Coleção Bicentenário reúne 8 livros

Mais três livros da Coleção Bicentenário foram lançados ontem (18/03) na Academia Piauiense de Letras.

As obras fazem parte do programa de celebrações dos 200 anos da Independência.

Os três livros lançados na APL: História da Independência no Piauí, de Wilson de Andrade Brandão; Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês, de Paulo José Cunha, e O Outro lado da Independência do Brasil: aspirações e manifestações, natureza e formas de lutas – 1789 / 1850, de Claudete Dias.

A Coleção Bicentenário foi instituída pela APL em parceria com o Conselho Estadual de Cultura, o Instituto Histórico e Geográfico do Piauí e a Secretaria Estadual de Cultura.

Ao abrir a cerimônia de lançamento dos livros o presidente da APL, Zózimo Tavares, lembrou que a Independência não se fez em 7 de setembro de 1822, mas atravessou o ano de 1823.

“E só a partir da Batalha do Jenipapo o Brasil se fez de fato independente de Portugal. Mas o país praticamente só está sabendo disso agora, 200 anos depois”, acentuou.               

Os livros do bicentenário

O programa de lançamentos da Coleção Bicentenário da Independência foi aberto em setembro do ano passado, no Palácio de Karnak, com os livros Memória Cronológica, Histórica e Corográfica da Província do Piauí, de Pereira de Alencastre (Vol. 1); A Guerra do Fidié, de Abdias Neves (Vol. 2); e Contribuição do Piauí na Guerra do Paraguai (organizado pelo acadêmico Felipe Mendes, com textos de Anísio Brito, Monsenhor Chaves, Nelson Nery, Odilon Nunes e Reginaldo Miranda).

Em dezembro de 2022, foram lançados na APL mais volumes: Piauí Colonial: População, Economia e Sociedade, do antropólogo Luiz Mott, e Os Índios do Piauí, com textos de João Renôr Carvalho, Monsenhor Chaves, Moyses Castelo Branco Filho, Nelson Nery e Reginaldo Miranda.

O presidente do Conselho Estadual de Cultura, Nelson Nery, coordenador do projeto, disse que o plano inicial era para publicar 12 livros.

O acadêmico Wilson Brandão fez a apresentação do livro “História da Independência do Piauí”, lançado pela primeira vez há 50 anos.

O cartunista Jota A apresentou o livro Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês e a professora Claudete Dias fez a apresentação de seu livro.

Presenças

Participaram da sessão o secretário estadual de Cultura, Carlos Anchieta, e o presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí, acadêmico Fonseca Neto.

Também estiveram presentes os acadêmicos: Anfrísio Lobão, Carlos Evandro, Climério Ferreira, Dilson Lages, Elmar Carvalho, Felipe Mendes, Fides Angélica, Francisco Miguel de Moura, Jonathas Nunes,  Magno Pires, Moisés Reis, Nelson Nery, Oton Lustosa, Plínio da Silva Macêdo, Socorro Rios Magalhães, Tony Batista e Wilson Brandão.

Do Conselho Estadual de Cultura, além do presidente Nelson Nery, se fizeram presentes os conselheiros Cineas Santos, Gilson Caland, Dora Medeiros, José Itamar Silva, João Vasconcelos e Jony Clay Macedo.

O presidente da Comissão Memória e Justiça da OAB-PI, Adão Direito Vieira de Araújo, representou a instituição no evento, ao qual compareceram ainda a presidente da União Brasileira de Escritores (UBE-PI), Lisete Napoleão, e a professora Raimunda Celestina, coordenadora do Curso de Letras da Universidade Estadual do Piauí, entre outros convidados.

A sessão foi transmitida pelo Canal da APL no YouTube. Acompanhe através do link: https://www.youtube.com/watch?v=3EsR8zGhM2k

Wilson Brandão apresenta o livro História da Independência no Piauí.
Jota A apresenta Enciclopédia Internacional de Piauiês.
Professora Claudete Miranda apresenta seu livro “O outro lado da Independência do Brasil”.
Acadêmico Fonseca Neto, presidente do IHG-PI.
Nelson Nery apresenta a Coleção Bicentenário da Independência.
Secretário de Cultura, Carlos Anchieta.

Deputado Fábio Novo elogia parceria da Secult com a APL, CEC e IHG-PI.
Acadêmicos com autores e/ou apresentadores dos livros lançados.

Piauí lembra os 200 anos da Batalha do Jenipapo

Os presidentes da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares, e do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí, Fonseca Neto, participaram hoje (13/03), em Campo Maior, das cerimônias alusivas aos 200 anos da Batalha do Jenipapo.

