De passagem em Teresina, o escritor e acadêmico José Ribamar Garcia, quinto e atual ocupante da Cadeira 11, da Academia Piauiense de Letras, que reside no Rio de Janeiro, há mais de 50 anos, refletiu sobre o que a literatura significa em sua vida e como escrever tem sido terapia, catarse e cura – do que jorra de nós e nos salva.
“A queda pela literatura foi desde os 12 /13 anos. Escrever é onde eu recupero as energias. É tão importante que é o que não me deixa ficar doido, não me deixa ficar bi ou tripolar, porque quando eu tenho qualquer problema, descarrego a dor, escrevo, vomito o que estou sentindo. E me ajuda muito. A literatura é uma coisa engraçada, porque enquanto você não puser para fora o que está lhe perturbando, aquela angústia vai crescendo. E quando o escritor coloca no papel, tudo se tranquiliza”, declarou.
Romancista, cronista, contista e jornalista, bacharel em Direito pela Faculdade Nacional de Niterói. Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB-RJ, em quatro mandatos. Participou do Concurso de Contos João Pinheiro, promovido pela Fundação Cultural do Piauí. Colaborou com as revistas Presença e Cadernos de Teresina. Tem alguns trabalhos jurídicos publicados em revistas especializadas.
Bibliografia:
Imagens da Cidade Verde, 1981, crônicas. “É um extraordinário conjunto de crônicas, de estilo leve, direto e objetivo que se constitui num verdadeiro documentário de Teresina”.
Os Cavaleiros da Noite, 1984, contos. Livro em que o contista reuniu episódios engraçados, dramáticos, um tipo de gente que há muito não se vê, pequenos relatos passados com o autor, alguns dos quais teve conhecimento efetivo, outros dos quais ouviu falar. É livro carregado de piauiensidade.
Pra onde vão os Ciganos? “Este livro não fala só de ciganos, fala do nosso povo e o que se passa com ele. Fala das inquietações que povoam o autor, que que não são tão diferentes das que nos incomodam, apenas Garcia sabe como administrar este grito, sabe como provocar-nos a pensar, sabe o momento exato do nos dizer para onde deveremos ir, independente dos ciganos.”
Em Preto e Branco, a personalidade principal é um piauiense que saiu de Teresina e se tornou jornalista no Rio de Janeiro. É uma crônica que mostra o retrato, a história de quem não esmoreceu ante as adversidades, deparou-se com nada na sua nova vida.
Além da obra Das Paredes, crônicas, publicação que fala de um país que não aparece na mídia. Autor de quase uma centena de crônicas publicadas em periódicos da cidade do Rio de Janeiro.