Novo sistema possibilita a emissão de código de barras

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) lançou uma nova ferramenta online para o registro do ISBN. Umas das principais novidades do sistema da entidade é a possibilidade de emissão de códigos de barras unitários. A iniciativa é parte de um conjunto de ações da entidade para simplificar o serviço e levar mais comodidade aos usuários.

Para isso, basta um clique a mais ao final do processo. “O novo modelo atende não apenas aos diferentes perfis de editores, mas também às pessoas físicas, que formam um grupo relevante de consumidores do ISBN”, ressalta o Presidente da CBL, Vitor Tavares. Os processos e prazos também prometem ser mais ágeis. A emissão dos ISBNs, por exemplo, deve cair de quatro para dois dias úteis e a ideia é de que os prazos sejam cada vez mais enxutos.

Para receber um ISBN tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas, os interessados devem fazer um cadastro no sistema da CBL. O prazo para liberação de um login e de uma senha é de um dia útil. Com o cadastro liberado, é possível realizar a emissão da sequência numérica do ISBN e do código de barras, o que leva no máximo dois dias úteis.

Clique aqui para se cadastrar no novo sistema do ISBN e começar a utilizar os serviços. Lembrando que o login e a senha da antiga agência não são mais válidos.

Numeração do ISBN passa por mudanças no Brasil

A agência internacional que comanda a operação global do ISBN – International Standard Book Number Agency – anunciou alterações na numeração das obras no Brasil com a mudança da gestão da agência para a Câmara Brasileira do Livro (CBL). A principal novidade é que o número 85 – elemento registrante que identifica o país -, utilizado no Brasil desde o início da adoção da numeração internacional padronizada, será substituído pelo número 65. Os novos dígitos passam a ser obrigatórios para todos os usuários e não somente por parte deles, como começou a acontecer em 2018.

“As mudanças na numeração não alteram em nada os ISBNs já emitidos pela agência anterior. Eles permanecem totalmente válidos”, explica a Diretora Executiva da Câmara Brasileira do Livro, Fernanda Gomes Garcia. Outra alteração importante é a dos elementos registrantes das pessoas jurídicas, popularmente conhecidos no Brasil como prefixos editoriais. “Ao solicitar seu primeiro ISBN junto à nova agência, todos os usuários terão um novo elemento registrante (prefixo) atribuído que identificará a editora ou selos editoriais em todas as suas novas solicitações de ISBN. Os usuários já cadastrados anteriormente na Fundação Biblioteca Nacional não terão custos para fazer o seu novo cadastro na plataforma”, detalha a executiva.

O novo sistema do ISBN já está aberto para o cadastramento de novos usuários. Eles devem inserir os dados de sua empresa e seus dados pessoais para criar um login e uma senha próprios para este ambiente, não podendo usar os da antiga agência. Para se cadastrar, clique aqui.

Como funciona o número do ISBN


O ISBN funciona como um RG  para livros e demais publicações monográficas, como artigos e apostilas. Cada sequência é criada por meio de uma combinação de 13 dígitos que indicam o título, o autor, o país, a editora e a edição de uma obra. Os três primeiros dígitos, Código Gtin, são determinados pelo GS1, que gerencia dados de códigos de barra de produtos. No caso do livro, é usado o 978. Depois, entra o grupo registrante, que identifica o país, a região geográfica ou a área de idioma. No Brasil, passa a ser exclusivamente o 65. Então, há elemento registrante que diz respeito ao editor. O comprimento deste elemento varia de acordo com o número esperado de edições do editor e pode conter até 7 dígitos. Há ainda o número da publicação, que pode conter até 6 dígitos. Por último, o dígito de controle: garante que o ISBN seja único e exclusivo.

Jornada de Pesquisadores | Live de lançamento da 7a edição

No dia 27 de abril às 17:00 realizaremos uma live de lançamento da 7a Jornada de Pesquisadores da Fundação Biblioteca Nacional, que terá como palestrante o Coordenador da Rede Cariniana do IBICT, doutor Miguel Angel Mardero Arellano.

