A criança que escrevia com as duas mãos!

Jonathas Nunes (*)

Nasci canhoto. Fui alfabetizado, escrevendo com a mão esquerda. Os primeiros chutes com bola de pano e de borracha, no Cansanção e na praça da Igreja, hoje Dr. Sebastião Martins, em Floriano, eram instintivamente com o pé esquerdo. A perna direita não tem muita força, nem jeito. Chute certeiro só com o pé esquerdo. Nas competições de queda de braço, apoiava logo o cotovelo esquerdo sobre a mesa ou peitoril, e até meninos mais altos e mais fortes acabavam perdendo pra mim. Já com a direita, era visível a “capitis diminutio”.

Rabo-de-saia da mãe, o hábito é reforçado com a preferência do pai pelo mano mais velho para recado, mensagens, ida à rua, ida ao Puçá, e até viagem a Teresina a serviço. Desde ainda bem pequeno, minha mãe era, de longe e de perto, a pessoa que mais me cativava.

Aos sete ou oito anos de idade, num daqueles fins de tarde, na varanda do Cansanção em Floriano, ela conversa com algumas pessoas de fora, e, lá pelas tantas, se sai com essa: Doutor Demerval me disse que o Jontinha (meu apelido familiar) “tem o coração dilatado”. Próximo a ela, ouvi bem a afirmação de minha mãe comigo. Guardei-a sem entender do assunto. A tristeza, em tom de lamento, da palavra materna, de alguma forma excita um par de neurônios na mente daquela criança pela vida afora.

Nas sessões de ginástica de maior esforço físico, na Escola Preparatória, na AMAN, e já Oficial a frente de tropa, invariavelmente, traziam à tona, a história do menino do “coração dilatado”. Já tenente em Amaralina, Salvador(BA), numa dessas lembranças, decidi, por precaução e também pra tirar a “prova dos nove”, ser chegada a hora de procurar um médico especialista em coração. Fí-lo com o justo receio de que em havendo algo mais grave, estaria com a carreira militar comprometida. Agendei a consulta. Consultório bem ali na avenida Sete de Setembro, Centro de Salvador. Explico ao médico o motivo de minha ida ao consultório; este ausculta e manda me deitar numa mesa; não me lembro se chegou a tirar radiografia. Passou algum tempo me auscultando, sem dizer palavra. Não perguntou nada que me chamasse atenção.

Ao final, a explanação feita me deixa ainda mais intrigado. Disse: “tenente Jonathas, até uns vinte anos atrás, a anomalia que você tem era considerada uma doença. Hoje, porém, este fato é considerado apenas uma anomalia congênita. O problema é o seguinte: as pessoas em geral imaginam que a gente nasce com o músculo cardíaco do lado esquerdo do peito; não é verdade. A posição do músculo cardíaco é rigorosamente no centro da caixa torácica; a extremidade inferior no entanto é ligeiramente voltada para a esquerda. Ao palpitar com mais intensidade, a vibração mais acentuada da parte inferior dá a sensação de que o coração como um todo fica do lado esquerdo. No seu caso, porém, o coração como um todo, e não apenas a extremidade inferior, é ligeiramente voltado para a esquerda, dando a impressão de que ele assim está, por efeito de alguma dilatação, o que não é verdade. Trata-se simplesmente de uma conformação genética”.

Após deixar o consultório, viajo no tempo, aos primeiros dias de internato no Seminário Menor em Teresina. Regime de clausura. Ao me ver escrevendo com a mão esquerda, o Prefeito Isidoro, Seminarista do último ano, vira-se pra mim em tom de admoestação, e diz: “…olhe… dizem que quem escreve com a mão esquerda tem pauta com o diabo”. Aos treze anos de idade, longe da família, só gente estranha em volta, sinto-me emocionalmente atordoado. E disse pra mim mesmo: É, desse jeito, vou ter que tentar aprender a escrever com a mão direita.

Na época, o internato funcionava como se cada seminarista fosse uma espécie de redoma de vidro em que a gente vê todo mundo e todo mundo vê a gente, mas sem se falar, a não ser na breve hora do recreio ao meio-dia e à noite, após o jantar, e ainda assim, em voz comedida. Pergunta, confusão, dúvida começava na gente, rodopiava dentro da gente e acabava na gente.

