Nascida em Jerumenha, região ao Sul do Piauí, Amélia Carolina de Freitas Beviláqua, primeira ocupante da cadeira nº 23, da Academia Piauiense de Letras, silenciava há 78 anos.
Amélia foi a primeira mulher a se candidatar a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1930.
Amélia Beviláqua, embora não tendo sido aceita, por não corresponder ao regimento, que indicava a candidatura de escritores homens, marcou época com seu pioneirismo feminino, sua inteligência perspicaz e diferenciada. Enfrentou estereótipos, rompeu barreiras e lutou contra a invisibilidade da mulher.
A escritora nasceu em 7 de agosto de 1860, mas deixou a terra natal para morar em São Luís (MA) ainda na infância, depois muda-se para Recife e mais adiante para o Rio de Janeiro (local do seu falecimento que se deu no dia 17 de novembro de 1946).
Advogada, contista, poeta, crítica literária, ensaísta e jornalista, teve diversos textos publicados em jornais do país. Foi uma das criadoras e redatora-chefe da revista O Lyrio, de Recife, em 1902, escrita somente por mulheres e que contava com crônicas, contos e comentários literários.
Casou-se com o jurisconsulto Clóvis Bevilácqua, autor do Código Civil Brasileiro, no ano de 1883. Parceiro e companheiro intelectual, que sempre a apoiou em sua jornada acadêmica e profissional.
Entre os romances da acadêmica estão: Alcyone (1902), Aspectos (1906), Instrução e Educação da Infância (1906), Através da Vida (1906), Silhouettes (1906), Literatura e Direito (1907), Vesta (1908), Angústia (1913), Açucena (1921), Jeannette (1923), Impressões (1929), A Academia Brasileira de Letras e Amélia de Freitas Beviláqua (1930), Flor do Orfanato (1931), Divagações (1931), Recordação do dia 7 de Agosto (1933) e Alma Universal (1935).
Amélia Beviláqua e sua história na luta pelos direitos das mulheres foi destacada em textos de escritores como Lucídio Freitas, Mathias Olimpyo, João Pinheiro, Herculano Moraes e Monsenhor Chaves.