O tema da edição 2021 da Jornada é “Memória e Preservação Digital”.

Para detalhes sobre inscrições e edições anteriores acesse o link:

https://www.bn.gov.br/jornada-pesquisadore

Oficina de transliteração de páginas de rosto em latim

A oficina será dividida em dois módulos teórico (07/04) e prático (08/04), das 18h às 20h30, transmitido pelo Canal do YouTube da FBN: www.youtube.com/c/FundacaoBibliotecaNacional.

Tendo por objetivo oferecer rudimentos sobre a grafia do latim em obras raras e sensibilizar o participante para a problemática dos sinais diacríticos, variações gráficas, símbolos e reduções de impressões do séc. XV-XVIII.
Inscrições através do link: https://www.even3.com.br/oficinalatimplanor/

Entrevista com Érico Nogueira, novo curador da Revista Poesia Sempre

A Fundação Biblioteca Nacional voltará a publicar a revista Poesia Sempre. Criada em 1993 pelo poeta e ensaísta Affonso Romano de Sant’Anna, a revista retorna com o mesmo propósito de servir de espaço para a divulgação da poesia brasileira, de ontem e de hoje, revelar novos talentos, relembrar os esquecidos, apresentar aos leitores a poesia de outros países e promover o debate. Continuará sendo uma revista de poetas, de poesia, para leitores de poesia. O que virá de ensaios, de comentários e resenhas, quase sempre será fruto das reflexões dos próprios poetas.

Tivemos a oportunidade de conversar com o curador editorial das próximas edições, o poeta e tradutor Érico Nogueira. Entre poesia, ensaio e ficção, suas publicações incluem Poesia Bovina (2014), Contra um Bicho da Terra tão Pequeno (2018) e O Esmeril de Horácio (2020), entre outros. Doutor em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo, é atualmente professor de Língua e Literatura Latinas na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e em 2008 foi agraciado com o Prêmio Minhas Gerais de Literatura na categoria poesia.

Confira a entrevista:

1) A Revista Poesia Sempre foi criada com o mote de proporcionar espaço para a produção poética recente no Brasil e no mundo. Todavia, a poesia virou mercadoria que todo mundo tem para vender mas ninguém quer comprar. É preciso recuperar o espaço da poesia?

Esmiucemos a oração “recuperar o espaço da poesia”. Se ela significa tentar conferir à poesia o prestígio de outrora, e a centralidade, ou pelo menos a importância, que a poesia talvez tenha tido nos estudos e na formação das pessoas (e no próprio funcionamento da sociedade, vá lá), então creio tratar-se de empresa quixotesca e inexequível, porquanto a poesia – refiro-me à poesia culta, letrada ou letradíssima, e não a manifestações correlatadas como a poesia popular e a letra de canção –, a poesia, como ia dizendo, é artigo fora de catálogo, marginal, restrito a um grupo muito pequeno de pessoas, e sem interesse comercial nenhum. Agora, se “recuperar o espaço da poesia” significa, dentro de limites exíguos, e com um raio de alcance igualmente limitado, editar uma revista histórica como a Poesia Sempre segundo os mais altos padrões de publicações congêneres, assim contribuindo com a história hoje secreta e afim da das sociedades iniciáticas como é a da poesia culta, então digo e afirmo que isso é possível e necessário, sim; e é isso o que pretendo fazer.

2) Como foi que os leitores perderam o interesse pela poesia?

