Valença recebe Memorial Petrônio Portella

Memorial Petrônio Portella, na Praça José Martins, em Valença do Piauí

O município de Valença do Piauí – a 210 quilômetros de Teresina – recebeu ontem (28/03) as instalações do Memorial Petrônio Portella.

Dois painéis, pintados pelos artistas Moisés Rêgo e Valdeci Freitas, fazem parte do memorial, que conta ainda com uma exposição permanente sobre a trajetória política do ex-ministro, filho ilustre da cidade.

Petrônio Portella nasceu em Valença em 1925. Foi advogado e professor. Na política, foi deputado estadual, prefeito de Teresina, governador e senador da República.

Ele faleceu em 6 de janeiro de 1980, aos 54 anos, quando ocupava o cargo de ministro da Justiça, através do qual coordenava o processo de reabertura política do país.

Petrônio ocupou a Cadeira 16 da Academia Piauiense de Letras, que foi representada no ato de entrega do memorial pelo seu presidente, Zózimo Tavares.

Lideranças políticas locais e outros convidados se fizeram presentes ao evento.

O projeto

O novo espaço cultural foi aberto na Praça José Martins e foi executado pela Secretaria Estadual de Cultura, com a colaboração do Senado Federal, da Academia Piauiense de Letras, Prefeitura de Valença e Fundação Quixote, entre outras instituições.

O espaço compõe a primeira etapa do Projeto de Requalificação do Centro Histórico da cidade.

São 27 fachadas que ganharam nova pintura. A praça foi restaurada, ganhou bancos de madeira e luminárias coloniais.

O projeto, coordenado pelo arquiteto Paulo Vasconcelos e a equipe da Lucaia, foi executado pelo Governo do Estado, através da Secult, com apoio do Siec e patrocínio do Paraíba, além de recursos da lei Aldir Blanc.

Conforme o secretário de Cultura, Fábio Novo, a próxima etapa do projeto vai contemplar a construção do museu em homenagem ao mestre Dezinho, que também nasceu na cidade.

Piauí ganha o Museu das Letras

O Piauí ganhou um novo e amplo espaço cultural, o Museu das Letras, instalado na Casa Odilon Nunes, em Amarante – a 170 quilômetros ao Sul de Teresina.

O equipamento foi entregue ontem (27/03) pela vice-governador Regina Sousa, e o secretário de Cultura, Fábio Novo.

O mais novo museu do Estado segue uma tendência moderna de interação com os visitantes.

No acervo estão o quarto completo do escritor e historiador Odilon Nunes, objetos do poeta Da Costa e Silva, ambos da Academia Piauiense de Letras, e várias salas homenageando diversas manifestações da escrita piauiense.

A Sala Azul é dedicada aos poetas. O espaço dispõe ainda de salas exclusivas para os povos indígenas, com destaque para a obra de Mandu Ladino.

O espaço também conta com homenagem ao acadêmico Anfrísio Castelo Branco; Sala dos Historiadores; Sala do Ciclo do Couro, sobre a labuta do vaqueiro; Sala sobre o falar piauiense; e outra destinada aos negros.

Na montagem do acervo foi desenvolvido um trabalho que se estendeu por sete meses, com o suporte de um conselho curador, formado por representantes da Universidade Federal do Piauí, da Universidade Estadual do Piauí, da Fundação Dom Quixote e de outros segmentos da literatura.

O trabalho foi planejado, executado e coordenado pelo arquiteto e professor Paulo Vasconcelos, curador do museu.

O espaço conta, ainda, com o Café com Letras e uma pequena lojinha com obras dos autores homenageadas.

O presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares, e o presidente do Conselho Estadual de Cultural, Nelson Nery Costa, participaram da inauguração do Museu das Letras.

Recordar é viver!… Sequestrado pela ditadura!

Por Jonathas Nunes (*)
PARTE I

Na tarde de vinte e sete de março de 1965, no aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro, um certo Oficial da Aeronáutica, fardado e armado, juntamente com um sargento em uniforme de combate, portando uma submetralhadora , esperava com certa impaciência, a chegada de alguém. À espera de minha chegada, em voo comercial, que saiu de Brasília, na parte da tarde, com destino ao Rio de Janeiro.