Deixar a mão esquerda e reaprender tudo com a direita, por pouco não me custou caro. Discuto o assunto demoradamente. Comigo mesmo. E assim, aos treze anos, parto para o desafio de tentar desenvolver o hemisfério esquerdo do cérebro, responsável pelo lado direito do corpo. Mal sabia eu que os circuitos neurais desses dois hemisférios se cruzam na altura das cordas vocálicas. Foi o que aconteceu. Mensagens com direções conflitantes se cruzando na altura da garganta, me põem em situação difícil na pronúncia de fonemas diversos.

O Centro Cultural Dom Joaquim, formado pelos seminaristas, se reunia às quintas feiras, a noite, na hora do recreio, no pátio interno do seminário. Conduzido pelo seminarista-prefeito, este escalava o orador para de improviso falar sobre algum assunto por ele indicado ou deixado a critério. Passei meses com visível dificuldade na pronúncia de certas palavras na Tribuna improvisada (uma pedra de maior porte). A princípio atribui o fato ao nervosismo da hora. Cheguei a imaginar que eu estava começando a ficar meio gago, e ainda assim, sem atinar a causa. A dificuldade em emitir um fonema, me leva a trocar uma palavra por outra, gerando sensação de dislalia.

Já adulto, fui tomando conhecimento de que ao tentar escrever com a mão direita, em oposição ao circuito neural da esquerda, mensagens oriundas dos dois hemisférios do cérebro, acabam “se embaralhando” na altura das cordas vocais. Anos após, soube que a dislalia, tal como um dos futuros pokémons do netinho Tutu, bem poderia ter evoluído para algo irreversível.

Uma vez mais, o “esforço interior solitário” do adolescente de treze anos estava conseguindo remover … “uma pedra no meio do caminho”. Duas décadas, após, me vejo matriculado no King´s College da University of London. Era um prédio antigo, de uns oito andares, situado ali na Strand, uns quinhentos metros da Trafalgar Square. Integro o Departamento de Matemática Aplicada, e, como estudante de Doutorado, disponho de um bureau no “room F”, sala onde ficavam outros onze estudantes nessa mesma situação.

Quem me apresentou pela primeira vez a esses novos colegas, foi o amigo brasileiro Marcos Duarte Maia, que eu conhecera ainda em Brasília e me ajudou muito em detalhes da ida para Londres. O Marcos já estava com dois anos no King´s quando lá cheguei.

Voltando ao assunto da mão esquerda, estava eu já com alguns meses na Universidade, trabalhando no meu bureau, no Room F, quando, certa feita, entram dois senhores querendo falar comigo. Ao me abordar, foram logo dizendo o seguinte: Mr Nunes, olhe, nós pertencemos ao Departamento de Psicologia da Universidade, e tomamos conhecimento que você tem habilidade para escrever com as duas mãos. Gostaríamos então de fazer a você algumas perguntas, sobre esse assunto:- 1) com qual mão comecei a escrever;-2) o que me fez escrever com a outra mão;-3) se ao longo da vida tive algum problema ou dificuldade para falar; -4) se eu escrevo com as duas mãos indistintamente; – 5) se a grafia das mãos é diferente uma da outra;- 6) se eu escrevo indistintamente com as duas mãos a mesma palavra, ao mesmo tempo. E a pergunta final: se escrevo ao mesmo tempo com as duas mãos palavras diferentes, o que é impossível.

A visita londrina de dois especialistas me leva de volta aos treze anos, no Internato de Teresina, e me dou conta de que por pura ironia do destino acabei, ainda criança, servindo de cobaia para uma experiência rara na espécie humana.

Anos depois, me vejo de volta a Teresina, já agora como Professor Titular na UFPI. Ao utilizar o quadro negro em sala de aula, muitas vezes o fazia com as duas mãos. Ficavam espantados com o fato inusitado de escrever igualmente com as duas mãos. Não demorou muito e observei que este fato estava me fazendo mais conhecido na UFPI do que ser o primeiro PhD no Centro de Ciências da Natureza. Antes de saberem meu nome, estava ficando conhecido como o professor que escreve indistintamente com as duas mãos. Muitos alunos e até professores me indagavam sobre esse fato. Volta e meia me vejo retornando à ladainha dos treze anos. Invariavelmente respondia: olhe, pelo amor de Deus, não vá querer me imitar, pois o risco de adquirir sequelas na fala é razoavelmente elevado.

