Jonathas Nunes ganha Concurso Nacional de Literatura, gênero poesia/cordel

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O professor e acadêmico Jonathas Nunes obteve o primeiro lugar no Concurso Nacional De Literatura/2024, gênero poesia/cordel, promovido pela Academia Luso-Brasileira De Letras – ALBL, em comemoração do seu jubileu de diamante (60 anos). 

O tema do Concurso era sobre o amor na sociedade do consumo.

A presidente da APL, Fides Angélica Ommati, parabenizou o acadêmico pela conquista literária.

A premiação acorrerá no dia 26 de novembro deste ano, em ato solene, no Rio de Janeiro.

Leia o poema premiado:

O amor na sociedade de consumo

Jonathas Nunes

Desde tempos milenares,

De forma meio espontânea,

Sociedade primitiva,

Moderna ou contemporânea,

Desde o homem da savana,

Uma tendência instintiva,

De harmonia e valores,

Perpassa a mente humana!

Um sentimento difuso,

De compaixão e ternura,

Foi aos poucos se formando

No interior da criatura.

Presente em cada família,

É o substrato do AMOR,

No mundo da vizinhança,

Seja lá pra onde for,

E se queda inebriado,

Com o perfume romântico,

Da beleza de uma flor!

Na travessia terrena, Ia o

Amor caminhando,

Sem se dar conta que um dia,

Nessa vida um tanto longa,

O sossego acabaria!

No aconchego do lar,

O amor era sincero,

Muito discreto e pacato,

Não existia defeito,

em aquele lero-lero

De malícia e preconceito.

Mas o Tempo foi andando,

Milênio, um após outro,

O mundo se transformando,

Tanta coisa foi mudando!

É tenda, taba e cabana,

Muita maloca e mocambo,

Muito casebre e choupana!

Nos tugúrios e terreiros,

A vizinhança aumentando!

Picadas vão sendo abertas,

Surgem trilhas e carreiros!

E as estradas vão chegando!

Cada dia uma caravana,

Nos pontos de troca-troca,

Batizados como Feiras,

Em todo fim de semana!

É gente de todo jeito,

É povoado surgindo,

Do meio da mata saindo,

São Vilas aparecendo,

Rua, beco, quarteirão,

É bairro pra todo lado,

E nesse diapasão,

Com tanta mudança em cena,

Pela frente vem a sina

Tudo em peso convergindo

Pra a agitação citadina!

O comércio e a indústria

Estão na ordem do dia,

Mas o nome mais em voga,

É o da Tecnologia!

Com ela termos bonitos,

Relações de Produção,

Capital, Capitalismo,

O Consumo e o Consumismo,

E o dinheiro transformado

Em objeto de desejo

De tudo quanto é Mercado!

A sociedade e o Estado

Constroem uma Divindade,

Vale o Deus Dolarizado

E consagram a idolatria

Do Valor materialista:

Princípio da mais Valia!

É feliz quem mais consome,

Ser moderno é consumir!

Nessa corrida sem freio,

Desse insano consumismo,

Bem poucos se davam conta

Que o Amor Familiar,

Secularmente bafejado,

De ternura e Romantismo,

E visto também por todos

Como valor milenar,

Foi resvalando a deriva

No oceano tão sujo

Do mundo da Hipocrisia!

Se a sociedade consome,

E se esbanja consumindo,

Um cataclisma sem nome,

Ribombando até demais,

Lá na frente vai surgindo!

O entrechoque dantesco,

De Placas descomunais!

E vagando em mar profundo,

As duas vão se encontrar

No Cabo do Bojador:

A EXPLOSÃO do CONSUMO!

E a NATUREZA do AMOR!

A primeira é só Matéria,

E o preço do vil metal,

E corre o risco tão grande

De ser uma coisa deletéria!

A segunda tem leveza,

É o encanto da Família,

Afeição e confiança,

Simplicidade e beleza!

Uma, se vê por fora,

É cheia de hipocrisia,

A outra se vê por dentro,

Quanta paz e harmonia!

Na Sociedade de Consumo,

Tudo é questão de Mercado,

Tudo tende a ter um preço

Eita mundo endiabrado!

No choque das duas Placas,

O AMOR e o CONSUMO,

Tudo nele perderás,

E o Mundo fica sem RUMO!

Abaixo, os vencedores de todas as categorias: