Cultura é um dos setores que mais geram renda

“O setor cultural e um dos que mais geram renda na economia”. A declaração é do presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares.

O comentário foi a propósito do lançamento dos editais da Lei Aldir Blanc no Piauí, através da Secretaria Estadual de Cultura, para todo o Estado, e da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, para Teresina.

O acadêmico observou que quando um artista sobe ao palco ele mobiliza muitas pessoas, ou seja, muitos trabalhadores de cultura são contratados na montagem de um espetáculo ou de um show.

“Da mesma forma, a publicação de um livro também envolve muita mão de obra. Além do autor, participam o revisor, o artista gráfico, o diagramador, o editor etc., sem contar as fases de impressão e venda, isto é, as gráficas e livrarias”, observou.

A Lei Aldir Blanc

A Lei Federal 14.017/2020, mais conhecida como Lei Aldir Blanc, foi aprovada em junho passado pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Seu objetivo é estabelecer ajuda emergencial para artistas, coletivos e empresas que atuam no setor cultural e atravessam dificuldade financeira durante a pandemia da Covid-19.

Os recursos totalizam R$ 3 bilhões para todo o país e contemplam as áreas de artes visuais, audiovisual, circo, dança, literatura, música, patrimônio material e imaterial e teatro.

No Piauí, foram destinados R$ 32 milhões para o Governo do Estado e R$ 6,5 milhões para o município de Teresina. Os recursos já foram liberados pelo Governo Federal.

Editais

Os editais com as regras de distribuição desses recursos estão sendo baixados e contemplam, inicialmente, os segmentos mais vulneráveis do setor cultural com auxílio financeiro emergencial.

O presidente da APL destacou ainda que o segmento cultural foi o primeiro a sofrer os efeitos da pandemia. O isolamento social proibiu a aglomeração de pessoas e, consequentemente, o fim das plateias que financiavam essas atividades.

Ele disse também que, além de ser o primeiro a ser afetado, o segmento será o último a sair da crise, daí a importância da Lei Aldir Blanc para que os produtores de cultura possam fazer a travessia do período da pandemia.

Família destaca o amor do Dr. Eustachio pelo Piauí

Mesmo vivendo longe do Piauí desde a juventude, o médico, professor e acadêmico Eustachio Portella era um apaixonado pela sua terra natal.

Foi o que deixaram claro os seus filhos Verônica e Estêvão, em mensagem lida na missa de sétimo dia pela sua alma, celebrada em Teresina na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no início da noite de ontem (14/10).

O Dr. Eustáchio Portella faleceu no Rio de Janeiro no último dia 6, aos 91 anos. Ele ocupava a Cadeira 16 da Academia Piauiense de Letras, na qual tomou posse em 8 de agosto de 1991.

Eustáchio Portella nasceu em Valença do Piauí. Ainda jovem, mudou-se para Teresina com a família e, em seguida, foi para o Rio de Janeiro, onde se formou em medicina, projetando-se como um dos psiquiatras mais brilhantes do Brasil. No Rio, fixou residência e constituiu família.

A mensagem dos filhos do Dr. Eustachio 

“Hoje, filhos, netos e demais familiares, amigos, alunos, conhecidos, estamos todos tristes pela morte de Eustachio Portella Nunes Filho. Mas é também o momento para relembrar e celebrar sua vida longa e produtiva. Vida que se iniciou junto a uma numerosa família de 12 irmãos na cidade de Valencia, interior do Piaui, passou por Teresina e veio desembocar no Rio de Janeiro, seguindo o caminho dos irmãos mais velhos. Abraçou o Rio, e não poderia ser de outra maneira já que aqui ele encontrou a grande companheira na figura de Clara Helena Portella Nunes, com quem dividiu conquistas, conhecimentos, alegrias e também perdas. Perdas profundas, talvez as maiores que alguém possa enfrentar, a perda de dois filhos amados, Bernardo e Leandro. Juntos encontraram forças, não para superar, pois estas coisas não se superam, mas para ter uma vida rica, conseguir criar seus outros filhos, trabalhar, formar alunos, estar junto da família.

Meu pai sempre se movimentou de acordo com o que acreditava ser suas responsabilidades. Pelo seu caráter reservado, nunca foi dado a grandes arroubos de demonstrações de carinho, mas era evidente que nesta noção de responsabilidade ele transbordava todo o seu afeto. È claro que para os filhos, sua dedicação ao trabalho ‘as vezes soava como uma divisão do tempo que deveria ser deles. Agora, ao ver tantos órfãos se formarem em torno da sua figura, percebemos que na verdade a presença dele se multiplica em cada narrativa, em cada pessoa que relata o profundo impacto transformador do contato com ele.

