Na manhã deste sábado (03), às 10h, a Academia Piauiense de Letras realizou mais uma edição do Assembleia Acadêmica: Oficineiro Literário, encontro interno voltado à troca de saberes entre os imortais da Casa de Lucídio Freitas. O convidado desta edição foi o historiador, professor e vice-presidente da APL, Antônio Fonseca dos Santos Neto, que conduziu os presentes por uma verdadeira viagem às raízes fundiárias e identitárias do Piauí.

Com abordagem densa e acessível, Fonseca Neto apresentou Terras: Domínio e Servidão, obra que resgata mais de três séculos de formação do território fundiário na bacia do rio Punaré, atual rio Parnaíba. Segundo o autor, o livro contribui para o entendimento histórico da ocupação do solo no Piauí, e é uma reedição em separata da fundamentação historiográfica incluída no Relatório Sobre o Cadastro Fundiário do Piauí, produzido com o apoio do Instituto de Terras do Piauí – Interpi.

Na sequência, o acadêmico abordou seu mais recente livro: História de Oeiras: chão de convictos, república de contingentes, obra que combina rigor documental e vivência afetiva. Segundo ele, os textos reunidos no livro surgem tanto de descobertas realizadas em arquivos quanto das experiências acumuladas em visitas à primeira capital do Piauí. A obra se debruça sobre a formação política, social e simbólica de Oeiras, revelando nuances históricas que ainda ecoam na contemporaneidade.

A atividade reafirmou o papel do Oficineiro Literário como espaço privilegiado para o cultivo da reflexão intelectual e da valorização do conhecimento produzido pelos membros da Academia. O encontro foi marcado pela escuta atenta e pelas ricas trocas entre os acadêmicos, que reconhecem na história local uma chave essencial para a compreensão do presente.

Assim, a APL mantém viva a missão de preservar e divulgar a memória do Piauí, fortalecendo o elo entre literatura, história e identidade.