Os leitores cultos sempre foram muito poucos – pouquíssimos, na verdade – em toda a história do mundo. Esses nunca perderam o interesse pela poesia – sejam eles chineses, indianos, marroquinos ou brasileiros, por exemplo. Logo, suspeito que a pergunta se refira à pessoa média de outrora – o médico de província, a professora de liceu, os próprios bacharéis em direito –, que, nos seus momentos de ócio, costumavam ler poesia, às vezes mesmo em língua estrangeira. Bom – hoje está aí a internet, e mil outros passatempos que não havia antes, de modo que esses leitores de outrora, que chegavam mesmo a ler poesia séria como a de Drummond ou Jorge de Lima, estão hoje navegando nas redes, celular em punho, e deixaram a poesia em paz. Isso é ruim? Tenho cá minhas dúvidas… Por outro lado, a marcha da civilização moderna não segue a via – preponderante, não há negar – da imbecilização universal e irrestrita, e muita vez surpreende, vejam só: de modo que aqui e ali nas franjas estupidificantes das redes há grupos de discussão, blogues, gente jovem e não tão jovem discutindo e falando e interessadíssima em poesia, em verdadeira poesia. É esse o público potencial que procurarei atingir.

3) Há o julgamento preconceituoso de que poesia é perda de tempo. Mas, afinal, por que todo esse preconceito quando o assunto é poesia? 

Não se trata bem de preconceito. Poesia é difícil, incomoda. É um exercício do intelecto, da sensibilidade, da memória a que poucos podem e querem se dedicar. Exige entrega, devoção – “Trabalha e pensa e lima e sofre e sua”, dizia o velho Bilac –, mas não paga nada, ou, quando paga, é sempre muito mal! Que muito admira que achem coisa de doido e perda de tempo, então, se a poesia te exige tudo, e não te dá nada palpável ou material em troca? É só trivial bom senso, comezinho bom senso. Mas vejam – as mais altas e abstrusas especulações da física e da matemática, digamos, e todo e qualquer empenho intelectual executado no mais alto nível, estão na mesma situação que a poesia: distantes do homem comum e dos ricaços estúpidos.

4) Quais são as perspectivas da poesia brasileira contemporânea? Podemos dizer que a poesia brasileira vive hoje um momento importante? 

Sem dúvida nenhuma: a poesia culta hoje no Brasil – e eu gosto de frisar que é poesia culta, sendo a única que eu acompanho e a só que me interessa – vive um momento extraordinário, que em nada fica a dever aos anos quarenta e cinquenta do século passado, ou à efervescência romântica e, depois, parnasiana, no século XIX. Há poetas imensos em atividade, novos Drummonds e Cabrais e Cecílias, que seguramente hão de entrar para a história das letras nacionais. Não vou citar nomes aqui – eles serão revelados em momento oportuno, conforme as edições da Poesia Sempre sob minha curadoria forem sendo publicadas. Eis por que peço ao público interessado – exíguo, mas fiel – que fique atento às publicações.

5) Falar de tradução de poesia é algo bastante complexo, pois, para muitos, a tradução é tarefa impossível. Até que ponto a poesia é traduzível? Como você vê o problema? Como manter a qualidade do texto numa tradução?

Só um poeta, ou, ao menos, um técnico competente, que domine os recursos da língua em que traduz, e conheça bastante bem a língua, o poeta e o poema que traduz, será capaz de fazê-lo de modo minimamente satisfatório – o que implica e supõe, por sua vez, algum grau de recriação do texto original. Há muita teoria, muita discussão inteligente e salutar sobre o assunto, que não posso abordar ou sequer referir num espaço breve como este. Baste-me, pois, dizer, resumindo muito, que a tradução é possível sim, e pode enriquecer e fecundar a língua de chegada, na qual se traduz, e até mesmo, às vezes, a sua própria literatura. Isso tem acontecido, em português, no domínio específico da tradução dos clássicos latinos e gregos – e tem acontecido há séculos.

6) Alguns dizem que os ombros de Drummond e João Cabral de Melo Neto sustentam o mundo da poesia brasileira. A afirmação é pertinente? Os valores que presidem o nosso cânone precisam ser discutidos? Qual é o critério para a inclusão de uma obra no cânone literário?

