Municípios valorizam literatura, história e geografia locais

O município de São João da Canabrava – situado a 302 quilômetros de Teresina, na Microrregião de Picos – adotou o ensino de história, geografia e literatura locais.

A iniciativa partiu do prefeito Elson Silva de Sousa, que assinou decreto nesse sentido, em maio passado.

A Academia Piauiense de Letras está fazendo uma campanha junto aos municípios para que valorizem a literatura, a história e a geografia locais.

A orientação da APL é no sentido que essas disciplinas sejam incluídas nos currículos das escolas municipais através de lei.

Em Pedro II, a prefeita Elisabete Brandão aprovou recentemente lei na Câmara Municipal adotando o ensino de história e geografia locais.

Em Parnaíba, a Câmara Municipal aprovou no mês passado projeto do vereador Carlson Pessoa implantando também as disciplinas de história e geografia parnaibanas nas escolas do município.

A APL sugeriu que os dois municípios emendam essas leis acrescentando o ensino de literatura local.

CBL agenda entrega do Prêmio Jabuti 2023

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Theatro Municipal de São Paulo renovaram sua parceria para realizar, pela segunda vez, a cerimônia do Prêmio Jabuti.

A entrega das estatuetas da 65ª edição acontece no dia 5 de dezembro, às 20h, para convidados. Na ocasião, serão conhecidos os vencedores das 21 categorias do Prêmio – distribuídos em quatro eixos: Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação – e o Livro do Ano.

Realizado desde 1958, o Prêmio Jabuti consolidou-se como a mais importante premiação nacional do livro e é referência no mercado editorial brasileiro.

Uma das novidades de 2023 é a nova categoria, Escritor Estreante, que será voltada ao escritor ou escritora que tenha publicado sua primeira obra em língua portuguesa no Brasil, no período entre 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2022.

Calou-se um homem de letras

Escritor  e acadêmico Assis Brasil, um dos grandes nomes da moderna Literatura Brasileira

Cineas Santos (*)

Saiu de cena hoje (28/11/ ) Francisco de ASSIS Almeida BRASIL ( 92 anos de idade), um dos grandes nomes da moderna literatura brasileira. Certa feita Assis afirmou: “Eu não vivi; tive apenas vida literária”. Não era força de expressão: o autor de Beira Rio Beira Vida escreveu mais de cem obras, de literatura infanto-juvenil a ensaios filosóficos.

Piauiense, de Parnaíba, Assis Brasil viveu quase sempre distante do Piauí. Jornalista, professor, ficcionista e crítico literário, tornou-se conhecido a partir de 1965 quando publicou Beira rio beira vida, romance que lhe rendeu o Prêmio WALMAP, obra integra a Tetralogia Piauiense, que se completa com A Filha do meio quilo, O salto do cavalo cobridor e Pacamão. Dez anos depois, voltaria a ganhar o mesmo prêmio com Os que bebem como os cães.

Quando H. Dobal foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras (2002), na companhia de alguns amigos, fui ao Rio de Janeiro com o poeta. Já no final da homenagem, apareceu Assis Brasil escorando-se nas paredes do auditório. Com voz sumida, explicou: “Estou saindo de uma depressão terrível” e mais não disse. Cumprimentou o Dobal e desapareceu.

Em 2006, os organizadores do SALIPI resolvemos homenageá-lo. Coube a mim a incumbência de convidá-lo. Assis Brasil agradeceu a homenagem, mas afirmou que, por problemas de saúde, não poderia vir a Teresina. Recorremos à professora Francigelda Ribeiro, amiga do escritor, para tentar convencê-lo a vir. Depois de demorada negociação, Assis afirmou que viria, mas, em hipótese alguma, falaria ao público. Contrafeito, veio.

Às 19 h, Assis Brasil adentrou o auditório do Centro de Convenções de Teresina para a abertura da 4ª edição do SALIPI. Ao ser anunciado, as 700 pessoas que lotavam o espaço levantaram-se e o aplaudiram por mais de dez minutos. Aturdido, emocionado e feliz, Assis agarrou o microfone e falou mais de 40 minutos. Afável e cordial, respondeu às perguntas, distribuiu autógrafos, ressuscitou… Emocionado, não me contive e repeti G. García Márquez:” O que a felicidade não curar nada cura”. No ano seguinte, Assis Brasil mudou-se de mala e cuia para Teresina onde, festejado pelo público e sob o guarda-chuva do afeto de Leonardo Dias, escreveu mais uns dez livros.

Seu silêncio deixa-nos mais pobres e mais tristes. De qualquer forma, sua obra permanecerá viva.

(*) Professor, escritor, editor e membro do Conselho Estadual de Cultura.

Garcia é o entrevistado da semana em portal de arte e cultura do Rio

Acadêmico José Ribamar Garcia. Imagem/APL

O portal ArteCult.com, um dos mais tradicionais e prestigiados do Rio de Janeiro, traz na “Entrevista da Semana” uma conversa exclusiva com o escritor e advogado José Ribamar Garcia, ocupante da Cadeira 11 da Academia Piauiense de Letras.

Na entrevista, o escritor conta como foi a sua infância em Teresina – onde nasceu -, como fez carreira profissional no Rio de Janeiro e quando e como começou o seu contato com a literatura.

