O último domingo, 9 de março, marcou de maneira singular a história da Academia Piauiense de Letras (APL). Nesta data, nasceu um de seus ilustres imortais, Monsenhor Chaves, ocupante da cadeira 23, e, décadas depois, silenciou-se a voz de outro membro de destaque, Júlio Romão, titular da cadeira 31.
Monsenhor Joaquim Raimundo Ferreira Chaves veio ao mundo em 9 de março de 1913, tornando-se uma das figuras mais emblemáticas da cultura e da educação piauiense. Sacerdote, professor, escritor e intelectual de vasta produção, sua atuação transcendeu o âmbito religioso, deixando um legado significativo na literatura e na historiografia do estado.
Como membro da APL, ocupou a cadeira 23 e se destacou por seus estudos sobre a história do Piauí, a valorização da cultura local e sua vasta contribuição à memória coletiva.
Já em 9 de março de 2013, exatos 100 anos após o nascimento de Monsenhor Chaves, a Academia Piauiense de Letras perdeu outro de seus imortais: Júlio Romão. Ocupante da cadeira 31, ele foi uma voz ativa na luta pelos direitos humanos e pela inclusão social. Jornalista, poeta e ativista, destacou-se pelo compromisso com as causas sociais, especialmente na defesa da população negra e dos menos favorecidos.
Sua trajetória o levou a atuar nacionalmente, sendo reconhecido por sua militância e por seu papel na literatura e na imprensa piauiense e brasileira. Seu talento e dedicação foram reconhecidos com importantes prêmios da Academia Brasileira de Letras (ABL), incluindo os prêmios Filosofia e João Ribeiro, que consagraram sua contribuição intelectual e literária.
A coincidência de datas reforça a simbologia do ciclo da vida, com o nascimento de um e o silêncio de outro no mesmo dia. Ambos, à sua maneira, foram agentes de transformação, deixando um legado que ultrapassa gerações. A Academia Piauiense de Letras, ao relembrá-los, reafirma seu compromisso com a preservação da memória e da cultura do estado, celebrando aqueles que dedicaram suas vidas à construção do conhecimento e à defesa da justiça social.