Trata-se do Quartel General da 3ª Zona Aérea, bem ao lado do Aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro, e o Oficial é o Major da Aeronáutica Nereu de Matos Peixoto, braço direito do temido Brigadeiro JOÃO PAULO MOREIRA BURNIER.
Quanto a mim, servira até há pouco, na Escola de Material Bélico, na Vila Militar, Rio de Janeiro, e reformado compulsoriamente, no apagar das luzes do Ato Institucional nº 1, em 7 de outubro de 1964. Recém casado, estimulado por um irmão, abandono o Rio, e já em dezembro fixo residência em Brasília, com a perspectiva de conseguir emprego de professor para mim e para a esposa.

Na tarde de 25 de março de 1965, estava sentado no sofá da sala do apartamento cedido pelo irmão, na SQN 403/404, Asa Norte de Brasília, preparando-me para um teste de Matemática que seria feito no dia seguinte, com vista a conseguir um emprego de professor em Brasília.

De quatro para cinco horas da tarde, dois agentes da repressão adentram, pela porta da cozinha, o apartamento no segundo andar do Bloco, em Brasília, onde me encontrava. Um dos Agentes indaga se eu era o capitão JONATHAS de Barros Nunes. Respondendo afirmativamente, diz o Agente: “Capitão, temos ordem para que o Senhor nos acompanhe”! Mal refeito da surpresa, digo apenas: “mas, tem que ser agora”? Respondeu que sim! Conhecendo as circunstâncias que o país estava vivendo não indaguei quem era a autoridade coatora, tampouco a identidade dos agentes. A esposa havia saído para trabalhar na Escola Classe do Núcleo Bandeirante, bairro próximo do Plano Piloto de Brasília, e só retornaria às dezoito horas. Entro no quarto, troco de roupa, e retorno à sala somente com a roupa do corpo, isto é, calça comprida e uma blusa. Após breve passagem em um dos prédios da Esplanada dos Ministérios, cuja finalidade nunca soube, a dupla de Agentes desce com o preso pelo elevador e no mesmo carro Preto de antes, se desloca para o Setor Militar Urbano de Brasília. Pelo semblante dos Agentes, fiquei com a impressão de que algo havia mudado de última hora. Ao chegar ao Quartel da Polícia do Exército, ali já se encontrava no Corpo da Guarda, o Major Aluisio, subcomandante. Sou entregue então à custódia da Polícia do Exército. Até então os dois Agentes não haviam revelado o motivo do sequestro; face a isso, ao passar às ordens do Major Aluisio, resolvo protestar contra o que estava acontecendo comigo, agora na presença de um Oficial superior do exército, a cuja guarda estava sendo entregue. “Major, fui sequestrado dentro da minha residência por estes dois Senhores que se quer se identificaram e estranho que não sendo pelo visto militares que autoridade têm para prender um oficial do exército! Tempos difíceis! O Major Aluisio de calado passou a mudo, e o chefe dos Agentes ao deixar o quartel dá sinal de discordância de minhas palavras, como se quisesse mostrar estranheza e surpresa de minha reação em somente “botar as mangas de fora” quando já me encontrava dentro do quartel. Soube depois tratar-se de dois Agentes do Estado do Rio de Janeiro, a disposição do CENIMAR(Serviço secreto da Marinha).

No início da tarde do dia seguinte, finalmemte sou localizado e visitado por um colega de turma da AMAN, capitão Danilo Rubens Marini que servia em Brasília e comunicou o fato à família. Indaga surpreso o que estava havendo comigo. Respondi que não estava sabendo de nada. Dois dias depois, sou conduzido do Quartel da Polícia do Exército em Brasília para o Aeroporto, sob escolta do capitão Amarcy, outro colega de turma na AMAN. Já no Aeroporto de Brasília, me faz entrega do bilhete da passagem comercial para o Rio de Janeiro, e me informa que no Aeroporto do Rio, havia um Oficial a minha espera.