Mesmo com todo este lado reservado, determinados vínculos claramente acendiam uma luz dentro dele. Um deste vínculos poderosos era o Piaui. Podia se manifestar na alegria e na magia que apareciam nas histórias que ele ia desdobrando da sua vida por lá, tesouros enterrados, noites de vigília, personagens mitológicos, seu primeiro contato com os trabalhos do Freud em uma biblioteca de Teresina, os doces de ambrosia da mãe, os discursos do pai, o contato com os irmãos; É claro que isto ficava ainda mais evidente nas suas viagens por lá, quando o seu corpo se enchia de força e alegria, principalmente no contato com os irmãos, sobrinhos e primos. Sua posse na Academia Piauiense de Letras foi também um momento de grande prazer e orgulho, pois foi possível juntar duas de suas grandes paixões, a Literatura e o Piauí, que, por sinal, tanto talento para as letras revelou.

Ao mesmo tempo que sentia as inevitáveis perdas que apareciam com o tempo, percebia que a vida perseverava na nova geração que surgia, tudo apontando para um só fim, sempre presente, como aparece em um dos seus poemas favoritos. Entendia a morte como parte natural e integrante da vida e levou até o fim este pensamento, fazendo sua passagem em uma linha manhã, em paz, no mesmo lar em que viveu a vida inteira com a sua companheira.

Mas é preciso ainda falar do Piaui. Havia uma religiosidade forte nos integrantes da família e ele sempre acompanhava a mulher e os familiares nos ritos próprios do catolicismo. Clara Helena faleceu há quase 5 anos e isto evidentemente teve um efeito profundo dentro dele. Recentemente, neste ano difícil de 2020, dois dos seus queridos irmãos, Eloi e Maria Luiza, faleceram no Piaui. Tudo isto, é possível imaginar, aumentou sua sensação de distanciamento das coisas próprias deste mundo. Mas, em todos os momentos, o que sempre parecia mobiliza-lo era o contato com as pessoas que ele amava, como a irmã Célis. O que, é claro, também reforçava seu vínculo com o seu estado natal. Na última festa com a família, falou para seus netos de sua vontade de que todos os familiares estivessem mais tempo juntos.

Nos últimos momentos, sem combinar, seus filhos marcaram esta relação com a cidade natal, relembrando por caminhos distintos o Hino do Piauí, o que acabou sendo uma das últimas canções que ouviu. Que tenha embalado sua passagem!

Piauí, terra querida
Filha do Sol do Equador
Pertencem-te a nossa vida
Nosso Sonho nosso amor!

Que esteja agora em paz e harmonia com as pessoas que ele amou. Ficam os filhos, parentes, amigos, pessoas que cuidaram dele com tanto carinho, certamente com lembranças maravilhosas e uma incrível saudade.

Leva também todo nosso afeto!”

 

Acadêmico Eustachio Portella morre no Rio aos 91 anos

O médico e professor universitário Eustachio Portella Filho faleceu hoje (6.10), no Rio de Janeiro, aos 91 anos. Ele ocupava a Cadeira 16 da Academia Piauiense de Letras, na qual tomou posse em 8 de agosto de 1991.

Nascido em Valença do Piauí, em 10 de junho de 1929, Eustachio Portella formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, turma de 1953.

Médico efetivo do Serviço Nacional de Doenças Mentais, aprovado em concurso público em 1º lugar. Diretor do Instituto de Psiquiatria da UFRJ.

Foi professor titular de Psiquiatria, Psicologia e Psicopatologia na Faculdade de Ciências Médicas da UERJ. Professor titular de Psiquiatria e Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFRJ.

Integrou bancas examinadoras para ingresso de professores na área de psiquiatria nas principais universidades do país, entre as quais USP e Unicamp. Membro titular da Academia Nacional de Medicina.

Presidiu a Federação das Associações Psicanalíticas da América Latina (1988-1990). Presidiu o 18º Congresso Latino Americano de Psicanálise com a participação de mais de mil congressistas.

