Vendas em livrarias caem 58% com a nova onda da pandemia

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O avanço da segunda onda da pandemia do novo coronavírus no Brasil tem causado novas baixas no setor editorial. Segundo levantamento feito pela empresa Yandeh, na primeira quinzena de março, livrarias de todo o país apresentaram uma queda média de 58% na venda de livros em lojas físicas em comparação à primeira quinzena de fevereiro. Como esperado, o recuo, que não fez distinção entre livrarias de pequeno, médio e grande porte, ocorreu em função do recente fechamento do comércio, provocado pelo agravamento da pandemia.

De acordo com Eduardo Cunha, diretor da Yandeh, a situação atual não é pior do que a de 2020, quando o setor ainda se adaptava às vendas pela internet. “A queda é muito grande, e não foi maior como aconteceu no ano passado porque boa parte das livrarias já estão mais adaptadas ao on-line”, diz ele.

O ano de 2021 não começou bom para o setor, que já apresentava um modesto número de vendas em livrarias físicas, mas o fechamento das lojas, que aconteceu a partir da segunda semana de fevereiro, intensificou as dificuldades. Elisabete Beltrame Lovatel, dona da rede Vanguarda, no Rio Grande do Sul, conta que há três semanas suas livrarias estão de portas fechadas. Mesmo trabalhando com vendas on-line, por meio de site e redes sociais, estes recursos não conseguem suprir, por completo, os déficits causados pelas portas fechadas. A expectativa é que o movimento melhore com o mais recente decreto no Rio Grande do Sul, publicado na segunda-feira, 22, que permitirá a abertura das livrarias durante a semana, mas com restrições de horário.

O período caótico, de fato, levou empreendedores a olhar para alternativas com criatividade. Além de uma maior presença nas redes sociais, livrarias de diversos tamanhos apostam agora em ações de vendas com grupos de WhatsApp e Facebook, lives com autores no Instagram e até um sistema de drive-thru para retirada de livros, como fez Nivaldo Madureira, gerente da livraria e papelaria Pedagógica, em Sorocaba. “Está sendo bem legal e eu até digo que é divertido: ‘compre um livro e retire no drive-thru, igual McDonalds’. São saídas para enfrentarmos essa pandemia”, conta em entrevista a VEJA.