Sou tomado de surpresa, pois até então não tinha ideia alguma para onde estava sendo levado e achava que ele Amarcy iria comigo. Não me informou, nem lhe perguntei qual o Oficial nem para onde eu seria conduzido. No entanto, imaginei que seria algum Oficial do exército que me levaria preso para a Vila Militar em Marechal Hermes, no Rio de Janeiro. Entro na fila de passageiros para o vôo com destino ao Rio, como um passageiro qualquer, sem nenhuma escolta. Era uma tarde de 27 de março. Ao descer no Aeroporto Santos Dumond, no Rio de Janeiro, pego minha bagagem de mão, uma valise, com duas ou três mudas de roupa, material de higiene pessoal e Maria Helena por pura inadvertência, havia colocado também minha farda do exército. Dentro da valise, um livro de Física pois, preocupado em não perder o curso que mal estava começando na UnB, pedira à esposa que pusesse na valise o livro de Física ÓPTICA do Francis Weston Sears.

Imaginava que ainda no pé da escada ou ao adentrar o saguão do Aeroporto Santos Dumond, bem no centro do Rio de Janeiro, seria de imediato abordado por um capitão ou major do exército o qual logo me informaria da ordem superior de prisão.

Nada disso porém, aconteceu. Os passageiros do avião apanham suas bagagens, deixam o Aeroporto, e ninguém aparece para me prender.

Com estranheza, surpresa e um certo temor, fiquei olhando para um lado, olhando para o outro, a ver se aparecia algum Oficial fardado, pois, naquela época era considerado impensável alguém a paisana prender um Oficial do exército.

Por um instante, aproveitando o fato de que não aparecia ninguém para me prender, penso em pegar um taxi e ir para a casa da prima Adalgisa residente no Leblon, na rua General Venâncio Flores, 389, e no dia seguinte eu mesmo iria me apresentar no Ministério da Guerra. Fiquei porém, intrigado com essa ausência de alguém para me prender no Aeroporto. Um sexto sentido me impelia a ficar desconfiado de que, sendo véspera do primeiro aniversário da Ditadura, os Agentes da Repressão poderiam estar com alguma armação pronta: “… deixar o elemento aparentemente solto, esboçar uma saída de táxi ou…quem sabe a ajuda de algum suposto grupo subversivo, dando cobertura para fuga do Aeroporto…”. Haveria então uma fuzilaria no Santos Dumont , com fotos logo estampadas no dia seguinte, nas manchetes dos jornais”… era tudo o que a Repressão queria. Na realidade não havia “cerco” e sim um “circo” sendo montado pela Ditadura já no seu primeiro ano de vida. Valeu o sexto sentido, como a seguir verificado. Desconfiado, fiquei de pé, encostado no balcão de passageiros, uns quinze a vinte minutos, achando que alguma trama poderia estar havendo em torno da ausência de um militar fardado para me dar voz de prisão no Aeroporto. Fiquei bem encostado no balcão de atendimento do Aeroporto, atento a qualquer anormalidade, ciente de que qualquer ocorrência ou violência que houvesse contra mim, seria logo notada por algum funcionário presente no lado interior do balcão. De repente, ouço gritos de alguém, em voz alta: – Capitão Jonathas! Capitão Jonathas! O senhor está preso, sob minhas ordens! Surpreso, me volto para o lado e vejo caminhando a passos largos, na minha direção, um Oficial da Aeronáutica, fardado. Parecia estar escondido por trás de alguma das muitas pilastras do saguão do Aeroporto Santos Dumont! Ao seu lado, acompanhando, um Sargento também da Aeronáutica em uniforme de combate, portando uma submetralhadora engatilhada e apontada na minha direção. Ao contrário do Sargento, o Oficial da Aeronáutica estava em uniforme militar de passeio. Lembro-me bem do quepe do uniforme. Pelas insígnias notei tratar-se de um Major, e logo verifico seu nome de guerra: NEREU. Sou conduzido preso, a pé, ao Quartel da 3ª Zona Aérea, que fica logo ao lado, pegado no Aeroporto. Na entrada do Quartel, o Major, como de praxe, revista a valise. Ao se deparar com minha farda do exército, colocada por MHelena achando que talvez eu precisasse usar, foi um verdadeiro alvoroço, com o Major Nereu mostrando em altos brados que “esta farda prova que os subversivos estão pensando em desenvolver atividades contra-revolucionárias usando fardamento militar”.

