A 18ª e 19ª edição do Salão do Livro do Piauí (Salipi) se aproxima e a Fundação Quixote e a Universidade Federal do Piauí (UFPI) já fecharam a programação. Serão 7 dias de atividades intensas. Na programação, palestras com escritores nacionais e locais, bate-papo literário com diversos lançamentos de livros, apresentações musicais, feira de livros e muito mais.
Nomes consagrados da literatura nacional estarão presentes no evento como o escritor do Rio Grande do Sul, Fabrício Carpinejar, a paulista Aline Bei autora do livro “O peso do pássaro morto”, a cearense Socorro Acioly, vencedora do prêmio jabuti de literatura e participando do bate-papo literário Zeca Baleiro e Salgado Maranhão no dia 17. Em seguida, Zeca Baleiro fará um Poket Show no palco “Marcos Peixoto” que está sendo montado para o evento.
O Salão do livro do Piauí- SALIPI será realizado de 13 a 19 de dezembro no Complexo Rosa dos Ventos na UFPI. Com o tema “Onde houver trevas, que eu leve livros” o evento vai homenagear os escritores piauienses Graça Vilhena e Climério Ferreira.
Para quem deseja participar das palestras as inscrições devem ser feitas pelo site www.salipi.com.br
A publicação surgiu da necessidade de sistematizar de maneira atualizada os dados referenciais de instituições brasileiras detentoras de acervos raros, identificadas ao longo dos anos por meio de pesquisas realizadas pela equipe do Planor.
Sua primeira edição foi lançada em 2012 em formato Impresso e a exemplo do que se passa com a maioria das obras de referência que relacionam informações cadastrais, seus dados tornaram-se defasados.
A segunda edição, agora exclusivamente em meio digital, amplia os objetivos traçados desde a ideia precursora da publicação, possibilitando acesso rápido e universalizado, transformando a publicação em um instrumento de consulta ágil e precioso para o desenvolvimento de pesquisas sobre o tema.
A TV APL, o Canal da Academia Piauiense de Letras no YouTube, disponibilizou hoje (07/06) a gravação da Sessão Especial do Panegírico do Padre Raimundo José Airemoraes Soares, último ocupante da Cadeira 20.
A oração da saudade foi proferida pelo acadêmico Celso Barros Coelho, 99 anos, com discurso de agradecimento do advogado João Pedro Ayrimoraes Soares, irmão do homenageado.
Os contratos da Prefeitura de Teresina com as Organizações Sociais que administram vários projetos culturais da capital serão mantidos até o final deste ano.
A garantia foi dada pelo vice-prefeito e secretário municipal de Finanças, Robert Rios, durante reunião com o regente da Orquestra Sinfônica de Teresina, maestro Aurélio Melo.
Também participou do encontro o secretário municipal de Planejamento, João Henrique Sousa, que à época em que foi presidente dos Correios patrocinou a transformação da Orquestra de Câmara em Orquestra Sinfônica de Teresina.
Até dezembro, a Prefeitura decidirá o encaminhamento que dará ao caso, depois de ouvir as Organizações Sociais que administram a Orquestra Sinfônica, o Balé da Cidade, a Banda 16 de Agosto e a Orquestra Sanfônica.
As informações foram dadas pelo maestro Aurélio Melo, que se declarou satisfeito com o resultado do encontro. Ele disse que na reunião teve oportunidade de passar ao vice-prefeito Robert Rios as informações sobre o funcionamento desses projetos.
APL preocupada
A decisão da Prefeitura de romper abruptamente os contratos com as OS’s do setor cultural, anunciada na semana passada, foi discutida na sessão de sábado (15/05) da Academia Piauiense de Letras.
Houve grande apreensão da entidade e de todo o setor cultural. Se posta em prática, a decisão interromperia projetos culturais que estão em execução há mais de 50 anos, como a Banda 16 de Agosto, e há quase 30 anos, como a Orquestra Sinfônica de Teresina.
O presidente da APL, Zózimo Tavares, lamentou o estresse causado e concordou com a declaração do prefeito Dr Pessoa de que a decisão foi precipitada.
Ele enalteceu o papel do vice-prefeito Robert Rios na busca de harmonização para o episódio.
“Retalhos de memórias” é título do novo livro do desembargador, escritor e acadêmico Nildomar da Silveira Soares, ocupante da Cadeira 22 da Academia Piauiense de Letras.
A obra foi escrita ao longo da pandemia da Covid-19 e compreende o período de 1937, ano do nascimento do autor, a 2021.
Em função do isolamento social decorrente da pandemia, não houve lançamento do livro.
No prefácio da obra, o presidente da APL, Zózimo Tavares, afirma que “Teresina pulsa em suas páginas”.
