APL promove 3ª. edição do Círculo de Leituras do Autor Piauiense

A obra do poeta simbolista Celso Pinheiro é o tema da 3ª. Edição do Círculo de Leituras do Autor Piauiense, promovido pela Academia Piauiense de Letras, que é presidida por Nelson Nery Costa. O evento acontece sábado, 28, de 8:30 às 9:50, no Auditório da Academia Piauiense de Letras, sendo em seguida sucedido de sessão de lançamento de livros das Coleções Centenário e Século XXI.

O livro alvo de leituras a ser retomado no círculo de setembro é “Poesias” de Celso Pinheiro, cuja primeira edição de 537 páginas é de 1939, editada pela APL, e agora reeditada pela instituição, constituindo o título 10 da Coleção Centenário. O volume reúne as poesias completas de Pinheiro, que produziu número significativo de obras de valor e, ao lado do poeta amarantino Da Costa e Silva, situa-se como um dos consagrados nomes do simbolismo na literatura piauiense.

Celso Pinheiro nasceu em Barras -PI, a 24 nov. 1887, e faleceu em Teresina – PI, a 29 jun. 1950, com 62 anos. Pertence ao grupo que fundou a Academia Piauiense de Letras em 1917. Produziu obra parnasiano-simbolista, focalizando como tema principal “a dor existencial”. Sua produção é associada por alguns críticos à poesia de Antero de Quental e Cruz e Sousa. A estreia literária de Celso se deu em 1907 com Almas Irmãs, coletânea de poemas, em parceria com os poetas Zito Batista e Antônio Chaves. Em 1912, publicou “Flor Incógnita” (poemas). Informa Bugyja Brito que, em 1925, Celso Pinheiro reuniu seus poemas no livro “Poesias”, mas a edição não circulou por erros tipográficos e de revisão, somente voltando a ser editada em 1939 pela APL.

Em ensaio sobre a obra de Celso Pinheiro, cognominado como Poeta da Dor, diz o poeta Hardi Filho, falecido em 2015, que “ninguém melhor do que ele soube externar, poeticamente, a sensação dolorosa em todas as suas nuanças e expressões de vivência; ninguém como ele, no Brasil, fez o panegírico da dor, parecendo que tinha como companheira inseparável a estuar-lhe no sangue, na alma, no destino de sua própria vida”. Hardi acrescenta que a expressão artística de Pinheiro origina-se “da percepção profunda do transitório da vida em confronto com o eterno, com o transcendental adivinhado e sentido…”

Celso Pinheiro é autor de sonetos como Barreiras:

Barreiras de impossíveis, ai, barreiras
sem a brecha falaz de uma janela,
por onde eu possa ver a Imagem dela
na moldura das tardes brasileiras.

Nem meus gemidos monstros de cachoeiras
nem meus soluços roucos de procela
vos moverão dessa mudez de cela,
torvas, fatais, sinistras, agoireiras!…

Embalde, para a ver, alongo os olhos,
fico em bico de pés, e, alucinado,
piso os cardos, as urzes, os abrolhos…

Ai de quem, entre lágrimas e poeiras
só distingue entre si e o bem-amado
barreiras e barreiras e barreiras!

O Círculo de Leituras do Autor Piauiense, sob coordenação dos acadêmicos Socorro Rios Magalhães e Dílson Lages Monteiro, tematizará ainda em 2019, em outubro, Modernismo e Vanguarda, do crítico literário M. Paulo Nunes, luminar da crítica da Casa de Lucídio Freitas, e em novembro, Meia-vida, romance do desembargador Oton Lustosa.

APL prepara o lançamento de 7 novas obras

A Academia Piauiense de Letras (APL) promove no próximo sábado, 28 de setembro, o lançamento de 7 novas obras literárias, que valorizam a cultura e a história do Piauí. O evento será realizado a partir das 10 horas na sede da instituição, localizada na Avenida Miguel Rosa, em Teresina.

