Para comemorar o centenário da Academia Piauiense de Letras, que acontece neste ano, seus integrantes estão irmanados em torno de atividades visando registrar esse momento significativo na cultura piauiense. A trajetória secular está registrada em diversas publicações, principalmente em recentes coleções lançadas, na Revista da Academia, e na memória dos acadêmicos que já passaram por lá.
A data começou a ser lembrada com a publicação de duas coleções: a Coleção Centenário, que a partir de reedição de algumas obras do passado de enorme carga cultural, vem fazendo um resgate dessa história da literatura piauiense; e a Coleção Século XXI, que tem por objetivo oportunizar a publicação de autores novos, títulos inéditos, revelar nomes e, assim, enriquecer a literatura piauiense.
A Coleção Centenário vem sendo editada em forma de força-tarefa literária. Em todas as etapas até o lançamento, a iniciativa conta com a colaboração de vários acadêmicos, desde a coleta do material, até a revisão final. O início dos trabalhos se deu sob a coordenação do então presidente da APL, Reginaldo Miranda, e teve sequência pelo atual presidente, Nelson Nery Costa.
“Acho que ela faz um caleidoscópio da cultura, da literatura, da história e da geografia do Piauí dos últimos duzentos anos. Estão presentes obras como do Leonardo Castelo Branco, do início do século XIX, já com dois livros, até autores atuais, como Oton Lustosa, com o romance Meia-Vida. Além disso, tem autores como Lucídio de Freitas, Clodoaldo Freitas, Higino Cunha, Martins Napoleão, João Pinheiro, e muitas obras, com Da Costa e Silva, H. Dobal e Alvina Gameiro. Tem autores clássicos e autores ainda vivos, como Assis Brasil, Reginaldo Miranda e Paulo Nunes “, destaca Nelson Nery Costa.
Já a Coleção Centenário Século XXI é uma coleção inédita, com autores diversificados e diferentes fontes de financiamento. “É uma Coleção que está em formação e ainda com um perfil a ser definido com o tempo. Alguns autores são consagrados, como Celso Barros Coelho, com “Perfis Jurídicos Paralelos”, e artistas, como Lázaro do Piauí. Aposto muito na coleção que já está se aproximando de vinte números”, afirma o presidente.
Além dessas publicações, ao longo deste ano, a Academia está se preparando para receber eventos comemorativos. A expectativa é que a instituição receba o público em geral além de nomes da literatura piauiense, para festividade sem comemoração ao seu centenário. O calendário de atividades prevê que a casa se transformará em palco de lançamentos literários, bate-papos e discussões importantes acerca do Estado, de sua cultura, de sua gente.
Revista da Academia
A trajetória da Academia Piauiense de Letras também está documentada na Revista da Academia, que terá mais uma edição lançada durante as comemorações do centenário. Trata-se da publicação mais antiga da APL. Data de janeiro de 1918, logo após a funda- ção da instituição, a primeira publicação, que ocorreu normalmente até 1929, com exce- ção do ano de 1920. Depois de seis anos sem circular, A revista volta a ser publicada em 1936 com a edição n.º 15, seguindo regularmente até o ano de 1939, com uma edição anual. Entre 1942 e 1943 são lançadas as edições n.º 19 e 20, respectivamente. A 21.ª edição só sai em 1962. A partir de 1972, sob a presidência de José de Arimathéa Tito Filho, a revista teve publicação regular.
Por: Yuri Ribeiro