Em 14 de fevereiro de 2012, o mundo literário e judiciário do Piauí perdeu um de seus grandes ícones. Aos 93 anos, o magistrado, advogado, jornalista e romancista William Palha Dias deixou sua marca indelével na cultura piauiense.
Hoje, 13 anos após sua partida, a Academia Piauiense de Letras relembra com orgulho e emoção a trajetória deste homem singular, cuja vida se fez ponte entre a arte da escrita e a defesa da justiça.
Nascido em Caracol, no Piauí, em 17 de setembro de 1918, William Palha Dias iniciou sua jornada no universo das letras ainda jovem, cultivando desde cedo o amor pela leitura. Sua formação tardia em Direito, conquistada aos 41 anos, não o impediu de trilhar uma carreira brilhante na magistratura, atuando com destemor e integridade nas comarcas de diversas cidades piauienses.
Ao mesmo tempo, seu talento para a escrita floresceu em uma obra diversificada, que abrange romances de fundo histórico-sociológico, crônicas, memórias e documentários – totalizando 19 títulos que continuam a inspirar gerações.
Como um dos fundadores da antiga Associação Profissional de Jornalistas do Piauí – que viria a se transformar em um importante sindicato de classe – Palha Dias também deixou sua marca no jornalismo. Seu comprometimento com a ética e a liberdade de expressão se refletiu tanto nas redações onde atuou quanto nas páginas dos livros que produziu, tornando-o um verdadeiro porta-voz da cultura e da história do estado.
Na Academia Piauiense de Letras, do qual foi membro consagrado, o legado de William Palha Dias transcende os limites da literatura. Sua presença nos debates, suas análises perspicazes sobre a realidade social e sua capacidade de transformar fatos cotidianos em narrativas envolventes fazem parte do cânone piauiense.
A instituição, que mantém viva a memória dos que a ajudaram a construir a identidade literária regional, celebra a sua obra e seu espírito inovador por meio de eventos, concursos literários e publicações que revisitam sua contribuição para a cultura do estado.