O acadêmico Celso Barros Coelho celebra hoje (11/05) os 99 anos de seu nascimento com as homenagens da Academia Piauiense de Letras, instituição que ele presidiu entre 1998 e 2000.
Ele ocupa a Cadeira 39 da APL, que tem como patrono o poeta José Newton de Freitas. É um dos mais ativos membros da instituição, que se enaltece com a sua presença.
Mesmo em tempos de isolamento social, por causa da pandemia da Covid-19, Celso Barros participa regularmente das sessões e dos eventos da Academia realizados através de plataforma digital, destaca o presidente da APL, Zózimo Tavares.
O começo – Celso Barros Coelho nasceu em Pastos Bons (MA), no dia 11 de maio de 1922. É filho de Francisco Coelho de Sousa e de Alcina Barros Coelho.
Mudou-se com pouca idade para o Piauí, onde cedo ficou órfão de pai. Vivendo com poucos recursos, cursou o primário de forma irregular.
Foi seminarista por algum tempo, concluindo o curso ginasial no Liceu Piauiense e o clássico no Colégio São Francisco de Sales, ambos em Teresina.
Ingressou em 1949 na Faculdade de Direito do estado e por ela se formou em 1953.
Professor universitário, funcionário autárquico e advogado, ingressou na política filiando-se ao Partido Democrata Cristão (PDC), e nessa legenda elegeu-se deputado estadual no Piauí no pleito de outubro de 1962.
Assumindo sua cadeira na Assembleia Legislativa em fevereiro do ano seguinte, tornou-se membro titular e depois presidente da Comissão de Constituição e Justiça.
Com a vitória do movimento político-militar de 31 de março de 1964, que depôs o presidente João Goulart (1961-1964), e a promulgação do Ato Institucional nº 1, teve o mandato cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos.
Mapismo – Em 1970, atuou como advogado do ex-deputado Ezequias Costa no “processo do mapismo”, instaurado para apurar denúncias de fraudes nas eleições daquele ano no Piauí.
Em novembro de 1974, após recuperar seus direitos políticos e se filiar ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar, concorreu a uma cadeira na Câmara dos Deputados e foi o único representante do partido oposicionista a se eleger no estado.
Assumindo o mandato em fevereiro de 1975, tornou-se membro titular da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão do Polígono das Secas e, a partir de maio do ano seguinte, vice-líder da bancada oposicionista.
No pleito de novembro de 1978 concorreu à reeleição na legenda do MDB, mas não obteve êxito.
Advocacia e literatura – Foi membro do Conselho Estadual de Cultura e procurador do então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Integrou ainda o Instituto dos Advogados do Piauí, tendo ocupado também a presidência do conselho seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Estado.
Publicou, entre outros, os livros, Da poesia latina na época de Augusto (tese, 1958), O Estado e os direitos do homem (1961), O Estado brasileiro — do conteúdo político ao social (1961), Diretrizes para uma ação política (1963), Imunidades parlamentares (1964), O direito como razão histórica (tese, 1964) e Universidade em causa (1973) e Tempo e memória: Pastos Bons (2009) e Política, Tempo e Memória (2014).
Está concluindo a redação de mais dois livros que serão publicados brevemente.
(Fonte: CPDOC/FGV e APL)