Sim, a afirmação é pertinente. Contribuíram para isso, afora a qualidade intrínseca das obras de Drummond e Cabral, a atividade de críticos e professores universitários nas décadas de sessenta e setenta do século passado, quando a crítica, como se dizia então, “impressionista” das gerações anteriores foi substituída pela crítica, repitamos o jargão da época, “científica” dos recém-doutores e seus orientadores de tese, os quais seguiam mais ou menos de perto as teorias francesas então em voga. O que quero dizer é que a escolha, consciente ou não, isenta ou não, de Drummond e Cabral como objetos privilegiados de dissertações e teses universitárias, e a presença desses profissionais das letras nos jornais, nas estações de rádio e até na tevê, acabou por dar uma como chancela pública, uma consagração socialmente embasada, à obra desses dois poetas. Quanto aos valores que sustentam a eleição de Drummond e Cabral – possivelmente nesta ordem – como os mais importantes e significativos poetas brasileiros do século XX, não só podem e devem, como são e estão sendo discutidos, sem cessar. Um exemplo deve bastar para provar o meu ponto: a 2 de janeiro de 2000, a Folha de S. Paulo publicou uma enquete com críticos, poetas e professores universitários, acerca dos melhores poemas do século XX – https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/inde02012000.htm –; no mundo, ganhou “The Waste Land”, de T. S. Eliot; no Brasil, “A Máquina do Mundo”, de Carlos Drummond de Andrade. Ora, se a enquete fosse hoje, vinte anos depois, com entrevistados diferentes daqueles, mas com uma formação e uma capacidade parelhas, as respostas seriam as mesmas? Não há nenhuma mulher, nenhum negro naquela lista, por exemplo: o jornal publicaria, o público aceitaria esse resultado, hoje? São perguntas que ficam. De modo que, como vocês já entreveem, os critérios para a inclusão de um autor e sua obra no cânone não são, infelizmente, apenas poéticos, literários apenas – são também políticos, históricos, às vezes acidentais. Há que ter sorte também na vida, não basta trabalho não – já dizia o meu sábio avô.

7) Podemos afirmar que uma literatura confinada a gênero, etnia ou raça, por definição, restringe seu próprio escopo e campo de visão? 

Ixe, tá aí uma questão espinhosa, que aliás não é minha especialidade: intersecções de literatura com política… Eu fujo de política como o diabo da cruz. Minha opinião pessoal, porém, sempre limitada e discutível, é que tentar fazer justiça política ou bem reparação social (devidas e necessárias, no seu âmbito específico) em literatura, ciência ou nas artes é expor-se ao risco de cometer injustiças artísticas, científicas e literárias. Quem cria não importa, no limite, não interessa quem executa – interessa o que, e como cria e executa, afinal. Mas este meu é voto vencido, a esta altura dos acontecimentos.

8) Como pensar o cânone no contexto do multiculturalismo? O multiculturalismo deve reconhecer a possibilidade do transculturalismo e dos valores comuns e universais?

O cânone a rigor explodiu. Há um revisionismo ferrenho por toda a parte, disseminado e difuso pelas cátedras universitárias, meios de comunicação, redes, um negócio ubíquo. Então… Deixem que lhes conte um causo. Ano passado, no meio do tédio de um lockdown inglês que parecia não ter fim, resolvi fazer um experimento social. Inventei a um grupo de amigos cultíssimos ter lido em um jornal italiano uma matéria preocupante sobre Dante Alighieri – de cuja morte se comemoram os setecentos anos, neste corrente de 2021 –, a qual dizia que pesquisadores haviam descoberto uma carta inédita, da qual se inferiam “maus pensamentos” de Dante (foi a expressão que usei) a respeito de umas pessoas de determinada etnia. Essa descoberta, continuava eu, originara uma petição, cujo intuito era tirar e excluir sumariamente a Dante do cânone universal, no qual ocupa, com a Divina Comédia, uma posição de destaque: Dante é o maior poeta moderno do ocidente, só isso, e não tem ninguém que se lhe compare não. Começou-se uma discussão encarniçada. Um defendia com todos os argumentos a exclusão da Comédia e Dante do cânone, “porque uma sociedade que não dá a todos os instrumentos necessários para ler uma obra como a sua não pode, paradoxalmente, mantê-la em cânone nenhum: e porque o mundo de hoje não tolera preconceito”. Eu dizia “mas são maus pensamentos, alguém pode sofrer represálias por ter maus pensamentos?”. Ele não me ouvia. Quando lhes revelei a invenção, todos riram, afinal: mas eu fiquei com um gosto amargo na boca. A única coisa universal, hoje, são as mercadorias e os linchamentos virtuais.

