APL disponibiliza nova coleção do “Notícias Acadêmicas”

A Academia Piauiense de Letras disponibiliza em seu site uma nova coleção do boletim “Notícias Acadêmicas”.

A coleção postada é relativa ao ano de 1988 e registra as atividades da APL durante todo o ano.

Um dos destaques é para a visita do então presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde, ao Piauí.

O acadêmico passou três dias em Teresina, como convidado oficial da APL.

Digitalização

Todo o acervo do informativo “Notícias Acadêmicas” já foi digitalizado e está sendo editado em PDF para facilitar o livre acesso dos interessados.

A digitalização decorre de projeto aprovado pelo Siec-21 (Secretaria Estadual de Cultura), com patrocínio do Grupo Claudino, via Socimol.

Veja o link: https://www.academiapiauiensedeletras.org.br/noticias-da-academia/

 

 

Artigo de Cineas Santos sobre Assis Brasil

Escritor  e acadêmico Assis Brasil, um dos grandes nomes da moderna Literatura Brasileira

Cineas Santos (*)

Saiu de cena hoje (28/11/ ) Francisco de ASSIS Almeida BRASIL ( 92 anos de idade), um dos grandes nomes da moderna literatura brasileira. Certa feita Assis afirmou: “Eu não vivi; tive apenas vida literária”. Não era força de expressão: o autor de Beira Rio Beira Vida escreveu mais de cem obras, de literatura infanto-juvenil a ensaios filosóficos.

Piauiense, de Parnaíba, Assis Brasil viveu quase sempre distante do Piauí. Jornalista, professor, ficcionista e crítico literário, tornou-se conhecido a partir de 1965 quando publicou Beira rio beira vida, romance que lhe rendeu o Prêmio WALMAP, obra integra a Tetralogia Piauiense, que se completa com A Filha do meio quiloO salto do cavalo cobridor e Pacamão. Dez anos depois, voltaria a ganhar o mesmo prêmio com Os que bebem como os cães.

Quando H. Dobal foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras (2002), na companhia de alguns amigos, fui ao Rio de Janeiro com o poeta. Já no final da homenagem, apareceu Assis Brasil escorando-se nas paredes do auditório. Com voz sumida, explicou: “Estou saindo de uma depressão terrível” e mais não disse. Cumprimentou o Dobal e desapareceu.

Em 2006, os organizadores do SALIPI resolvemos homenageá-lo. Coube a mim a incumbência de convidá-lo. Assis Brasil agradeceu a homenagem, mas afirmou que, por problemas de saúde, não poderia vir a Teresina. Recorremos à professora Francigelda Ribeiro, amiga do escritor, para tentar convencê-lo a vir. Depois de demorada negociação, Assis afirmou que viria, mas, em hipótese alguma, falaria ao público. Contrafeito, veio.

Às 19 h, Assis Brasil adentrou o auditório do Centro de Convenções de Teresina para a abertura da 4ª edição do SALIPI. Ao ser anunciado, as 700 pessoas que lotavam o espaço levantaram-se e o aplaudiram por mais de dez minutos. Aturdido, emocionado e feliz, Assis agarrou o microfone e falou mais de 40 minutos. Afável e cordial, respondeu às perguntas, distribuiu autógrafos, ressuscitou… Emocionado, não me contive e repeti G. García Márquez:” O que a felicidade não curar nada cura”. No ano seguinte, Assis Brasil mudou-se de mala e cuia para Teresina onde, festejado pelo público e sob o guarda-chuva do afeto de Leonardo Dias, escreveu mais uns dez livros.

Seu silêncio deixa-nos mais pobres e mais tristes. De qualquer forma, sua obra permanecerá viva.

(*) Professor, escritor, editor e membro do Conselho Estadual de Cultura

Lançamento traz estudo sobre a obra de Clodoaldo Freitas

A capa do novo livro de Socorro Rios Magalhães

“O folhetim de Clodoaldo Freitas” é o título do novo livro da professora e acadêmica Socorro Rios Magalhães, a ser lançado no início do próximo ano.

O livro traz um estudo sobre a obra ficcional de Clodoaldo Freitas, um dos fundadores e primeiro presidente da Academia Piauiense de Letras.