(*) Jontahas Nunes é membro da Academia Piauiense de Letras

Hugo apresenta novo livro do desembargador Brandão

Acadêmicos Wilson Brandão, Hugo Napoleão e Zózimo Tavares com o desembargador Brandão

 

O ex-senador e acadêmico Hugo Napoleão fez a apresentação do livro “Trajetória de um homem”, no lançamento da obra, ontem (25/03), no auditório do Tribunal de Justiça do Piauí.

O livro é de autoria do desembargador Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho, presidente da Academia de Letras da Magistratura do Piauí.

A obra conta a sua trajetória de vida, de forma autobiográfica, começando de seu nascimento em Piracuruca.

Também traz depoimentos sobre o autor. Um deles é o do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal.

O presidente do Conselho Estadual de Cultura, acadêmico Nelson Nery Costa, escreve a contracapa do livro.

Brandão ocupou, entre outros, os cargos de vice-presidente da OAB-PI, presidente do Tribunal de Justiça e presidente do Tribunal Regional Eleitoral.

O lançamento foi prestigiado por magistrados, familiares do autor, políticos, intelectuais e outros convidados.

Da Academia Piauiense de Letras se fizeram presentes os acadêmicos Elmar Carvalho, Hugo Napoleão, Wilson Brandão e Zózimo Tavares.

 

Wilson Gonçalves – Perfil Biográfico

Acadêmico Wilson Gonçalves.

Por Francisco Miguel de Moura*

O acadêmico e escritor Wilson Carvalho Gonçalves nasceu em 21-04-1923, em Barras-PI, e faleceu em 15-10-2021, em Teresina-PI. Formado em Farmácia, funcionário público aposentado, professor, pesquisador e historiador. o Acadêmico WILSON CARVALHO GONÇALVES foi, por sua operosidade, sua lhaneza, seu caráter e sua simplicidade, uma figura das mais simpáticas da Casa de Lucídio Freitas. Entre suas obras históricas merecem destaque o “Roteiro Cronológico da História do Piauí” e a “Antologia da Academia Piauiense de Letras”.

Fez o curso primário no Grupo Escolar “Matias Olímpio”, em Barras, e o curso secundário no Liceu Piauiense. Formado pela Faculdade de Farmácia do Rio de Janeiro, foi membro do Conselho Regional de Farmácia do Piauí, durante três mandatos.  Na sua vida profissional fez diversos cursos e exerceu funções diversas, entre as quais contam-se as de Auditor Fiscal da Secretaria da Receita Federal, Secretário da Interventoria Federal do Piauí, Secretário da Delegacia do Ministério da Fazenda, Chefe do CETREMFA-PI e Coordenador da ESAF-PI (Escola Superior de Administração Fazendária).

Membro da nossa Academia, onde ocupava a cadeira nº 12, patroneada por Coelho Rodrigues, pertence também ao Instituto Histórico e Geográfico do Piauí e à Academia de Letras do Vale do Longá. Recebeu, da Academia Paulistana de História do Estado de São Paulo, o Prêmio “Clio de História”, em 1998, de reconhecimento pela obra “Grande Dicionário HistóricoBiográfico Piauiense”.  Mais algumas honrarias constam do seu currículo como “Diplomas de Honra ao Mérito” conferidos pelo Conselho Federal de Farmácia e pela Escola Superior de Administração Fazendária, Brasília – DF, por exemplo.

Publicou os seguintes livros: “Terra dos Governadores” (1987), “Os Homens que Governaram o Piauí” (1989), “Teresina – Pesquisas Históricas” (1991), “Dicionário Histórico-Biográfico Piauiense” (lª e 2ª edições, respectivamente 1992 e 1993), “Vultos da História de Barras” (1994), “Roteiro Cronológico da História do Piauí” (1996); “Grande Dicionário Histórico-Biográfico Piauiense” (1997) e “Antologia da Academia Piauiense de Letras” (2000). Deixou ainda inédito: “História Administrativa e Política do Piauí”.