Além de aspectos relevantes da vida do autor, o livro traz memórias sobre a Rua Félix Pacheco, onde nasceu; as praças do Centro; a Academia Piauiense de Letras; o Rio Parnaíba e a expansão da cidade para a zona Leste.
Também aborda fatos históricos, como o acidente da Cruz do Cassaco; a inauguração do Hospital Getúlio Vargas e os clubes sociais de Teresina. Outro destaque é para as curiosidades.
O autor – Nildomar da Silveira Soares nasceu em Teresina, onde estudou até se transferir para o Rio de Janeiro, para cursar Direito. Formado, foi aprovado em concurso para o Banco do Brasil.
Presidiu a Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Piauí, e foi assistente jurídico de três prefeitos de Teresina e de três governadores. Integrou o Tribunal de Justiça do Piauí como desembargador.
Tem várias obras na área do Direito e em 2017 publicou o “Livro do Centenário”, nas celebrações dos 100 anos da Academia Piauiense de Letras.
O acadêmico Celso Barros Coelho celebra hoje (11/05) os 99 anos de seu nascimento com as homenagens da Academia Piauiense de Letras, instituição que ele presidiu entre 1998 e 2000.
Ele ocupa a Cadeira 39 da APL, que tem como patrono o poeta José Newton de Freitas. É um dos mais ativos membros da instituição, que se enaltece com a sua presença.
Mesmo em tempos de isolamento social, por causa da pandemia da Covid-19, Celso Barros participa regularmente das sessões e dos eventos da Academia realizados através de plataforma digital, destaca o presidente da APL, Zózimo Tavares.
O começo – Celso Barros Coelho nasceu em Pastos Bons (MA), no dia 11 de maio de 1922. É filho de Francisco Coelho de Sousa e de Alcina Barros Coelho.
Mudou-se com pouca idade para o Piauí, onde cedo ficou órfão de pai. Vivendo com poucos recursos, cursou o primário de forma irregular.
Foi seminarista por algum tempo, concluindo o curso ginasial no Liceu Piauiense e o clássico no Colégio São Francisco de Sales, ambos em Teresina.
Ingressou em 1949 na Faculdade de Direito do estado e por ela se formou em 1953.
Professor universitário, funcionário autárquico e advogado, ingressou na política filiando-se ao Partido Democrata Cristão (PDC), e nessa legenda elegeu-se deputado estadual no Piauí no pleito de outubro de 1962.
Assumindo sua cadeira na Assembleia Legislativa em fevereiro do ano seguinte, tornou-se membro titular e depois presidente da Comissão de Constituição e Justiça.
Com a vitória do movimento político-militar de 31 de março de 1964, que depôs o presidente João Goulart (1961-1964), e a promulgação do Ato Institucional nº 1, teve o mandato cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos.
Mapismo – Em 1970, atuou como advogado do ex-deputado Ezequias Costa no “processo do mapismo”, instaurado para apurar denúncias de fraudes nas eleições daquele ano no Piauí.
Em novembro de 1974, após recuperar seus direitos políticos e se filiar ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar, concorreu a uma cadeira na Câmara dos Deputados e foi o único representante do partido oposicionista a se eleger no estado.
Assumindo o mandato em fevereiro de 1975, tornou-se membro titular da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão do Polígono das Secas e, a partir de maio do ano seguinte, vice-líder da bancada oposicionista.
No pleito de novembro de1978 concorreuà reeleição na legenda do MDB, mas não obteve êxito.
Advocacia e literatura – Foi membro do Conselho Estadual de Cultura e procurador do então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Integrou ainda o Instituto dos Advogados do Piauí, tendo ocupado também a presidência do conselho seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Estado.
Publicou, entre outros, os livros, Da poesia latina na época de Augusto (tese, 1958), O Estado e os direitos do homem (1961), O Estado brasileiro — do conteúdo político ao social (1961), Diretrizes para uma ação política (1963), Imunidades parlamentares (1964), O direito como razão histórica (tese, 1964) e Universidade em causa (1973) e Tempo e memória: Pastos Bons (2009) e Política, Tempo e Memória (2014).
Está concluindo a redação de mais dois livros que serão publicados brevemente.
A arqueóloga Niéde Guidon, ocupante da Cadeira 24 da Academia Piauiense de Letras, foi escolhida para receber o Prêmio Hypathia Internacional 2020, uma das maiores honrarias do mundo.
Niéde Guidon foi homenageada ao lado de outros nove cientistas que se destacaram em diversas áreas.
Além da premiação, ela teve uma intensa e vasta divulgação do seu trabalho arqueológico durante a Bienal de Arquitetura e Restauração Urbana (BRAU5), que se encerra hoje (30) na Itália.