Dito isto, dia seguinte, na sala de aula, reprise do filme: começava a escrever com a mão direita do lado esquerdo e terminava com a esquerda do lado direito. A turma endoidava.

 

(*) Ocupa a Cadeira 2 da Academia Piauiense de Letras.

Amostragem faz pesquisa sobre leitura no Piauí

Estatístico Batista Teles discute pesquisa sobre leitura com acadêmicos

O Instituto Amostragem está fazendo uma pesquisa sobre leitura no Piauí.

A pesquisa foi solicitada pela Academia Piauiense de Letras com o objetivo de mapear o hábito de leitura dos piauienses.

Os objetivos da pesquisa e sua metodologia foram discutidos por uma comissão de acadêmicos com o diretor do Amostragem, professor e estatístico Batista Teles, na Sala de Reuniões da Academia.

Participaram do encontro os acadêmicos Felipe Mendes (coordenador do trabalho na APL) e Elmar Carvalho, além do presidente Zózimo Tavares.

O acadêmico Dilson Lages também colaborou com a formulação do questionário.

O acadêmico Felipe Mendes, economista, professor da UFPI e ex-secretário de Planejamento, disse que se trata da primeira pesquisa do gênero no Piauí.

O resultado do estudo deve sair em fevereiro próximo.

Academia avança no mundo digital

 

A posse da Diretoria da APL, no Auditório Wilson Brandão.

 

O ingresso definitivo da Academia na Era Digital foi uma das grandes conquistas da APL no biênio 2020/2021.

A conquista foi citada no discurso do presidente reeleito Zózimo Tavares, na sessão solene de posse da nova Diretoria, ontem (24/01).

Ele lembrou que quando da explosão da Covid-19, a Academia, para enfrentar o isolamento social, adotou imediatamente o uso de plataformas digitais.

“Podemos dizer que, neste aspecto, a APL largou na frente. Nos diversos estados, outras Academias de Letras só conseguiram lançar mão dessa ferramenta quase um ano depois”, acentuou.

Conexões

Ele destacou também que o uso das plataformas digitais possibilitou à APL estabelecer uma conexão com os polos culturais do interior do Piauí.

A Academia criou o seu canal no YouTube (a TV APL) para transmissão e gravação de sessões e outros eventos.

Criou ainda o “Chá das 5”, que está há mais de um ano no ar. Já foram apresentados mais de 50 programas.

Além disso, todo o acervo do informativo “Notícias Acadêmicas” foi digitalizado, editado e postado no Portal da APL para facilitar o acesso dos interessados.

O presidente da APL disse que novas ações estão planejadas para esta área na nova gestão.

APL empossa Diretoria para novo mandato

Imagens: APL/Ascom

Posse da Diretoria da APL para novo biênio

A Diretoria da Academia Piauiense de Letras foi empossada hoje (24/01) para um novo mandato de dois anos.

A Sessão Solene de Posse dos dirigentes da APL foi realizada no formato híbrido (presencial e virtual), com transmissão pelo canal da Academia no YouTube.

A Diretoria da APL é composta pelos acadêmicos Zózimo Tavares (presidente), Magno Pires (vice-presidente), Fides Angélica (secretária geral), Fonseca Neto (1º secretário), Dilson Lages (2º secretário) e Humberto Guimarães (tesoureiro).

Os acadêmicos elegeram a chapa de consenso por unanimidade. O mandato é para o biênio 2022/2023.

Em cumprimento ao regimento da APL, a decana Nerina Castelo Branco deu posse ao presidente, que empossou os demais dirigentes da instituição.

A sessão foi realizada no auditório Wilson Brandão, com frequência controlada e adoção dos cuidados sanitários.

Filme e presenças

Durante a sessão, foi exibido o filme “Sonho que saiu do papel”, documentário sobre a história da APL produzido pelo jornalista Luciano Klaus através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Equatorial Energia.

Os acadêmicos participaram da sessão nas duas modalidades. Além dos empossandos, estiveram presentes no auditório os acadêmicos Elmar Carvalho, Felipe Mendes, Francisco Miguel de Moura, Itamar Costa, Moisés Reis, Nerina Castelo Branco e Plínio Macedo.

Também estiveram presentes à sessao os acadêmicos eleitos Tony Batista e Carlos Evandro Martins Eulálio.

Através da sala virtual, participaram os acadêmicos Celso Barros, Jonathas Nunes, Luiz Ayrton Santos Júnior, Nelson Nery, Socorro Rios Magalhães, Valdeci Cavalcante e Wilson Brandão.