Na apresentação do livro, o professor Pedro Vilarinho Castelo Branco, da Universidade Federal do Piauí, acentua que a obra ficcional de Clodaldo Freitas, pela peculiaridade de ter sido publicada em forma de folhetins, passou muitas décadas desconhecida do público leitor e dos pesquisadores interessados em literatura.

Documento

Ele destaca ainda que, “este livro de Socorro Magalhães, elaborado com a sagacidade analítica que é peculiar na sua escrita, é parte do esforço de um grupo de pesquisadores das áreas de história e literatura que nas últimas décadas utilizam os folhetins de Clodoaldo Freitas como fontes documentais e como meio de acessar sociabilidades, universo político, os valores, os afetos e as tensões que marcaram a sociedade brasileira no final do século XIX e o início do século XX”.

A obra é prefaciada pela professora, historiadora e acadêmica Teresinha Queiroz.

O sumário do livro sobre Clodoaldo Freitas

Acadêmica Socorro Rios Magalhães.

Sai edital para preenchimento da Cadeira 22

A Academia Piauiense de Letras publicou, ontem (12/10), o edital abrindo inscrições à Cadeira 22, vaga com o falecimento do acadêmico Nildomar da Silveira Soares, em 22 de agosto passado.

O edital saiu na página 2 do Caderno “Em dia”, do jornal O DIA.

O 1º secretário da APL, acadêmico Fonseca Neto, informou que o prazo para inscrição é de 30 dias e começa a contar a partir da data da publicação do edital.

Nesse período, os interessados deverão entregar à Secretaria da APL, na sede da instituição (Av. Miguel Rosa, 3.300 – Sul), requerimento encaminhado ao presidente solicitando a inscrição.

O requerimento deve estar acompanhado de currículo do interessado e de exemplares de suas obras já publicadas.

Edital abre inscrição à Cadeira 22 da APL (jornal  O DIA – 12/10/21)

Academia disponibiliza nova coleção do “Notícias Acadêmicas”

A Academia Piauiense de Letras disponibiliza em seu site uma nova coleção do boletim “Notícias Acadêmicas”.

A coleção postada é relativa ao ano de 1988 e registra as atividades da APL durante todo o ano.

Um dos destaques é para a visita do então presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde, ao Piauí.

O acadêmico passou três dias em Teresina, como convidado oficial da APL.

Digitalização

Todo o acervo do informativo “Notícias Acadêmicas” já foi digitalizado e está sendo editado em PDF para facilitar o livre acesso dos interessados.

A digitalização decorre de projeto aprovado pelo Siec-21 (Secretaria Estadual de Cultura), com patrocínio do Grupo Claudino, via Socimol.

Veja o link: https://www.academiapiauiensedeletras.org.br/noticias-da-academia/

Reveja: Piauí de Riquesas conta a história da APL

A Academia Piauiense de Letras foi a pauta principal do programa “Piauí de Riquezas”, em sua edição do primeiro sábado do mês de outubro, dia 02/10.

O programa é exibido semanalmente na TV Clube e na edição mostrou a história da APL, através de imagens e das vozes de acadêmicos entrevistados.

A reportagem foi feita pela jornalista Idria Portela.

Assista aqui: https://globoplay.globo.com/v/9912828/

https://globoplay.globo.com/v/9912828/

Publicado edital para preenchimento da Cadeira 22

A Academia Piauiense de Letras publicou, ontem (12/10), o edital abrindo inscrições à Cadeira 22, vaga com o falecimento do acadêmico Nildomar da Silveira Soares, em 22 de agosto passado.

O edital saiu na página 2 do Caderno “Em dia”, do jornal O DIA.

O 1º secretário da APL, acadêmico Fonseca Neto, informou que o prazo para inscrição é de 30 dias e começa a contar a partir da data da publicação do edital.

Nesse período, os interessados deverão entregar à Secretaria da APL, na sede da instituição (Av. Miguel Rosa, 3.300 – Sul), requerimento encaminhado ao presidente solicitando a inscrição.

O requerimento deve estar acompanhado de currículo do interessado e de exemplares de suas obras já publicadas.

