Piauí celebra os 200 anos da Independência

Três atos realizados no Palácio de Karnak marcaram a cerimônia de abertura das celebrações dos 200 anos da Independência no Piauí, nesta segunda-feira (5/9).

O primeiro foi o lançamento de três livros da Coleção Bicentenário, organizada pelo Governo do Estado, através das Secretarias de Cultura e da Educação, pelo Conselho Estadual de Cultura e pela Academia Piauiense de Letras.

Os livros que inauguram a coleção são: “Memória Cronológica, Histórica e Corográfica da Província do Piauí”, de Pereira da Costa; “A Guerra do Fidié”, de Abdias Neves, e “A Contribuição do Piauí na Guerra do Paraguai”, com textos de Anísio Brito, Monsenhor Chaves, Nelson Nery, Odilon Nunes e Reginaldo Miranda organizados pelo acadêmico Felipe Mendes.

Outros cinco volumes da coleção serão publicados até o final do ano.

A governadora Regina Sousa lembrou que no Piauí as comemorações da Independência seguirão até março de 2023.

Exposição

A seguir, foi aberta a exposição ‘Pioneiras’, homenageando a força e representatividade da mulher piauiense.

A Academia Piauiense de Letras está representada por três das 29 homenageadas: Luiza Amélia de Queiroz, Fides Angélica e Niéde Guidon.

Com a curadoria da coordenadora do Centro Cultural M. Paulo Nunes, Poliana Sepúlveda, a exposição é uma viagem abrangente pela experiência feminina nos séculos XIX a XXI, enaltecendo ícones das mais distintas áreas no Estado. 

Cidade cenográfica

Por fim, foi instalada nos jardins do Palácio de Karnak uma cidade cenográfica, com a representação das vilas e cidades que constituíam o Piauí na época das lutas pela Independência.

As exposições estão abertas à visitação pública até outubro, quando deverão ser deslocadas para outros espaços.

Governadora Regina Sousa preside cerimônia pelo bicentenário da Independência
Judoca Sarah Menezes fala em nome das homenageadas
Governadora Regina Sousa, uma das homenageadas na exposição Pioneiras.
Presidente do Conselho Estadual de Cultura, Nelson Nery, fala sobre exposição.
Acadêmico Felipe Mendes, organizador de livro sobre os 200 anos da Independência.
Presidente da APL, Zózimo Tavares, fala sobre a Coleção Bicentenário.
Cidade cenográfica montada nos jardins do Palácio de Karnak.

As propostas da APL para as celebrações dos 200 anos da Independência

Reunião da Comissão dos 200 anos, no Palácio de Karnak.

 

 

A Academia Piauiense de Letras apresentou à Comissão dos 200 anos da Independência do Brasil as suas propostas para as celebrações do bicentenário no Piauí.

As sugestões foram sistematizadas pelo representante da APL na Comissão, acadêmico Felipe Mendes, depois de consulta aos colegas, e entregues na reunião realizada no último dia 3, no Palácio de Karnak, sob a presidência do secretário de Governo, Osmar Júnior, coordenador geral da Comissão.

Eis o documento com as propostas da Academia:

O Piauí ofereceu ao Brasil, com lutas e sangue derramado, duas importantes contribuições à Independência e à consolidação da grandeza nacional: a Batalha do Jenipapo, de todos conhecida, e a participação na Guerra do Paraguai, para onde foram enviados cerca de 3.500 homens. Com uma população estimada, na época, de 220.000 habitantes, o contingente representou 1,6% da população total. Poucos retornaram à terra natal.

Para ilustrar, os bravos piauienses enviados para a Guerra do Paraguai corresponderiam, atualmente, à população total dos municípios de Oeiras, Simplício Mendes e Paes Landim (cerca de 54.000 habitantes)

Em outras oportunidades, os soldados piauienses atenderam ao chamado da Pátria, e foram lutar com as Forças Expedicionárias Brasileiras, nos campos da Segunda Guerra Mundial, na Itália, ou cumpriram missões de paz organizadas pela ONU, integrando as forças de Paz no Oriente Médio (Suez), entre outras missões.