9) A herança clássica ainda se faz sentir na poesia contemporânea?

Sem sombra de dúvida. Grande poetas como o inglês Geoffrey Hill (1932-2016), o alemão Durs Grünbein (n. 1962) e o brasileiro Bruno Tolentino (1940-2007), por exemplo, podem dizer-se classicizantes ou filoclássicos, e além deles há vários outros mais jovens, no Brasil e no exterior. – E alguns poetas abertamente modernos, uns até com laivos de vanguardismo, bebem igualmente nos clássicos, dialogam, refutam, discordam dos clássicos. Para o poeta culto e inteligente, sempre cioso do seu ofício, os clássicos são incontornáveis.

10)  Augusto Frederico Schmidt dizia que “a poesia é muito mais importante do que o petróleo”. Você concorda com tal afirmação? O mundo precisa mesmo dos poetas?

Trata-se de uma afirmação retórica. O funcionamento da sociedade, no que tem de mais básico e literalmente mecânico, não precisa da poesia, mas depende do petróleo. Interpreto, logo, a afirmação de Schmidt no sentido do bíblico “nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. No sentido de que o homem, como ser racional, não como mero conglomerado de células, necessita de um alimento condigno, apropriado à sua racionalidade, ao seu intelecto. A poesia, a filosofia, as artes, as ciências – tais são o seu alimento. O maior signo da decadência, hoje, portanto, é o rebaixamento da nutrição intelectual, em prol da materialidade imediata e acachapante. Vivemos tempos sombrios.

11) É verdade que a tradução, que força uma língua a dobrar-se acompanhando as curvas de um pensamento estrangeiro, é, mais ou menos, um meio de comunhão espiritual requintada entre as nações, como dizia Paulo Rónai?

Sim, eu diria que sim – o que a teoria de Schleiermacher sobre tradução, aliás, que Paulo Rónai, como germanófilo, terá decerto conhecido, corrobora sobejamente.

12) Por que as iluminações dos poetas, o visionarismo dos santos e dos heróis situam-se num patamar de importância significativamente maior para todos nós?

Porque, talvez, neles se mostra mais claramente o que o homem tem de inalienavelmente humano, de característica e essencialmente humano, e que lá no relato do Gênesis se descreve como a semelhança do homem com Deus. É paradoxal – e, pois, interessantíssimo: o homem só é aquilo que é por ser imagem de Deus, aquilo que tem de mais íntimo e particular é uma semelhança com o absolutamente Outro, com a sabedoria e o poder eternos. Bonito, não? – É com isso que nos espantamos, admirados, nos heróis, nos santos e nos poetas.

                                                                          Entrevista feita por Daniel Fernandes (Gabinete, FBN)

200 da Independência | O ensino da Independência do Brasil nos colégios

O fenômeno histórico da Independência do Brasil mantém-se como marco incontornável de nossa história e é conteúdo frequente do currículo escolar. Todavia, os livros didáticos evidenciam reducionismos, simplificações e alguns preconceitos nas maneiras de se apresentar, e tratar o conteúdo de nossa emancipação política; além disso, há ainda, muita confusão na hora de escolher a forma adequada de trabalhar o tema nas escolas.

A história da separação entre Brasil e Portugal, feita de uma série de acontecimentos econômicos, políticos e sociais, vai muito além do clássico gesto de Dom Pedro I, retratado em pinturas, proclamando “Independência ou morte” às margens do riacho do Ipiranga.

