Celso Barros e sua lição de vida, na celebração dos 100 anos

Hoje, ao completar 100 anos, lembro das palavras do filósofo inglês Bertrand Russell, ao falar que a velhice nos dá sábias lições de vida.

Indica ele que uma existência humana individual deveria ser como um rio pequeno – a princípio, estreitamente contido dentro de suas margens, a correr impetuosament5e sobre seixos e cascatas.

Aos poucos, o rio torna-se mais largo, as margens recuam, as águas fluem mais tranquilamente e, no fim, sem qualquer interrupção visível, funde-se no mar, perdendo o seu sofrimento e o seu ser individual.

O homem que na velhice pode encarar sua vida dessa maneira não sofrerá o medo da morte, pois que as coisas que lhe são caras continuarão.

Ante esse quadro, o meu sonho é que desejarei morrer trabalhando, sabendo que outros continuarão o que não posso mais fazer, satisfeito com a ideia de que o que era possível foi feito.

Se esse não é um sonho, é uma aspiração e nela vejo uma forma de continuar vivendo com dignidade”.

Este é um dos trechos do discurso que o advogado, professor e acadêmico Celso Barros escreveu para agradecer a homenagem recebida nas comemorações de seus 100 anos de vida.

A homenagem foi prestada no início da noite de sexta-feira (20/05), no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauiense, por oito instituições, à frente a própria OAB e a Academia Piauiense de Letras.

Viver e envelhecer

Em seu discurso, lido no final da Sessão Solene conjunta da OAB e da APL pela sua filha Karina Barros, advogada, o homenageado citou também versos do poeta Olavo Bilac, em resposta às pessoas que lhe perguntam o que faz para ter tão longa vida:

 

Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

Celso Barros, que fez 100 anos no último dia 11, ensinou, ainda: “Devemos gostar do nosso trabalho, senão se torna um peso enfadonho e nos rouba a vivacidade.

Mas também é preciso que levemos uma vida tranquila, sem ódio, sem intrigas, procurando fazer o bem aos outros, fugindo ao egoísmo e adormecendo com a consciência limpa”.

A homenagem

Os discursos em homenagem a Celso Barros foram pronunciados pelo presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares; pelo presidente do Instituto dos Advogados Piauienses, Álvaro Mota, e pelo presidente da OAB-PI, Celso Barros Neto.

Também participaram da homenagem a Academia Piauiense de Letras Jurídicas; Academia de História, Letras e Ecologia da Região Integrada de Pastos Bons; Academia Passagense de Letras e Artes; Assembleia Legislativa do Piauí, Instituto Histórico e Geográfico do Piauí e Universidade Federal do Piauí.

Presenças

Além de parentes, acadêmicos, advogados, magistrados, ex-alunos e outros convidados, várias autoridades participaram da solenidade, como os prefeito de Teresina, José Pessoa Leal, e de Campo Maior, Joãozinho Félix, além do presidente da APPM, Paulo César Moraes.

A mesa de honra foi composta ainda pela senadora Eliane Nogueira, o deputado federal Paes Landim, o deputado Wilson Brandão, representando a Assembleia Legislativa, e o reitor em exercício da UFPI, Viriato Campelo.

Uma delegação de Pastos Bons, cidade natal de Celso Barros, também se fez presente à homenagem ao filho ilustre, à frente o prefeito Enoque Mota, o deputado federal Elizabeth Gonçalo e membros da Academia de Letras.

Da APL se fizeram presentes os acadêmicos Anfrísio Lobão, Carlos Evandro, Fides Angélica, Fonseca Neto, Itamar Costa, Luiz Ayrton Santos Junior, Magno Pires, Moises Reis, Nelson Nery Costa, Oton Lustosa, Plinio Macedo, Reginaldo Miranda, Socorro Rios Magalhães, Wilson Brandão, Valdeci Cavalcante e Zózimo Tavares.