O Prêmio foi entregue dentro da programação da BRAU5, Bienal de Arquitetura e Restauração Urbana que acontece na Itália.
O evento cultural internacional e interdisciplinar seria realizado originalmente de 15 a 30 de outubro de 2020, mas foi transferido para o período de 15 a 30 de abril de 2021.
Niéde Guidon completou 88 anos em março passado. É paulista e mora no Piauí há 50 anos. É conhecida mundialmente por suas pesquisas e descobertas arqueológicas e a criação do Parque Nacional da Serra da Capivara, hoje patrimônio da humanidade reconhecido pela Unesco.
Vencedores do Prêmio Hypatia 2020:
Prof. Eng. Assia Harbi (Algéria), Sismologia, Geofísica
Prof. Eng. Hasnaa Chennaoui Aoudjehane (Marrocos), Geologia Planetária
Dr. Thi Duong Chi Nguen (França), Medicina, Saúde Pública
Prof. Eng. Amado Gustavo Ayala Milian (México), Sismologia
Dr. Teruko Kawabata (Japão), Educação Nutricional
Prof. Dra. Irma Della Giovanpaola (Itália), Arqueologia
Eng. Fatima Hossaini (Afeganistão), Arte, Fotografia
Dra. Niède Guidon (Brasil), Arqueologia
Prof. Eng. Inas Oma (Egito), Preservação Ambiental
Prof. Arq. Alberto Satolli (Itália) Arquivista, Designer
Filme
No ano passado, foi lançado o filme “Niède”, com direção de Tiago Tambelli. O documentário reconstrói o percurso dos primeiros homens que povoaram o continente americano, por meio da história de Niède Guidon.
O Acadêmico Alberto da Costa e Silva acaba de lançar seu novo livro “A África e os africanos na história e nos mitos”. A obra, publicada pela Editora Nova Fronteira, traz fragmentos de histórias orais, transcrições de época, tradições e relatos de povos, líderes, linguistas, viajantes e diversos estudiosos. A nova publicação proporciona ao leitor uma visita ao continente africano e à sua história através da narração do Acadêmico.
O Acadêmico
Alberto da Costa e Silva é o quarto ocupante da Cadeira nº 9, tendo sido eleito em 27 de julho de 2000, na sucessão de Carlos Chagas Filho, e recebido pelo acadêmico Marcos Vinicios Vilaça em 17 de novembro de 2000. Presidiu a Academia Brasileira de Letras entre 2002 e 2003. Foi membro do Conselho Nacional de Direito Autoral, entre 1984 e 1985; do Comitê Científico do Programa Rota do Escravo, da UNESCO, de 1997 a 2005 e do Júri do Prêmio Camões em 2001 e 2003. Foi Doutor Honoris Causa em Letras pela Universidade Obafemi Awolowo (ex-Universidade de Ifé), da Nigéria, em 1986 , e em História pela Universidade Federal Fluminense, em 2009, e pela Universidade Federal da Bahia, em 2012. Recebeu o Prêmio Juca Pato – Intelectual do Ano de 2003, da União Brasileira de Escritores e Folha de S. Paulo. É membro do PEN Clube do Brasil, sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa da História.
Acadêmico Antônio Torres participou, no dia 13 de maio, do festival “Livros a Oeste”, realizado pelo município de Lourinhã, em Portugal. O Acadêmico apresentou uma mesa-redonda junto ao escritor angolano Ondjaki, sob coordenação do jornalista português João Morales. Maiores informações sobre o evento e a programação completa podem ser acessadas através do link.
Sobre o Acadêmico
Antônio Torres é o oitavo ocupante da Cadeira nº 23, eleito em 7 de novembro de 2013, na sucessão de Luiz Paulo Horta e recebido em 9 de abril de 2014 pela Acadêmica Nélida Piñon. Estreou na literatura em 1972, com o romance “Um cão uivando para a Lua”, considerado pela crítica a revelação do ano. É também contista, cronista e autor de uma história para crianças. Sua obra tem tido várias edições no Brasil e traduções em muitos países, da Argentina ao Vietnã. De 1999 a 2005, foi Escritor Visitante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde realizou oficinas literárias, palestras e aulas inaugurais nos campos do Maracanã, São Gonçalo (Faculdade de Formação de Professores) e Duque de Caxias (Faculdade de Educação da Baixada Fluminense).