Conhecia-o, primeiramente, como pesquisador e historiador, não como crítico. Mas, depois,  no encarte “Lucílio de Albuquerque” comparece também como um ótimo crítico de arte.  Do grande apreciador da arte, coisa que eu já sabia, e não poderia ser diferente, com o exemplo que tinha em sua própria casa – sua filha, Josefina Gonçalves, uma artista plástica do mais alto gabarito, experimentadora e realizadora – Wilson Gonçalves se saiu muito bem.  Basta ler-se “Figuras Notáveis da História do Piauí” fascículo 3, da série publicada pelo jornal “Meio Norte”,  focalizando o pintor Lucílio de Albuquerque, autor que foi do referido fascículo, nascido, como ele, em Barras-PI e se tornou nome nacional, na arte. Wilson Carvalho Gonçalves.  Lembramos, por oportuno, que todos os fascículos da série acima referenciados tiveram a finalidade de divulgar a vida e a obra dos homens importantes que fizeram nosso Estado, afim de que se sejam sempre lembrados e reverenciados.  Os fascículos, se não me engano, foram 16, ao todo. O Prof. Raimundo Nonato Monteiro de Santana, então presidente da APL, demonstrou ser muito ativo no que diz respeito a publicações da e sobre a Academia. Digo isto porque, na época, eu era o seu Secretário Geral e o acompanhava nesse trabalho, visitando pessoas e empresas que pudessem prestar colaboração. Lembro do “Banco do Nordeste” e da “Caixa Econômica”, além do empresário João Claudino, entre os que pedimos colaboração para tanto. Assim, como colaborador, além do trabalho de organização e revisão, eu assinei dentre os fascículos mencionados os que versaram sobre Fontes Ibiapina e Félix Pacheco.

Enfim, a memória de Wilson Gonçalves, entre nós acadêmicos, é a de uma pessoa simples, cordata e culta, humana e sensível, que deixa seus traços de verdade, nas obras escritas com caráter e paciência, sempre cuidadoso na consulta das fontes mais seguras.

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*Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador, membro da Academia Piauiense de Letras.

Wellington Dias toma posse na APL

Imagens: Carlos Rubem e Assessoria APL

Sessão de posse de Wellington Dias, novo ocupante da Cadeira 12.

Sessão de posse de Wellington Dias, novo ocupante da Cadeira 12.

O governador e escritor Wellington Dias tomou posse ontem (19/03) na Cadeira 12 da Academia Piauiense de Letras.

A Sessão Solene de Posse foi realizada no Teatro do Centro de Convenções de Teresina, sob a condução do presidente da APL, Zózimo Tavares, que fez o discurso de saudação.

Além de acadêmicos e acadêmicas, compareceram ao evento e compuseram a mesa de honra a vice-governadora Regina Sousa, a primeira-dama e deputada federal Rejane Dias, a vice-governadora da Paraíba, Lígia Feliciano, e os deputados federais Flávio Nogueira e Dr. Damião, este da bancada paraibana.

O reitor da Universidade Federal do Piauí foi representado pelo professor Fenelon Rocha e o prefeito de Teresina pelo secretário municipal de Planejamento, João Henrique Sousa.

Também se fizeram presentes o reitor da Universidade Estadual do Piauí, Evandro Alberto, o presidente do Conselho Estadual de Cultura, acadêmico Nelson Nery Costa, o desembargador Sebastião Martins, o procurador-chefe do Ministério Público Estadual, Cleando Moura, e a artista plástica Josefina Gonçalves, filha do último ocupante da Cadeira 12, historiador Wilson Carvalho Gonçalves.

Familiares do novo acadêmico, secretários de Estado e outros convidados, como o ex-governador Wilson Martins, também participaram da solenidade.

Wellington Dias foi conduzido ao seu assento à mesa de honra por uma comissão especialmente designada pelo presidente, composta pelos acadêmicos Magno Pires, vice-presidente da APL, Moisés Reis (oeirense, como o empossando) e Carlos Evandro (o mais novo membro da Academia).

