Discurso de lançamento do Dicionário de Brasileirismos no Piauí, de Fontes Ibiapina

De início, confesso estar nervosa diante da situação. Primeiro, por ser um momento bastante emocionante para nós que representamos a família; segundo, por termos aqui presentes alguns acadêmicos, muitos letrados, pessoas entendidas do riscado como diria meu avô, bem como estimados amigos e familiares. Tentarei ser breve, portanto, sigamos.

É de fato uma grande emoção, um enorme prazer apresentar essa segunda edição do Dicionário de Brasileirismos no Piauí, de Fontes Ibiapina. Como nos disse Nelson Nery, é um trabalho trabalhoso e que requer dedicação. Não foi feito por uma acadêmica ou por uma revisora profissional, mas sem dúvida alguma foi feito com muito carinho e com muito primor.

É um desafio se trabalhar com uma obra póstuma. O Dicionário de Brasileirismos já havia sido editado em 2001, quando o presidente da Academia era nosso querido professor Santana [Raimundo Nonato Monteiro de Santana] e Fontes Ibiapina já havia feito, no seu dizer, a viagem sem frito. Naquela época, tivemos uma revisão apurada com Clélia Ribeiro e a participação de Rosa Pereira, que sempre nos acompanha. Nessa segunda edição, depois de quase dezoito anos, o trabalho não foi menor. Mais uma vez, tentamos imaginar os limites entre o que poderíamos mudar e o que supomos que autor gostaria de mudar, especialmente por não esquecermos que aquilo que trabalhamos como folclore, na realidade, faz parte do nosso tempo e da nossa época.

Quando Reginaldo Miranda nos fala que a Academia passa por um momento inédito de publicação e edição de livros incríveis, gostaríamos de atentar para que essas publicações saiam do meio acadêmico. E nos perguntamos: para que tanto conhecimento, se esse saber fica circulando internamente entre os próprios acadêmicos?! Esperamos que isso se espraie de alguma forma e retorne aos lugares de onde foi colhido. Que os assuntos que estudamos, tanto as temáticas particulares quanto as ditas universais, as peculiaridades e as generalizações do ser, sejam discutidos não somente entre os pares, mas que estejam ao alcance de todos. Que possamos, verdadeiramente, abrir essas portas para que as pessoas entrem, folheiem, percebam, conheçam e nos apresentem novos mundos. Que se rompam as barreiras da academia, as fronteiras do piauiense e os espaços das letras!

O Dicionário de Fontes Ibiapina é reeditado como parte da Coleção Centenário, que comemora os cem anos da Academia Piauiense de Letras. Editado em um tempo em que os diversos povos dialogam, em um mundo onde todos se comunicam com todos. Tempo em que não mais separamos o que é de um povo ou o que a ele é próprio. Mundo em que nossas diferenças e peculiaridades devem ser utilizadas não para divisão, mas para partilha de saberes. E, nesse contexto de trocas, mais do que um celeiro de particularidades piauienses, o Dicionário de Brasileirismos, tecido por Fontes Ibiapina, nos remete a esse modo especial de se falar um português bem brasileiro, aqui no Piauí. Os verbetes partem de todos, e que possam retornar a todos por meio desta publicação.

Agradecemos, especialmente, à dinâmica e determinação de Dr. Nelson Nery. A Dra. Fides Angélica, mulher de pulso forte, acadêmica e amiga da família, que prefaciou o livro. A Dra. May Waddington, que prontamente fez a apresentação do Dicionário, diretamente do Paraíso dos Pataxós, em Porto Seguro na Bahia. A toda equipe da Academia Piauiense de Letras, em especial a Vera e Cremísia, que sempre nos recebem de braços abertos, fazendo desta, a nossa casa. A Herculano de Moraes, presente em nossas memórias, que sempre vibrou com as publicações de Fontes Ibiapina. Agradecemos a presença da professora e pesquisadora Raimunda Celestino. A professora Márcia Edilene, que tem se dedicado à conservação de parte do acervo de Fontes Ibiapina [biblioteca particular do autor]. A Daniel Sávio, representando a Escola Técnica Estadual de Teatro Gomes Campos. Aos amigos e familiares presentes: Maria do Carmo Leite, Homero Castelo Branco, Antonio Luís, Socorro de Maria e Eneas Barros, Ronaldo Mousinho, Alda e José Caddah. A nossa família: Miguel Caddah, Dionísio Ribeiro, Yasmine Caddah e Zafirah. A Sálua Caddah, Daniel Chapman e Farah Diba, que se fazem presentes de coração.

Por fim, gostaria de destacar entre os ilustres, a mais ilustre das pessoas que aqui estão. A grande força para a realização desta e de todas as outras edições póstumas, a filha primogênita de Fontes Ibiapina, Jamira Ibiapina Caddah, que a seu modo tem feito um silencioso trabalho de manutenção do acervo e que não esquece, um só dia, o exemplo de vida que foi seu pai, João Nonon de Moura Fontes Ibiapina. Finalmente, muito obrigada a todos pela presença em nossas vidas, pela participação na formação do que somos e, assim, pela nova edição do livro Dicionário de Brasileirismos no Piauí, de Fontes Ibiapina.  E como diz minha mãe Jamira, a Mira do vovô Nonon, um beijo bem carinhoso a todos vocês.