A Fundação Biblioteca Nacional convida para um episódio da série “200 da Independência

Sexta-feira, 9 de abril de 2021 às 18:00

O ensino da Independência do Brasil nos colégios

Antônio Dutra (Escritor e Professor na rede estadual do RJ)

Marcelo Tavares (Coord. Ensino Médio da Escola Eleva e Professor da rede Pensi)

Comentários:

Daniel Fernandes (Professor na rede estadual do RJ e Gabinete, FBN)

Antônio Dutra é graduado em História (UFRJ), mestre em Relações Internacionais (PUC-Rio) Doutor em Ciência Política (IESP-UERJ). Em seu trabalho procura combinar atividade acadêmica com a produção literária. Foi colunista do então jornal impresso Tribuna da Imprensa, e vencedor da Bolsa de Criação Literária FLIP, e também vencedor do Prêmio Jeune Littérature Latino-Américaine promovido pela Maison des Écrivains Étrangers et Traducteurs – Meet (Saint-Nazaire) na França. De ambos os prêmios resultaram em dois livros: Matacavalos e Dias de Faulkner, este publicado também na França (sob o título de Jours de Faulkner). Tem textos publicados em antologias e sítios literários no Brasil e na França.  Recentemente publicou uma pequena introdução à vida e Pensamento Político do Visconde de Taunay, disponível em forma digital e gratuita no site da editora FUNEPE.  Integra o Centro de Memória do Povo Puri (CMPP), centro virtual de arquivamento de material de pesquisa e produção acadêmica sobre esta identidade indígena, e mantém-se ligado ao BEEMOTE, Grupo de Estudos e Pesquisa em Teoria Política e Pensamento Político Brasileiro (IESP-UERJ).

Marcelo Tavares é bacharel e licenciado em História pela UFRJ, Mestre pelo IUPERJ e Doutor em Ciência Política pelo IESP-UERJ. É professor de História da rede Pensi desde 2010 e desde 2020 coordena o Ensino Médio da Escola Eleva, Botafogo, Rio de Janeiro.

O evento é online e transmitido no canal da FBN no Youtube:

www.youtube.com/c/FundacaoBibliotecaNacional

Vendas em livrarias caem 58% com a nova onda da pandemia

O avanço da segunda onda da pandemia do novo coronavírus no Brasil tem causado novas baixas no setor editorial. Segundo levantamento feito pela empresa Yandeh, na primeira quinzena de março, livrarias de todo o país apresentaram uma queda média de 58% na venda de livros em lojas físicas em comparação à primeira quinzena de fevereiro. Como esperado, o recuo, que não fez distinção entre livrarias de pequeno, médio e grande porte, ocorreu em função do recente fechamento do comércio, provocado pelo agravamento da pandemia.

De acordo com Eduardo Cunha, diretor da Yandeh, a situação atual não é pior do que a de 2020, quando o setor ainda se adaptava às vendas pela internet. “A queda é muito grande, e não foi maior como aconteceu no ano passado porque boa parte das livrarias já estão mais adaptadas ao on-line”, diz ele.

O ano de 2021 não começou bom para o setor, que já apresentava um modesto número de vendas em livrarias físicas, mas o fechamento das lojas, que aconteceu a partir da segunda semana de fevereiro, intensificou as dificuldades. Elisabete Beltrame Lovatel, dona da rede Vanguarda, no Rio Grande do Sul, conta que há três semanas suas livrarias estão de portas fechadas. Mesmo trabalhando com vendas on-line, por meio de site e redes sociais, estes recursos não conseguem suprir, por completo, os déficits causados pelas portas fechadas. A expectativa é que o movimento melhore com o mais recente decreto no Rio Grande do Sul, publicado na segunda-feira, 22, que permitirá a abertura das livrarias durante a semana, mas com restrições de horário.