Os trabalhos do cerimonial foram coordenados pela secretária-geral da APL, Fides Angélica.

Wellington Dias recebeu o diploma de membro efetivo e perpétuo da APL das mãos de sua esposa, que fez também a aposição das vestes e insígnias acadêmicas.

APL recebe Wellington Dias na Cadeira 12

Imagem: Ascom/APL

Wellington Dias na Academia, após sua eleição para a Cadeira 12.

A Academia Piauiense de Letras recebe, neste sábado (19/03,) um novo membro.

O governador e escritor Wellington Dias vai tomar posse na Cadeira 12, que teve como último ocupante o acadêmico Wilson Carvalho Gonçalves.

Ele foi eleito para a Academia em 12 de fevereiro passado.

A Sessão Solene de Posse do novo imortal será realizada no Centro de Convenções de Teresina, no formato híbrido, a partir das 18 horas.

O discurso de recepção ao novo acadêmico será proferido pelo presidente da APL, Zózimo Tavares.

O novo acadêmico

Radialista, bancário e político, José Barroso de Araújo Dias Wellington começou a escrever ainda na juventude. Estreou em 1980 com um livro de contos premiado, “Macambira”.

Aos 20 anos, ingressou no Curso de Letras da Universidade Federal do Piauí.

Seguiu escrevendo e, mais adiante, teve vários outros contos premiados, como o “Maria Valei-me” (1984) – que recebeu menção honrosa pelo Concurso de Contos João Pinheiro, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

Escreveu as peças “Reisados da Minha Terra” e “Estamos Todos Inocentes”.

Foi incluído nas coletâneas “O Conto na Literatura Piauiense” (1981) e “Novos Contos Piauienses” (1984).

Seus dois últimos livros publicados foram “As Tiradas de Tio Sinhô” (2007) e “A melancia do presidente” (2018).

Mestre Paulo Nunes, Cultura e Dignidade

Francisco Miguel de Moura*

Escrever sobre o Prof. Paulo Nunes não é fácil. Por isto me proponho apenas a desenhar uma simples crônica em memória de sua pessoa e de sua formidável cultura. Cultura, saber e prática, com dignidade, exemplos que fizeram parte de sua vida, fosse pública ou na luta comum de cada dia.

Por testemunho, quando cheguei em Teresina, com o desejo de aqui permanecer, no final de 1964, encontrei um Estado onde as manifestações culturais estavam praticamente em silêncio. Foi através do meu colega do Banco do Brasil, O. G. Rego de Carvalho, que soube do passado de Paulo Nunes, dos seus dotes de apaixonado pelas letras. O. G. Rego de Carvalho formara, com ele e outros literatos da época. o grupo que veio a chamar-se de “Meridiano”, por causa da revista do mesmo nome que editavam. O Prof. Paulo Nunes, creio que em virtude de sua função no Ministério da Educação, morava em Brasília. E outros da sua geração, como H. Dobal e Raimundo Santana, também haviam saído do Piauí para outros lares.  Então, nós, “os novos”, eu, Hardi Filho, Herculano Moraes e Tarciso Prado fizemos o nosso movimento cultural, criando o CLIP (Circulo Literário Piauiense). E logo depois viria, do interior, o Cineas Santos, que começava a aliciar os “mais novos”. Foi assim o começo da ressurreição cultural do Piauí.

Mestre Paulo Nunes

Mais, sem muita demora, chegava o Prof. Paulo Nunes, de volta ao Piauí. E imediatamente colocou a si a tarefar de avivar o Conselho Estadual de Cultura, órgão cultural que já existia, mas não funcionava. Reconhecendo o valor de Paulo Nunes, que, de Brasília, já vinha lutando pela criação da Universidade Federal do Piauí, o Governo do Estado o chamou para a Secretária de Cultura do Estado, que acabava de ser criada. Naquele momento, os “clipianos” e os “mais novos” já levantavam a voz (não obstante a terrível ditatura de 1964). Surpreendi-me, certo dia em que Paulo Nunes me convidou para fazer parte do Conselho Estadual de Cultura como membro-suplente. Com a sua atilada capacidade de descobrir as pessoas mais capazes e influentes na área da cultura, começava a chamá-los para o seu trabalho, os literatos e artistas. Lembro-me também da primeira vez que eu fora a Brasília. E ele, Paulo Nunes, foi ao hotel onde eu e D. Mécia nos hospedamos e convidou-nos e nos levou para um jantar em seu apartamento.