Autoridades

Entre as autoridades que prestigiaram o evento, o representante do governador Wellington Dias, Osmar Júnior, secretário de Governo; a presidente do Tribunal de Contas do Estado, Lilian Martins; o deputado federal Flávio Nogueira e o presidente da OAB-PI, Celso Barros Neto.

Diretor fala sobre o filme que conta história da APL

Luciano Klaus, diretor do filme sobre a APL.no “Chá das 5”

 

“A Academia Piauiense de Letras tem uma história muito rica e muito longa. Ficaria impossível mostrar toda essa história em um documentário, pela qualidade dos que a compõem”.

A opinião é do documentarista Luciano Klaus, diretor do filme “APL: um sonho que saiu do papel”, sobre a centenária história da Academia Piauiense de Letras.

O filme será lançado na próxima segunda-feira (24/01), às 11 horas, na sessão solene de posse da nova Diretoria da APL.

Para Luciano Klaus, mesmo sem a pandemia da Covid-19, período de gravação do filme, seria impossível colocar dentro de um documentário a extensão do que é a importância de cada um dos acadêmicos.

“Temos a obrigação de dar continuidade a esse trabalho, agora focalizando a vida de cada acadêmico ou temas específicos. Foi dado o pontapé inicial neste grande e ambicioso projeto de memória através do audiovisual”, concluiu.

Luciano Klaus foi o entrevistado do “Chá das 5” desta quinta-feira.

Veja a entrevista:

 

Filme sobre a APL será lançado na segunda, dia 24

Gravação do documentário sobre a APL.

 

O documentário sobre a centenária história da Academia Piauiense de Letras será lançado na próxima segunda-feira (24/01), na posse da Diretoria da instituição.

O filme traz depoimentos de acadêmicos sobre o contexto da criação da Academia, em 1917, e sobre as fases que marcaram a sua atuação ao longo de mais de 100 anos, além de outros registros históricos.

O projeto, idealizado pelo presidente reeleito da APL, jornalista Zózimo Tavares, foi aprovado através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura para 2020.

A produção do filme foi feita a partir do segundo semestre de 2020 e concluída no primeiro semestre de 2021, com extremas dificuldades, por causa da pandemia da Covid-19.

Todos os protocolos sanitários foram cumpridos e os trabalhos foram concluídos sem qualquer registro de contágio da doença entre os participantes.

A Equatorial Energia é a patrocinadora do filme sobre a história da APL, dirigido pelo jornalista e documentarista Luciano Klaus.

Piauí cria Associação de Editoras

Editores se reúnem na APL para fundar associação.

A fundação da Associação Piauiense de Editoras vem sendo discutida desde o final do ano passado, em Teresina, por empresários do setor, escritores e ativistas culturais.

Três reuniões do grupo já foram realizadas na sede da Academia Piauiense de Letras com esse objetivo.

A nova associação terá, entre as suas finalidades, prestar apoio e orientação às editoras piauienses e apoiar as políticas de difusão do livro no Estado.

Participam do movimento pela criação da entidade representantes das editoras Bienal, Filadélfia, Fundação de Desenvolvimento Cultural do Piauí, Nova Aliança, Piauí Agora, Oficina da Palavra, Quimera e Quixote.

O advogado e acadêmico Nelson Nery vem dando a orientação jurídica para a criação da Associação Piauiense de Editoras.

Livro e leitura

O presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares, disse que a nova entidade, além de buscar a profissionalização da atividade livreira no Piauí, nasce com o espírito de colaborar com a difusão do livro e do incentivo à leitura, o mesmo que domina a APL.

A Lei nº 10.753, conhecida como a “Lei do Livro”, de 30 de outubro de 2003 e que institui a Política Nacional do Livro, define o livro como “o meio principal e insubstituível da difusão da cultura e transmissão do conhecimento, do fomento à pesquisa social e científica, da conservação do patrimônio nacional, da transformação e aperfeiçoamento social e da melhoria da qualidade de vida”.

Poeta comemora os 55 anos de seu livro de estreia

Francisco Miguel de Moura autografa exemplar de “Areias”

 

O poeta e acadêmico Francisco Miguel de Moura fez o lançamento da 2ª edição de seu livro “Areias” nos municípios de Francisco Santos, sua terra natal, Santo Antônio de Lisboa e Bocaina, na Grande Picos.