Eles foram a Campo Maior em companhia do historiador Bernardo Sá, professor de História do Piauí na UFPI.

A solenidade, presidida pelo governador Rafael Fonteles, contou com desfile militar e apresentação da peça teatral “A Batalha do Jenipapo”, que é encenada há 25 anos no Monumento do Jenipapo, construído no local da sangrenta luta campal, na qual morreram entre 200 a 400 piauienses.

Na montagem deste ano, a peça contou com o maior elenco de sua história. Ao todo, 170 atores narraram os fatos acontecidos em Campo Maior, no dia 13 de março de 1823, e que contribuíram para a Independência do Brasil.

Também foi exibido um vídeo com mensagem do presidente Lula exaltando o heroísmo dos piauienses nas lutas pela Independência,

Heróis esquecidos

O presidente da APL destacou que as cerimônias em memória dos heróis do Jenipapo são realizadas no local há quase 50 anos, desde que o governador Alberto Silva inaugurou o Monumento do Jenipapo, em 1974.

Apesar disso, segundo Zózimo Tavares, a batalha, de fundamental importância para a Independência do Brasil, ainda é desconhecida até mesmo dos piauienses.

Nesse aspecto, ele destacou a contribuição do historiador e acadêmico Fonseca Neto para dar maior projeção ao episódio no plano nacional.

O presidente da APL informou que, há alguns anos, o professor Fonseca Neto levou ao local da Batalha o jornalista e escritor Laurentino Gomes.

A partir dessa visita, Laurentino descreveu a Batalha do Jenipapo em um dos capítulos de seu livro “1822”, sobre a Independência do Brasil, lançado em 2010.

O primeiro que luta

Desde então, o episódio passou a ser conhecido nacionalmente, sendo tema, inclusive, de um artigo do jornalista João Pedro Pitombo, publicado domingo passado no jornal Folha de S. Paulo, com uma síntese da história da Batalha. Leia aqui: https://www.academiapiauiensedeletras.org.br/combate-no-piaui-ajudou-a-consolidar-a-independencia/

O governador Rafael Fonteles destacou o esforço do Governo do Estado na valorização da história local.

“Vamos trabalhar para fortalecer ainda mais a nossa cultura e nossa história. Fazer com elas sejam cada vez mais reconhecidas, por meio da representação nos cinemas, teatros, livros e em outros meios. Dessa forma, os piauienses terão mais conhecimento de sua própria história e todo o Brasil saberá que quando a Pátria pediu liberdade, o primeiro quem lutou foi o Piauí”, afirmou.

(Imagens: Francisco Gilásio/CCom e APL)

Cenas da peça “A Batalha do Jenipapo”.
Fonseca Neto, Bernardo Sá e Zózimo Tavares no Museu do Jenipapo.

Combate no Piauí ajudou a consolidar a Independência

Batalha do Jenipapo terminou com derrota brasileira, mas desestabilizou tropas leais a Portugal na região

João Pedro Pitombo (*)

SALVADOR

Um dos episódios mais importantes para a consolidação da Independência do Brasil e manutenção da unidade nacional aconteceu nas margens de um rio. Não foi o Ipiranga, e suas margens não estavam plácidas no dia 13 de março de 1823.

O entorno do rio Jenipapo, curso de água que corta as planícies de Campo Maior, interior do Piauí, foi palco de uma das lutas mais sangrentas do período da Independência, opondo brasileiros e portugueses no campo de batalha.

De um lado, estava um Exército organizado e bem armado de portugueses que tentavam manter o domínio de Portugal nas províncias do Norte do Brasil. Do outro, milícias brasileiras organizadas às pressas que lutaram com facas, foices, machados e um canhão enferrujado.

Com vitória dos portugueses, a Batalha do Jenipapo deixou um saldo de centenas de brasileiros mortos, mas representou um revés para a resistência de Portugal, que tentava manter o domínio das províncias do Norte brasileiro após o grito de dom Pedro nas margens do Ipiranga.

O embate no Piauí aconteceu em meio a uma escalada de animosidades entre os portugueses e brasileiros que vinha desde antes da Independência.

As Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, que exigiam o retorno do Brasil à condição de colônia de Portugal e a retomada das restrições ao comércio suspensas com a abertura dos portos, nomearam militares portugueses como novos governadores de armas das províncias brasileiras.