Na verdade, eu aceitei os seus convites porque sentia o valor de Paulo Nunes. E o seu chamado passou a ser era uma ordem para mim.  Depois de algum tempo me tornei um membro efetivo do CEC-PI, onde ele me incumbia de muitas tarefas. No Conselho, tive os melhores dias de minha vida literária, sempre apoiado por ele. Assim também apoiava os outros membros. Paulo Nunes foi um homem de inclusão do que era necessário, do que valia a pena. Sua palavra era ouvida com satisfação, como de um mestre, o que foi em toda sua vida, onde quer que estivesse.

Para mostrar que minha opinião sobre Paulo Nunes é ampla, acrescento o depoimento do jornalista Roberto Carvalho da Costa, de Brasília, após o anúncio do panegírico pela na Academia Piauiense de Letras:

“Se eu estivesse em Teresina, com certeza iria à solenidade. Sempre nossas conversas foram momentos de muito proveito. Ele dizia: Roberto, você é bem informado e informativo. Sabia que nós, os experientes, somos de mais conhecimento. Nunca discorde desta verdade…  Ele era profundo conhecedor não só da literatura brasileira, mas também da portuguesa. Tinha predileção por Júlio Diniz, Eça de Queiroz, Gil Vicente, Antero de Quental e outros.  Paulo Nunes será sempre lembrado e querido”.

Confirmamos que era ele um grande leitor das melhores obras da literatura brasileira e da de Portugal. Comentava com facilidade as obras de Machado de Assis, Graciliano Ramos, Jorge Amado e tantos mais, que seria impossível citar, além dos clássicos universais. Apraz-nos citar Gustavo Flaubert, Marcel Proust, Dostoiévski, Tolstói e Gabriel García Marques, os nomes mais frequentes de suas conversas. Assim, em artigos simples, comentava, com maestria, os famosos acima mencionados, entre outros. Também, em alguns momentos, escrevia sobre os nossos piauienses, que não eram muitos, mas com precisão e clareza. Falava sobre Alceu de Amoroso Lima e muitos outros críticos e historiadores da educação e da literatura brasileira, como se estivesse conversando com ele. Sua memória era fabulosa e trazia a beleza da frase e a precisão do conteúdo. E jamais esquecia os momentos importantes das letras do Brasil e do exterior.

Para resumir, Paulo Nunes nos deixa a imagem viva de uma grande figura humana e de escritor.  A comprovação do que digo, certamente será encontrada na leitura de seus livros editados pela Academia Piauiense de Letras, além do que ficou nos jornais e sobretudo na “Revista Presença”, órgão do Conselho Estadual de Cultura.

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*Francisco Miguel de Moura, membro da Academia Piauiense de Letras, poeta e escritor. Matéria escrita em Teresina-PI, em  09/09/02/2022.

Academia homenageia a memória de Wilson Gonçalves

Panegírico do acadêmico Wilson Gonçalves.

A Academia Piauiense de Letras se reuniu nesta quarta-feira (16/03), às 17h, em sessão solene, para realizar o panegírico do acadêmico Wilson Carvalho Gonçalves, último ocupante da Cadeira 12. Ele faleceu em 15 de outubro do ano passado, aos 98 anos.

A oração da saudade foi proferida pelo acadêmico Nelson Nery Costa. O orador discorreu sobre seus vínculos familiares com Barras e com o homenageado.

O orador citou também as obras de Wilson Gonçalves – “Terra dos Governadores” (1987); “Os homens que governaram o Piauí” (1989); “Teresina, pesquisas históricas” (1991); “Dicionário Histórico Biográfico Piauiense” (1992/93); “Vultos da História de Barras” (1994); “Roteiro Cronológico da História do Piauí” (1996); “Grande Dicionário Histórico Biográfico Piauiense Comentado” (1997); “Antologia da Academia Piauiense de Letras” (2000); “Lucílio Albuquerque” (2002); “Dicionário Enciclopédico Piauiense Ilustrado” (2003) e “Antologia dos Poetas Piauienses” (2003).

