MAGNO PIRES Alves Filho

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(1942). Quarto e Atual Ocupante da Cadeira nº 26 da APL. 

Advogado, jornalista e escritor, nascido no município de Batalha (PI), no dia 27-12-1942. Filho de Magno Pires Alves e Maria do Rego Lajes Alves. Bacharel em Direito pela tradicional Faculdade da Universidade

de Pernambuco e em Administração de Empresas pela Faculdade de Olinda. Foi membro do Serviço Jurídico da União, servindo na Consultoria Jurídica do Ministério das Comunicações. Em 20017, foi Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Assistência Social e do Trabalho – SEMDES de Timon – MA. Membro efetivo da Academia de Letras e Jornalismo do Estado do Piauí. Proprietário do Portal Magno Pires, criado em 2009. É atualmente, no Piauí, secretário de Administração do Governo do Estado (1998). Jornalista e articulista nos principais jornais de Recife, entre os quais, citamos: Jornal do Comércio e Diário de Pernambuco, e no Piauí nos jornais O Dia, O Estado, Diário do Povo e Meio Norte, todos de Teresina. O Escritor. Pertence à Academia Piauiense de Letras e à Academia de Letras do Vale do Longá. Bibliografia. O Piauí no Nordeste, crônicas, 1977; Promessas e Protestos, 1985; Ministro Petrônio Portela, crônicas, 1979, e Desabrochar das Rosas, 1996.

Fragmentos do seu discurso de posse na Cadeira nº 16, da Academia Piauiense de Letras, proferido em 05/10/1995, no Centro de Convenções:

O poeta Lucídio de Freitas foi um dos fundadores da Academia Piauiense de Letras-APL. Coincidindo a sua fundação com a eclosão da Revolução russa de 1917. E foi o sentimento poético de Lucídio que definiu a sua feição precursora no movimento literário piauiense e certamente galvanizou as ideias político-filosóficas que o mundo experimentava com o movimento comunista surgido no início deste século.

Daí, não podermos excluir a correlação existente entre a criação das academias de letras no Brasil e no Piauí e o surgimento de uma nova ordem sócio- político-econômica no mundo. A ordem social na Rússia, com os czares, favoreceu um movimento internacional às inovações de que estávamos a necessitar. A elite soviética abespinhou as camadas sociais desfavorecidas, injustiçadas, com a interferência e a espoliação das potências capitalistas e colonialistas representadas pelo Japão e a Inglaterra, dando origem à mais longa revolução, consequentemente à mais longa reforma de um Estado, que se tem registro na História recente da Humanidade.

Idealista e poeta, com inexcedível sensibilidade, transferiu ao pai, Clodoaldo Freitas, a incumbência de ser o presidente da novel Academia de Letras, juntando-se a outros expoentes da inteligência piauiense e brasileira, como Higino Cunha, Abdias Neves, Félix Pacheco e Olavo Bilac.

Talvez, acrescento eu, com espírito crítico construtivo, Lucídio Freitas, transferindo ao pai a presidência da Academia – pois declinou de ser o seu primeiro presidente – preferindo ficar no campo de ação intelectual e ideológica em defesa de suas ideias – que eram as da conjuntura de então – cuidar da consolidação, provavelmente burocrático, da novel academia.

Os idealistas – e Lucídio Freitas era um deles – prescindem de tudo o que material, temporariamente prestigioso, para defender as suas ideias, permanecendo ao lado destas em quaisquer circunstâncias. O próprio poema denuncia esta evidência.

Prescrutadoramente os olhos ponho no que fui, no que sou, no que hei de ser, E alucinado dentro do meu sonho, sinto a inutilidade do nascer. 

(De Lucídio Freitas em Vida Obscura)

Comentários 

Magno Pires vale uma das penas nobres e aprimoradas inteligências que o Piauí confiou à imprensa do Recife, projetado por sua interpretação séria dos problemas nacionais de maior evidência. (A. Tito Filho)

Fonte: Revista da Academia de Letras do Vale do Longá, 1995.