquias do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia, cuja candidatura, lançada pelo movimento denominado “Reação Republicana”, procurou conquistar o voto das classes médias urbanas.

Eleito, Bernardes enfrentou forte oposição dos militares. Teve de governar em constante estado de sítio, cuja situação agravou-se com o fechamento do Clube Militar e a prisão de Hermes da Fonseca. O governo enfrentou problemas sucessórios em diversos estados, sendo gravíssima a situação no Maranhão, onde foi deposto o governador Raul Machado, em 25 de fevereiro daquele ano. O clima de discórdia e contestação dentro do Exército, culminou com a “Revolta dos 18 do Forte de Copacabana”, em 5 de julho do mesmo ano, visando impedir a posse do presidente eleito. Os revoltosos foram atacados pelos legalistas escapando com vida apenas os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes. No Rio Grande do Sul, em 1923, dois candidatos declararam-se eleitos; reconheceu-se como governador Borges de Medeiros, depois de acirrada guerra civil. O clima de insatisfação desembocou no movimento tenentista de 1924, cujo desfecho no ano seguinte, foi a formação da Coluna Prestes, com a célebre marcha que varou o país, inclusive os sertões do Piauí e Maranhão. Reivindicavam voto secreto, liberdade de imprensa, independência do Judiciário e ampliação do poder do Estado.  Por fim, veio a “Revolução de 30” e as reformas que criaram a Justiça do Trabalho e a Justiça Eleitoral, com as leis trabalhistas, o Código Eleitoral e a extensão de voto às mulheres.

No campo cultural, manifestações artístico-culturais realizadas no Teatro Municipal de São Paulo, entre 13 a 18 de fevereiro de 1922, denominadas Semana de Arte Moderna, lançaram definitivamente o Modernismo no Brasil, cuja essência já se desenhava nas artes plásticas na década anterior. Rompia-se com as escolas realista, parnasiana e romântica. Esse movimento favoreceu o aparecimento do romance moderno, inclusive de caráter regionalista mostrando nosso sertão como nunca antes. No Piauí, criara-se, cinco anos antes, a Academia Piauiense de Letras, em 1917; nessa ambiência, surgia também a Faculdade de Direito, em 1931, e a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, em 1932.

Nesse ambiente político e cultural, Celso Barros Coelho viu a luz do sol pela primeira vez, na pequena e antiga vila de Pastos Bons, Sudeste do Maranhão. Era filho de Francisco Coelho de Sousa e Alcina Barros Coelho, tendo perdido o genitor ainda na meninice.

Iniciou as primeiras letras na terra natal, sob orientação da tia Maria de Lourdes Coelho, que o alfabetizou. Em 1931, frequentou as aulas da professora Heloísa de Gusmão Castelo Branco, que ali chegou oriunda de São Luís, provocando profunda impressão naquele “menino humilde e sonhador, nos seus nove anos”[2] de idade.

Não demorou, porém, a passar ao Piauí, primeiro para a vizinha cidade de Uruçuí, encostada no rio Parnaíba, onde em companhia de parentes prosseguiu nos estudos. Em 1938, mudou-se para a cidade de Teresina, dando vazão à sede de conhecimento que invadia sua alma e ao consequente aprimoramento intelectual. Matriculou-se no Seminário Menor, onde cursou o ensino ginasial, concluindo-o no Liceu Piauiense, em 1945. Cursaria o clássico no Colégio Diocesano São Francisco de Sales. Essa fase no Seminário foi importante para imiscuir-se na língua latina e no estudo dos clássicos. Desde então, passou a ler com certo método os principais autores de língua portuguesa, sem esquecer Camões e as traduções de Cervantes e Shakespeare, assim como importantes obras de Filosofia e os grandes pensadores do Brasil.

Com vocação para os estudos jurídicos, ingressou em 1949, na Faculdade de Direito do Piauí, alcançando o grau de bacharel no final de 1952, com pouco mais de 30 anos de idade. Em pouco tempo, por via de concurso público, emprega-se no cargo de procurador autárquico do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), hoje Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), no qual alcançou a aposentadoria. Desde então, inscreve-se na OAB, iniciando sua longa carreira de advogado. Porém, também seria aprovado em concursos públicos para os cargos de Juiz de Direito, Promotor de Justiça e Auditor Federal, os quais não chegou a assumir.