Bibliografia – O professor Eustachio Portella publicou, entre outras, as seguintes obrasObsessão e Delírio: neurose e psicose, 1956; Fundamentos da Psiquiatria, 1963; Lobotomia em Pacientes Esquizofrênicos, 1954; Técnicos do Sono Prolongado em Psiquiatria, 1954; O Sentido do Tempo no Homem, 1955; Investigação com a Dietilamina do Ácido Lisérgico, 1955; A Direção Fenomenológica em Psiquiatria, 1955; Motivação da Escolha da Carreira Médica, 1959; Sobre Delírios, 1974; Dinâmica de Um Caso de Neurose Obsessiva, 1973; Conceito de Psiquiatria, 1973; O Médico; Seu Paciente e a Doença, 1975, e Problemas Psicológicos na Patologia Respiratória, 1974.

A Academia Piauiense de Letras expediu Nota de Pesar pelo seu falecimento:

NOTA DE PESAR

A Academia Piauiense de Letras cumpre o dever de comunicar o falecimento, ocorrido hoje, no Rio de Janeiro, do Médico e Professor EUSTACHIO PORTELLA NUNES FILHO, ocupante da Cadeira 16.

Ao tempo em que expressa o seu profundo pesar à família, enaltece a sua contribuição à ciência médica brasileira, especialmente à Psiquiatria, a que se dedicou com denodo durante toda a sua brilhante carreira profissional.

O falecimento do Dr. Eustachio Portella é uma grande perda também para o Piauí, que o tinha como uma de suas grandes referências no cenário médico nacional.

Teresina, 6 de outubro de 2020.

Acadêmico ZÓZIMO TAVARES MENDES
Presidente da Academia Piauiense de Letras

APL se congratula com indicação de novo ministro do Supremo

A Academia Piauiense de Letras expediu Nota Pública de Congratulações pela indicação, pelo presidente Jair Bolsonaro, do desembargador federal Kássio Nunes Marques para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Kássio Nunes Marques é piauiense, formado pela Universidade Federal do Piauí. Fez toda a sua carreira profissional no Estado, como advogado, conselheiro da OAB-PI e juiz do Tribunal Regional Eleitoral, até ser nomeado desembargador do TRF1, em Brasília, em 2011.

Até agora, apenas cinco piauienses compuseram o STF, dois ainda no Império e três no período republicano.

O primeiro piauiense que tomou assento no Supremo foi Antônio de Sousa Mendes, que foi ministro entre 28 de fevereiro de 1821 e 6 de maio de 1892. O segundo foi Antônio de Sousa Martins.

Somente na década de 1960, outro piauiense, o jurista Evandro Lins e Silva, chegaria ao STF. Os dois últimos piauienses que se tornaram ministros do Supremo foram Firmino Ferreira Paz e Aldir Passarinho, no começo da década de 1980.

Eis a Nota da APL sobre a indicação do desembargador Kássio Nunes para o STF:

A Academia Piauiense de Letras, instituição cultural fundada em 30.12.1917, por deliberação unânime de seus membros, em sessão ordinária realizada por videoconferência, datada de 03.10.2020, expressa o seu contentamento e congratula-se com o Desembargador KÁSSIO NUNES MARQUES, pela indicação do seu nome para o exercício do cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal.

O ilustre piauiense honrará a Corte Constitucional do Brasil, pois leva consigo méritos profissionais e qualidades pessoais que o credenciam ao desempenho correto das altas funções que lhe serão confiadas.

Teresina (PI), 5 de outubro de 2020.

Acadêmico ZÓZIMO TAVARES MENDES
Presidente da Academia Piauiense de Letras

Presidente da APL profere conferência para rotarianos em evento nacional

“A comunicação na Era Digital: impactos, avanços e desafios” foi o tema da conferência magna da sessão de instalação da Academia Brasileira Rotária de Letras (ABROL), seção do Piauí.

A sessão de instalação da nova Academia foi realizada no sábado à noite, em evento nacional transmitido através de plataforma digital, com a participação de rotarianos de todos os Estados brasileiros.

A palestra foi proferida pelo presidente da Academia Piauiense de Letras (APL), jornalista Zózimo Tavares.

A sessão virtual foi presida pelo presidente da Academia Brasileira Rotária de Letras, Geraldo Leite, que deu posse aos novos acadêmicos.

O primeiro presidente da ABROL-PI é o professor e auditor fiscal Raimundo Neto Carvalho. Na vice-presidência da instituição foi empossado o desembargador e escritor José James.

A nova academia começa a funcionar com dez membros fundadores, além dos empossados como presidente e vice. São eles: Antônio Uchôa de Oliveira, Edilson Viana de Carvalho, Sebastião Beethoven Brandão, Simião Evandro Marques Costa, Cekso Antônio Pires Ferreira, Cláudio Moreira do Rego Filho; Maria do Rosário Araújo de Oliveira e Mário Roberto Pereira de Araújo.