Dez anos de silêncio: o legado imortal de Hardi Filho na literatura piauiense

Por: Vanize Lemos

Data: 26/03/2025

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(Foto: Francisco Gilásio/Arquivo Pessoal)
(Foto: Francisco Gilásio/Arquivo Pessoal)

Há uma década, a literatura piauiense silenciava uma de suas vozes mais brilhantes: o poeta e ensaísta Hardi Filho, ocupante da cadeira 21 da Academia Piauiense de Letras (APL). Autor de obras que marcaram profundamente a literatura estadual e nacional, o escritor deixou um legado que permanece vivo na memória cultural do Piauí.

Nascido com alma de poeta e visão aguçada para a crítica literária, Hardi Filho construiu, ao longo de sua trajetória, um vasto e significativo acervo. Sua obra é marcada pela intensidade emocional, pela reflexão filosófica e pela capacidade de expressar sentimentos universais em versos profundos e eloquentes.

Entre seus livros mais emblemáticos estão “Cinzas e Orvalhos” (1964), sua estreia literária que já anunciava uma voz singular; “Gruta Iluminada” (1971), marcado por imagens poéticas delicadas e profundas; “Poesia e Dor – Ensaio sobre Celso Pinheiro, poeta piauiense” (1974), um testemunho de sua capacidade crítica; “Suicídio do Tempo” (1991), uma reflexão sobre a finitude e a existência humana; e “Veneno das Horas” (2000), que revelou sua maturidade lírica e existencial.

Reconhecido como um intelectual preocupado com a memória literária piauiense, Hardi Filho dedicou-se intensamente a estudos e análises sobre autores locais, como Celso Pinheiro e Oliveira Neto, destacando-se em obras como “Poesia e Dor no Simbolismo de Celso Pinheiro” (1987) e “Oliveira Neto – Ensaios” (1994).

Sua importância literária é tamanha que a Academia Piauiense de Letras publicou postumamente “Dia Rio” pela Coleção Centenário, coletânea que reúne crônicas do autor, revelando uma faceta menos conhecida, porém igualmente luminosa de sua produção.

Passados dez anos de sua despedida, celebrar a memória e a obra de Hardi Filho é, acima de tudo, reconhecer a força atemporal da literatura como um instrumento de conexão entre passado, presente e futuro, mantendo viva a chama criativa que iluminou sua passagem pelo mundo das letras.

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