No Piauí, o escolhido como governador de armas foi o major português João José da Cunha Fidié. Ele desembarcou na província em agosto de 1822 com a missão de mantê-la sob domínio português.

A província era considerada estratégica por ser uma espécie de porta de entrada para as províncias do Norte, especialmente Maranhão e Grão-Pará, onde os portugueses tinham prestígio dentre as elites locais.

Também havia uma importância econômica: nesta época, o Piauí tinha uma pecuária pujante, com um dos maiores rebanhos de bovinos do país, e era um dos principais fornecedores de carne seca do Norte e Centro-oeste, sendo suplantado apenas pelo charque do Rio Grande do Sul.

A proclamação da Independência, contudo, movimentou as elites do Piauí, que declararam apoio ao Brasil independente da coroa portuguesa. A notícia chegou primeiro na vila de Parnaíba, onde predominava o grupo político liderado pelo comerciante Simplício Dias, que anunciou apoio a dom Pedro.

A adesão de Parnaíba ao Brasil independente motivou uma marcha liderada por João José da Cunha Fidié, que levou tropas à vila para sufocar o movimento de apoio a dom Pedro.

A marcha para o litoral, contudo, desguarneceu a vila de Oeiras, então capital da província. Foi justamente neste momento que o brigadeiro Manoel de Souza Martins, que representava a elite econômica ligada à pecuária e havia sido alijado pelas Cortes de Lisboa, também declarou apoio à Independência.

Quando as tropas lideradas por Cunha Fidié chegaram à Parnaíba, os apoiadores da Independência haviam fugido para o Ceará, onde organizaram uma milícia para enfrentar os portugueses.

Os desencontros tiveram fim no dia 13 de março de 1823, quando brasileiros e portugueses se encontraram na vila de Campo Maior, hoje uma cidade de 47 mil habitantes a 80 km de Teresina.

As margens do rio Jenipapo foram palco de uma batalha desigual. Foram cerca de 1.600 soldados das tropas portuguesas, armadas com 11 canhões e lideradas por oficiais experientes.

Do outro lado, estava uma milícia precária, formada às pressas, com cerca de 2.000 homens do Piauí e Ceará. Em sua maioria, eram vaqueiros e trabalhadores rurais, arregimentados por líderes políticos locais, além de indígenas e negros libertos.

A Batalha do Jenipapo durou cinco horas: começou por volta de 9h e seguiu até as 14h, deixando um saldo de 36 mortos do lado português e entre 200 e 400 mortos nas tropas brasileiras.

“A batalha foi trágica, foi uma derrota para os independentistas. Mas foi uma também ‘vitória de Pirro’ para os portugueses, que tiveram perdas em sua logística”, avalia o historiador Johny Santana de Araújo, professor da Universidade Federal do Piauí.

Ele afirma que a batalha minou a logística da tropa portuguesa, que optou por não perseguir e sufocar os soldados independentistas. A ideia era reagrupar forças e voltar a Oeiras para derrubar os aliados de dom Pedro na capital.

O Exército ficou acampado na fazenda Tombador, seguiu para a vila do Estanhado e depois seguiu para Caxias, no Maranhão, onde houve um princípio de rebelião entre soldados portugueses.

Ao mesmo tempo, os independentistas da capital organizavam suas tropas e recebiam reforços do Ceará, Pernambuco e Bahia, chegando a perto de 22 mil soldados arregimentados.

O reforço também veio pelo mar. Depois de expulsar os portugueses da Bahia, escorraçando o Exército liderado por Madeira de Melo, a esquadra do almirante escocês Thomas Cochrane desembarcou em São Luís e fez com que a junta governativa, sob a mira de canhões, jurasse lealdade a dom Pedro.

Enquanto isso, o Exército português ficou isolado em Caxias, sem a possibilidade de receber reforços de Oeiras, Parnaíba e São Luís, já dominados pelos brasileiros. Cercado, Cunha Fidié se rendeu em 28 de julho de 1823.

Para Araújo, a Batalha do Jenipapo foi fundamental para garantir a unidade nacional e também foi importante para forjar no estado um sentimento de piauiensidade. Ainda assim, permaneceu como um episódio obscuro na historiografia brasileira, sendo pouco conhecido fora do Piauí.

“A Batalha do Jenipapo é um evento muito importante na história do Brasil, mas é esquecido, como todo o contexto do processo de Independência ocorrido no Norte. Isso muito por conta da forma como a historiografia oficial tentou amansar a ideia de que houve conflito”, avalia Araújo.