Edital abre inscrição à Cadeira 22 da APL (jornal  O DIA – 12/10/21)

ARTIGO “Bandeirantes”, de Assis Brasil

Francisco Miguel de Moura (*)

                                                                                                      

                       Primeiro pensei em falar apenas sobre o livro “Bandeirantes – Os Comandos da Morte”, Editora Imago, Rio, 1999, Volume I da série “500 Anos da Descoberta do Brasil”.  São 224 pgs. da epopéia do bandeirismo. De Borba Gato a Garcia Pais, Raposo Tavares, Fernão Dias e muitos outros personagens da História, sem contar os inventados.

– Não! – disse comigo mesmo, pois não se deve dizer muito sobre o livro no dia do lançamento, é indiscrição. Sugerir sua leitura, sim, é melhor homenagem ao escritor.

Depois pensei em falar sobre o Autor, Francisco de Assis Almeida Brasil, ou somente ASSIS BRASIL. Mas lembrei-me logo: São 106 livros publicados, contando com “Bandeirantes”, marca até então somente superada, ao que sei, por Coelho Neto. A singularidade de sua construção romanesca foi outra alternativa que me ocorreu. Mas não calha bem para o momento. Uma análise merece paciência e tempo mais do que me é dado.

Situemos, pois, a contribuição de ASSIS BRASIL como escritor. Depois que Jorge Amado parou de produzir, quem seriam os melhores romancistas deste país? Citam-se Rubem Fonseca, Ana Miranda e Assis Brasil. Para meu gosto, o primeiro é um grande contista mas deixa muito a desejar como romancista. Ana Miranda escreveu três romances bons, mas anda longe de possuir a versatilidade de Assis Brasil, que é, sem dúvida, o maior escritor vivo e em exercício, levando-se em conta quantidade e qualidade, sem esconder que Assis Brasil é também o maior crítico literário que possui o Brasil.

Resta dizer o óbvio. Que saiu muito jovem de Parnaíba, onde nasceu, que enfrentou o mundo no peito e na raça, e venceu, continuando os estudos em Fortaleza, onde começa a trabalhar.  E que depois vai para o Rio, onde continua a luta maior, faz-se escritor, participa dos melhores grupos de sua geração, é vanguarda, e torna-se grande. Grande sem vaidade, sem orgulho tolo. Como homem realizado no ofício de escritor, vem-lhe o desejo natural de participar da Academia de Letras de seu Estado e vai eleito, assume, participa, aqui lança seus livros, aqui convive. Embora não tenha exatamente um espírito acadêmico.

Em se falando de Academia, permitam-me uma indiscrição. Na última carta que me fez, Assis Brasil informa: “Ontem fui à posse da Stella Leonardos na Academia Carioca de Letras. Ela é esforçada, quer sair da marginália, mas comete o erro de tentar se afirmar pela periferia…  A coisa é complicada. Passou 15 anos levando bolinhos e chás para os acadêmicos da ABL: Aurélio, Montelo, et caterva, e aplaudiam-na. Era uma festa. Quando se sentiu segura para candidatar-se a uma vaga – merecia – não entrou. Agora, o inexpressivo Murilo Melo Filho, bava-ovo do Bloch… Bem, a Stella teve um voto… Nem a prima Rachel votou nela.”

Depois da morte de Carlos Castelo Branco, nosso Estado ficou sem a representação que possuía na Academia Brasileira de Letras.  Assis Brasil bem merece participar da ABL. O falecimento de Dias Gomes abriu uma vaga. Creio que ele teria mais que o voto que teve minha amiga, a escritora Stella Leonardos. Assis Brasil merece muito mais, já venho dizendo e escrevendo há muito tempo. E por que não o Prêmio Nobel de Literatura para o Brasil e para Assis Brasil? Por que nasceu no Piauí, não merece? Merece, sim. Outros escritores brasileiros também merecem. Mas no momento seria oportuno e justo que alguma entidade cultural o lançasse.

Para nós, é uma alegria tê-lo como amigo, a Academia Piauiense de Letras se orgulha de tê-lo em seu quadro.  O Piauí deve orgulhar-se disto. Os brasileiros devem orgulhar-se da sua inteligência, capacidade e operosidade, do trabalho que faz para que a literatura cresça e prospere. Porque um povo sem literatura é um povo incompleto. Um povo com uma literatura fraca é um povo fraco. Uma língua sem literatura é uma língua fadada a morrer.

