80 anos de Anfrísio Neto Lobão Castelo Branco

Por Celso Barros Coelho Neto (*)

Anfrisio Neto Lobão Castelo Branco nasceu em Teresina, em 13 de outubro de 1944, sendo o segundo filho de uma prole de dezesseis do saudoso casal Mariano de Almendra Gayoso Castelo Branco e Lísia Lobão Castelo Branco; contraiu núpcias com Nísia Nogueira Paes Castelo Branco há cinquenta e cinco anos e com a qual tem quatro filhos e dez netos, três dos quais meus filhos e de sua filha minha esposa Heloisa, tendo eu nos últimos trinta anos o privilégio de sua convivência.

Médico psiquiatra com sólida formação na faculdade mais antiga do Brasil, a pioneira Faculdade de Medicina da Bahia, e também com altos estudos no Rio de Janeiro e em Madrid; Professor de gerações de médicos na Universidade Federal do Piauí, na Faculdade da Bahia e na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Imortal da Academia de Medicina da Bahia, da Academia de Medicina do Piauí e da Academia Piauiense de Letras; escritor esmerado (tendo publicado um clássico do estudo da medicina do Piauí – “Manual de Psiquiatria Médica”, o livro sobre a tricentenária Fazenda Abelheiras (de sua propriedade e a sua paixão diletante), e o romance fenomenal “Mandu Ladino”).

Romance histórico
“Mandu Ladino”, considerada sua obra-prima, é um romance histórico que retrata a luta dos indígenas piauienses por resistirem à colonização portuguesa, com a sensibilidade, ricos detalhes reais como se a cena estivesse ocorrendo na nossa frente numa tela de cinema:
“Os Aranis seguiam em fila, abatidos, cabisbaixos, trilhando veredas e subindo vagarosamente, pela margem esquerda, o curso do Jenipapo; notavam-se fadiga e tristeza em todos os rostos. Principalmente tristeza. Choravam por dentro as mortes sem conta; mas ninguém dizia nada, nem uma palavra nem um único lamento. Só o leve sussurrar dos pés descalços da terra. Nada mais se ouvia. Pareciam drenados de todo vigor humano. Até as crianças mantinham-se mudas, não porque compreendessem a extensão da catástrofe, muito mais porque, assustadas, notavam a tremenda melancolia a dominar os adultos. As menorzinhas iam escanchadas nas ancas das mães e as outras apressando os passinhos para poderem acompanhar o ritmo do grupo”.

O homem público

Homem público de raras experiências e ações: dirigiu o Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu, e trabalhou por anos no Hospital Meduna, oportunidade em que idealizou o primeiro Congresso de Psiquiatria no Piauí; foi Reitor da Universidade Federal do Piauí (idealizando o Hospital Universitário HUFPI) e dirigiu quatro Secretarias de Estado (Saúde, em duas oportunidades, Educação e Governo); Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), do qual foi Presidente, deixando em todos os órgãos pelos quais passou a marca da autenticidade, da ética, do equilíbrio e de um gestor zeloso pela coisa pública.

Como se não bastassem tantas funções e atividades, há alguns anos participou como ator do filme “Flor de Abril”, do cineasta Cícero Filho, revelando-se, de modo especial, o seu tino para a sétima arte, por certo haja vista a imensidão de livros que leu e de filmes que assistiu que forjaram mais essa sua faceta.

Homem do tempo

Anfrísio Neto é uma das reservas morais do Estado, amante do Piauí e do sertão, patriota, historiador, pródigo em virtudes e de espírito atilado, conhecedor do homem e da humanidade por sua densa formação, percepções e estudos contínuos e por ser homem do tempo, vivendo dia por dia a natureza da vida. Humberto de Campos revelou que a “a vida de um homem não deve ser medida pela extensão, mas pela intensidade”.

Homem do tempo, Anfrísio em tudo teve e tem intensidade e extensão, indo, portanto, mais além da concepção do intelectual Humberto. Certamente, ao contemplar o seu próprio passado, o aniversariante deve olhar com saudade desde a sua infância na numerosa família até os dias atuais, semeando o seu meio e as suas ricas memórias com emoções, na simplicidade de sua pessoa com a gratidão de que tudo valeu a pena por sua alma grande e não pequena!

Vida longa, Doutor Anfrísio, cidadão que muito honra a sua família, os amigos e o seu Estado!