Em Bocaína, o poeta, acompanhado de sua esposa Mécia, participou de uma festa na Casa da Barra, propriedade da professora e escritora Deolinda Marques.

A festa reuniu parte dos membros da Academia de Letras do Vale do Riachão (ALVAR).

A parada seguinte foi em Francisco Santos, antigo Jenipapeiro, onde se deu o lançamento de “Areias”, tal como estava marcado para o dia 20 de dezembro.

Compareceram cerca de 40 pessoas, entre as quais estavam o prefeito do município, Dr. José Luiz de Barros, também o ex-prefeito Edson Carvalho e várias professoras, mais a diretora da Biblioteca “Miguel Guarani”.

Foi registrada ainda a presença do escritor Nilvon Batista, da ALVAR.

O autor foi apresentado na solenidade pela sua prima professora Rosa Maria Araújo.

O lançamento seguinte foi em Santo Antônio de Lisboa, em ato também bastante prestigiado.

Entre outras pessoas que falaram na ocasião, louvando o autor e sua obra, destacam-se os escritores Ozildo Batista de Barros, Deolinda Marques e Jailson Klain, este residente em São Paulo.

No lançamento estavam convidados dos municípios vizinhos Riachão, Alagoinhas, Santo Antônio de Lisboa e Bocaina.

A 2ª edição de “Areias”, um livro de poemas, está sendo publicada 55 anos depois de seu lançamento, que marcou a estreia de Francisco Miguel de Moura na literatura.

 

OAB Piauí renova compromisso com a democracia

Imagens: Ascom-OAB-PI

Solenidade de posse dos dirigentes d OAB-PI

 

A nova Diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Piauí, tomou posse renovando o compromisso da instituição com a Justiça, a Democracia e a Liberdade.

O advogado Celso Barros Coelho Neto, reeleito para o triênio 2022/2024, e demais dirigentes e conselheiros, foram empossados no novo mandato em solenidade festiva e prestigiada, realizada no Auditório “Ministro Reis Veloso”, na sexta-feira (14/01).

Com transmissão ao vivo, via Youtube e Instagram, a solenidade reuniu autoridades do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, os demais diretores empossados Daniela Freitas (vice-presidente) e Raylena Alencar (secretária-geral), os conselheiros seccionais, advogados e advogados, além de familiares e amigos.

O Conselho Federal da OAB foi representado pelo diretor-tesoureiro José Augusto de Noronha.

Vários membros da OAB-PI integram também a Academia Piauiense de Letras, que se fez representar na cerimônia pelo seu presidente, Zózimo Tavares, e pela secretária-geral, Fides Angélica, ex-presidente da Ordem, além do advogado Reginaldo Miranda, ex-presidente da APL.

Leia mais:

http://www.oabpi.org.br/posse-da-diretoria-da-oab-piaui-acesso-a-justica-e-fortalecimento-da-advocacia-marcam-discursos-em-solenidade-festiva/

Acadêmico lança novo livro sobre história da medicina

“Apontamentos para a História da Medicina no Piauí” é o título do novo livro do médico, professor e acadêmico Luiz Ayrton Santos Júnior.

A obra foi lançada ontem (13/01) à noite, na Livraria Entrelivros.

Trata-se de uma publicação conjunta da Sociedade Piauiense de História da Medicina e da Universidade Estadual do Piauí.

O livro reúne textos breves de 50 outros autores, entre profissionais, estudantes e professores de medicina.

Na apresentação da obra, o presidente da Sociedade Brasileira de História da Medicina, professor-doutor Lybio Martire Júnior, destaca que o “Dr. Luiz Ayrton tem contribuído, amplamente, através de seus escritos e das redes sociais, para a difusão da história, do folclore e das tradições de seu Estado, o Piauí, bem como com a história da medicina de modo geral”.

Para o professor Lybio Martire Junior, este novo livro “vem mostrar tudo isso de forma muito patente e interessante, pois significativa parte da história da medicina do Piauí é apresentada em capítulos escritos por destacados médicos da terra do Parnaíba, que trazem agradáveis relatos da rica história médica do Estado”.

O lançamento foi prestigiado pelos acadêmicos Anfrísio Lobão, Carlos Evandro (eleito), Fonseca Neto, Itamar Costa, Plínio Macedo (um dos colaboradores do livro) e Zózimo Tavares.