Numa época de dificuldades econômico-financeiras como a que atravessamos, é um milagre tanto estímulo para escrever, para publicar, e existir quem dispense tanta atenção como Assis Brasil dispensa à literatura e aos demais colegas, embora reconheça que muitos “coleguinhas” têm ciúme do seu sucesso e porque publica muito. Ora, ora, vão-se às capembas!

Não posso mencionar todos os livros que escreveu. Quanto a “Bandeirantes”, aviso que a introdução de ensaios didáticos, necessários, é bem elaborada. Tendo paciência, aprende-se. É neste ponto que lembramos de “Os Sertões”, com seus capítulos iniciais de geografia, geologia e ciências sociais, antes de entrar propriamente na epopéia de Canudos. E o livro Euclides da Cunha é padrão em nossa literatura.  Também não custa referir-me a uma obra internacional, “A Insustentável Leveza do Ser”, de Milan Kundera, que possui longa introdução teórico-filosófica. É a tendência universal, pós-moderna, do romance. Os romances históricos de Assis Brasil são assim, muito especialmente “Bandeirantes”.

Com base em historiadores de peso, uns mais criativos e outros mais anotativos, a Assis Brasil não lhe faltam boa matéria e imaginação. O imaginário para o romance histórico americano começa quando se sabe que não se sabe nada da origem dos povos primitivos da América, especialmente os do Brasil. Mas Assis Brasil investiga minuciosamente e coloca muitas perguntas de pé: se somos descendentes de asiáticos, dos atlantis, dos víquingues, dos fenícios, dos árabes ou autóctones. No final do capítulo introdutório, o Autor chega a uma conclusão. É quando escreve que “Ninguém, na realidade, sabe de onde viemos ou de onde se originaram os tupinambás (…)  …mas é simpático e curioso sabermos – talvez pelos desvãos mitológicos da História – que tupis e guaranis, em algum momento teriam exercido o papel de guarda-costeira dos vikings, do rio da Prata ao Amazonas e delta do Parnaíba. Na cidadezinha de Pedra do Sal, no Piauí, existiria um túnel viking, construído para a defesa da colônia e acesso a regiões mais seguras. Cremos que um dia será encontrado. No entanto, é estimulante para o romancista, cuja matéria prima é a imaginação, compartilhar da opinião de alguns pesquisadores que têm ligado a Àsia às Américas e seguido as pegadas dos enigmáticos migrantes, primeiro até a região central dos Estados Unidos, e depois até Monte Alegre, no Pará. Poderiam ter sido duas ‘pinças’ que, afinal, se encontraram. Mas, para os arqueólogos detalhistas, há diferença cultural entre os dois grupos a partir mesmo da ponta das flechas… Admitindo ainda os estudiosos do passado americano e brasileiro que poderiam existir outros povos nesse cadinho de especulação científica e histórica, resta saber quem eram os ‘intermediários’ entre os amazonenses e os norte-americanos.”

Por curiosidade, vão mais estas passagens, diante do que a gente se espanta com a crueldade daqueles homens, colonizadores e bandeirantes: a) –  Que Domingos Jorge Velho “recebeu francos elogios do arcebispo da Bahia por ter trazido, numa de suas entradas, 260 pares de orelhas de índios”;  b)  – que “os homens santos (jesuítas), em 1549, assistiram à cruel demonstração de força do comandante português (Governador Geral, Tomé de Sousa), ao estraçalhar, na boca dos canhões, o corpo de alguns índios velhos… e rebeldes”;  c) –  que “os membros da Companhia de Jesus, como José de Anchieta, diziam coisas tais como estas:  Para este gênero de gentes (os índios) não há melhor pregação do que espada e vara de ferro” .

“Bandeirantes”, de Assis Brasil, é um livro caleidoscópico no sentido próprio e no figurado, pois que apresenta seus personagens no presente, em ação.  Claro que se trata de  uma paráfrase, mas justo onde desponta a criatividade que falta à História, presa a documentos muitas vezes fictícios, forjados, apócrifos – especialmente a nossa. É justamente isto que se admira em Assis Brasil: não repetir-se na estruturação, enquanto escreve tanto, usando da técnica estilística da repetição. Forma, fórmula e fôrma. Assis é adepto da forma, abjura as fórmulas porque é criador, e da fôrma, nem falar, visto que quem a usa é o artesão. Primeiramente, como referi, vêm os ensaios. O romance começa mesmo lá pela pag. 71, com personagens da História que se transformam em personagens de romance, de drama, de tragédia. São eles João Ramalho, Borba Gato, Garcia Pais, Raposo Tavares, Fernão Dias Pais, Maria Betim, Maria Leite, Bartyra, Tanyyá, Tibiriçá, Brás Cubas e outros, em episódios diversos, sendo principais a fundação de São Paulo de Piratininga e Ipiroig.   Mas aí já é a estória da História, a qual nenhum bom apresentador  conta, quando muito aponta,  para que os leitores fiquem de água na boca.