*Celso Barros Coelho Neto é advogado e atualmente Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Piauí.

Faculdade de Medicina da UFPI já diplomou quase 3 mil médicos

 

 

Sessão Especial da APL em homenagem à Faculdade de Medicina da UFPI.

 

A Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Piauí diplomou quase três mil médicos desde a sua instalação, em 1968.

Com isso, contribuiu para elevação da qualidade da assistência médica praticada no Piauí, transformando o Estado em polo regional de referência em saúde.

As informações foram dadas hoje (23/10) pelo professor e acadêmico Anfrísio Lobão Castelo Branco, orador oficial da Sessão Especial da Academia Piauiense de Letras dedicada à Faculdade de Medicina da UFPI.

O evento fez parte do programa de atividades da APL para celebrar os 50 anos de fundação da Universidade Federal do Piauí.

A Academia homenageia as cinco faculdades que contribuíram para a criação da UFPI.

A sessão deste sábado contou com a presença do reitor Gildásio Guedes, que designou o vice-reitor Viriato Campelo, médico e professor, para agradecer a homenagem em nome da UFPI.

Participaram também representantes de entidades médicas, professores da UFPI, médicos, acadêmicos e outros convidados.

A solenidade foi conduzida pelo presidente da APL, acadêmico Zózimo Tavares, que dedicou a sessão à memória dos que fizeram a Faculdade de Medicina e também aos que continuaram e continuam esta magnífica obra.

Professor e acadêmico Anfrísio Lobão, orador da sessão.

Anfrísio Lobão toma posse na Cadeira 20

O médico, professor e escritor Anfrísio Lobão é o mais novo membro da Academia Piauiense de Letras.

Ele tomou posse ontem (24/06) na Cadeira 20 da APL, que teve como último ocupante o padre Raimundo José Airemoraes Soares.

A sessão solene de posse do novo acadêmico, conduzida pelo presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares, foi realizada no formato virtual e transmitida pelo Canal da APL no YouTube.

O discurso de recepção ao novo imortal foi proferido pelo acadêmico Humberto Guimarães, que enalteceu a carreira profissional e literária de Anfrísio Lobão, com destaque para seu romance “Mandu Ladino”.

O novo acadêmico tomou posse ao lado da esposa, Nísia Castelo Branco, de quem recebeu as vestes acadêmicas.

O cerimonial foi conduzido pela secretária geral da APL, acadêmica Fides Angélica.

Presenças

A mesa de honra foi composta pelo presidente do Conselho Estadual de Cultura, Nelson Nery; o vice-reitor da Universidade Federal do Piauí, Viriato Campelo, a presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheira Lílian Martins, e o presidente da OAB, seção do Piauí, Celso Barros Neto.

Além de familiares e outros convidados especiais, participaram ainda da sessão os acadêmicos Dilson Lages, Elmar Carvalho, Fonseca Neto, Felipe Mendes, Fides Angélica, Hugo Napoleão, Jonathas Nunes, Itamar Costa, Luiz Ayrton Santos Júnior, Moisés Reis, Nelson Nery, Nildomar da Silveira Soares, Oton Lustosa, Plínio Macedo, Reginaldo Miranda, Socorro Magalhães, Valdeci Cavalcante e Wilson Brandão.

APL recebe novo acadêmico hoje

A Academia Piauiense de Letras se reúne hoje (23/06), em sessão solene, para dar posse ao médico, professor e escritor Anfrísio Neto Lobão Castelo Branco na Cadeira 20. Ele foi eleito em 17 de abril passado.

A sessão solene de posse do novo acadêmico será realizada às 19 horas, no formato virtual, com transmissão através do Canal da APL no YouTube.

O discurso de recepção será proferido pelo acadêmico Humberto Guimarães.

A Cadeira 20 tem como patrono Álvaro Mendes. Seu último ocupante foi o padre Raimundo José Airemoraes Soares.

O novo acadêmico

Anfrísio Lobão é médico psiquiatra.  É também professor universitário aposentado. Foi reitor da Universidade Federal do Piauí e ainda secretário de Saúde, de Governo e de Educação do Estado do Piauí.

Presidiu do Tribunal de Contas do Estado. É conselheiro aposentado do TCE.

O romance “Mandu Ladino”, publicado em três edições, é o seu livro mais conhecido.