Nesta segunda-feira (13), os 200 anos da Batalha do Jenipapo serão celebrados em Campo Maior, no Piauí. A cidade abriga um monumento, um museu e um cemitério nas margens do rio.

Neste campo santo despido de adornos e mausoléus, estão enterrados os restos mortais dos brasileiros anônimos que morreram em batalha, cercados por pedras e cruzes de madeira. O cemitério do Batalhão é considerado patrimônio nacional e foi tombado em 1990.

(Originalmente publicado na Folha de S. Paulo, em 12/03/2023: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/03/combate-sangrento-no-piaui-ajudou-a-consolidar-independencia-ha-200-anos.shtml)

Mulheres são homenageadas na APL

A Academia Piauiense de Letras realizou Sessão Especial, ontem (11/03), para celebrar o Dia Internacional da Mulher, transcorrido em 8 de março e cujas comemorações se estenderam ao longo da semana.

O evento foi planejado e organizado pelo Núcleo Feminino da APL, coordenado pela acadêmica Nerina Castelo Branco, decana da instituição.

Impossibilitada de comparecer à cerimônia, por motivos de saúde, ela mandou uma mensagem gravada para as homenageadas.

Palestra

Durante a sessão, a psicóloga Raquel Mendes da Costa proferiu palestra sobre a condição da mulher na sociedade moderna.

O presidente da APL, Zózimo Tavares, abriu a sessão e transferiu a presidência dos trabalhos à secretária-geral, Fides Angélica.

Ele disse que o momento era de renovado contentamento para a Academia Piauiense de Letras, porque era a primeira celebração pelo Dia da Mulher que se fazia de forma presencial, após a pandemia da Covid-19.

Nos últimos dois anos, as homenagens foram feitas no formato virtual. O presidente da APL agradeceu, mais uma vez, as palestrantes que colaboraram com a Academia, naqueles momentos de isolamento social, a professora e acadêmica Socorro Rios Magalhães e a conselheira Lílian Martins, então presidente do Tribunal de Contas do Estado.

Como parte das celebrações, ontem, o poeta Francisco Almeida leu um cordel de sua autoria em homenagem à mulher.

Ao final da sessão, a Academia homenageou mulheres que se destacaram em seus ramos de atuação. A lista das homenageadas foi elaborada pelo Núcleo Feminino.

Mulheres na APL

Cinco mulheres integram a Academia Piauiense de Letras: Nerina Castelo Branco (decana), Fides Angélica, Teresinha Queiroz, Socorro Rios Magalhães e Niéde Guidon.

No passado, integraram a APL: Luiza Amélia de Queiroz Brandão (patrona da Cadeira 28), Amélia de Freitas Beviláqua (primeira ocupante da Cadeira 23), Emilia Castelo Branco de Carvalho, Emília Leite Castelo Branco, Maria Isabel Vilhena e Alvina Gameiro.

Participaram da sessão, entre outras personalidades, o vice-reitor da UFPI, Virato Campelo; a vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheira Waltânia Alvarenga (uma das homenageadas); a secretária estadual das Relações Sociais, Núbia Lopes da Silva, representando o governador Rafael Fonteles; e a secretária municipal de Política Públicas para as Mulheres, Karka Berger, representando o prefeito de Teresina.

Abertura da Sessão Especial em homenagem à mulher.

Acadêmico Fonseca Neto faz a Aclamação das Efemérides.
Acadêmica Fides Angélica preside a solenidade.
Psicóloga Raquel Mendes da Costa faz palestra na APL.
Advogado e cordelista Francisco Almeida: poesia para as mulheres.
Professora Socorro Cavalcanti na homenagem da APL.
A homenagem à psicóloga Raquel Mendes da Costa.
Conselheira Waltânia Alvarenga, do TCE-PI, homenageada na APL.
Professora e arqueóloga Conceição Lage e ex-deputada Teresa Brito.

Mulheres homenageadas pela Academia.

Esperança Garcia ganha busto na OAB-PI

O presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares, representou a instituição na cerimônia de inauguração do busto de Esperança Garcia.

A solenidade foi realizada hoje (07/03), na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Piauí (OAB-PI), para homenagear a piauiense considerada a primeira advogada do Brasil.

O ato contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, do governador Rafael Fonteles e de outras autoridades.

A professora e acadêmica Fides Angélica, secretária geral da APL, representou na cerimônia os ex-presidente da OAB-PI.

Homenagem à mulher

Para Margareth Menezes, a obra é uma homenagem para todas as mulheres negras do Estado.