Desde 1945, para manter-se nos estudos, ingressou no magistério como professor do Colégio “Demóstenes Avelino”, levado pelo jovem mestre Amandino Teixeira Nunes, que ali lecionava. Naquele ano, também ali ingressou, como professor de Português, o professor M. Paulo Nunes, seu contemporâneo no Colégio Diocesano, fortalecendo uma amizade que durou por toda a vida. Naquela escola de ensino secundário, Celso Barros Coelho não demorou a enamorar-se da jovem Maria de Lourdes Freitas, filha do diretor-proprietário Felismino de Freitas Weser, com quem contraiu matrimônio, gerando três filhos, hoje todos bem situados na vida profissional[3]. Permanecendo no magistério, em 1958, vai lecionar a disciplina de Latim na Escola Normal “Antonino Freire”, vencendo o certame com a tese Da poesia latina na época de Augusto. Nesse tempo, assume as cátedras de Literatura Latina e Literatura Portuguesa na recém-fundada Faculdade de Filosofia do Piauí.

Em 1967, depois de lograr êxito em concurso público, assume a cátedra de Direito Civil da Faculdade de Direito do Piauí, a mesma em que se formara, depois integrada à Universidade Federal do Piauí (UFPI), onde alcançou a aposentadoria compulsória em maio de 1992. Foi admitido por alguns anos como professor visitante na Universidade de Brasília (UnB); ali, ministrando a disciplina Direito Civil. Lecionou também nos cursos de Pós-Graduação da Escola de Magistratura do Estado do Piauí (ESMEPI) e Escola de Advocacia do Piauí (ESAPI), em cujas oportunidades fomos seu aluno. O Prof. Celso Barros fez nome no magistério piauiense, sobretudo no ensino jurídico, pela profundidade e segurança com que explanava as grandes teses jurídicas. Para ele, “o Direito Civil assume a primazia entre os demais ramos do Direito, por ser o mais ligado à pessoa humana, na sua individualidade e personalidade”[4]. Costumava ensinar que os advogados em início da carreira profissional devem seguir o exemplo dos mais velhos e experientes, entregando-se à leitura permanente para compreenderem o Direito e a grande responsabilidade que assumem perante a sociedade e os interesses populares[5].

Mesmo exercendo o magistério com paixão e entusiasmo, outra grande vocação foi a advocacia, em cuja atividade permaneceu em pleno exercício até à atualidade, por 70 anos. Civilista de largos recursos, ético e seguro, constitui-se num símbolo autêntico da advocacia piauiense, uma referência para todos nós. Nos anos de chumbo da ditadura militar, embora com seus direitos políticos injustamente cassados, presidiu a seccional piauiense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PI) pelo período de onze anos, com pequenos interregnos, entre 1963 a 1974[6], transformando-a em trincheira da resistência democrática em terra mafrensina.

O senso de justiça, a intransigente luta pela liberdade e pela redenção dos povos, ele canalizou para a atividade política, outra de suas grandes vocações, militando com destaque no Partido Democrático Cristão (PDC), no Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e em seu sucedâneo, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), em cuja legenda ainda permanece, tendo se afastado em breve interregno, por divergir de algumas ações então praticadas. Orador brilhante, de inteligência privilegiada, com exuberante cultura jurídica e humanística, Celso Barros empolgou as multidões em grandes comícios populares, sendo sempre bem votado na Capital e nas principais cidades do Piauí. Elegeu-se deputado estadual em 1962 e deputado federal em duas legislaturas (1975 – 1979 e 1983 – 1987). Na Câmara Federal, sua atuação foi das mais significativas e marcantes, participando ativamente dos grandes debates de interesse da nação. Estando então em evidência a elaboração de um novo Código Civil, o jurista e deputado Celso Barros foi convidado para relatar a parte concernente ao Direito das Sucessões, no que se houve com distinção.

Com a criação do Estado do Tocantins na Constituinte de 1988, foi convidado pelo novo governador Siqueira Campos, para ajudá-lo a implantar a nova unidade federativa, em cuja tarefa trabalhou assiduamente, responsabilizando-se pela elaboração do anteprojeto das principais leis.

Intelectual irrequieto, portador de vasta cultura, apreendida em longas horas de estudo, Celso Barros Coelho é autor de mais de uma dezena de livros, nos quais mostra a força de sua inteligência e a vastidão de seu conhecimento jurídico, entre os quais: Imunidades parlamentares (1964), O direito como razão e como história (1977), Jurisprudência como norma jurídica (1982), Confronto de ideais (1997), Darcy Ribeiro – educador e antropólogo (1997), Apelo aos valores (2003) e Perfis paralelos – juristas (2016), além de colaborador de dezoito verbetes na Enciclopédia Saraiva de Direito.