Ele fala também sobre os escritores de sua admiração, de seu processo de criação literária e de sua obra – construída através do conto, da crônica e do romance – e ainda da APL.

Leia aqui: 

http://artecult.com/ac-encontros-literarios-jose-ribamar-garcia/

Sai a 2ª edição do livro “História de Teresina”, escrito há 110 anos

O livro “História de Teresina”, escrito por Clodoaldo Freitas, nos anos 1911 e 1912, acaba de ganhar uma segunda edição.

A nova edição da obra foi organizada pela historiadora e professora Teresinha Queiroz, ocupante da Cadeira 23 da Academia Piauiense de Letras, e pelo professor Ronyere Ferreira.

O livro foi publicado originalmente em forma de folhetim no jornal “Diário do Piauí”, quando o autor exercia o cargo de primeiro diretor do Arquivo Público Estadual.

A primeira edição de “História de Teresina” saiu em 1988, quando o livro foi publicado pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves.

 Primeira história de Teresina

Segundo Teresina Queiroz, estudiosa da vida e da obra do autor, “História de Teresina” é a mais extensa produção historiográfica de Clodoaldo Freitas e também a primeira história da nova capital.

“Em 20 capítulos destinados ao processo de transferência da capital e aos principais equipamentos públicos voltados à religiosidade, lazer, instrução, comércio, filantropia e administração, o autor investiga, à maneira do seu tempo, as condições do viver em uma cidade em formação, suas limitações materiais, desafios econômicos e interesses políticos de seus governantes”, acentua Ronyere Ferreira.

Edição lapidada

Sobre esta nova edição do livro, o historiador, professor e acadêmico Fonseca Neto, hoje com assento da Cadeira 1 da APL, que teve como primeiro ocupante justamente Clodoaldo Freitas, escreve:

“Esta tem um valor adicional, além do charme: vem organizada e anotada pela professora Teresinha Queiroz e pelo professor Ronyere Ferreira, que revisitaram a obra por completo, a partir mesmo de suas fontes, lapidando-a, cuidando de socorrer eventuais lacunas”.

Com 480 páginas, a nova edição foi publicada pela editora Mentes Abertas, de São Paulo.

“Além de necessária, é uma bela e bem cuidada edição”, comemora o presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares.

O autor

Clodoaldo Freitas nasceu em Oeiras, em 7 de setembro de 1855, e faleceu em Teresina, em 29 de junho de 1924.

Um dos intelectuais mais brilhantes de sua geração, foi magistrado, político, jornalista, historiador, romancista, contista, cronista, biógrafo e polemista.

Também um dos fundadores e primeiro presidente da Academia Piauiense de Letras. Foi um dos fundadores, ainda, da Academia Maranhense de Letras.

 

Imortal: 13 escritores concorrem a cadeiras vagas na Academia Piauiense de Letras

Com três cadeiras em aberto, a Academia Piauiense de Letras elegerá os novos imortais no dia 1º/12, em eleição direta. Ao todo, 13 escritores fizeram a inscrição para concorrer no pleito. “Nos últimos meses, a Academia sofreu com as perdas do desembargador Paulo Freitas, do nosso querido Herculano Moraes e do estimado professor Raimundo Santana. Então, resolvemos unificar as eleições, promovendo todas em uma mesma data”, explica o presidente da instituição Nelson Nery Costa.

 

Os eleitos ocuparão as cadeiras 18, 24 e 32 que pertenciam a Paulo de Tarso Mello e Freitas, Herculano Moraes da Silva Filho e Raimundo Nonato Monteiro de Santana. Cada um dos candidatos, no ato da inscrição, teve a oportunidade de escolher para qual cadeira concorrerá. Entre os pré-requisitos para a participação, segundo o regimento da APL, estão: ser piauiense ou morar no Estado há mais de 10 anos e ter ao menos um livro publicado.

 

Os 37 imortais estão aptos a votar. Cada um deve escolher três nomes, um para cada cadeira. Pelo regimento, a votação poderá ser feita presencialmente (para aqueles que residem no Piauí) ou o voto pode ser enviado em envelope lacrado pelos Correios (para os imortais que moram em outros estados).

 

A comissão eleitoral é presidida pelo professor Fonseca Neto, tendo como membros Magno  Pires, Reginaldo Miranda, Elmar Carvalho e Dilson Lages. É essa comissão que comandará todo o processo. Os votos, tanto os presenciais como os enviados, serão depositados numa urna. Ao final do horário estabelecido, a comissão abrirá a urna e fará a contagem dos votos referentes a cada uma das cadeiras. O resultado é proclamado ao final da apuração.

 

Candidatos

 

Cadeira 18

 

– José Itamar Abreu Costa

– José Gregório da Silva Júnior

 

Cadeira 24

 

– Enéas do Rego Barros

– Eduardo Lins Cavalcante

– Gregório de Moraes

– José Maria de Carvalho

– Kernard Kruel Fagundes dos Santos

– Maria Gomes Figueiredo dos Reis

– Moisés Angelo de Moura Reis

– Plínio da Silva Macêdo

 

Cadeira 32

 

– Edgar Pereira

– Felipe Mendes de Oliveira

– Francisco Teotônio da Luz Neto