O período caótico, de fato, levou empreendedores a olhar para alternativas com criatividade. Além de uma maior presença nas redes sociais, livrarias de diversos tamanhos apostam agora em ações de vendas com grupos de WhatsApp e Facebook, lives com autores no Instagram e até um sistema de drive-thru para retirada de livros, como fez Nivaldo Madureira, gerente da livraria e papelaria Pedagógica, em Sorocaba. “Está sendo bem legal e eu até digo que é divertido: ‘compre um livro e retire no drive-thru, igual McDonalds’. São saídas para enfrentarmos essa pandemia”, conta em entrevista a VEJA.

‘O Espelho e a Luz’: livro encerra trilogia premiada sobre dinastia Tudor premiada-sobre-dinastia-tudor

Com a trilogia iniciada em 2009 por Wolf Hall, a inglesa Hilary Mantel arrebanhou elogios e prêmios pela visão perspicaz sobre um trecho da história da dinastia Tudor, no século XVI. A saga, completada com Tragam os Corpos e O Espelho e a Luz, que chega agora ao Brasil, acompanha o reinado de Henrique VIII sob a ótica de Thomas Cromwell. Braço direito do rei, ele foi uma figura-chave no cisma da Inglaterra com a Igreja Católica. No livro final, Cromwell lida com as consequências de sua ambição.

Grupo Harém divulga lista de selecionados para ocupação do Espaço Trilhos em 2021

A coordenação do Espaço Cultural Trilhos, juntamente com o Grupo Harém, divulgou nessa terça-feira (16) o resultado da chamada pública para seleção de propostas de ocupação cultural. Ao todo, foram selecionadas 17 projetos que serão executados no modelo virtual, previstos para acontecer entre abril e julho desse ano.

O edital contempla propostas de ocupação nas áreas de teatro, dança, circo, música, poesia, literatura e demais expressões artísticas e culturais. As propostas receberão apoio do Espaço Cultural Trilhos/Grupo Harém de Teatro, por meio da cessão do espaço, apoio técnico, produção, divulgação do evento e cachê oriundo de recursos do Prêmio Maria da Inglaterra/Lei Aldir Blanc para o proponente executar a ação cultural proposta.

“Em virtude do agravamento da crise sanitária e o consequente aumento de medidas restritivas, alteramos a estrutura de execução, agora o OcupaTrilhos vai acontecer de forma híbrida. De abril a julho serão aplicadas apenas proposições adaptadas ao modelo virtual de apresentação e de agosto a dezembro de 2021, de acordo com as projeções epidemiológicas, poderão ser ministradas as demais propostas em caráter presencial”, expllica um dos coordenadores do Espaço Cultural Trilhos, Francisco Pellé.

Os proponentes que foram selecionados para a primeira etapa de ocupação do espaço (modelo virtual) serão previamente contatados e informados acerca das circunstâncias e necessidades de adaptação da proposta.

Lei Aldir blanc

Os artistas e grupos culturais estão há mais de uma ano com atividades e apresentações paralisadas devido à pandemia da Covid-19. Diante disso, a Lei de emergência cultural, a Lei Aldir blanc, disponiblizou R$ 31 milhões para o Piauí, como forma de amenizar os impactos sofridos pelo setor.

A Secretaria de Estado da Cultura/SECULT-PI elaborou três editais com os recursos da lei, entre eles o Prêmio Maria da Inglaterra, além de pagar três parcelas de R$ 600 referente ao auxílio emergencial para artistas em situação de vulnerabilidade, em decorrência da pandemia.

Segundo o secretário estadual de Cultural, Fábio Novo, o Piauí foi um dos poucos estados do Brasil a executar todos os recursos da Lei Aldir Blanc. “Nós tivemos apenas dois meses para elaborar editais e dar vazão a esses recursos, mas o Piauí conseguiu executar a lei e hoje nós já temos cerca de 85% das propostas selecionadas já pagas, o que garante um continuidade do setor nesse ano”, finaliza.