Assis Brasil é um bandeirante das letras, no melhor sentido, enquanto caçador de pedras preciosas, com aquele ímpeto e a coragem indomável de quem sabe que busca o caminho da verdade, da beleza e das virtudes mais humanas.

Finalizando, refiro-me a um pequeno e comovedor episódio de “Bandeirantes”,  do capítulo “Estranho Leilão”.  O capitão Matias Cardoso e Fernão Dias Pais se encontram, descem de seus cavalos, abraçam-se e conversam sobre os entreveros com os índios mapaxós. Fernão Dias preocupa-se com os filhos José Dias e Garcia Pais e por um instante fica pensativo, coça a longa barba branca e diz que o primeiro “é veterano no combate e no matar”, mas Garcia Pais, embora animado, é inexperiente. Terá coragem de matar no fragor da batalha, mas, a sangue frio, que acontecerá? E se, chegado o momento, ele fracassar?

Matias Cardoso, entretanto, lhe assegura que Garcia Pais matará, “se é que já não matou”.  E acrescenta que o menino traz essa vocação no sangue.

Mas, inconformado, Fernão Dias contrapõe: – “Sei que não é hora nem tempo para tal assunto, primo Matias. Nunca conversaria sobre isso com Borba Gato ou com José Dias. Eles já estão macerados pelo que viveram e presenciaram de violência e de matança. O meu jovem Garcia Pais, sei, tem algo que os outros não têm… ou que já tiveram. É o lado bom da mãe dele. Não, não gostaria de vê-lo perder a face de misericórdia e de perdão. Tampouco posso dizer isso para Garcia Pais. Tenho me feito durão, frio, calculista perante ele. É que já fui como meu filho…”

Para os que acham que a arte não tem nada a ver com a moral,  o episódio do romance de Assis Brasil sirva de lição. Até àqueles homens turbulentos, cruéis, assassinos, o remorso chega pela pena do romancista:  é uma luz na escuridão dos  espíritos.

Esta foi a minha leitura, vocês farão outras, certamente. A literatura é o reino da liberdade. E o romance é o melhor gênero para exercê-la. Leiam o romance de Assis Brasil, é a melhor homenagem que podemos prestar a um autor.

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* Francisco Miguel de Moura é escritor e membro da APL. Apresentação de “Bandeirantes” na Academia Piauiense de Letras.

APL disponibiliza nova coleção do “Notícias Acadêmicas”

A Academia Piauiense de Letras disponibiliza em seu site uma nova coleção do boletim “Notícias Acadêmicas”.

A coleção postada é relativa ao ano de 1988 e registra as atividades da APL durante todo o ano.

Um dos destaques é para a visita do então presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde, ao Piauí.

O acadêmico passou três dias em Teresina, como convidado oficial da APL.

Digitalização

Todo o acervo do informativo “Notícias Acadêmicas” já foi digitalizado e está sendo editado em PDF para facilitar o livre acesso dos interessados.

A digitalização decorre de projeto aprovado pelo Siec-21 (Secretaria Estadual de Cultura), com patrocínio do Grupo Claudino, via Socimol.

Veja o link: https://www.academiapiauiensedeletras.org.br/noticias-da-academia/

Filme sobre Mandu Ladino sai no próximo ano

O ator Paulo Betti roteiriza história de Mandu Ladino

O filme que conta a vida e as lutas do índio Mandu Ladino sairá em 2022, nas comemorações do bicentenário da Independência.

O anúncio foi feito pelo governador Wellington Dias, ao informar que a produtora do ator e cineasta Paulo Betti foi a vencedora do edital para a produção do filme.

O filme será baseado no romance “Mandu Ladino”, do médico, escritor e acadêmico Anfrísio Lobão. A obra foi lançada em 2006 e está em sua terceira edição.