Em resumo, as sugestões da APL à Comissão dos 200 anos da Independência são:

  1. Prestar homenagem aos Heróis da Batalha do Jenipapo, em seu Monumento de Campo Maior, e definir formas apropriadas de render a gratidão do Piauí aos heróis da Guerra do Paraguai – Voluntários e Soldados – especialmente nas cidades de onde partiram contingentes, como Santa Filomena, Parnaguá, Jaicós, Teresina, Barras e Parnaíba.
  2. Em caso de ser criada uma Condecoração para celebrar os 200 anos da Independência do Brasil, e em particular a contribuição do Piauí, sugiro seja conferida apenas a Instituições que tenham sido e sejam importantes na preservação e divulgação dos feitos históricos, bem como na participação do Piauí na afirmação do Brasil como grande Nação. Para tanto, relaciono algumas dessas Instituições merecedoras de homenagem: a) Academia Piauiense de Letras, por seu conjunto da obra e pela contribuição de alguns de seus membros na pesquisa e divulgação de fatos históricos relacionados ao tema, como Abdias Neves, Hermínio Conde, Odilon Nunes, Wilson Brandão e Monsenhor Joaquim Chaves, bem assim de outros Acadêmicos que prestaram relevantes serviços ao governo federal, em funções ministeriais, como Félix Pacheco, João Paulo dos Reis Velloso, Petrônio Portella e Hugo Napoleão do Rego Neto; b) Arquivo Público do Piauí; c) Museu do Piauí; d) Fundação do Homem Americano – FUNDHAM – cujas pesquisas arqueológicas no Parque Nacional da Serra da Capivara tornaram o Piauí conhecido em todo o Mundo, inclusive com o reconhecimento do Parque, pela UNESCO, como Patrimônio da Humanidade; e e) 25º Batalhão de Caçadores, como representante das guarnições militares às quais os piauienses dedicaram seus esforços, e suas vidas, em tempos de conflito e de paz e f) IHGPi – Instituto Histórico e Geográfico do Piauí.
  3. Realizar eventos em cidades que se tornaram Lugares de Memória, como Parnaíba (Independência, com Simplício Dias e João Cândido, e embarque das forças militares para a Guerra do Paraguai), Piracuruca (Independência, com Leonardo Castelo Branco), Campo Maior (Batalha do Jenipapo), Oeiras (Independência, com o Brigadeiro Manoel de Souza Martins); União, Parnaguá, Santa Filomena (embarque do 2º Corpo de Voluntários da Pátria, no local denominado “Remanso do Choro”, à margem direita do rio Parnaíba), Jaicós (de onde partiu um grupo de Voluntários da Pátria, inclusive Jovita Feitosa), e ainda Barras e Teresina.
  4. Articular com Prefeituras, Universidades e entidades da sociedade civil, especialmente nas cidades mencionadas no item 3, a coparticipação em eventos e serviços definidos pela Comissão, como cursos e conferências.
  5. Editar (ou reeditar) livros, dissertações de Mestrado e teses de Doutorado pertinentes ao assunto, sob a coordenação da APL, da UFPI e da UESPI, inclusive a elaboração de texto-resumo a ser distribuído nas escolas públicas da rede estadual.
  6. Promover concursos de redação entre os estudantes da rede estadual de ensino, sobre o tema “O Piauí e os 200 anos da Independência do Brasil”, com premiação e ampla divulgação.
  7. Relacionar os monumentos históricos que mereçam serviços de conservação, inclusive os que prestam homenagem a personalidades importantes da História.
  8. Criar uma Subcomissão de Sistematização para organizar as sugestões recebidas e dar-lhes a redação final a ser apresentada ao Exmo. Sr. Governador do Estado.

                                                                                                                                    Felipe Mendes

                                                                                                                               Representante titular da APL”