“Eu como mulher negra, nordestina, artista, me sinto homenageada e essa homenagem também é a inspiração que renova os desejos de pautas de uma sociedade mais justa e igualitária, e que respeita os direitos humanos”, afirmou.

O presidente da OAB-PI, Celso Barros Coelho Neto, ressaltou a importância da história de Esperança. “A simbologia da Esperança Garcia de ser advogada revela a todos nós que o protagonismo da mulher é constante em nossos estados há muitos séculos”, relatou.

A obra foi esculpida pelo artista piauiense Braga Tepi e ficará guardada no Memorial da OAB-PI.

História

Esperança foi uma mulher negra, escravizada na região de Oeiras, Sul do Piauí, no século XVIII. A mulher que lutou por direitos teve sua natureza jurídica percebida logo cedo, quando escreveu uma petição ao então Governador da Capitania de São José do Piauí denunciando os maus-tratos que ela e sua família sofriam.

Em novembro de 2022, o Conselho Federal da OAB reconheceu Esperança Garcia como a primeira Advogada do Brasil.

(Imagens: OAB-PI)

Solenidade em homenagem a Esperança Garcia, na OAB-PI.
Busto de Esperança Garcia, esculpido pelo artista piauiense Braga Tepi.

Evento debate política e economia do Piauí

Assuntos como as fazendas dos jesuítas, o planejamento e obras estruturantes do Piauí foram abordados ontem (04/03), na Academia Piauiense de Letras, pelo economista, professor e acadêmico Felipe Mendes.

Sua palestra abriu o Ciclo de Conferências sobre Política, Desenvolvimento e Estado, evento conjunto da Academia com a Universidade Federal do Piauí, através do seu Núcleo de Estudos Políticos e Eleitorais (NEPE).

O coordenador do NEPE, professor-doutor Cleber de Deus, explicou os objetivos do projeto.

Técnica e política

Em sua exposição, o acadêmico Felipe Mendes afirmou que o planejamento é a ligação entre a política e a técnica.

Segundo ele, o técnico precisa ter sensibilidade política e o político deve ter uma compreensão técnica da realidade.

No final, porém, conforme o palestrante, o que prevalece nos regimes democráticos é a decisão política.

Após a exposição do acadêmico, foi aberta discussão com os participantes.

O presidente da APL, Zózimo Tavares, anunciou que outros eventos do gênero serão realizados ainda neste semestre, em parceria com a UFPI.

A sessão foi transmitida on-line e está disponível no Canal da APL, com acesso através do link:

https://www.youtube.com/watch?v=e4Ag_DfoVNY&t=1870s

O palestrante

Economista, professor e político, Felipe Mendes formou-se em Economia pela Universidade Federal do Ceará. Professor da UFPI. Foi secretário da Fazenda do Piauí (1975-1977);  secretário do Planejamento (1977-1979 e 1979-1982); Pró-Reitor de Planejamento da, UFPI (1983-1984); assessor da Sudene (1984-1985); e presidente da Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí (Cepro).

Representou o Governo do Piauí junto ao Conselho Deliberativo da Sudene e foi membro do CONFAZ, como secretário da Fazenda.

Exerceu três mandatos consecutivos de deputado federal, o primeiro deles como constituinte.  Foi vice-governador (2001-2002) e secretário-executivo do Ministério das Cidades.

Presidiu a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (COMDEVASF).

Obras Publicadas:

Ações políticas para o desenvolvimento. Teresina: COMEPI; A indústria de couro e peles do nordeste. Fortaleza: BNB, 1971; A implantação dos sistemas de programação financeira e da conta única do Piauí, Teresina: Cepro, 1979; Funções de governo, política econômica e desenvolvimento. Teresina: Gráfica Júnior, 1979; Por uma nova fase. Teresina: Gráfica Júnior, 1979.

Publicou, ainda, “Formação Econômica do Piauí (Fundapi, 1995, Cap. III – p.55-81)”, e “Economia e Desenvolvimento do Piauí (1662-2002)” (que acaba de sair em segunda edição) e “Água Para Todos”.

Tem outros projetos literários em andamento. Desde março de 2019, ocupa a Cadeira 32 da APL.

Acadêmico Felipe Mendes sobre Ciclo de Conferências.
Acadêmicos presentes ao evento conjunto da APL/UFPI.

Acadêmico Fonseca Neto na Aclamação das Efemérides.
Professor Cleber de Deus, coordenador do NEPE/UFPI.

Ex-deputado Jesus Tajra, colega de Felipe na Constituinte.