Propostas Selecionadas

Secretaria de Cultura abre inscrições para Siec 2021

A Secretaria Estadual de Cultura – Secult lançou, nesta segunda-feira (15), a resolução que estabelece a abertura de inscrições para o Sistema de Incentivo Estadual à Cultura – Siec 2021. O anúncio foi feito pelo secretário estadual de Cultura, Fábio Novo, durante uma live transmitida nas redes sociais da secretaria.

“Estamos vivendo um momento muito difícil da pandemia e precisamos dar continuidade ao Siec e ajudar mais artistas a passarem por esse momento. Não podemos parar. Nos últimos cinco anos mais de 600 projetos foram contemplados pela nossa lei de incentivo”, afirma o secretário.

Durante a live, ele falou da importância de empresas como Equatorial, Paraíba, grupo Vanguarda e Boticário, que apoiaram vários projetos e foram beneficiadas pela isenção fiscal. “Agradecer também o apoio do governador Wellington Dias e do secretário de Fazenda, Rafael Fonteles, que nos permitiram lançar o Siec mais um ano”, completou.

O formulário de inscrição, bem como a resolução, estão publicados no site da Secult (www.cultura.pi.gov.br). As inscriç?es serão iniciadas nesta terça-feira (16) e seguem até 30 de março. O formulário e os documentos exigidos no ato da inscrição podem ser enviados pelos Correios (para o endereço Praça Marechal Deodoro da Fonseca, 816 – Cep 64000-160. Centro – Teresina-PI ) ou através do email [email protected]. Não serão aceitas inscrições presenciais.

Podem se inscrever pessoas físicas, pessoas jurídicas, bem como associações e entidades. Os projetos inscritos são avaliados pela comissão do Siec, obedecendo os prazos contidos na resolução, e quando aprovados, os inscritos seguem para a etapa de captação dos recursos junto às empresas que, em contrapartida, recebem isenção fiscal.

Fábio falou ainda da Lei Aldir Blanc e que 85% dos projetos aprovados já foram pagos. “Tivemos um prazo curto para receber inscrições, analisar, empenhar e pagar os contemplados. O Piauí foi o único estado que conseguiu finalizar e não devolveu recursos. Até final de março queremos pagar todos os projetos”, diz o secretário.

A Secult também pretende retomar projetos como “Te Aquieta e Lê” e o “Sossega o Facho em Casa”, para apoiar artistas durante a pandemia. “Vamos realizar lives em todo o Estado, nas nossas casas de cultura, para garantir apoio aos nossos artistas”, finaliza.

RESOLUÇÃO 2021

Academia faz sessão especial para mulheres

A Academia Piauiense de Letras dedicou a sua sessão de sábado (13/03) ao Dia da Mulher.

O evento foi organizado pelo Núcleo Feminino da APL, coordenado pela acadêmica Nerina Castelo Branco, decana da “Casa de Lucídio Freitas”, com apoio da diretoria.

Como chefe do Cerimonial, a secretária-geral da Academia, professora Fides Angélica, coordenou o evento, realizado de forma on line.

A sessão especial da APL pelo Dia da Mulher foi conjunta com a Academia Piauiense de Jornalismo, representada pela jornalista Tereza Val.

Houve uma homenagem especial, in memoriam, à professora Clara, esposa do acadêmico M. Paulo Nunes, e à acadêmica Niéde Guidon, aniversariante da semana (12/03).

Amélias de verdade

A acadêmica Socorro Rios Magalhães fez uma palestra sobre a Literatura Piauiense, com destaque para as obras das escritoras Amélia Freitas e Amélia Beviláqua.

Ao final, foram homenageadas mulheres piauienses que se destacaram em vários campos de atuação, como forma de reconhecer e incentivar o protagonismo feminino.

O Núcleo Feminino da APL é composto pelas acadêmicas, as esposas dos acadêmicos e também as viúvas de acadêmicos.

Veja a sessão: