Museu do Piauí recebe Exposição de Lucílio Albuquerque

O Museu do Piauí recebeu a exposição Lucílio e Georgina: Um amor pela pintura.

É a primeira vez que o Piauí recebe exposição das obras de um dos seus mais ilustres artistas plásticos, Lucílio de Albuquerque e sua esposa, Georgina de Albuquerque.

A exposição foi aberta no último dia 17 de outubro e segue até 7 de novembro.

Ao todo, estão expostas 31 obras do acervo do colecionador Nelson Nery Costa, acadêmico e presidente do Conselho Estadual de Cultura.

O presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares, prestigiou a abertura da exposição.

Ele informou na ocasião que o ex-senador Heráclito Fortes, o maior colecionador e divulgador de Lucílio Albuquerque no Brasil, doou recentemente uma tela do artista para a Academia Piauiense de Letras.

Um artista do mundo

Lucílio de Albuquerque nasceu em Barras, em 9 de maio de 1877. Morreu em 19 de abril de 1939, aos 61 anos, no Rio de Janeiro.

Depois de uma breve passagem pela Faculdade de Direito de São Paulo, ingressou em meados dos anos 1890 na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), onde foi aluno de Daniel Bérard, Zeferino da Costa, Rodolfo Amoedo e Henrique Bernardelli.

Na Europa

Em 1906, recebeu o Prêmio de Viagem da ENBA, com a tela Anchieta escrevendo o poema à Virgem, pertencente hoje ao Museu Dom João VI, da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Logo depois, casou-se com sua colega de Academia, Georgina de Albuquerque; ainda em 1906, ambos partiram para a França, onde permaneceram por cinco anos.

Em Paris, Lucílio frequentou a Academia Julian – onde estudou com Marcel Baschet, Henry Royer e Jean-Paul Laurens -, e também o ateliê de Eugène Grasset, mestre do art nouveau, como fizera alguns anos antes Eliseu Visconti; nessa estadia na Cidade-Luz, ainda expôs com sucesso no Salon des Artistes Français.

De volta ao Brasil

De volta ao Rio de Janeiro, em 1911, Lucilio fez juntamente com a esposa Georgina uma grande exposição na ENBA.

No mesmo ano tornou-se professor de Desenho Figurado da instituição, assumindo definitivamente a cátedra em 1916.

Nas Exposições Gerais recebeu sucessivamente: menção de 2º grau (1902, com Stella), menção de 1º Grau (1904, com um retrato), grande medalha de prata (1907, com Agnus Dei), pequena medalha de ouro (1912, com Despertar de Ícaro) e medalha de honra (1920, com Retrato de Georgina).

Obra e exposições

Pintor prolífico, destacou-se como retratista e paisagista, tendo sido entre os pintores de sua geração um dos mais dedicados cultores do gênero da pintura histórica.

Projetou os vitrais para o Pavilhão Brasileiro na Exposição Internacional de Turim em 1911 e realizou diversas pinturas de caráter decorativo, como aquelas para as salas da Maioria e da Minoria, no atual Palácio Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro.

Lúcilio expôs em diversos estados brasileiros (São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco) e no exterior (Argentina, Estados Unidos da América).

Após sua morte, sua esposa organizou na residência do casal, em Laranjeiras, o Museu Lucilio de Albuquerque, cujo acervo se encontra dividido entre o Museu do Ingá e o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.

GEORGINA

Georgina Moura Andrade de Albuquerque (Taubaté, 4 de fevereiro de 1885 — Rio de Janeiro, 29 de agosto de 1962 ) foi uma pintora, desenhista e professora brasileira.

Considerada uma das primeiras mulheres brasileiras a conseguir firmar-se internacionalmente como artista, Georgina foi também pioneira na pintura histórica nacional.

Tal gênero artístico permaneceu restrito ao universo masculino até 1922, quando a artista expôs a obra Sessão do Conselho de Estado.

A composição estética da pintura rompeu com os paradigmas academicistas vigentes ao colocar uma mulher como protagonista de um momento histórico brasileiro.

Começa a Primavera dos Museus

A 17ª Primavera dos Museus foi instalada ontem (19/09), com mostras e exposições abertas ao público no Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes.

A programação também conta com palestras e seminários focados nas comunidades indígenas, quilombolas e LGBTQIA+.

Uma das exposições se chama “Trans-verso e cores: Itinerários Terapêuticos e população trans” com curadoria de Fábio Solon (UFPI), além da mostra de peças do Museu Indígena Anízia Maria do povos Tabajara Tapuio Itamaraty, com curadoria de Laureni Dantas, Cacique Henrique e Elayne Silva.

Em todas as exposições e mostras haverá visitas guiadas e seguem até o dia 7 de outubro no Museu do Piauí.

A Primavera dos Museus é uma ação anual coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) com duração de uma semana, que visa mobilizar os museus brasileiros a elaborarem programações especiais voltadas para um mesmo tema, o qual é escolhido pelo próprio Ibram.

(Com informações da Secult-PI)