A maioria das produções integra a Coleção Século XXI: Sonetos Infames, de Dário P. Castro; Contos Poéticos, de Rosângela Sousa; Coisas do Amor, de Lisete Napoleão Medeiros; e Brimos, de Marta Tajra. Já pela Coleção Centenário serão lançados os livros: Roteiro do Maranhão ao Goiás pela Capitania do Piauí, de João Pereira Caldas; Descrição dos Rios Parnaíba e Gurupi, de Gustavo Dodt; A Vela e o Temporal, de Alvina Gameiro

A coleção traz para os piauienses obras que reúnem informações, histórias, fatos, relatos e imagens que retratem a história da Academia. “Estamos realizando uma série de eventos em homenagem aos 100 anos da APL; a Coleção Centenário é um desafio editorial e não tem nada similar no Brasil”, indicou o presidente da APL, Nelson Nery Costa.

A instituição está desenvolvendo uma programação desde dezembro de 2017 em que comemora os seus 100 anos. Entre os eventos, já ocorreu a entrega da Medalha do Centenário a mais de 50 personalidades que contribuíram ou tem contribuído para a literatura piauiense. Também já ocorreu a inauguração do Museu da Cultura Literária Piauiense, instalado na Casa de Lucídio Freitas, sede da Academia.

Além disso, a Coleção Centenário vem, desde 2016, fazendo um resgate de obras antigas, importantes, escritas por intelectuais renomados, que tratam sobre o Piauí e sobre tudo que se relaciona com o Estado.

Centenário do ex-deputado federal Ezequias Gonçalves Costa

No próximo sábado, dia 14 de setembro às 8h, a família do advogado, professor e presidente da Academia Piauiense de Letras Nelson Nery Costa realizam uma Missa em Ação de Graças pelo centenário de nascimento de seu pai, Ezequias Gonçalves Costa. A celebração acontecerá na Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Teresina.

História

Ezequias Gonçalves Costa nasceu em Barras, em 14 de setembro de 1919, e faleceu, em Teresina, em 22 de abril de 2005.  Era filho de industrial “Coronel” Gervásio Raulino da Silva Costa e de Eduwiges Cordeiro Gonçalves.  Bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Piauí, em 1955, logo se inscrevendo na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).  Foi Vice-Presidente da Associação Industrial do Piauí.

Elegeu-se Vereador, em Miguel Alves, de 1948 a 1950, Deputado Estadual, por dois mandatos, eleito, em 1950 e em 1954, desta vez como o mais votado.

Chegou a Primeiro Suplente de Deputado Federal, em 1958, e foi o primeiro Secretário de Estado da Educação e Cultura, em 1959, passando depois a exercer o cargo federal em vários momentos, inclusive quando da mudança da Capital Federal para Brasília, em 1960.

Foi eleito Deputado Federal, em 1962 e em 1966.  Na eleição de 1970, houve a fraude eleitoral do Mapismo, realizada com o preenchimento de votos em branco e em alteração dos mapas eleitorais, o que ele acabou provando, sem que lhe tenham devolvido o mandato, o que fez encerrar sua atuação eleitoral.  Foi, ainda, Secretário de Estado da Indústria e Comércio, em 1986, e Presidente da Junta Comercial do Estado do Piauí, de 1995 a 1999.

Foi Diretor Superintendente da empresa Indústrias Integradas Gervásio Costa S/A (GECOSA), com grande parque industrial para o aproveitamento integral do óleo de coco babaçu, além do comércio por meio da Casa São João, em Novo Nilo, Município de União.

Foi casado com Maria da Glória Nery Costa e o casal teve por filhos o engenheiro com mestrado Ezequias Gonçalves Costa Filho, o médico com doutorado em Harvard e professor da UFPI Carlos Henrique Nery Costa, o médico especializado em nefrologia Rubens Nery Costa, o advogado, defensor público e professor da UFPI Nelson Nery Costa e o advogado e economista Guilherme Nery Costa.

APL faz homenagem a Manfredi Mendes de Cerqueira

Os imortais da Academia Piauiense de Lestras fizeram uma homenagem ao desembargador Manfredi Mendes de Cerqueira, ocupante da cadeira número 28, falecido no dia 03 de junho. O panegírico, que aconteceu no último sábado (14), sendo conduzido pelo imortal Celso Barros Coelho. O evento foi realizado na sede da APL, localizada na Avenida Miguel Rosa.