Lançamento do livro sobre história da medicina no Piauí.

UFPI planeja três períodos acadêmicos para 2022

Professor-doutor Viriato Campelo, reitor em exercício da UFPI, no “Chá das 5”.

A Universidade Federal do Piauí planeja a realização de três períodos acadêmicos em 2022, sem prejuízo da carga horário nem do conteúdo programático.

A informação foi dada hoje (13/01) pelo reitor em exercício Viriato Campelo, no programa “Chá das 5”, apresentado pela Academia Piauiense de Letras na TV Nestante (YouTube).

Segundo ele, o primeiro período deve começar em 7 de fevereiro, indo até maio. A partir de junho, será realizado o segundo. Já o terceiro período será a partir de setembro.

Ele disse que, com a medida, a UFPI pretende recuperar um ano de paralisação (2020) em função da pandemia da Covid-19.

O professor Viriato Campelo falou também sobre as providências que a universidade está tomando para o retorno seguro à sala de aula, no formato híbrido (presencial e remoto).

Veja ´”Chá” com o reitor em exercício da UFPI:

https://www.youtube.com/watch?v=9JD0K2v3H-Q

Tribunal de Contas e MPPI mandam sustar compra de livro

Tribunal de Contas recebe reclamações sobre compra de livro

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou, hoje (12/01), em decisão cautelar, a suspensão da compra de 100 mil exemplares do livro “Teresina Educativo”, de Braulino Teófilo Filho, ao custo total de R$ 6 milhões e 500 mil, pela Secretaria Municipal de Educação (SEMEC).

Conforme a decisão, o processo de aquisição da obra deve ser suspenso “na fase em que se encontrar, inclusive, efetuar empenho e/ou pagamentos, até ulterior decisão desta Corte de Contas, sob pena de multa de 10.000 (Dez mil UFIR-PI”.

O TCE concedeu prazo de 15 dias para que a Prefeitura de Teresina/Secretaria Municipal de Educação formalize a sua defesa, apresentando as justificativas e a documentação que entenderem necessárias.

Representação do SIndserm

A decisão do Tribunal de Contas foi tomada pelo conselheiro Kleber Eulálio, relator do Processo de Representação movido em 17 de novembro de 2021 pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm) contra a compra dos livros.

A entidade solicita a TCE a imediata suspensão do contrato de compra dos 100 mil livros, pela SEMEC, “sem licitação e sem consultar a nenhum profissional da educação sobre a escolha e adequação dos paradidáticos replicados que, em tese, seriam distribuídos nas 322 unidades de ensino da rede municipal. Ou seja, chegariam, em média, 310 livros para cada escola ou CMEI e os (as) professores (as), coordenadoras pedagógicas e diretores (as) não foram consultadas, como é o procedimento padrão, sobre o conteúdo programático, tema transversal ou gênero literário da obra, ainda desconhecida pela categoria”.

Em 16 de dezembro passado, o TCE admitiu a representação e abriu prazo para que os gestores se manifestassem sobre o caso.

APL pede suspensão da compra

O conselheiro Kleber Eulálio relata em sua decisão de hoje, já publicada no Diário Oficial do TCE, que em 10 de janeiro de 2022 a Academia Piauiense de Letras protocolou junto à Corte ofício no qual manifesta sua estranheza e apreensão diante da compra.

A APL informa ao TCE que, enquanto a Prefeitura faz uma compra milionária de uma única obra de um único fornecedor, editoras locais se encontram com livros de autores piauienses em análise na SEMEC/Teresina desde o início do ano de 2021, sem qualquer resposta.

Diante da gravidade da situação, a Academia solicitou “a imediata suspensão do processo aberto pela SEMEC-Teresina, especialmente do pagamento da referida compra, até o completo esclarecimento dos fatos, na forma do que vem sendo apurado pelo TCE-PI, de modo a evitar eventuais lesões ao erário e danos irreparáveis à educação e à cultura de Teresina”.

MP entra no caso

Ontem (11/01), o Ministério Público Estadual do Piauí recomendou à Secretaria Municipal de Educação de Teresina a se abster de efetuar a compra do livro “Teresina Educativo” até a análise de todo o processo licitatório por parte do MPPi.

A decisão é assinada pelo promotor de Justiça Chico de Jesus, do Núcleo das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa da 42ª Promotoria de Justiça de Teresina.