Perfil Acadêmico

WILSON Nunes BRANDÃO

(1960). Quinto e Atual Ocupante da Cadeira nº 4 da APL – É natural do Rio de Janeiro. Nasceu em 14 de agosto de 1960, filho de Wilson de Andrade Brandão e Maria de Lourdes Leal Nunes de Andrade Brandão. É formado em Direito, Engenharia Elétrica e Licenciatura Plena em História, com especializações em línguas – Francês e Inglês

Posição: Atual
Antecessor: William Palha Dias
Data Nascimento: 14, agosto, 1960
Naturalidade: Rio de Janeiro/RJ

(1960). Quinto e Atual Ocupante da Cadeira nº 4 da APL.

É natural do Rio de Janeiro. Nasceu em 14 de agosto de 1960, filho de Wilson de Andrade Brandão e Maria de Lourdes Leal Nunes de Andrade Brandão. É formado em Direito, Engenharia Elétrica e Licenciatura Plena em História, com especializações em línguas – Francês e Inglês. Profissionalmente, já exerceu os seguintes cargos; Secretário de Governo, Governo Wilson Martins – 2011/2014, Secretário de Estado de Justiça e da Cidadania, Governo Hugo Napoleão – 2001/2003, Secretário de Estado de Projetos Especiais, Governo Freitas Neto 1993/1994 e Líder do Governo Wilson Martins – Atualmente, exerce o sétimo mandato como Deputado Estadual. Pertence ao quadro de servidores da Eletrobras como Engenheiro Eletricista. Membro efetivo da Academia Piauiense de Letras, ocupante da cadeira nº 4.

  • 2ª Edição Revista e Ampliada (2015). Articulista do Jornal “Diário do Povo”. Pesquisador do Arquivo Público – Casa Anísio

Publicou as seguintes obras: Mitos e legendas da Política Piauiense (2006) e Mitos e Legendas da Política Piauiense

Em 1897, Machado de Assis, iniciou seu discurso na Academia Brasileira de Letras, proclamando: “Não é preciso definir esta instituição. O vosso desejo é conservar a unidade literária. Tal obra exige, não só a compreensão pública, mas ainda e principalmente a vossa constância. A Academia Francesa, pela qual essa se modelou, sobrevive aos acontecimentos de toda casta, às escolas literárias e às transformações civis. A vossa há de querer ter as mesmas feições de estabilidade e progresso. Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles os transmitam também aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira”. A Academia Piauiense de Letras reflete ao longo de sua existência quase secular, as sábias e precisas palavras de Machado de Assis.

Início o discurso de posse na Academia Piauiense de Letras, cumprindo, em primeiro lugar, o meu ofício de gratidão e de renovação à minha profissão de amor à educação e à cultura do meu Estado – o Piauí.

Gratidão pela acolhida e pela generosidade das senhoras e dos senhores acadêmicos, que sufragaram meu nome para assumir a cadeira 04 deste sodalício, fundado em 30 de dezembro de 1917, permitindo-me desfrutar dos debates, das tendências e dos valores da cultura piauiense, brasileira e mundial, em ambiente tão seleto e comprometido com essa causa.

A cadeira que ora assumo foi ocupada por homens ilustres e atores importantes de nossa cultura, a começar pelo seu patrono, David Moreira Caldas, professor, jornalista, promotor público, deputado provincial, abolicionista e defensor dos ideais republicanos; Jônatas Baptista, um dos fundadores desta Academia e de vários jornais e revistas, poeta, incentivador da vida teatral em Teresina, tendo sido autor de diversas peças; Mário José Baptista, formado na tradicional Faculdade de Direito do Recife, professor de História do Liceu Piauiense, professor catedrático de economia política e diretor da Faculdade de Direito do Piauí, Procurador Geral de Justiça, jornalista, historiador e geógrafo; Fernando Lopes e Silva Sobrinho, desembargador, juiz de direito no Ceará e no Piauí, professor da Faculdade de Direito do Piauí e, o último ocupante, William Palha Dias, filho do longínquo município de Caracol, juiz de direito em Oeiras e nas minhas duas terras, Regeneração e Pedro II, professor, romancista, contista, tendo retratado com perfeição o homem do semiárido, as suas angústias e o seu sofrimento. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí. Autor de muitas obras, dentre elas, “Endoema” “Vila de Jurema”, “Mulher Dama Sinhá Madama”, “Os Irmãos Quixaba” e “Marcas do Destino”. Na comemoração de seus 90 anos de idade, o acadêmico Oton Lustosa proferiu em sessão solene: “Aprendeu a ler quando já tinha consciência prática da vida dura do sertão, em lombo de burro a mercadejar por ínvios caminhos e longas distâncias, às voltas com jumentos, cangalhas e bruacas, como aprendiz de tropeiro e imitação de mascate. Aos vinte anos estreou em sala de aula para o exame de admissão. Já casado, prosseguiu nos estudos, formou-se advogado e se fez julgador. Peticionou e sentenciou a valer, proclamando o Direito Positivo, em homenagem e em observância estrita à lei. Arguto observador da vida, se fez intérprete do fato social, por outra via, sem as amarras dos artigos, dos parágrafos e das alíneas legais, mas através da prosa ficcional, que é a reinvenção da realidade mundana. Leitor voraz, habituou-se aos livros, ao ponto de passar a escrevê- los… Atreveu-se a interpretar a vida sertaneja, nordestina, bem-brasileira, feita de lutas, paixões, dinheiro, fé e política. …Toda a sua prosa é o porto seco, por isso mesmo muito seguro. Narra as experiências da vida, por isso tão verossímil é a sua prosa, rica de linguagem regionalista e culta a um só tempo, onde o gosto pela singularidade da frase resulta evidente, sem sair no coloquial sertanejo, mas, também, sem subir às alturas nevoentas do pedantismo obsoleto”, conclui Oton Lustosa. Sinto- me, pois, honrado, em suceder a tão representativas figuras do mundo intelectual do nosso estado.

Além dos já citados, a Academia Piauiense de Letras, uma instituição sólida e respeitada, tem nos seus membros, verdadeiros sacerdotes da cultura. Historiadores, poetas, juristas renomados, críticos literários, romancistas, jornalistas, todos, imbuídos dos mais fervorosos interesses em fazer e em divulgar a riqueza e a inteligência do povo piauiense. É nesse meio que passo a viver e a conviver para, associado aos que já realizam essa grande obra, poder também dar minha contribuição, quer escrevendo livros ou artigos, quer valorizando o belo e importante trabalho desenvolvido pela Academia.

O imortal Marcos Villaça, em seu discurso de posse na Presidência da Academia Brasileira de Letras fez a seguinte afirmação: “A Academia deve propor e liderar um sistema básico de referência para compreensão e valorização da cultura brasileira. Fazê-lo não a partir de uma concepção restritiva de cultura, mas de um conceito dela amplamente antropológico: abarcando todo o pensar, o agir, o fazer humano, quando motivado por valores. Fazê-lo não a partir de uma visão da cultura como coisa “morta”, escrava ou apenas testemunha do passado, mas a partir de uma visão dinâmica da cultura, de uma cultura “viva”, libertadora, integrativa. Deve, sim, nutrir-se do passado, porém avançar criativamente para um novo futuro. Por meio dele pode produzir-se uma síntese harmoniosa de nossa diversidade de nossos contextos culturais específicos, até mesmo dos paradoxos de nossa cultura”.

Imagens do(a) Acadêmico(a)