Para essas notas, vamos destacar Perfis paralelos. Nele, o intelectual estuda em quinze ensaios a vida, a obra, o pensamento, as ideias, a formação intelectual e a ideologia de importantes juristas de nossa pátria, enfocando a contribuição que deram à ciência do Direito. Talvez, essa obra seja inspirada nas Figuras do Direito, de San Tiago Dantas, a quem enaltece as características de civilista, político e humanista preocupado com a educação jurídica nacional. Enfoca em San Tiago Dantas, a preocupação com “a verdadeira formação jurídica, aquela que formará juristas para as tarefas da vida social”, “colocando o estudante não em face de um corpo de normas, de que se levanta uma classificação sistemática, como outra história natural, mas em face de controvérsias, de conflitos de interesses em busca de solução”. Acrescenta à sua leitura: “Só desse modo a educação jurídica poderá conceituar com clareza o seu fim, que é formar o raciocínio jurídico e guiar o seu emprego na solução de controvérsias”. Finalizando, afirma San Tiago no recorte de Barros: “O estudo das normas e instituições constituem segundo objetivo, absorvido no primeiro, e revelado ao longo do exame e discussão dos problemas”. Portanto, nesses estudos jurídicos Celso Barros Coelho vai buscar em seus biografados características que também realçam seu pensamento como professor e pensador da ciência jurídica com larga folha de serviços prestados à vida pública nacional.

Seus ensaios não são mero ajuntamento de datas e fatos, ao contrário, constituem-se oportunidade para acompanhar a formação intelectual e o legado de juristas do porte de Rui Barbosa, Paulo Bonavides, Francisco Amaral, Caio Mário da Silva Pereira, Washington de Barros Monteiro, Orlando Gomes, Coelho Rodrigues, Sousa Neto, Wilson Brandão, Cláudio Pacheco, San Tiago Dantas, Miguel Reale e Gérson de Britto Mello Bozon. Realça em cada um caraterísticas que ele próprio professa e que procura seguir como objetivo de vida em sua marcha como homem público e pensador da ciência e dos destinos da pátria.

Roberto Rosas, professor titular da Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, lembra que Celso Barros “é uma figura formada em humanidades, no sentido literal da palavra”; que “sua contribuição, assim, para o mundo acadêmico é reverberante”, “transitando entre a atividade política e a jurídica, como muitos outros bons juristas que querem ajudar a construir a legislação que ajudarão a fazer cumprir”, jamais se afastando “da docência querida e das publicações literárias nas quais se aventurou desde a poesia, arte e literatura até as críticas, análises e história”[7].

Na Academia Piauiense de Letras, ingressou no ano de 1967, onde até há pouco foi assíduo frequentador, dando tom ao debate acadêmico, ao lado de seu saudoso colega M. Paulo Nunes e alguns outros de sua geração literária. Presidiu o sodalício no período de 1998-1999, promovendo importantes realizações, como publicação de livros, lançamento de coleções e realização de ciclos de debates e conferências. Pertence a diversas outras instituições culturais, a exemplo do Instituto dos Advogados Brasileiros, Academia Piauiense de Letras Jurídicas e Instituto Luso-Brasileiro de Direito Comparado. Como reconhecimento por sua contribuição ao magistério, à advocacia e ao parlamento, recebeu diversas homenagens e condecorações.

Preocupado com a terra de nascença, em 2005, fundou a Academia de Letras, História e Ecologia da Região Integrada de Pastos Bons, visando difundir cultura entre seus conterrâneos. Desde então promoveu ciclo de debates, a edição de livros e de um jornal literário, às suas expensas.

Celso Barros Coelho, estimado mestre de gerações, é nome de referência na política, no magistério, na literatura e na advocacia piauiense. Foi uma honra sermos seu aluno na escola formal, e ainda continuamos a sê-lo fora da escola. Ouvi-lo é aprender sempre. É com muito orgulho que sentamos ao seu lado, como um de seus pares na Academia Piauiense de Letras. Parabéns, mestre de vida escolar, colega de profissão e confrade de academia! Que nossa convivência perdure por muitos anos[8]! Abraço fraterno.


[1] REGINALDO MIRANDA, advogado especialista em Direito Constitucional e em Direito Processual, foi membro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-PI, da Comissão de História, Memória, Verdade e Justiça, assim como cofundador e presidente da Associação de Advogados Previdenciaristas do Piauí. Representa a OAB-PI na composição da Comissão de Estudos Territoriais do Estado do Piauí – CETE (17.2.2021 – 31.1.2023). É membro da Academia Piauiense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí.