Manfredi Mendes de Cerqueira foi desembargador e escritor. Sua atuação na literatura foi especializada na área do Direito. Entre as principais obras escritas por Manfredi Mendes de Cerqueira estão: Como o Direito É, 1989; Teoria e Prática FalimentarJustiça CriminalMatéria Eleitoral, 1989, e Estudos da Organização Judiciária, 1989.

Com o falecimento do acadêmico, regimentalmente a Academia faz o panegírico, que é um momento de homenagem ao acadêmico falecido. “O panegírico é um evento em se faz uma elegia à memória de um falecido e é uma tradição da Academia fazer essa saudação sempre que um acadêmico falece. Nesse caso, é uma cerimônia singela “, explica Nelson Nery Costa, presidente da APL.

BIOGRAFIA

Magistrado, jurista, professor e conferencista, nascido em Piracuruca, Estado do Piauí, a 25-11- 1925. Pais: Francisco Paulo de Cerqueira e Judith Mendes Andrade Rocha. Bacharel em Direito pela Universidade de Minas Gerais.

O Magistrado. Ex-promotor público das comarcas de Alto Longá, Buriti dos Lopes, Piracuruca e Teresina; advogado-geral do Estado; procurador da Justiça junto ao Tribunal de Contas. Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado (1978); presidiu o Tribunal Regional Eleitoral e o Egrégio Tribunal de Justiça. Na qualidade de presidente do Tribunal de Justiça do Estado, assumiu interinamente em setembro de 1990, as funções de Governador do Estado. Foi diretor da Escola da Magistratura Piauiense. Secretário de Interior e de Justiça do Estado.

O Professor. Dirigiu o Ginásio Municipal de Piracuruca; chefe do Departamento de Ciências Jurídicas do Centro de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal do Piauí; membro da Comissão Permanente do Concurso de Vestibular.

O Jornalista. Um dos mais atuantes da imprensa teresinense, destacando a sua colaboração com preciosos trabalhos no campo social e jurídico entre os quais destacamos: A Pobreza em Face de Dois CódigosAbandono Voluntário do LarDa Representação no CrimeDano ou Incêndio.

BibliografiaComo o Direito É, 1989; Teoria e Prática FalimentarJustiça CriminalMatéria Eleitoral, 1989, e Estudos da Organização Judiciária, 1989. Pertence à Academia Piauiense de Letras, ocupando a cadeira nº 28.

José Murilo de Carvalho lança título em Teresina e recebe Medalha da APL

Na última segunda-feira, 02 de setembro, o escritor José Murilo de Carvalho esteve em Teresina e recebeu da Academia Piauiense de Letras a Medalha do Centenário, honraria em homenagem a sua contribuição com a literatura.

O autor também lançou seu mais recente livro “Jovita Alves Feitosa: Voluntária da Pátria, Voluntária da Morte”, no qual reproduz e analisa preciosos documentos de época, que compõem um quadro rico e complexo da trajetória da jovem cearense de 17 anos que decidiu alistar-se, vestindo-se de homem, para atender ao chamado do Governo brasileiro que recrutava voluntários para lutar na Guerra do Paraguai.

Além de receber a Medalha do Centenário da APL, José Murilo de Carvalho também participou de uma série de ações no Theatro 4 de Setembro.

José Murilo de Carvalho é professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicou e organizou 19 livros e mais de cem artigos em revistas. É membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Brasileira de Letras.

Sobre o livro: Em Jovita Alves Feitosa: Voluntária da Pátria, Voluntária da Morte

Em 1865, chegou a Jaicós, no interior do Piauí, a notícia de que o Governo brasileiro recrutava voluntários para lutar na Guerra do Paraguai. Ali, a cearense Jovita Alves Feitosa, de dezessete anos, decidiu alistar-se, vestindo-se de homem. Seu desejo era ir a campo vingar as mulheres brasileiras maltratadas pelos paraguaios no Mato Grosso.

Descoberto o disfarce, Jovita foi, ainda assim, aceita como voluntária pelo presidente da província, no posto de segundo-sargento. Transformada em celebridade do dia para a noite, fez um percurso triunfal de Teresina ao Rio de Janeiro. Mas, por fim, a Secretaria da Guerra recusou sua incorporação como combatente: às mulheres cabia somente o trabalho voluntário como enfermeiras.