A Literatura Piauiense na escola

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Capa da Revista da APL sobre o Ensino de Literatura Piauiense.
Capa da Revista da APL sobre o Ensino de Literatura Piauiense.

Cunha e Silva Filho (*)

Estou nessa luta pela adoção efetiva de autores piauienses nas escolas públicas e mesmo nas universidades locais, sejam oficias, sejam particulares. A Lei estadual neste sentido tem que ser cumprida e feita a sua fiscalização nas grades curriculares do ensino público ou privado do Piauí.
É uma tremenda contradição adotarem-se livros de autores considerados “nacionais” e relegarem os escritores da terra a segundo plano. É inconcebível e injusto.
A literatura piauiense tem muitos autores de valor, dignos de serem pesquisados pelos estudantes e professores piauienses. Os piauienses desconhecem seus próprios artistas e criadores no domínio literário, o que é deplorável. Não podemos ficar só nos exemplos de Assis Brasil, Torquato Neto, Mário Faustino, Esdras do Nascimento e poucos outros que têm mais visibilidade.
Eu fiz a minha parte quando escolhi para tema de dissertação do meu Mestrado a figura do poeta Da Costa e Silva. Consegui fazer muita gente fora do Piauí, professores, colegas de Mestrado e outras pessoas a convergirem seu olhar para o grande bardo da minha terra. Cumpri um dever para com uma parte significativa do valioso espólio da literatura piauiense, que tem tantos poetas, ficcionistas, contistas, ensaístas, cronistas, críticos e historiadores.

É preciso despertar a atenção do piauiense, através de seminários, simpósios e outros meios de encontros culturais para debaterem-se os valores da terra mafrense. Só assim a literatura piauiense se vai fundir, em condições de igualdade, com a chamada literatura “nacional”.

(Publicado originalmente em: https://poetaelmar.blogspot.com, em 28/03/2013)


(*) Piauiense nascido em Amarante e radicado no Rio de Janeiro desde a década de 1960. Professor, escritor e crítico literário. Doutor em Literatura Brasileira e pós-doutor em Literatura Comparada.