Obrigada!

APL se reinventa e fica cada vez mais perto do público

Na última semana, a Academia Piauiense de Letras (APL) recebeu a apresentação do sarau literário “Cora e Adélia, receita de poesia em um dedo de prosa”, aliado a isso a instituição centenária prepara um curso de francês gratuito, que começará a ser oferecido no próximo sábado (25), tendo como abordagem textos clássicos da língua.

Com tantas novidades, a APL se aproxima cada vez mais do público, já que recentemente também passou a contar com um site moderno e atualizado, levando a literatura piauiense para um número maior de pessoas. “A academia já tem tentado fazer isso, de aumentar seu público, de interagir com as outras formas de arte, e acho que apesar do nosso espaço ser pequeno podemos ampliar essa ideia”, sinalizou o presidente da instituição Nelson Nery Costa.

Até o final deste ano, a Academia programa uma série de ações, dentre as quais a realização de um concurso literário no ensino médio do Piauí. Além disso, a APL prepara o Seminário Piauí 2100, previsto para novembro, que promoverá um olhar para o futuro do nosso Estado. Dentre os palestrantes do Seminário Piauí 2100 está confirmada a presença do economista Raul Velloso.

APL oferta curso de francês gratuito aos sábados; inscrições abertas

Com uma proposta de abordagem dos textos clássicos da língua francesa para estudar o idioma, a Academia Piauiense de Letras oferta, de forma gratuita, o curso “Francês na Academia”. Segundo o professor Luís Hernan Mendoza, coordenador do curso, as aulas serão ministradas aos sábados, das 8h às 9h30, com uma duração de quatro meses.

“Daremos início ao curso no próximo sábado (25). Como temos essa forma de abordagem, tanto quem já tem alguma noção do idioma quanto quem não conhece nada de francês poderá assistir às aulas. A proposta é fazer as pessoas se familiarizarem com o idioma a partir de obras clássicas dos autores mais conhecidos da língua francesa”, explica Luís Hernan Mendoza.

Textos de Jean-Paul Sartre, Victor Hugo, Marcel Proust, Jules Verne, Denis Diderot, Émile Zola, Voltaire, Antoine de Saint-Exupéry, Georges Simenon, Molière, Pierre Corneille, Gustave Flaubert, Boris Vian, Charles Baudelaire e tantos outros serão utilizados como pano de fundo para a explanação do conteúdo do curso – ortografia, sintaxe, conjugação verbal e tópicos de gramática em geral. Além das aulas presenciais, também será disponibilizado material para leitura e estudo em plataforma digital.

Segundo o presidente da APL, Nelson Nery Costa, a academia cumpre sua função de fomentar a literatura e incentivar o conhecimento. “A Academia tem uma função social e, além de produzir literatura, temos buscado incentivar e disseminar o conhecimento literário. Então, temos o prazer de abrir as portas da Casa de Lucídio Freitas para esse curso e esperamos ver nosso auditório cheio. É um curso com formato interessante porque, além de nos mostrar a estrutura da língua francesa, nos permite conhecer também um pouco dos principais autores franceses de todos os tempos”, comenta.

Os interessados podem fazer a inscrição na sede da academia, pela manhã. A academia fica localizada na avenida Miguel Rosa, 3300, centro/sul. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3221-1566.

APL realizará uma série de eventos até o final do ano

A Academia Piauiense de Letras continua com uma programação repleta de eventos até o final do ano. Sempre em movimento, a instituição centenária realizará o lançamento de novos livros, e ainda prospecta a concretização de um concurso literário no ensino médio do Piauí. Além disso, a APL prepara o Seminário Piauí 2100, previsto para novembro, que promoverá um olhar para o futuro do nosso Estado. “A academia continua sua programação do centenário, com muitos eventos ainda programados, nós inclusive conseguimos fazer uma captação com o SIEC e a ideia é que façamos dois eventos neste semestre: um concurso literário no ensino médio do Piauí, e um seminário que estamos chamando para Piauí 2100 previsto para novembro”, indicou o presidente da Academia Piauiense de Letras, o advogado Nelson Nery Costa.

Segundo o líder da APL, dentre os palestrantes do Seminário Piauí 2100 está confirmada a presença do economista Raul Velloso. “Inclusive lançaremos também um livro do João Paulo dos Reis Velloso. Temos ainda uma programação da revista da Academia Piauiense de Letras, que também faz 100 anos em 2018, então estamos preparando dois números para ela”, disse.

Nelson Nery sinaliza que já neste mês serão lançadas novas publicações, como por exemplo, as obras: Contribuições ao Desenvolvimento do Piauí e do Brasil, de Francisco Guedes Alcoforado Filho; e Oeiras nas Lutas pela Independência no Norte do Brasil, de Carlos Hermes Ferreira da Cruz. “Há uma série de lançamentos de livros, agora para agosto, por exemplo, temos o lançamento do livro do professor Guedes, tem previsto ainda o Sarau da Cora Coralina, estamos planejando também o Panegírico do Professor Santana, então vamos ter muito trabalho”, sinalizou o presidente da Academia.