William Lederer era um tenente da marinha americana na Segunda Guerra Mundial e, por volta de 1942, estava baseado na região de Xuquim, no sudoeste da China e hoje a cidade mais populosa do mundo. Um de seus costumes na época era participar de leilões feitos no escuro. A plateia não sabia ao certo o que era exatamente a peça vendida e a fama do leiloeiro não era das melhores, pois vivia trapaceando os clientes. Numa certa noite, ele arrematou, por 30 dólares, um baú lacrado sem saber seu conteúdo. Ao abri-lo, ainda na frente dos amigos, descobriu que havia no interior duas caixas de uísque – um artigo raríssimo naquele momento. Recebeu várias ofertas pelas garrafas, mas decidiu não as vender. Sua transferência estava próxima e pensou em usar toda aquela bebida para turbinar sua festa de despedida.
Alguns dias depois, o escritor Ernest Hemingway visitou a canhoneira na qual servia. Encontrou Lederer e, grande bebedor, já foi direto ao assunto:
– Ouvi dizer que você tem duas caixas de uísque. Quanto quer por seis garrafas?
Lederer deu a desculpa de praxe e o escritor não se deu por vencido. Tirou um maço enorme de notas do bolso e disse que pagaria o que ele quisesse. O tenente, então, propôs o seguinte:
– Troco seis garrafas por seis aulas sobre como escrever.
Hemingway topou e, nos cinco dias seguintes, deu-lhe cinco preleções. Ao final de uma dessas conversas, o autor de “O Velho e o Mar” perguntou se ele já havia experimentado alguma garrafa que comprara. Lederer disse que não e falou da tal festa. Recebeu o conselho de não adiar um momento tão precioso quanto aquele. Em seu último dia em Xuquim, deu-lhe a última aula, que se resumia a uma única frase: “Antes de escrever sobre as outras pessoas, você precisa ser um homem civilizado. E, para isso, necessita de duas coisas: compaixão e capacidade de aceitar os contras da vida. Jamais ria de alguém para quem a sorte tenha sido ruim. Se a sorte for contrária, não lute contra ela. Deixe-se levar e depois salte outra vez para frente. Isso é fundamental para tudo o que quiser fazer na vida”.
Quando estava se despedindo do tenente, disse-lhe:
– Você faria bem em provar o seu uísque antes de mandar os convites para a festa, rapaz.
Lederer ficou intrigado com a última frase e, chegando em casa, abriu uma garrafa e se serviu. Arregalou os olhos e abriu outra. E mais uma. E mais outra. Acabou destampando todas e provando seu conteúdo. Descobriu, atônito, que as garrafas estavam cheias de chá – sem nenhum teor alcoólico. No fim, tinha sido enganado pelo leiloeiro chinês.
Hemingway soube disso desde que arrematou as garrafas. Mas percebeu a inocência de Lederer e foi um homem civilizado, sem rir do jovem. Não lutou contra a má sorte, cumprindo sua parte no acordo, e foi em frente – não antes sem alertar o rapaz do papelão que ele estava prestes a fazer.
Essa lição de vida cai feito uma luva para quem tem de enfrentar a falta de empatia alheia diariamente. É preciso hombridade, paciência e generosidade em meio a uma crise como a gerada pela pandemia. E, neste cenário, é primordial ter a capacidade de entender que suas ações neste momento vão ter implicações futuras. É como o próprio Hemingway disse: “Today is only one day in all the days that will ever be. But what will happen in all the other days that ever come can depend on what you do today” (“Hoje é um dia único entre todos que virão. Mas o que vai acontecer nesses outros dias vindouros pode depender daquilo que você vai fazer no dia de hoje”). Este é um ensinamento precioso, pois mostra a todos a eterna relação causa e efeito que enfrentamos, muitas vezes sem perceber, em nossa vida atribulada. Nos últimos meses, porém, sob o signo da comoção e da adversidade, pudemos ver que nossas ações tiveram consequências sérias durante o momento pandêmico. Quem conseguiu ser comedido ou interpretar melhor os desafios de nosso tempo vai sair fortalecido ao final deste período de agruras.
E quanto a Lederer? O que aconteceu com o tenente que comprou garrafas de uísque cheias de chá? Aprendeu muito bem as lições ensinadas e buscou implementar tudo o que Heminguay lhe ensinara. Sua obra foi extensa: escreveu um roteiro de cinema e 17 livros. Um deles, “The Ugly American”, em parceria com Eugene Burdick, foi um grande best seller e inspirou a diplomacia do governo Kennedy a criar em 1961 o Corpo da Paz (Peace Corps), uma entidade dos EUA que presta ajuda socioeconômica aos países mais carentes.
Nada mal para quem foi engabelado em um leilão e gastou cerca de 500 dólares (valor nos dias de hoje) com 24 garrafas de chá.CORONAVÍRUSGOVERNANÇALITERATURA