[2] COELHO, Celso Barros. Heloísa, minha professora. In: Memórias de Pastos Bons. Celso Barros Coelho (Coord.). Imperatriz: Ética, 2005.

[3] Na maturidade, teria uma quarta filha, hoje advogada.

[4] Portal OAB-PI: https://www.oabpi.org.br/celso-barros-coelho-completa-99-anos-e-e-homenageado-com-lancamento-de-livro/

[5] Entrevista a Waldelúcio Barbosa, do Jornal Meio Norte (https://www.meionorte.com/especiais/nossagente/celso-barros-coelho-referencia-no-cenario-juridico-e-politico-59).

[6] Dr. Celso Barros presidiu a OAB/PI nos seguintes períodos: 01/01/1963 a 27/02/1969 – de 29/08/1970 a 27/11/1970 – de 31/01/1971 a 22/05/1974

[7] ROSAS, Roberto. Prefácio. In: COELHO, Celso Barros.  Perfis paralelos – juristas. Coleção Século XXI. Vol. 5. Teresina: APL, 2016.

[8] Escrevi essas notas para homenageá-lo no aniversário de 90 anos, cujo artigo foi publicado no jornal Meio Norte, edição de 18.05.2012, agora refeito e ampliado para comemorar o seu centenário.

Academia vai lançar mais de 30 livros

O lançamento do livro Mário Faustino Revisitado – Textos Críticos e Antologia Comentada, de autoria do professor e acadêmico Carlos Evandro, marcou a retomada das atividades presenciais da Academia Piauiense de Letras.

A obra foi lançada no sábado passado (7/5), com apresentação da acadêmica Fides Angélica, secretária geral da APL e ocupante da Cadeira 40, que tem como patrono o poeta Mário Faustino.

A obra integra a Coleção Centenário, da Academia Piauiense de Letras, com o número 115.

Também foram lançados na ocasião outros dois números da Coleção: Criminologia das Multidões (Vol. 114), de Elias Oliveira, e Folhas soltas ao vento (Vol. 119), de Martins Napoleão, ambas com apresentação do acadêmico Nelson Nery Costa.

Outros lançamentos

As atividades presenciais da Academia estavam suspensas desde março de 2020, em função da Pandemia da Covid-19.

Elas foram retomadas em janeiro passado, de forma parcial e seguindo as normas sanitárias. Só agora a APL volta a realizar eventos totalmente presenciais.

O presidente da Academia, Zózimo Tavares, informou que mais de 30 livros serão lançados pela APL nas próximas semanas.

APL retoma lançamentos com livro sobre Mário Faustino

A Academia Piauiense de Letras retoma no próximo sábado, dia 7, o seu programa de lançamento de livros, interrompido em março de 2020, em função da Pandemia da Covid-19.

O primeiro livro a ser lançado é de autoria do professor e acadêmico Carlos Evandro e tem como título “Mário Faustino Revisitado – Textos Críticos e Antologia Comentada”.

A apresentação será feita pela acadêmica Fides Angélica, secretária geral da APL e ocupante da Cadeira 40, que tem como patrono o poeta Mário Faustino.

O lançamento está marcado para as 10 horas, no auditório Acadêmico Wilson Brandão.

A obra integra a Coleção Centenário, da Academia Piauiense de Letras, com o número 115.

Ela seria lançada em março de 2020, quando todas as atividades presenciais da Academia foram suspensas, em obediência às instruções das autoridades sanitárias.

Professor e acadêmico Carlos Evandro.

OAB presta homenagem a Nildomar

O Centro Integrado de Serviços da Advocacia, inaugurado dentro das comemorações dos 90 anos da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Piauí, recebeu o nome de Nildomar da Silveira Soares.

A homenagem foi prestada na quinta-feira (28/04), em ato conduzido pelo presidente da OAB-PI, Celso Barros Neto.

Nildomar da Silveira Soares foi presidente da OAB, desembargador, professor e escritor.

Ele pertenceu à Academia Piauiense de Letras, onde ocupou a Cadeira 22. Faleceu em agosto do ano passado, em consequência de complicações da Covid-19.

A família do homenageado foi representada pela viúva, professora Salete Soares, e pelo filho Sérgio Silveira, também advogado.

A APL foi representada na cerimônia pelo advogado e acadêmico Reginaldo Miranda, ex-presidente da Academia.

Imagens: OAB-PI