Herói piauiense

O roteiro de Paulo Betti, que se interessou pela história do índio desde o lançamento do livro, mostrará ao Brasil um personagem piauiense que, entre os séculos XVII e XVIII, lutou contra a colonização branca.

Mandu Ladino foi transformado em “índio manso”, passou a infância entre padres jesuítas, foi escravo de fazendeiros, tornou-se líder e morreu, em 1716, como guerreiro, supostamente nas imediações do Porto das Barcas, em Parnaíba.

O governador anunciou que outros três filmes sobre o Piauí serão lançados nas comemorações dos 200 anos da Independência. Um deles, “Jenipapo”, de Alexandre Melo, já está em fase adiantada.

O terceiro filme será sobre a presença dos europeus no Piauí e o quarto sobre Esperança Garcia, negra, escrava e considerada a primeira advogada do Piauí.

A Academia Piauiense de Letras compõe a Comissão Piauí 200 Anos, que definirá o programa de celebrações do bicentenário da Independência.

Acadêmico Nelson Nery lança o livro ‘Direito Constitucional Brasileiro’

Jurista, membro da Academia Piauiense de Letras e presidente do Conselho Estadual de Cultura do Piauí,  Nelson Nery Costa, promove nesta quarta-feira, dia 10 de novembro, das 19h às 21h, o lançamento da obra “Direito Constitucional Brasileiro”, pela Editora GZ.

Na obra, Nelson Nery Costa, que também é professor do Departamento de Ciências Jurídicas do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL/UFPI), expõe que o direito constitucional é a disciplina jurídica que trata da Constituição, das matérias nele inserido, do histórico das Constituições, do Poder Constituinte originário, da sua interpretação pelo Judiciário, das discussões doutrinárias que suscita, da comparação com outras Constituições e das Emendas Constitucionais.

Nesse sentido, o livro debate o próprio texto constitucional e a efetividade de suas normas, inclusive os condicionamentos formais, temporais e materiais aos quais se encontram estas submetidas. Os vários problemas constitucionais, na atualidade, ultrapassam amplamente o próprio direito constitucional tradicional, pois este avançou sobre o direito público, como sobre o direito administrativo, sobre o tributário, sobre o financeiro, sobre o penal, sobre o processual em seus diversos ramos, sobre o ambiental e sobre o municipal, dentre outros. Ingressou, inclusive, no direito privado, pois versou sobre o direito real, sobre o de família e sobre outras áreas do direito civil, assim como sobre o bancário e sobre o consumidor, se a dicotomia direito público/direito privado valer para estes dois últimos.

O lançamento ocorrerá no Coco Bambu Eventos, localizado na Rua Professor Joca Vieira, 1227, bairro de Fátima.

SOBRE O AUTOR NELSON NERY COSTA

Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1982, e obteve o grau Mestre pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em 1986, na área de Direito Constitucional e Teoria do Estado. Conseguiu o grau de Doutor em Direito, pela Universidade Lusíada de Lisboa, em Portugal, em 2008. Foi professor de Direito Tributário da Universidade Estadual do Piauí, em 1986, e professor de Ciência Política, no Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Piauí, em 1987.

Foi Conselheiro Seccional da OAB e Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Piauí, de 1993 a 1994. Presidiu, também, a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Piauí, eleito por três mandatos, de 1995 a 2002. Foi Conselheiro Federal e Presidente da Comissão Nacional de Advocacia Pública, de 2004 a 2007. Atualmente, é Membro Honorário Vitalício da Seção do Piauí, professor Adjunto de Direito Público do Departamento de Ciências Jurídicas, da Universidade Federal do Piauí. É membro da Academia Piauiense de Letras.

Membros da Comenda Conselheiro Saraiva se reunirão com Prefeito

Os membros do Conselho Deliberativo Municipal José Antônio Saraiva se reunirão na tarde da próxima terça-feira (09/11), no Palácio da Cidade, para propor e aprovar nomes que serão homenageados este ano com a comenda Conselheiro Saraiva.

A cerimônia de entrega da medalha aos agraciados será realizada no dia 10 de dezembro.

A reunião será conduzida pelo prefeito de Teresina José Pessoa Leal (Dr. Pessoa), presidente do Conselho, composto por representes das Secretarias Municipais de Educação e de Governo e da Fundação Cultural Monsenhor Chaves.