A artista plástica Josefina Gonçalves, filha de Wilson Gonçalves, agradeceu a homenagem em nome da família.

Participaram da sessão, conduzida pelo presidente da APL, Zózimo Tavares, os acadêmicos Carlos Evandro, Dilson Lages, Elmar Carvalho, Felipe Mendes, Fides Angélica, Fonseca Neto, Jonathas Nunes, Nelson Nery, Plínio da Silva Macêdo e Socorro Rios Magalhães, além de convidados. A sessão foi realizada no formato virtual.

O presidente da APL disse que as obras de Wilson Carvalho Gonçalves vão atravessar os tempos e viverão na memória dos piauienses como recortes e registros históricos que marcaram várias gerações.

 

Panegírico de Wilson Gonçalves será na quarta-feira, dia 16

Acadêmico Wilson Gonçalves.

 

A Academia Piauiense de Letras, realiza na próxima quarta-feira (16/03), às 17 horas, o  panegírico do acadêmico Wilson Carvalho Gonçalves, falecido em 15 de outubro do ano passado.

Ele ocupava a Cadeira 12 da APL. A oração da saudade será proferida pelo acadêmico Nelson Nery Costa.

A Sessão Solene em memória do acadêmico Wilson Gonçalves será realizada no formato virtual.

Carlos Evandro toma posse na Cadeira 38 da APL

Imagens: Jairo Moura

Carlos Evandro no discurso de posse na APL

O professor, crítico literário e escritor Carlos Evandro Martins Eulálio é o mais novo membro da Academia Piauiense de Letras.

Ele foi empossado na Cadeira 38, na sexta-feira passada (11/03), em Sessão Solene conduzida pelo presidente da APL, Zózimo Tavares, e realizada no formato híbrido.

Em seu discurso de posse, o novo acadêmico falou de sua atuação no magistério e na literatura e da longa convivência com a Academia.

Também discorreu sobre a obra do patrono da cadeira, João Francisco Ferry, e a de seu primeiro ocupante, professor e crítico literário M. Paulo Nunes, falecido em 14 de outubro passado.

O discurso de saudação ao novo imortal foi proferido pelo acadêmico José Ribamar Garcia, que fez uma exposição sobre a vida, a atuação profissional e a obra de Carlos Evandro.

O advogado Paulo Neiva Nunes, filho do professor Paulo Nunes, fez em nome da família o agradecimento das homenagens prestadas à memória de seu pai.

Além de acadêmicos e familiares do empossando, também participaram da sessão o conselheiro Kleber Eulálio, do Tribunal de Contas do Estado, e o desembargador Ricardo Gentil Eulálio, do Tribunal de Justiça do Piauí, entre outros convidados.

O evento foi transmitido pela TV APL, o canal da Academia no YouTube.

Eleição para cadeira de Assis Brasil será decida em 2º turno

Comissão Eleitoral da APL no Salão de Reuniões.

A Academia Piauiense de Letras realizou eleição hoje (11/03) para a Cadeira 36, vaga com o falecimento do escritor Assis Brasil, em 28 de novembro do ano passado.

Três candidatos concorreram ao pleito. O poeta e compositor Climério Ferreira foi o mais votado, com 17 votos.

Os candidatos João Alves Filho e Marcos Freitas empataram com 5 votos, cada um.

Para ser eleito, o candidato precisava alcançar o quórum mínimo de 19 votos. Votaram 29 acadêmicos. Foram registrados um voto nulo e um em branco.

Com esse resultado, a eleição será decidida em segundo turno, entre Climério Ferreira e João Alves Filho, o mais idoso entre os dois que empataram. A data da nova votação ainda será marcada pela Diretoria da APL.

O processo foi conduzido pela Comissão Eleitoral da APL, presidida pelo acadêmico Reginaldo Miranda e composta pelos acadêmicos Dilson Lages, Elmar Carvalho, Fonseca Neto e Nelson Nery.